Da furtiva cor dos espelhos

June 7, 2017 | Autor: J. Medeiros da Luz | Categoria: Poesia, Poesia Brasileira
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Acerca da furtiva cor dos espelhos J. A. Medeiros da Luz

A garça mira solitária A quietude pulsátil e líquida (Antes piscosa) Da pequena lagoa fronteira A nosso bangalô, Enquanto o velho sol de todos Surge açoitando a carruagem da alvorada Em meio à cantata dessa hora De saracuras, de corruíras, de pardais. Com poucas horas de desmovimento, Insistindo a visitante em sua contemplação, Parece que este mesmo sol, Apiedando-se daquela brancura ímpar, Dá-lhe enfim acompanhante virtual: Dádiva da geometria projetiva, Eis que surge, do nada, Garça outra, invertida e tremulando Com as tremulações da água, Quando, eriçando-lhe as penas Feitas de prata liquefeita, Perpassa, rente e fria, a brisa, Aquela brisa calma e dócil da manhã.

Ouro Preto, 5 de março de 2016.

Do livro: Martelo de cristal, a sair pela Jornada Lúcida Editora.

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