D. HENRIQUE, O CARDEAL-REI

May 25, 2017 | Autor: F. Nogueira | Categoria: Portuguese History, History Portuguese and Spanish, Portugal (History)
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JP | EFEMÉRIDE

2017.01.20

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D. HENRIQUE, O CARDEAL-REI HISTORIADOR: FRANCISCO MIGUEL NOGUEIRIA

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á exatos 505 anos, a 31 de janeiro de 1512, nascia D. Henrique, filho de D. Manuel I e de D. Maria de Castela, no mesmo dia, 68 anos depois, morria, em Almeirim (31 de janeiro de 1580). Durante o seu curto reinado, procurou resolver a sucessão, mas sem grande sucesso, entrando para a História de Portugal, como o Rei que adiou, por pouco tempo, a junção das Coroas ibéricas.

começou a construir a linha de fortes da Ilha Terceira, que já possuía o porto de escala mais importante do Atlântico Norte. D. Sebastião, em 1568, atingiu a maioridade e tornou-se Rei de Portugal, de facto. O Cardeal voltou aos

Em 1578, quando se tornou Rei, o Cardeal D. Henrique teve como primeira medida a de resolver o resgate dos muitos cativos de Alcácer-Quibir. A situação não era a melhor e a idade não ajudava o Cardeal. Com a pressão nacional e internacional, D. Henrique renunciou ao seu cargo

D. Henrique entrou cedo para a vida religiosa, no intuito de promover os interesses portugueses na Igreja Católica. D. Henrique foi feito Arcebispo de Braga, depois Arcebispo de Évora e, por fim, Arcebispo de Lisboa, contudo o seu principal cargo foi o de primeiro Inquisidor Geral do Reino. Em 1546, foi feito Cardeal, tendo participado em vários Conclaves, tendo sido, em 1555, um dos papabili (um dos favoritos para ser o novo Papa). D. Henrique foi responsável pela vinda da ordem dos Jesuítas para Portugal, tendo utilizado os seus serviços no Império Colonial. Quando D. João III morreu em 1557, o neto e sucessor, D. Sebastião, tinha apenas 3 anos, por isso, a rainha D. Catarina, esposa do recém-falecido, foi escolhida como Regente. D. Catarina era tia de Filipe II, o que causava algum mal-estar junto de vários Nobres, que preferiam D. Henrique, pois não viam com bons olhos a interferência espanhola em assuntos nacionais. Em 1562, D. Henrique tornou-se Regente de Portugal, afastando a cunhada e ganhando a antipatia de Filipe II, que também era seu sobrinho. Durante a sua regência, destacou-se a política económica e administrativa, procurando melhorar o real funcionamento do Império Português. Foi neste período que se

tugal pretendia juntar também os vários reinos sob a sua Coroa, mas acabou preso na sua própria teia, sendo “unido” a Espanha. Durante os meses seguintes, o Rei procurou resolver o problema da sucessão. Havia três principais herdeiros, D. Catarina de Bragança, Filipe II de Espanha e D. António, Prior do Crato. O Cardeal D. Henrique recusou nomear D. António como sucessor, pois a relação de ambos não era a melhor. Foram organizadas as Cortes de Almeirim para encontrar o herdeiro para o trono português, mas D. Henrique morreu, no dia que comemoraria 68 anos, a 31 de janeiro de 1580, durante as Cortes, sem ter encontrado solução para o problema, apesar de ter nomeado uma Junta de Cinco Governadores para a Regência, formada pelo Arcebispo de Lisboa (D. Jorge de Almeida), D. João Telo, D. Francisco de Sá Meneses, D. Diogo Lopes de Sousa e D. João de Mascarenhas. O Cardeal D. Henrique não conseguiu resolver o problema sucessório nacional. O seu curto reinado foi marcado por uma angústia da perda de independência de Portugal, o que acabou por acontecer. D. Henrique, sem nunca se decidir, abriu uma nova página da História nacional, a União Ibérica. A imagem do indeciso, próximo dos espanhóis, acabou por ganhar força, apesar de saber-se, atualmente, que a relação de ambos não era muito boa.

seus afazeres religiosos e apenas 10 anos depois, após a desastrosa batalha de Alcácer-Quibir, D. Henrique viu a sua vida mudar radicalmente, era o “novo” Rei de Portugal. Sem herdeiros, nem esperança de os ter, D. Henrique viveu os últimos anos da sua vida em uma inquietação constante.

religioso e pediu dispensa dos seus votos, queria casar ainda. Contudo, o Papa Gregório XIII, próximo de Filipe II, não o libertou dos votos. Era do interesse espanhol unir as Coroas ibéricas. A política de casamentos entre os Reis ibéricos era uma forma de tentarem unir os vários tronos sob a égide de um só monarca. Por-

Hoje em dia, temos de ser mais decididos e não devemos ter medo de assumir as nossas crenças. Não devemos esconder o que acreditamos só para agradar os outros. É preciso não termos medo de dizermos o que realmente cremos, defender os nossos valores, sem obviamente magoar ninguém.



20 DE JANEIRO E OS PRESIDENTES DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

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oje, 20 de janeiro de 2017, tome posse o 45.º presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, eleito no passado dia 8 de novembro de 2016, uma terça-feira, para enorme surpresa de grande parte da comunidade internacional, que esperava a eleição de Hillary Clinton, PUB

que seria a primeira mulher a habitar a “casa branca”, sucedendo Barack Obama, o primeiro afro-americano a chefiar a maior democracia do mundo. Na história das presidenciais das terras do “tio Sam”, foram oito os

presidentes a tomar posse a 20 de janeiro. Quatro eleitos pelos Democratas e outros quatro pelos Republicanos.

rack Obama. Pelos Republicanos, em 1969, Richard Nixon, em 1981, Ronald Reagan, em 1989, George H. W. Bush e em 2001, George W. Bush.

Pelos Democratas em 1961, John F. Kennedy, em 1977, Jimmy Carter, em 1993 Bill Clinton e em 2009, Ba-

Donald Trump é o nono presidente a jurar a 20 de janeiro, sendo o quinto eleito pelos Republicanos. •

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