Das Dunas ao Morro: relações entre arquitetura e cidade em projetos contemporâneos de equipamentos esportivos (Natal, Brasil)

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Das Dunas ao Morro: relações entre arquitetura e cidade em projetos contemporâneos de equipamentos esportivos (Natal, Brasil) Natália Miranda Vieira-de-Araújo* George Ferreira Dantas ** José Clewton do Nascimento *** Resumo O presente artigo propõe-se a refletir sobre a produção contemporânea da arquitetura a partir de dois exemplos emblemáticos recentemente inaugurados na cidade de Natal, no nordeste brasileiro: as chamadas “Arena das Dunas” e “Arena do Morro”. Observaremos aqui dois caminhos distintos de percurso projetual que podem ser tomados como representativos do que se define hoje como arquitetura contemporânea, nas relações e conflitos entre as considerações sobre o lugar, a arquitetura do espetáculo, o contexto e o ícone, a configuração da paisagem e do espaço urbanos. Neste artigo, centraremos nossa reflexão seguindo três eixos fundamentais para a compreensão do processo projetual empreendido em cada um desses dois casos: a forma como será trabalhada a relação entre objeto arquitetônico e escala urbana e o papel que esta segunda exerce sobre a definição do objeto arquitetônico; a relação entre a imagem que se busca imprimir neste objeto com a cidade onde se insere e; finalmente, a relação entre espaço interno e externo. Nossa reflexão não pretende à comparação entre os projetos apresentados visto que correspondem a escalas de projeto bastante diversas. Procuraremos sim demonstrar características particulares de cada um desses casos como representativos das possibilidades que se colocam para a produção arquitetônica contemporânea. Palavras-Chave: Ícones urbanos; arquitetura contemporânea; Herzog & De Meuron; Populous Architects; paisagem. * Professora da Pós-graduação em Arq. e Urbanismo da UFRN, Natal-RN, Brasil. ** Professor da Pós-graduação em Arq. e Urbanismo da UFRN, Natal-RN, Brasil. *** Professor da Pós-graduação em Arq. e Urbanismo da UFRN, Natal-RN, Brasil.

As Dunas e o Morro: uma breve apresentação O Complexo “Arena das Dunas”, localizado na cidade do Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, é um espaço multiuso, inserido em um terreno de 114.063 m², localizado no bairro Lagoa Nova, em um importante ponto nodal da cidade. A obra, com área total construída de 77.783,50 m², cujo projeto básico é de autoria do escritório Populous Architects, tendo o Grupo Stadia à frente do projeto executivo, teve sua construção iniciada em agosto de 2011, sendo inaugurado em dezembro de 2013, ainda em fase de conclusão. Possui capacidade para 42.000 pessoas para a Copa do Mundo, com previsão de redução de capacidade para 31.375 pessoas após a Copa do Mundo, conforme exigência do Caderno de Recomendações da FIFA. A nova conformação do estádio está de acordo com as recomendações exigidas pela FIFA em seu caderno de encargos, e espelha bem o que vem a ser esta nova concepção de complexos, que vai para além da função esportiva, incorporando a lógica do espaço multiuso. Vai ao encontro, fundamentalmente, do perfil “criado” do espectador / usuário que é ao mesmo tempo “universal” e “solvente”, que deseja comodidade, e prima pela inovação.

Figura 01 – Arena das Dunas, Natal-RN, 2014. Foto: José Clewton do Nascimento.

A mudança no perfil do usuário evidentemente acarretou a necessidade de transformação do espaço destinado ao espetáculo, tanto sob o ponto de vista funcional, como sob o ponto de vista formal. No caso dos estádios brasileiros, duas formas de intervenção foram elaboradas: uma que busca adaptar o espaço existente ao novo padrão estabelecido; outra que opta pela demolição e construção de um novo complexo. Em Natal, foi escolhida a segunda opção. Apesar de ser aventada a possibilidade de manutenção do edifício, esta proposta foi preterida, em detrimento da construção de um espaço “mais moderno” e mais adequado aos padrões “de mercado”. O desenrolar desse processo culminou com a demolição do Estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado – o Machadão –, considerado obsoleto. Para um novo público, portanto, um espaço novo.

Inaugurado no dia 09 de abril de 2014, o Ginásio Poliesportivo “Arena do Morro” foi projetado pelo escritório suíço Herzog & De Meuron com apoio do escritório local Plantae, para ser articulado à já existente Escola Estadual Senador Dinarte Mariz, no bairro de Mãe Luiza, também em Natal. Num evidente contraponto à também recém construída “Arena das Dunas”, o Ginásio de Mãe Luiza foi batizado por um jovem residente no bairro como a “Arena do Morro”. A escolha do nome se concretizou por meio de um concurso de ideias realizado na própria comunidade.

Figura 02 – Arena do Morro, Natal-RN, 2014 – cobogós que delimitam a face com a principal via de acesso. Foto: Natália Vieira-de-Araújo.

Embora a lógica da arquitetura como grife tenha imperado nas últimas duas décadas, pelo menos, o que tem levado diversos escritórios a grandes contratos em empreendimentos públicos de vulto ao redor do mundo, o Arena do Morro não se insere nesse contexto. É importante assim analisar como o escritório chegou nesta localidade para a elaboração de um projeto tão simples se comparado às mega estruturas em desenvolvimento em várias partes do mundo. A comunidade de Mãe Luiza, além das constantes notícias relacionadas a diversos problemas sociais estruturais, também se destaca na cidade de Natal por sua organização e história de luta no que diz respeito aos seus direitos como cidadãos. O resultado desta dinâmica participativa pode ser observado, por exemplo, no seu reconhecimento pelo Plano Diretor da cidade como Zona Especial de Interesse Social. Essa dinâmica assume grande importância se considerarmos as pressões resultantes de sua localização privilegiada numa área de dunas com vista para o mar, vizinha do Farol de Mãe Luiza, e circundada por bairros de ocupação de alta renda. O Ginásio Poliesportivo, por sua vez, surge nesse contexto, resultado da ação da Fundação Ameropa, instituição suíça de apoio ao desenvolvimento humano, que vem dando suporte há anos ao Centro Pastoral Nossa

Senhora da Conceição que funciona com instância articuladora central da comunidade de Mãe Luiza. A representante da Fundação Ameropa, Nicole Miescher, foi a responsável pelo contato com o escritório suíço, que se dispôs a realizar este projeto sem a cobrança de honorários, enquanto que a Fundação Ameropa se responsabilizou pelos custos de execução da obra. Em 30 de outubro de 2012, foi então lançada a “pedra fundamental” do Ginásio Poliesportivo. Neste artigo, centraremos nossa reflexão seguindo três eixos fundamentais para a compreensão do processo projetual empreendido em cada um desses dois casos: a forma como será trabalhada a relação entre objeto arquitetônico e escala urbana e o papel que esta segunda exerce sobre a definição do objeto arquitetônico; a relação entre a imagem que se busca imprimir neste objeto com a cidade onde se insere e; finalmente, a relação entre espaço interno e externo em cada um desses projetos. Objeto Arquitetônico x Escala Urbana: relações estabelecidas Enquanto a “Arena do Morro” parte da realização de um “masterplan” para compreensão da área e definição do objeto em si, a “Arena da Dunas”, conquanto tenha sido inicialmente desenhado como parte de um novo complexo urbano, unido à parques e torres empresariais, se insere num contexto de planejamento atribulado, com sobreposição (sem a articulação necessária) das decisões e projetos (viários) de várias instâncias de governo. Seguindo a prática que caracteriza vários dos projetos do escritório Herzog & de Meuron, o projeto para a “Arena do Morro” é resultado de uma aproximação e apreciação da área em que se localiza, cujo conceito se desenvolveu a partir da leitura da paisagem urbana do bairro e da busca de compreensão de elementos característicos da forma do lugar. Assim, o escritório propôs um estudo maior que contempla outras propostas para a área, a partir da concepção de um grande eixo que vai desde a praia até a borda sul do bairro, tocando o Parque das Dunas, perpendicularmente à rua principal de circulação intrabairro. Aqui se estabelecem as diretrizes gerais de um projeto urbanístico que seus autores denominaram de “Uma Visão sobre Mãe Luiza”, desenvolvido em 2009. A ideia é que o “Ginásio Arena do Morro” seja o primeiro projeto executado para impulsionar a proposta mais ampla. Este “master plan”, como o designam a equipe do escritório Herzog & de Meuron, propõe a localização de alguns usos sugeridos, como Oficinas, Lojas, Escola, Parque, sem chegar ao desenvolvimento de volumetrias específicas. O Arena das Dunas, por sua vez, aponta para a produção do objeto arquitetônico, levando em consideração, que as diretrizes apresentadas dos Cadernos de Recomendações e Requisitos Técnicos da FIFA elegem referências-padrão que estão, muitas vezes, distantes da realidade local, mas que ainda assim devem ser assumidas para nortear os procedimentos de remodelação dos estádios, a fim de que eles possam se inserir no circuito mundial do espetáculo. O objetivo expresso, portanto, é o da padronização e os estádios, podemos inferir, devem moldar-se a exigências de um espectador universal que, paradoxalmente, possui feições europeias, ainda que esteja em qualquer outra parte do planeta.

Esta lógica da “requalificação modernizante e redentora” é aplicada não somente à escala do objeto arquitetônico, mas também às intervenções propostas no âmbito da escala do urbano, muitas delas não concretizadas. Salienta-se, neste sentido, a atuação das instâncias governamentais e de determinados setores da sociedade, notadamente a inciativa privada, que passam a utilizar uma estratégia de convencimento que enfatiza o “poder renovador” das obras a serem realizadas, ao possibilitarem, além da construção de um complexo que objetivará a realização de eventos – esportivos e outras naturezas –, a renovação urbana da área metropolitana e Natal, a partir de investimentos que deverão contemplar os setores de mobilidade urbana, segurança pública, saneamento básico, saúde pública, turismo, portos e aeroportos, energia e telecomunicações. Com relação à modificações no traçado viário, observamos que a questões relacionadas à mobilidade partem da necessidade prioritária de se garantir acesso ao estádio e que geralmente não levaram em consideração questões relacionadas ao impapcto socioambiental. A forma como foi tratado o redesenho da avenida Roberto Freire, propondo uma alteração considerável em um trecho do Parque da Dunas, uma das áreas de preservação ambiental existente na cidade, é bastante reveladora da lógica seguida. Felizmente, esta é uma das propostas não realizadas, em parte em consequência da mobilização de setores da sociedade local. Com relação a proposta inicial para a área envoltória, torna-se bem clara a: visão empresarialista do investimento. O complexo esportivo é evidenciado como um dos elementos componentes de uma área de comércio, negócios e serviços. Nesta proposta inicial é sugerida porém não concretizada - a demolição do Centro Administrativo do Governo do Estado, localizado nas proximidades do estádio Machadão e do Ginásio Humberto Nesi – estes, sim, demolidos. O projeto é pensado como ponto de partida para transformação da dinâmica da área, com perspectivas de geração de um efeito replicador, de rennovação. O que podemos observar, atualmente, é a evidência de processo de especulação imobiliária, a partir da constatação de um número considerável de construção de redidenciais multifamiliares na área, no período de implementação do complexo “Arena das Dunas”. A construção de uma imagem Está muito claro, em ambas as arenas, o desejo de se relacionar com a área onde se implementam através da construção de uma imagem que se deseja imprimir com estes projetos, apesar de que, também neste aspecto, por caminhos diversos. A “Arena do Morro” propõe uma articulação com a cidade em três escalas – três acessos que olham para a rua, o bairro e a paisagem das dunas e do mar. A “Arena da Dunas”, com localização privilegiada, ponto nodal, é pensada desde o início como novo ícone, elemento a ser tomado como marco, referência que busca espelhar e mimetizar um elemento dominante na paisagem urbana – as dunas. Deriva deste referencial, a relação simbólico/semiótica, vinculando a forma do edifício em alusão às dunas (marco na paisagem da cidade de Natal, que podemos atestar em alguns exemplos relacionados à vídeos promocionais veiculados em campanhas publicitárias no período pré-Copa 2014. O vídeo promocional “Arena das Dunas - Vídeo Oficial da Maquete Virtual”,

promovido pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte, inicia com uma tomada a voo de pássaro, articulando o mar, a cidade e o estádio. A seguir, a câmera é posicionada na altura do observador, e estabelece-se um diálogo entre o estádio edificado e uma natureza “tranquila”, marcada pela presença de borboletas. Enquanto isso, o trânsito é fluido e eficaz nas proximidades do estádio. O acesso dos torcedores a pé também flui tranquilamente. A câmera neste momento, prioriza em sua captação de imagens, as rampas de acesso ao estádio. Em seguida, a imagem é focada na cobertura do estádio. O sol reflete na “duna artificial”; Em outro material promocional, no caso, um folder produzido pela SECOPA, disponivel em www.secopa.rn.gov.br, observamos que a primeira imagem do folder é uma fotografia de um trecho de duna da cidade de Natal. Na próxima página o seguinte texto: “Dentre todos os encantos, Agora também terra do futebol. Natal, capital do Rio Grande do Norte. natureza que serve de orgulho para todo o país: belas praias, dunas móveis e o verde da Nacida entre o rio Potengi e as águas mornas do Atlântico, Natal tem uma Mata Atlântica. Patrimônio Ambiental da Humanidade. (...) Tanta beleza inspirou o projeto do estádio de futebol Arena das Dunas e fez de Natal uma das cidades-sede da Copa do Mundo da FIFA 2014. Em breve, o mundo inteiro terá a chance de comemorar a grandiosidade da nossa natureza e do futebol brasileiro”. Outro aspecto a ser evidenciado é o impacto do edifício, enquanto objeto arquitetônico, em sua dimensão e escala, relacionado à area onde foi implantado, como ponto nodal na estrutura urbana da cidade: a impressão que se passa é que o edifício parece não “caber” no espaço para o qual ele foi destinado. A inserção da Arena do Morro é bem menos evidenciada, em parte, por conta do respeito ao limite de gabarito estabelecido para a área. O projeto vai progressivamente se descortinando na paisagem à medida que você se aproxima dele. Essa possibilidade de aproximação prossegue através da relação proposta entre área interna e externa. Interior e Exterior: permeabilidade ou barreira? Finalmente, no terceiro eixo de reflexão, observamos formas opostas de se relacionar o espaço interno e externo destes projetos. Na “Arena do Morro”, a relação entre exterior-interior, trabalhada de forma bastante gentil com o espaço urbano, caracteriza-se por uma forte permeabilidade, potencializada pela a ausência de muros. Abaixo de uma grande cobertura em duas águas que segue o desenho dos limites irregulares do terreno, foram inseridos os volumes que abrigam salas multiuso, banheiros, sala de professores e terraço-mirante que, seguindo a abordagem minimalista de muitos projetos do escritório, são conformados por grandes volumes circulares que, ao serem envolvidos por uma parede independente que também circunda as arquibancadas, criam uma parede ondulada que funciona como limite entre a edificação e o espaço público.

Figura 03 – Arena do Morro, Natal-RN, 2014 – espaço interno, observando as salas multiuso cilindrícas e a cobertura metálica. Foto: Natália Vieira-de-Araújo.

Também se utiliza como artifício a implantação das arquibancadas, com capacidade para 420 pessoas, partindo do nível da rua e acompanhando as curvas de nível do terreno, o que permitiu alcançar o pé-direito adequado ao equipamento. A configuração das paredes – tanto as ortogonais quanto as circulares – com os elementos vazados em blocos de concreto pré-fabricados determinam o elemento mais expressivo da obra. Expressividade esta que decorre do esmero e atenção para o desenho de cada detalhe deste bloco, criado e confeccionado especialmente para este projeto, após uma série de experimentações em tamanho real. No lugar de grandes planos fechados, a sutileza das aberturas verticais de cada peça, dispostas em pares, compõe um jogo de vela e desvela, cuja textura um tanto áspera compõe-se também do entorno observável. Nas áreas que demandam mais privacidade, como os vestiários, um pequeno deslocamento na disposição das peças obstrui a visão mas não a ventilação.

Figura 04 – Arena do Morro, Natal-RN, 2014 – espaço interno, detalhe elemento vazado e conexão entre os elementos arquitetônicos. Foto: Natália Vieira-de-Araújo.

Os volumes cilíndricos das salas conformam, na relação do edifício, com a rua, um jogo de reentrâncias que abrem diferentes perspectivas de acesso e visibilidade: uma, mais próxima, como na escala da entrada de uma casa; a segunda, na articulação entre ginásio e escola, funciona para a escala do bairro; por fim, a terceira, na cota mais baixa, abre-se para (ver e receber) a cidade.

Figura 05 – Arena do Morro, Natal-RN, 2014 – Conexão entre espaço interno e externo, uma primeira escala de acesso. Foto: Natália Vieira-de-Araújo.

A Arena das Dunas, como mimeses do cordão dunar que delimita parte da cidade, constitui-se como uma forma fechada. Enfatiza assim a ideia da pele, do invólucro, elemento central na definição plástica e formal do espaço – afinal, a pele é cobertura e septo, membrana contínua que opera a impressão de tocar o solo. O uso do termo “membrana” não é fortuito – a mimesis que do elemento vegetal serve também para leituras biomórficas, inegavelmente. Esta concepção apresenta-se como um inegável contraponto às composições formais apresentadas pelos complexos esportivos modernistas, construídos no Brasil durante as décadas de 1950 e 1970. Pedro Arantes, chamará a atenção para esta contraposição: “O que se vê por toda parte são formas que aparecem como o exato contrário da sobriedade tectônica e espacial,”.(Arantes, 2008, p. 176) Com relação ao Arena das Dunas, identificamos que a envoltória do edifício é constituída por um conjunto de elementos em forma aproximada de uma “pétala”, que cobre as áreas de arquibancada e claraboias translúcidas ligando-as. Estas pétalas, com estruturas em treliças metálicas de aço, também compõem a cobertura do edifício, com fechamento externo com telha zipada em alumínio, com tratamento térmico e acústico, e Interno, com revestimento em membrana tensionada de PVC.

Figura 06 – Arena das Dunas, Natal-RN, 2014 – Aspecto formal geral. Desenho: Clewton Nascimento.

O que define a forma do edifício, portanto é a volumetria fechada, com rasgos espaçados, translúcidos, por onde a luz penetra no edifício, solução distinta da utilizada na concepção dos estádios modernistas em geral, onde, notadamente, a estrutura define a forma do edifício. Assim, afirmar a condição essencial de elementos como a cobertura, as paredes e o piso para a definição do espaço arquitetônico talvez seja por demais evidente. Entretanto, a obra de alguns arquitetos contemporâneos, a exemplo do escritório suíço Herzog & de Meuron, tem apontado para a necessidade de se compreender essa condição para além do óbvio. A Arena do Morro apresenta importantes lições sobre como articular essa condição essencial com simplicidade e qualidades espacial e construtiva.

A Arena das Dunas, de inegável valor icônico e marco – inclusive pela centralidade urbana que ajuda a enfatizar – desde a construção, que se fez sobre a memória do estádio modernista demolido, aponta para a necessidade de se compreender e discutir, como problema projetual, as relações que esse tipo de empreendimento estabelece com a cidade. Bibliografia ARANTES, Pedro Fiori, O Grau Zero da Arquitetura na Era Financeira, Revista Novos Estudos, nº 80, Março de 2008; VIEIRA, Natália; DANTAS, George, Força e Expressão do Detalhe, Revista AU- Arquitetura e Urbanismo, v. 242, p. 64-71, 2014. NASCIMENTO, José Clewton do; SILVA, Paulo Raniery Costa da. De poema a “poeira”: Estádio Machadão, Natal/RN – a decretação da obsolescência de uma referência modernista, Anais do 3ª DOCOMOMO N/NE, Natal, 2012; NASCIMENTO, José Clewton, E o poema tornou-se obsoleto: considerações sobre o processo de demolição do estádio Machadão, Natal / RN, Anais do II ENANPARQ, Natal, 2012; VAINER, Carlos. Pátria, empresa e mercadoria: notas sobre a estratégia discursiva do planejamento estratégico urbano. In: ARANTES, Otília, VAINER, Carlos, MARICATO, Ermínia, A cidade do pensamento único: desmanchando consensos, Ed. Vozes, Petrópolis, 2000; VÍDEOS: Arena das Dunas - Vídeo Oficial da Maquete Virtual. SITES VISITADOS: www.secopa.rn.gov.br http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/214/artigo244586-1.aspx http://falariogrande.com.br/2012/10/31/ginasio-poliesportivo-de-mae-luizacom-sonhos-e-lutas-se-faz-um-projeto/

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