Das estratégias do cronista: estilo e faits divers em páginas da série \"Bons dias!\", de Machado de Assis

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DAS ESTRATÉGIAS DO CRONISTA: ESTILO E FAITS DIVERS EM PÁGINAS DA SÉRIE “BONS DIAS!”, DE MACHADO DE ASSIS Alex Sander Luiz Campos (PG/DR - UFMG/CNPq) RESUMO: Castelar de Carvalho (2010), pesquisando o estilo empregado por Machado de Assis na escrita de romances, compôs um dicionário dedicado às questões de língua, estilo e temas. Considerando que Machado tinha a crônica, entre outras coisas, como laboratório/ateliê de escrita, será possível perceber que ele também utilizava nesse gênero diversos procedimentos estilísticos consagrados no romance, como conversas com o leitor, estilização da fala de personagens, etc. Como recorte do estudo, foi escolhida a série de crônicas “Bons dias!” (18881889), com enfoque para os faits divers: notícias marcadas pelo surpreendente e pelo insólito. Assim, será possível discutir as estratégias do cronista, a forma como trabalha artisticamente com assuntos díspares. Como ponto de partida, são utilizados o trabalho de Castelar de Carvalho e a teorização sobre estilo de Antoine Compagnon ([1998] 2012). PALAVRAS-CHAVE: crônica; estilo; Machado de Assis; “Bons dias!”; faits divers

Considerações iniciais É conhecido dos pesquisadores das crônicas de Machado de Assis o fato de que nem sempre elas receberam a devida atenção por parte da crítica. Em depoimento publicado no Suplemento literário de Minas Gerais de 15 de julho de 1989, Elias José afirmava ser muito difícil encontrar estudiosos do Machado cronista, poeta e dramaturgo (JOSÉ, 1989, p. 3). No caso do cronista, particularmente, essa raridade de leitores parecia angustiar mais o também cronista Elias José; afinal, como pensar no acesso de Machado às letras, no desenvolvimento de sua vocação de escritor, no estabelecimento de importantes contatos – com outros escritores, jornalistas e intelectuais representativos de seu tempo –, sem pensar em sua atividade como cronista? Foi também na segunda metade da década de 1980 que o pesquisador inglês John Gledson, após viagens ao Brasil, chamou de “espantoso como se tem estudado pouco, de maneira mais séria, o jornalismo de Machado” (GLEDSON [1986], 2003, p. 136). Felizmente, desde então, tem aumentado o número de trabalhos que se debruçam sobre as crônicas machadianas. Mesmo no que diz respeito à edição delas, houve uma diferença sensível de perspectiva. Quando Afrânio Coutinho organizou a Obra completa do escritor fluminense para a editora José Aguilar, em 1959, alguns dos critérios por ele adotados foram os seguintes: “[c]onsiderar como obra completa de um autor aquela que foi publicada em vida deste, e em forma de livro” e “[i]ncluir, como complemento ou apêndice, seleção dos escritos mais valiosos do autor por ele não recolhidos em livro, dispersos em publicações de natureza diversa” (COUTINHO [1959]. In: ASSIS, 1962, p. 13, grifos nossos). Na verdade, esses critérios deixavam um tanto quanto patente a ideia de que o livro é superior ao jornal (ou a qualquer outro suporte similar): naquele Anais do XII SEL – Seminário [Internacional] de Estudos Literários - “Avatares do Folhetim”, Assis, UNESP, 2015 – ISSN: 2179-4871

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estariam a literatura e a língua literária – a língua caracterizada por seu “estilo”, para ficarmos com uma noção que será discutida adiante; neste, o jornal, seria até possível encontrar textos “valiosos”, mas a totalidade deles não seria necessária para dar conta da “obra completa” de um escritor. Em outras palavras, é como se a língua desses escritos não fosse, de fato, “literária”, ou devidamente caracterizada pelo que entendemos como estilo. É interessante perceber que se torna cada vez mais difícil estudar a obra machadiana adequadamente sem fazer menção às crônicas. Editorialmente, acompanhamos ao lançamento de novas e bem feitas edições das séries, com introduções e notas; na atual edição da Obra completa, um volume inteiro é dedicado quase exclusivamente à crônica (cf. ASSIS, 2008b, v. IV). Evidentemente, é possível estudar a contribuição de Machado a diversos periódicos de seu tempo com o intuito de conhecer aspectos históricos, sociológicos, biográficos, etc. Entretanto, não devemos ignorar que, da mesma forma que Machado foi cuidadoso com a elaboração de seus romances e contos, também o foi com a escrita das crônicas. Dizer que essas lhe serviram de laboratório ou ateliê da composição literária não significa dizer que foram, para o Bruxo do Cosme Velho, meros exercícios ou “aquecimento” para a escrita de alto valor; significa reconhecer o caráter polimorfo, plural, plástico e, de certa forma, ilimitado da crônica, um gênero cujas fronteiras têm difícil demarcação. Pode ser um exercício curioso, por exemplo, pensar como muitas das estratégias estilísticas presentes nos trabalhos de Machado produzidos para o livro estão também presentes nas composições dirigidas para a imprensa. Esse é o objetivo principal desta comunicação. Desde o início da escrita de crônicas, Machado demonstrou preocupação com questões estilísticas. Em um texto publicado na série “Crônica”, editada pela revista luso-brasileira O Futuro, o jovem escritor dialoga com sua “pena de cronista” – que ele, naquele dia, teria tirado do fundo da gaveta – e expõe inquietações que não morreriam ali, nos primeiros anos (a crônica é de 15 de setembro de 1862): Sê entusiasta para o gênio, cordial para o talento, desdenhosa para a nulidade, justiceira sempre, tudo isso com aquelas meias tintas, tão necessárias aos melhores efeitos da pintura. Comenta os fatos com reserva, louva ou censura, como te ditar a consciência, sem cair na exageração dos extremos. E assim viverás honrada e feliz (IV, 75)11

A comparação da literatura com outra arte, a pintura, não é gratuita: o interesse pelo estilo, como sabemos, está longe de ser uma exclusividade da arte da palavra. O dicionário Houaiss, na acepção de “estilo” como “conjunto de tendências e 11

Nas citações da obra de Machado de Assis - à exceção da série de crônicas “Bons dias!”, para a qual utilizamos a edição preparada por John Gledson (ASSIS, 2008a) –, seguimos um padrão comum em trabalhos desta natureza: os números romano e arábico indicam, respectivamente, o volume e a(s) página(s) em que o fragmento é encontrado na Obra completa (ASSIS, 2008b). Em uma citação de Quincas Borba, recorremos ao volume 14-A das “Edições críticas”, por apresentar o texto tal qual foi publicado em folhetim na revista A Estação. Anais do XII SEL – Seminário [Internacional] de Estudos Literários - “Avatares do Folhetim”, Assis, UNESP, 2015 – ISSN: 2179-4871

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características formais, conteudísticas, estéticas etc. que identificam ou distinguem uma obra, um artista etc., ou determinado período ou movimento”, traz quatro rubricas: artes plásticas, arquitetura, música e literatura (HOUAISS, VILLAR, 2009, p. 835). Se não nos contentarmos com essa definição elementar e procurarmos em um estudioso da teoria da literatura como Antoine Compagnon uma definição mais rigorosa, veremos que a noção de estilo é impura, complexa. Trata-se de conceito ambíguo, uma vez que pode abranger tanto as características estéticas de uma única obra como de todo um período histórico. Da retórica à estilística, passando pela teoria da literatura, o estilo já foi desprezado, questionado e cultuado. Na primeira parte de nosso estudo, levantaremos breves apontamentos sobre a noção de estilo baseados na discussão que Antoine Compagnon empreende em seu O demônio da teoria, publicado originalmente em 1998. A seguir, pensaremos na matériaprima das crônicas da série “Bons dias!”, de Machado de Assis, publicada nos anos de 1888 e 1889 em sua quase totalidade no jornal Gazeta de Notícias. Dos faits divers, ou dos fatos de que se ocupa o cronista, passaremos ao tratamento dado a eles pela pena machadiana: será a vez de pensarmos em como alguns dos estilemas consagrados no romance e no conto também estão presentes na crônica. Notas sobre o estilo Um olhar, ainda que rápido, sobre a história do estilo como noção, mostra-nos que em algumas situações ele foi objeto de culto. Se considerarmos a visão romântica do estilo, que o associa ao “gênio” – e vale lembrar que é da visão romântica que herdamos a concepção moderna –, encontraremos a definição do estilo como “marca do sujeito no discurso”. Na Europa, um escritor como Flaubert torna-se conhecido pela verdadeira obsessão que tinha pelo trabalho do estilo. Pouco a pouco, intensifica-se a associação dessa noção com o indivíduo; a partir do fim do século XVIII, o estilo passa a ter valor comercial, a ser objeto de uma avaliação mensurável – tanto mais vale a obra de arte quanto mais atribuída for ao artista e não a sua escola (COMPAGNON [1998], 2012, p. 168). Todavia, é preciso pontuar uma suspeita que, ainda na época de prestígio da retórica, pairou sobre o estilo. Visto como ornamento, variação, efeito, desvio ao uso corrente da língua, ao estilo caberia como metáfora, no contraste entre carne e maquiagem, esta última. Seria o estilo uma bajulação, uma mentira? Aristóteles, na Retórica, ao distinguir efeito e argumento, despreza o estilo – sem ele, sem o efeito, não teriam os poetas a glória de que desfrutam; se é procurado o efeito pelo poeta, é-o em razão da imperfeição moral do público (cf. COMPAGNON [1998], 2012, p. 166). Se o estilo é visto como hipocrisia, como entender o fato de um autor – Machado de Assis – famoso pela forma irônica como retrata, em vários momentos, a sociedade de aparências, já ter merecido tantos estudos focados no que se convencionou chamar de “estilo machadiano”?

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Parece-nos que o estilo entendido simplesmente como maquiagem, efeito superficial e retórico, não encontrou eco na sensibilidade de Machado. Sabemos que sua biblioteca devia ser pobre em oradores; conforme nos esclarece Jean-Michel Massa, “o gênero oratório não agradava ao gosto do escritor de contos brasileiro, ele mesmo pouco orador e até antiorador” (MASSA. In: JOBIM, 2001, p. 29). Atestam essa avaliação de Massa pelo menos quatro das crônicas da série “Bons dias!”, em que é notável a paródia da oratória parlamentar.12 Na crônica de 17 de dezembro de 1888, por exemplo, o cronista conta que soube da publicação de um livro chamado Orador popular, uma compilação de discursos prontos para “todas as ocorrências e comemorações da vida, – batizado, enterro, aniversário, entrega de uma comenda”, entre outras diversas ocasiões (ASSIS, 2008a, p. 207). À imitação desse livro, propõe um O orador parlamentar e nos “brinda” na crônica com supostos inéditos de seu livro. O cronista nos dá, prontas, as falas do oposicionista, do orador e do ministerial. Vejamos apenas um fragmento da fala do ministerial: “Sr. presidente. Não venho trazer ao governo senão o apoio que dá o patriotismo; venho repetir-lhe o que a nação inteira brada pela voz dos seus melhores filhos: avante!” “Não sou dos que frequentam a tribuna; conheço que me faltam os méritos necessários; pouco tempo aqui estarei. Vou cedê-la aos grandes luminares desta casa, às vozes sublimes daqueles que (aqui mais grosso), como o profeta Isaías, contam as visões que tiveram aos homens que os escutam.” “Entendo, sr. presidente, que a oposição segue caminho errado; o tempo não é de recriminações, o tempo é de salvar a pátria. A oposição não saiu ainda das generalidades; fatos, provas, não apresenta, nem apresentará nunca; pelo menos enquanto os nobres ministros merecerem o apoio do país.” (ASSIS, 2008a, p. 209, grifo do original)

Machado nos oferece, assim, paródias realmente saborosas do estilo comumente praticado na política, marcado com frequência pela verborragia e pela falsa modéstia. O estilo que perseguirá em sua obra, conforme vimos na crônica d’O Futuro, será oposto: sem exageros e arroubos. Essa não é, aliás, a única diferença do estilo machadiano com aquele exortado pela velha retórica. Lembremos que Machado foi leitor de Montaigne e seus Ensaios. Segundo Compagnon ([1998] 2012, p. 167), Montaigne é um transgressor dos tratados de retórica, tratados que prescreviam a existência de três estilos que não poderiam misturar-se: os estilos simples, moderado e elevado/sublime. Montaigne, como o colega brasileiro o faria séculos depois, escreve, no mesmo texto, sobre assuntos “medíocres” e “sublimes”, fazendo uso de um estilo que Compagnon chama de “cômico e privado”. No Brasil, um dos primeiros críticos a notar essa característica em

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Cf. as crônicas de 6 set., 16 set., 6 out. e 17 dez., todas de 1888. Anais do XII SEL – Seminário [Internacional] de Estudos Literários - “Avatares do Folhetim”, Assis, UNESP, 2015 – ISSN: 2179-4871

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Machado foi Gustavo Corção, segundo o qual, depois de Machado, ninguém mais seria capaz de escrever com certa “graça dançarina”, ninguém mais saberia [...] compor aquela salada, a que se referia Montaigne, onde entram Voltaire, a instituição do júri, a carta que o grão-turco escreveu do próprio punho no jubileu do Papa, as saudades de Granada, algumas reflexões sobre o Corão, aplicadas logo após as eleições de Ubá, tudo isto envolto nos melhores molhos da língua […] (CORÇÃO. In: ASSIS, 1973, v. III, p. 325). Guardemos a expressão “melhores molhos da língua” e pensemos no lugar do estilo na teoria da literatura – veremos, então, que sua situação, durante muito tempo, não foi melhor do que aquela do período em que foi tido como maquiagem e hipocrisia. Lembremos que o estilo é solidário a várias “ovelhas negras” da teoria da literatura: basear-se-ia na possibilidade da sinonímia (a mesma coisa poderia ser dita de várias maneiras), pressuporia a referência (há uma coisa a ser dita) e a intenção (o autor é aquele que escolhe entre várias maneiras de dizer). No entanto, o estilo continua a ser estudado e tido como importante noção nos estudos de literatura. Graças aos estudos do filósofo Nelson Goodman, já no século XX, o estilo hoje já não é visto como “várias maneiras de dizer uma mesma coisa”, mas como “maneiras muito diferentes de dizer coisas muito semelhantes”, o que nos desobriga tanto a crer numa sinonímia absoluta, como a não distinguir o assunto do estilo. O cronista de “Bons dias!” e sua matéria-prima Os assuntos – ou a matéria-prima – de que se ocupa o cronista de “Bons dias!” são os mais diversos. A série só foi identificada como da autoria de Machado de Assis após a publicação da Bibliografia organizada por Galante de Sousa, em 1955, ou seja, até meados do século XX, a série permaneceu anônima. O mesmo não aconteceu com a série seguinte a “Bons dias!”, “A semana”, publicada também na Gazeta de Notícias entre os anos de 1892 e 1897. Nessa última, a identidade de Machado como autor era conhecida. Em “Bons dias!”, o anonimato teria oferecido ao escritor maior liberdade, tanto temática, quanto crítica. Tivemos a oportunidade de estudar muitos dos faits divers de “Bons dias!” em nossa monografia da graduação em Letras (CAMPOS, 2010), desenvolvida sob a orientação do Prof. Dr. Osmar Pereira Oliva na Universidade Estadual de Montes Claros. Já naquela oportunidade, fizemos um mapeamento dos assuntos tratados nas crônicas que nos mostrou o seguinte: 24 textos trabalham com temas ligados à política ou à economia, constituindo os temas mais presentes nas crônicas. É algo totalmente compreensível, pois os anos de 1888 e 1889 assistiram a eventos importantes da vida brasileira, como a abolição da escravatura, o fim do Império, a proclamação da República, entre outros. A abolição é tratada em oito crônicas; duas são as crônicas policiais; três crônicas discutem, sarcasticamente, os neologismos criados por Castro Anais do XII SEL – Seminário [Internacional] de Estudos Literários - “Avatares do Folhetim”, Assis, UNESP, 2015 – ISSN: 2179-4871

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Lopes para substituição das palavras francesas; seis crônicas tratam de assuntos ligados ao espiritismo, ao curandeirismo ou ao hipnotismo; duas dedicam-se à questão da imigração e naturalização de estrangeiros; duas crônicas falam sobre o que o cronista chama de “fechamento das portas”; a febre amarela está presente em duas crônicas e outras três parecem centrar-se na discussão da alteridade e do sentimento de posteridade. Trata-se de uma “salada” bem ao gosto de Montaigne, mas engana-se quem pensa que tais fatos não têm nada em comum para o cronista. O interesse desses fatos reside no que apresentam de insólito, extraordinário, surpreendente. Interessam, enfim, porque constituem viveiro de ideias, temas, sugestões e convites à criação literária. No caso de “Bons dias!”, em especial, defendemos, em nossa monografia de graduação, intitulada “Sob o signo de relógios em discrepância”, que a crônica inicial da série (de 5 de abril de 1888), em que o cronista se apresenta como um relojoeiro, pode servir como uma espécie de “chave” para a leitura de todos os faits divers e reflexões presentes na série. Apresentando-se como um relojoeiro cansado do ofício – e descrente dele: “[a] única explicação dos relógios era serem iguaizinhos, sem discrepância; desde que discrepam, fica-se sem saber nada, pois tão certo pode ser o meu relógio, como o do meu barbeiro” (ASSIS, 2008a, p. 80) –, o cronista passaria então a ver o mundo e os homens como uma grande relojoaria de relógios em discrepância. Assim, mostrará nas suas crônicas o desencontrar dos ponteiros na política, na economia, nas línguas, nas religiões, etc. Se a variedade de temas perpassa igualmente por outras séries de crônicas de Machado, parece-nos que tal possibilidade de leitura é uma característica exclusiva da série “Bons dias!”. Das estratégias ou estilemas É possível dizer que os faits divers tirados do jornal são temperados pelo cronista machadiano com aqueles “melhores molhos da língua”, de que fala Gustavo Coração. Leitor dos jornais nacionais e mesmo de publicações estrangeiras, Machado foi também leitor dos clássicos; foi leitor estudioso, se quisermos uma expressão mais correta. É conhecido o fato de que ele não costumava fazer anotações nos livros que tinha, mas também sabemos que algumas de suas “notas de leituras” chegaram até nós. Machado, conta-nos Mário de Alencar, desde o início da carreira literária, “foi aluno assíduo dos escritores da língua portuguesa […]. Anotava […] em pequenas folhas avulsas o que ia achando interessante, em matéria de estilo e de língua, sob o ponto de vista da dicção ou gramática” (ALENCAR, 1910, p. 137). Já é bem divulgado hoje o quanto o cuidado com o estilo está presente nos romances e contos machadianos. No que toca ao romance, vale destacar o interessante trabalho de Castelar de Carvalho, publicado em 2010: trata-se do Dicionário de Machado de Assis: língua, estilo, temas, em que, por meio de entradas dedicadas aos estilemas machadianos (ou seja, traços e constantes estilísticas presentes no autor de Dom Casmurro), Castelar de Carvalho exemplifica e discute aspectos importantes da Anais do XII SEL – Seminário [Internacional] de Estudos Literários - “Avatares do Folhetim”, Assis, UNESP, 2015 – ISSN: 2179-4871

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obra do escritor fluminense. Pretendemos mostrar nesta comunicação, tendo como base o Dicionário de Castelar de Carvalho e adotando a nomenclatura utilizada por ele, que muitos dos procedimentos estilísticos dos romances também estão presentes nas crônicas. Como espaço propício à experimentação literária, esses textos acolhem muitas das estratégias estilísticas de Machado. A seguir, apresentaremos uma pequena seleção dos estilemas que aparecem em “Bons dias!” e exemplificação breve, tendo em vista os limites de um trabalho como o nosso. a) Adjetivação compensatória: Segundo Carvalho (2010, p. 125), é a técnica que permite ao escritor expressar o que deseja dizer ou destacar de modo atenuado ou contrastivo. Nela pode haver humor, ironia ou perplexidade. No romance, um caso famoso ocorre em Memórias póstumas de Brás Cubas, quando Brás se refere a Virgília como “uma imponente ruína” (I, 630). Em “Bons dias!”, o caso talvez mais expressivo ocorre quando o cronista (em 29 jul. 1888) felicita Luís Murat por não ter sido eleito deputado. Se eleito, afirma o cronista, seria “o enterro do poeta”, pois Murat teria de abandonar a poesia se quisesse ocupar lugar na Câmara. Vibra, então, o cronista: “E que “bonita derrota”, Deus da misericórdia!” (ASSIS, 2008a, p. 155, grifo nosso). b) Amplificação: Figura obtida por meio de vários procedimentos – definição, metáfora, adjetivação, etc. –, seu efeito é “realçar ou fixar no espírito do leitor alguma informação de interesse do narrador” (CARVALHO, 2010, p. 127). Ainda na crônica anteriormente citada há esse estilema, quando seu autor se vale da adjetivação para realçar que a poesia não tem vez nos votos parlamentares, apenas a prosa: “Votar ou poetar. Vota-se em prosa, qualquer que seja, prosa “simples”, “ruim” prosa, “boa” prosa, “bela” prosa, “magnífica” prosa, e até sem prosa “nenhuma”.” (ASSIS, 2008a, p. 155-156, grifos nossos). c) Comparação (símile): Uma das principais críticas empreendidas pelo cronista no decorrer da série é dirigida ao latinista Antônio de Castro Lopes, que, na ocasião, criava, a partir da língua de Virgílio, palavras que pudessem substituir os chamados “galicismos”, abundantes na época (haja vista a forte presença da cultura francesa no Oitocentos brasileiro). Machado revela, na crônica de 22 de março de 1889, muito de sua sensatez quanto ao uso da língua ao aprovar a grafia “aprumo”, forma aportuguesada do francês à-plomb. Tampouco recrimina o uso de “desempeno”, palavra já documentada na língua com o sentido de à-plomb (embora não fosse neologismo de Castro Lopes, era a palavra defendida por ele para a substituição do termo francês). Sobre ficar com duas palavras – “desempeno” e “aprumo” – com o mesmo sentido, afirma o cronista: “É verdade que podemos vir a ficar com as duas palavras, para esta mesma ideia, coisa só comparável a ter duas calças, quando uma só veste perfeitamente um homem” (ASSIS, 2008a, p. 258). d) Conversas com o leitor: É uma das principais, se não a mais importante, estratégia do cronista de “Bons dias!”. Toda a série é marcada por uma relação ambígua com o leitor; momentos de urbanidade e agressão se alternam. Esse jogo é notável no trecho a seguir, retirado da crônica de abertura da série, de 5 de abril de 1888:

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“Hão de reconhecer que sou bem criado. Podia entrar aqui, chapéu à banda, e ir logo dizendo o que me parecesse; depois ia-me embora, para voltar na outra semana. Mas não, senhor; chego à porta, e o meu primeiro cuidado é dar-lhe os bons dias. “Agora, se o leitor não me disser a mesma coisa, em resposta, é porque é um grande malcriado, um grosseirão de borla e capelo”; ficando, todavia, entendido que há leitor e leitor, e que eu, “explicando-me com tão nobre franqueza”, não me refiro ao leitor, que está agora com este papel na mão, mas ao seu vizinho. Ora bem!” (ASSIS, 2008a, p. 79, grifos nossos).

Na crônica de 20-21 de maio de 1888, afirma que seus escritos “são palestras com os leitores e especialmente com os leitores que não têm o que fazer” (ASSIS, 2008a, p. 113). e) Estilística gráfica: Estratégia fundamental na composição das Memórias póstumas de Brás Cubas, também está presente em “Bons dias!”. Reticências abrem as crônicas de 19 de abril – “… E nada; nem palavra, nada” – e de 4 de maio de 1888 – “… Desculpem, se lhes não tiro o chapéu” (ASSIS, 2008a, p. 91 e 99, respectivamente). A combinação de reticências e ponto de interrogação dá à fala de São Pedro, na crônica de 19 de março de 1889, um tom de incredulidade: “Como…?… Não…?…” (ASSIS, 2008a, p. 255). Uma inscrição latina em pedra de mármore é reproduzida com destaque (centralizada, com caixa alta no título e itálico na mensagem) na crônica de 12 de abril de 1888 (ASSIS, 2008a, p. 87). f) Estilização da fala dos personagens: Embora personagens não sejam tão comuns nas crônicas, alguns se celebrizaram. É o caso, por exemplo, de Pancrácio, o escravo que aparece na crônica de 19 de maio de 1888. Esse texto é uma crítica a como a abolição da escravatura se processou: de alguma forma, a “escravidão” continuaria, só não teria mais esse nome. O cronista afirma ter alforriado seu “molecote” Pancrácio e ter proposto a ele continuar trabalhando por um ordenado “pequeno, mas que h[averia] de crescer”. O diálogo entre os dois é registrado e a grafia da fala de Pancrácio é uma tentativa de reprodução da fala popular: “ […] Quando nasceste, eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos… /  “Artura não qué dizê nada, não, senhô”…” (ASSIS, 2008a, p. 110, grifo nosso). Outro caso interessante é a estilização da fala de um personagem estrangeiro para que sobressaia o sotaque inglês: “ “Está aqui telegrama, senhorr”, disse-me o inglês de alto a baixo, com um ar de sobressalente; “senhorr pode egzamina ele, e reconhece que Company não tem interesse em inventa telegramas”.” (ASSIS, 2008a, p. 277, grifos nossos). g) Frases dubitativas: Exemplifica o estilo sinuoso de Machado a utilização de fórmulas de caráter dubitativo, como “creio que”, “hesitei”, “parece que”, “suponho que”, frequentes em seus romances (CARVALHO, 2010, p. 159). Também nas crônicas fórmulas assim são encontradas: “creio eu”, “quer me parecer” (ASSIS, 2008a, p. 184), “cuidava eu que” (ASSIS, 2008a, p. 211), entre outras.

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h) Frases feitas: Machado cita, cria e recria frases (feitas, refeitas, etc.), associando o sentido usual a um novo sentido, alterando completamente o sentido ou mesmo fazendo correções ou acréscimos ao adagiário popular. Às vezes é difícil saber se a frase já existia antes ou não, tamanha é sua verve de frasista. Vários são os exemplos na série “Bons dias!”, mas citamos apenas um. Na crônica de 1º de junho de 1888, uma frase é citada em referência aos que se vangloriavam por ter supostamente muito contribuído para a abolição da escravatura – embora, diz o cronista, tanto teriam colaborado para a libertação dos escravos quanto para a destruição de Nínive ou a morte de Sócrates… “Em linguagem chã”, conclui o cronista, “todos eles queriam ir à glória sem pagar o bonde; creio que fiz um trocadilho” (ASSIS, 2008a, p. 124). O trecho certamente não pede explicação; caso se faça necessária, digamos que aonde os supostos benfeitores do 13 de maio queriam chegar mesmo não era ao bairro em que Capitu e Bentinho foram morar depois de casados, mas à fama por feitos ditos heroicos e extraordinários. i) Gradação: “Enumeração em que se segue uma determinada ordem de valores, com palavras sinônimas ou não, […] visando a enfatizar uma ideia ou realçar uma imagem” (CARVALHO, 2010, p. 164). No caso do exemplo que colhemos de “Bons dias!”, essa imagem é a da vinda do meteorólito (ou meteorito) de Bendegó ao Rio de Janeiro, trazido do sertão da Bahia pela comitiva do engenheiro José Carlos de Carvalho. Segundo o cronista, o meteorólito vinha andando “vagaroso, silencioso e científico” (ASSIS, 2008a, p. 119). Destacamos o efeito humorístico que o adjetivo “científico” provoca, especialmente porque ocupa a terceira posição na gradação, a mais importante. Além da gradação, há nessa crônica o recurso à prosopopeia (atribuição de sentimentos humanos e palavras a animais, seres inanimados, etc.), uma vez que é o meteorito um de seus protagonistas, empreendendo interessante diálogo com o comandante José Carlos de Carvalho. j) Hipálage: É a combinação de um substantivo com um adjetivo com o qual geralmente não guarda afinidade, propiciando um efeito impressionista, surpreendente (CARVALHO, 2010, p. 169). Um exemplo tirado dos romances é o “morangos adúlteros”, de Quincas Borba (I, 785). Em “Bons dias!”, aparecem “infame catarro” e “monco [meleca; muco ressecado] pérfido” (ASSIS, 2008a, p. 101). k) Hipérbole: A princípio, o exagero não teria lugar no estilo sóbrio de Machado. Entretanto, para caracterizar personagens ou situações, a hipérbole é às vezes utilizada, como na crônica de 19 de março de 1889, em que um parágrafo é quase totalmente ocupado pelo nome do “Sr. Jacome de Bruges Ornellas Ávila Paim da Câmara Ponce de Leão Homem da Costa Noronha Borges de Sousa e Saavedra, 2º Conde da Praia da Vitória, 2º Visconde de Bruges”, informando seu falecimento em Portugal (ASSIS, 2008a, p. 253). Um amigo do Sr. Saavedra, sem nome – apenas um “nobre anônimo” –, manda celebrar uma missa pela alma do eminente finado, sem aproveitar a ocasião para fazer dos “títulos e nomes” do amigo sua “própria condecoração”. O ocorrido chama a atenção do cronista (ASSIS, 2008a, p. 253-255). l) Homeoteleuto (ou eco): Machado tinha ouvido de poeta e valia-se disso mesmo na escrita de prosa, de sorte que, às vezes, os leitores de seus romances e contos podem ter a impressão de identificar versos. Também na crônica essa percepção acontece, e frequentemente o próprio cronista tira proveito de quando faz uso do homeoteleuto, Anais do XII SEL – Seminário [Internacional] de Estudos Literários - “Avatares do Folhetim”, Assis, UNESP, 2015 – ISSN: 2179-4871

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recurso considerado a “matriz da rima”, pois pressupõe a identidade fonética das terminações das palavras. Na crônica de 11 de maio de 1888, ao se referir aos clamores favoráveis e contrários à abolição, nota que “ninguém arrancou aos fatos uma significação, e, depois, uma opinião. Creio que fiz um verso”. Na mesma página: “Compreendi que era um socialista que me falava, e mandei-o à fava. Foi outro verso, mas vi-me livre de um amolador. Quantas vezes me não acontece o contrário!” (ASSIS, 2008a, p. 103). m) Intertextualidade: Para Castelar de Carvalho, constitui-se, além de reveladora das afinidades estéticas de Machado, estilema marcante na ficção do autor (CARVALHO, 2010, p. 183-184). Também nas crônicas a intertextualidade está muito presente. Raimundo Magalhães Júnior, que organizou a primeira edição em livro de “Bons dias!”, intitulada Diálogos e reflexões de um relojoeiro (1956), notou que, embora o cronista se apresente na crônica de abertura como um inexperiente, alguém novo no mundo das letras, sua escrita o desmente frequentemente pela variedade de citações, muitas delas em línguas estrangeiras (MAGALHÃES JÚNIOR. In: ASSIS, 1956, p. 4). Com efeito, em “Bons dias!” há citações em espanhol, latim, francês, inglês, italiano e alemão, além do diálogo mais ou menos intenso com autores de diversos tempos e literaturas, como Homero, Virgílio, Suetônio, Luís de Camões, Michel de Montaigne, Molière, Nicolas Boileau, José de Espronceda, Nikolai Gogol, Alfred de Musset, Camilo Castelo Branco, entre outros. O cronista não parece trabalhar com escala de valores: diante de um fait divers qualquer, convoca um autor e o recorta do jeito que achar conveniente, muitas vezes de forma paródica. A Bíblia é um bom exemplo disso: toda a crônica de 20-21 de maio de 1888 é uma espécie de “tradução alternativa” – e preocupada com a vida pública brasileira – do Evangelho de São João. A crônica chega a se apresentar em versículos, aproveitando-se da forma como o texto bíblico é comumente organizado. n) Intratextualidade: Além do diálogo com obras de outros autores, “Bons dias!” participa, com a série anterior “Balas de estalo” (1883-1886) e o romance Quincas Borba, de um curioso caso de intratextualidade na obra machadiana, uma espécie de “diálogo interior”, embora não possamos descartar a possibilidade de que uma fonte externa, ainda desconhecida por nós, também tenha parte nesse “colóquio entre textos”. Como sabemos, a primeira versão de Quincas Borba se deu em folhetins n’A Estação (1886-1891): ou seja, em dois desses anos de criação do romance – 1888 e 1889 – a pena machadiana também se dedicou à série de que tratamos nesta comunicação. Lembramos também que Machado, quando iniciou a publicação de Quincas Borba n’A Estação, havia a pouco saído da participação nas “Balas de estalo”, série em que também colaboraram outros cronistas. Há uma pequena narrativa que é recriada nesses três trabalhos, presente neles de forma “encaixada”. Vejamos primeiramente sua presença na crônica de 28 de maio de 1885 de “Balas de estalo”: “Eu, em criança, ouvi contar a anedota de uma casa que ardia na estrada. Passa um homem, vê perto da casa uma pobre velhinha chorando, e pergunta-lhe se a casa era dela. Responde-lhe a velha que sim.  Então permita-me que acenda ali o meu charuto” (ASSIS, IV, 612). A anedota reaparece, com modificações, no capítulo CXVII de Quincas Borba, que, como folhetim, apareceu em 15 de janeiro de 1890:

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“caso ignore um contozinho que ouvi em criança, aqui lho dou em duas linhas. Ardia uma velha choupana na estrada; a dona, sentada sobre uma pedra, chorava o desastre, sem forças para tais. Passa um homem ébrio [,] vê o incêndio, vê a mulher, pergunta-lhe se a casa era dela. /  É minha, sim, senhor; é tudo o que eu possuía neste mundo. /  Dá-me então licença que acenda ali o meu charuto?” (ASSIS, 1976, p. 150, ortografia modernizada, foram retirados os grifos que indicam os trechos semelhantes nas duas versões do romance – folhetim e livro).

Em “Bons dias!”, a pequena narrativa aparecera antes, na crônica de 20 de abril de 1889. Dessa vez, o cronista faz menção ao que Gledson chama de “imaginário lugar de origem” da anedota, o “Almanaque do velhinho, ano 5º, 1843”: “[um sujeito], dando com um casebre a arder, e uma velha sentada e chorando, perguntou a esta: /  Boa velha, esta casinha é sua? /  Senhor, sim, é o triste buraco em que morava; não tenho mais nada, perdi tudo. /  Bem, deixa-me acender ali o meu cigarro? / E o homem acendeu o cigarro na calamidade particular” (ASSIS, 2008a, p. 261).

Certamente essa pequena narrativa e os vários significados que ela carrega diziam muito à sensibilidade de Machado, que a quis ver presente em mais de um de seus trabalhos. Considerações finais Seria difícil chegar ao fim desta comunicação se nos propuséssemos a citar e a exemplificar todas as estratégias do cronista. Várias delas poderiam ainda ser tratadas com interesse, como a utilização de onomatopeias, a metalinguagem, a metonímia, etc. Esse exercício, aliás, poderia ser feito com qualquer outra série de Machado. Identificar as estratégias do cronista, estudá-las e comparar a utilização delas na crônica com sua presença em outros gêneros está longe de “desgastar” as páginas machadianas, de fazer da leitura delas algo maçante; conforme já afirmou um estudioso do estilo em Machado, Walter de Castro, a obra desse escritor “suporta com serena imortalidade qualquer perquirição, donde sempre sai engrandecida, continuando sempre cheia de vida, pródiga com todos” (CASTRO, 1977, p. 6). Se a obra sai engrandecida, é toda ela, em sua completude, o que inclui também os chamados “textos menores”, como as crônicas. Nelas, muito da estilística machadiana continua a exigir nossa atenção.

REFERÊNCIAS ALENCAR, Mario de. Notas de leitura de Machado de Assis. Revista da Academia, v. 1 e 3. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 1910-1911. p. 137-45 e 91-7.

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ASSIS, Machado de. Bons dias! Introdução e notas de John Gledson. 3. ed. Campinas, SP: Ed. da Unicamp, 2008a. 320 p. ASSIS, Machado de. Obra completa em quatro volumes. Org. de Aluizio Leite, Ana Lima Cecilio e Heloisa Jahn. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008b. (Biblioteca luso-brasileira. Série brasileira). 4 v. ASSIS, Machado de. Quincas Borba: apêndice. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1976. 248 p. (Edições críticas de obras de Machado de Assis, v. 14-A). CAMPOS, A. S. L. Sob o signo de relógios em discrepância: um estudo da série de crônicas “Bons dias!”, de Machado de Assis. Orientador: Osmar Pereira Oliva. 2010. 50 f. Monografia (Graduação em Letras/Português) – Centro de Ciências Humanas, Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, MG, 2010. Disponível em: . Acesso em: 2 ago. 2014. CARVALHO, Castelar de. Dicionário de Machado de Assis: língua, estilo, temas. Rio de Janeiro: Lexikon, 2010. 328 p. CASTRO, Walter de. Metáforas machadianas: estruturas e funções. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico; Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1977. 126 p. (Lingüística e filologia). COMPAGNON, Antoine [1998]. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Trad. de Cleonice Paes Barreto Mourão e Consuelo Fortes Santiago. 2. ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2012. 296 p. Título original: Le Démon de la Théorie: Littérature et Sens Commun. CORÇÃO, Gustavo. Machado de Assis cronista. In: ASSIS, Machado de. Obra completa. Org. de Afrânio Coutinho. 3. ed. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973. v. III, p. 325-331. COUTINHO, Afrânio [1959]. Organização da presente edição. In: ASSIS, Machado de. Obra completa: em três volumes. 2. ed. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1962. v. I, p. 1118. GLEDSON, John [1986]. Machado de Assis: ficção e história. Trad. de Sônia Coutinho. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Paz e Terra, 2003. 340 p. GOMES, Eugênio. Apresentação. In: ASSIS, Machado de. Machado de Assis: crônicas. Org. de Eugênio Gomes. Rio de Janeiro: Agir, 1963. (Nossos clássicos, 69). p. 5-15. HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. 1986 p. JOSÉ, Elias. Um Machado de Assis menos prestigiado. Suplemento literário do Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 22, n. 1126, p. 3-4, 15 jul. 1989. MAGALHÃES JÚNIOR, Raimundo. Prefácio. In: ASSIS, Machado de. Diálogos e reflexões de um relojoeiro: escritos de 1886 (“A+B”), de 1888 e 1889 (“Bons dias”), recolhidos da “Gazeta de Notícias”. Org. de R. Magalhães Júnior. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1956. p. 1-18. MASSA, Jean-Michel. A biblioteca de Machado de Assis. In: JOBIM, José Luís (Org.). A biblioteca de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras; Topbooks, 2001. p. 21-90. Anais do XII SEL – Seminário [Internacional] de Estudos Literários - “Avatares do Folhetim”, Assis, UNESP, 2015 – ISSN: 2179-4871

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