DAS INOCÊNCIAS DE ROSA E LÍRIO (2009-2015)

July 23, 2017 | Autor: António Gil Hdez | Categoria: N/A
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Amado L. Caeiro (António Gil Hernández)

das inocências de rosa e lírio crunha, abril de 2015 (de 30/06/2009 a 24/08/2009)

1 Das inocências de rosa e lírio

2 Das inocências de rosa e lírio

Florilegio Tive, não sei quando, seria pelos meses de verão do ano 2009, a ocorrência... Ou alguém fez com que tivesse a ocorrência... Foi. E comecei de redigir, no Recanto das Letras, brasileiro, este, afinal poemário, Das inocências de rosa e lírio. É poemário; é cadeia de metáforas florais, quase todas; é alegoria em descuido desatento. Quem procurar algum sentido ou sem-sentido, algum achará, mas também errará: Rosa é rosa. Mais nada. Lírio é lírio. Mais nada. Contudo, rosa pode ser mais do que rosa. Como lírio indubitavelmente não fica reduzido a lírio. Ambas são mais do que flores, sem deixar de as ser. Porque as ofereço como humanas. 3 Das inocências de rosa e lírio

Na realidade as pessoas (as humanas; as divinas habitam olimpos invisíveis) somos como flores, odorosas, cheirentas, inoloras, fedorentas... de cores vivas, de cromatismos mortos, neutras, tristes, alegres, húmidas, secas, espinhentas, acariciantes... Flores. E lostregantes: hoje, à manhã, tudo é louçania; hoje, à noite, silêncio murcho envolvedor. Carpe florem. Ou sic transit gloria floris. Afinal, rebenta a flor da verdade, do amor, arcoda-velha florescido ou fogo de artifício eternizado. E nós, abrigados por elas.

4 Das inocências de rosa e lírio

rosa

rosa é rosa pétalas e botão asas a voar inquietações maçaneta ou mamilo de sensações percussão amorosa... (30/06/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1675253)

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5 Das inocências de rosa e lírio

lírio

lírio ignora ser fénix renascido e abrasado fogo e cinza sem pecado tudo sentido sem querer... (30/06/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1675258)

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6 Das inocências de rosa e lírio

foi...

Foi feliz por vezes por vezes infeliz — candidezes ou procura da raiz — o encontro repetido de rosa perfumada e de lírio arrependido de ser quase nada... (30/06/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1675339)

*** 30/06/2009 - PoetaGalega: Não existe o arrependimento. Existe o pulsar do coração e o sentir que leva ao amor. Lírio arrependido é lírio sem sentimentos. Rosa não pode ser rosa sem perfume, mas lírio pode ser arrependimento?

7 Das inocências de rosa e lírio

... cantava …

rosa cantava: «eu sou rainha das flores que o céu gerou no campo nevoento dos amores.» cantava rosa e o céu rebentou em luz gentil e amorosa... (01/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1677021)

*** 01/07/2009 - Felipe Cabrerisso: Divina é a Rosa que faz nascer a poesia e alegra o coração. Belíssimo texto!

8 Das inocências de rosa e lírio

... dedilhe …

lírio, flor varonil, rendeu-se em êxtase sublime ao som sensual de rosa gentil... dedilhe delicado e amime pétalas e botões suscitados nas canções... (01/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1677032)

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9 Das inocências de rosa e lírio

... rosa incerta …

rosa amanheceu rosa lírio tremeu sob nuvens avermelhadas: doce paixão amorosa a descer resvalando até ao segredo das fadas. O céu, rosa incerta, lento foi baixando até as dores ficarem apagadas. (02/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1677053)

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10 Das inocências de rosa e lírio

... humidade prazerosa … Calça rosa coturno de amor diurno e noturno... lírio lamenta razões e tremedoras sensações de longínquas trepidações... Lua lábil leve externa humidade prazerosa flui das pétalas da rosa sincera, abrangente, terna... (02/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1678361)

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11 Das inocências de rosa e lírio

... abraço lento e lento ...

Em pétalas floresce rosa, como globos que o amor acresce, lancinantes como lobos, moles como carne branda, que mistérios alteados demanda... doces como mel grudento, à procura do abraço lento e lento... Entrementes lírio levanta sentimentos e mãos violento a dedilharem redondeza tanta...

(02/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1678715)

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12 Das inocências de rosa e lírio

... raio de luz ...

lírio excede nevoeiros abre fendas silentes nos outeiros descobre as pétalas felizes trás os assombros e os deslizes Quebra as sombras inibidas raio de luz e de mãos estendidas: Tudo foi rosa, tudo paixão amorosa... (02/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1678767)

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13 Das inocências de rosa e lírio

... exuberante ...

É rosa coroa radiante e primorosa e lírio, jubiloso, exuberante: Lua de Sol ou Sol de Lua, rosa incendeia de luzes e tremores as sombras dos amores tão pertinazes quanto transitórios: tão prometedores quanto ilusórios... (03/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1680026)

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14 Das inocências de rosa e lírio

... Beatrice e Dante ...

lírio ergueu cabeça e perfume rosa mergulhou no lume pétalas e carícias: Suaves, breves delícias esvoaçaram nos recantos dos amores... Tantos foram os florilégios nos êxtases submersos que só sacrilégios esclarecem corpos inversos, carne vibrante, suspiros de Beatrice nua trás o anelo sensual do Dante, abraçado ao raio cinzento da lua... (03/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1680278)

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15 Das inocências de rosa e lírio

... vieira ... rosa gira arredor de lírio, sem tino: lostregam-lhe flores de amor no firmamento peregrino... Suspiros acompassados, doces anelos sinuosos, moles melismas melindrosos, sons de prazer delicados... lírio percebe adormecido num leve mergulho descaído... Mansa mensagem de vieira Vénus ferida verifica: Gozo de rosa parceira, ânsia que nunca claudica... Apóstol de tentações na catedral predica: «Enfeitemos as paixões com os amores em bica...» (03/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1680575)

*** 04/07/2009 - grace kelie: Das inocências de Rosas e Lírios, me ilude uma doce ilusão! Frágeis, tranquilas,lágrimas de orvalhos. Almas,aos prantos, desejando mais que tudo Amar!. Parabéns pela Poesia! Amigo Poeta! 16 Das inocências de rosa e lírio

... ânsia amorosa ...

lírio (minúsculo) torna-se jorramento de amores, estrelas de artifício a pungirem o firmamento com vaga-lumes de liberdade, flores ardentes de gozoso vício Nesse aliviado e justo momento rosa (minúscula imensa) geme esferas de saudade, comove sacudidela tensa... Florescem suaves pirilampos que beijos semeiam nos campos prazerosos de lírio e de rosa: inquietação certa, ânsia amorosa...

(04/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T16816559

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17 Das inocências de rosa e lírio

... transmudada rosa ... Amor, nu menino cego que é e se representa, morde como cru morcego as pétalas de rosa, violenta, o candor, ressurgido e grave, de lírio, por vezes suave e abandonado, por vezes soberbo em altivezes... Transmudada rosa em alvoroço, embebe as pétalas na humidade, entremostra mistérios em esboço e com carinhos cinzela a saudade... lírio, quer submisso, quase escravo, quer aceso em desatado fogo, quebra fronteiras, cavalga bravo sem pouso, sem escusas, para logo... Tudo foi manha astuciosa do Amor com lírio e com rosa... (04/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1681707)

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18 Das inocências de rosa e lírio

... dunas e seios ...

Nuvens de admiradas surpresas envolvem rosa e lírio: Olhadas acesas avivam como dardos dunas e seios. Palpitam as mãos, dedilhantes; tecem persistentes felizes enleios, enquanto se desferem delirantes anelo de sussurros e gritos silenciosos por lírio agitado, anel de rosa em beatos ritos de pétalas leves, desabrochado até à paixão aquosa, fundamente prazerosa...

(04/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1681926)

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19 Das inocências de rosa e lírio

... enrubescida ...

Ergueu-se lírio do oceano amaro, em que rosa se acha mergulhada: foi ensaio gostoso, simples, raro ferir aromas, suplantar o nada: As pétalas tornaram-se braços: os estames, lábios sorvedores, como vampiros suaves, como laços que húmidos comungam amores: Vencida de vento e harmonia tende-se lânguida a rosa, toda ledice, toda melodia, enrubescida e assombrosa...

(05/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1683987)

*** 05/07/2009 – PoetaGalega: Lindíssimo. *** Como rosa deitada no mar, devagar caminhando para com as caracolas poder conversar... Alfonsina.

20 Das inocências de rosa e lírio

... adoçado ...

Rebenta rosa em suaves esferas que nádegas parecem, mas são apenas pétalas de amor, sinceras pétalas que afogueia a paixão... Lírio chameja, brilha, cintila, aos céus ascende, na terra flutua, adoçado fustiga a cega pupila e oculta no amor as cinzas da lua rosa, incendiada, feliz, continua a arrolar amimada, esférica e nua...

(05-06/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1684024)

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21 Das inocências de rosa e lírio

... briga …

lírio esboça céus e estrelas: carícias de língua e mordedelas rosa desenha arcos de luz: ornamentais beijos de uz rosa languidece: foi a fadiga: lírio se engrunha trás a briga

(05-06/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1684049)

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22 Das inocências de rosa e lírio

... fervorosa ...

rosa, aberta e dividida em pétalas esféricas, quebra espaços e convida a mudanças quiméricas... Vão e vêm, tentadoras, carnudas, como em chamas, inquietações sedutoras: São veementes proclamas que a lírio convocam: já rosa se abraça a lírio fervorosa...

(06/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1685167)

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23 Das inocências de rosa e lírio

... melado ...

Sublime se estremece lírio entre os carinhos da mão: Rebenta brando o delírio, flor fluente da paixão... rosa envolve e abraça húmidas sensualidades: lôstrego eterno que traça celestes felicidades... Ressuma melado amor dos abraços, do tremor... (06/07/2009.- Recanto das letras, código do texto: T1685183)

*** 06/07/2009 - PoetaGalega: Força, leva para a frente. Valor, faz avançar o pé. Constância, insiste no ponto. Só tenho medo da loucura, que leva a porto extraviado...

24 Das inocências de rosa e lírio

... par lascivo ...

lírio pedunculiza os olhos e o desejo: com eles lambe os outeiros suaves e os mamilos como pétalas de rosa; acampara ternamente o fiel ensejo no campo dos entusiasmos graves: êxtase alcançado, conjuntura ditosa... Par sem par, excelente, excessivo, meigo, amorável, sensível, lascivo...

(06/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1685615)

*** 06/07/2009 - PoetaGalega: Meu caríssimo amigo, enorme poeta, o mistério das palavras está em as viver: em viver [nós] o que escrevemos e dizemos. Não na vida delas, elas vivem para sempre, no papel ou na tela ou na memória de quem as ouve. Mas e nós? Vivemo-las a elas? Vivemos como falamos ou falamos palha de ar? De ar pesado, que cai, como a palha seca no campo da sega. Que sega vidas como sega a palha seca para dar de comer os animais e depois fazer o estrume. Palheiro não se faz sem palha e a palha seca da sega serve também de serpe que afoga e enforca as palavras na garganta... Sem viver não se pode escrever.

25 Das inocências de rosa e lírio

... ternura elementar ...

As pétalas amáveis de rosa prolongam-se em braços de candura, cobras nobres que astuciosa, de amor, emaranham branda envoltura. Envolvido lírio, borboleta ingénua, fica preso nos abraços que o tornam feliz pateta, engrunhado em tão melados laços. Não é cobarde lírio extático: não é ousada rosa por se alargar: são carinho luxuoso e prático em aromas de ternura elementar...

(07/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1686839)

*** 07/07/2009 - Ryoko: Mas que coisa mais bela e singela, repleta de envolvente ternura! estás de parabéns, meu caro. é assim mesmo que imagino a relação dessas duas flores, opondo formosura e candura.

26 Das inocências de rosa e lírio

... súbditos dos amores...

Por que se amostra rosa cindida como duas doces metades de maçã? Por que lírio, irresoluto, duvida prelibar a doçura suave da manhã? Será que teme sofrer incerta paixão de arujos frouxos e indecisos? Será que receia a trémula oferta dos prazenteiros e dilatados sorrisos? Talvez nem rosa nem lírio, sossegados, sejam apenas flores: Talvez sejam, por primor, humanados súbditos dos amores...

(07/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1687136)

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27 Das inocências de rosa e lírio

... erotismo ...

rosa, estrela bela, lírio, tensão singela... cingidas por ténue ternura, por inspirada formosura, a propagarem a candura de serem cova e relampo, azar e luminoso abismo: batalha gostosa no campo misterioso do erotismo... (07/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1687209)

Permiti-me aproveitar o comentário que em 07/07/2009 enviou Kyoto: «Mas que coisa mais bela e singela, repleta de envolvente ternura! estás de parabéns, meu caro. é assim mesmo que imagino a relação dessas duas flores, opondo formosura e candura.»

*** 07/07/2009 PoetaGalega: Amantes defrontados. Batalha dos amores em que o inimigo é o outro e um mesmo. Rosa é lírio e lírio é rosa, e só mercê dessa abstração é que o amor se concretiza. 28 Das inocências de rosa e lírio

... líquidos ...

Chove maininhamente (diria Rosália, poeta galega): A água, lenta e agarimosa, anega os amores de rosa e lírio, insistente como rio fluente de borboletas aliviadas... Pelos céus voam alegrias namoradas...

(30/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1727818)

*** 01/08/2009 - PoetaGalega : Quereria ser rosa, ou lírio, tanto me tem, a me molhar nesse rio de borboletas orvalhantes e apaixonadas. Mas sou apenas ilusão perdida em sombras de amores impossíveis...

29 Das inocências de rosa e lírio

... azuis ou verdes ...

Azuis ou verdes esperanças: bulideiras danças: os amantes rosa e lírio traçam em delírio de estrelas felizes, de astros sobre os hínicos castros que cingem nus pinheiros e pregoam navios certeiros... rosa e lírio, lírio e rosa: azul ou verde presença ardorosa...

(30/07/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1727952)

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30 Das inocências de rosa e lírio

... obrigadas ... Inocências ou impudências de rosa e lírio odorantes: semelhantes à curiosa paixão retinente que ousada briga, mas cedo desliga, impaciente... Sinos ao longe... Sombras de monge... Tudo é presente, mas tudo ameaça trás da coraça do passado inclemente, obstinado... Foram inocências agradecidas, obrigadas: Verificadas ao amor, sob o ardor das inclemências... (01/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1731176)

*** 31 Das inocências de rosa e lírio

... painas somos ...

Painas somos, embora lírio ou rosa apareçamos... ou singelos gromos em videira candorosa... Submersos avançamos no amor, até ao fundo do acarinhar mundo: Aram ardor os nossos dedos na pele e no coração esmorece a canção dos tempos azedos... NOTA: Kathleen Lessa comentou um poema meu: «Painas molhadas derivaram destes.» (01/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1731226)

*** 32 Das inocências de rosa e lírio

... ilusão ...

Sofreu lírio do gume iludido: E rosa serena beijou a incisão armada de flores futuras, absorta no fim percebido... Houve sonora e brava canção a elevar-se em gentis urdiduras: Corações unidos! Corpos cindidos!

(08/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1743351)

*** 09/08/2009 - PoetaGalega: Não quero saber de gumes nem de fins percebidos, quero só o beijo curativo e a vida em ti, que me dá a minha, poeta.

33 Das inocências de rosa e lírio

...

"sexideal" ...

Quando sexo desalenta, mais arde o desejo: «rosa acendida, vejo que o amor acrescenta...» «lírio simples, aviva em sensual deriva...!»

(08/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1743367)

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34 Das inocências de rosa e lírio

... pele suave ...

Beija lírio a pele suave de rosa... A mão navega por ondas de carne: Ave que sobrevoa azulega sensação de fiéis ardores, enquanto no céu amores os anjos tecem luxuriosos fluentes futuros viçosos...

(08/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1743371)

*** 09/08/2009 - PoetaGalega: Serão fluentes futuros a caírem em cascata acarinhante sobre lírio fresco e renovado, sedento e alvo de manhãs claras e aliciantes.

35 Das inocências de rosa e lírio

... templo ...

O teu corpo contemplo, templo de rosa, e caminho e venero a curva charola, afogueada corola em chamas... ninho de luzes, de cores, de lídimos amores: sol ardente e suave lua, pele e carne nua... Sou lírio, és rosa: apenas lascívia candorosa...

(19/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1762961)

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36 Das inocências de rosa e lírio

... cindida ...

por lírio desbotado rosa abre-se cindida em clamor abrasado de excitação prendida ao amor, dedilhante fiel melodia errante: são sublimes ornatos de soluços e abismos: rosa navega gratos vibrantes paroxismos: lírio apenas procura luares de flor pura...

(20/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1764290)

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37 Das inocências de rosa e lírio

... dança ...

Imaginei a dança cingida da esperança... Apalpei o amor lascivo, quase morto, quase vivo: Tu, rosa frenética, febril, eu, lírio torpe e acanhado, dançamos dança de abril apenas imaginado: e batemos nos outonos de lânguidos sonos...

(20/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1764575)

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38 Das inocências de rosa e lírio

... flores ...

Somos flores: somos sexo: estames, odores, pistilo, reflexo: rosa de ardores, lírio em complexo: somos amores, corpos e amplexo...

(20/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1764903)

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39 Das inocências de rosa e lírio

... ignorância ...

Por vezes te ignoro, mas cedo voltas a mim em acampamento carnal: Oculto em ti moro, lírio ou ignóbil jasmim, como mistério pascoal... Vivo em ti, no fingimento de amor isento e lascivo: lavro bravo o sentimento em que seduzido vivo...

(21/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1766631)

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40 Das inocências de rosa e lírio

... flor bela ...

rosa não é rosa... Ou sim? rosa, lírio ou jasmim? Tanto tem: flor bela decerto é, e singela, como sombra de prazer, qual carícia no lazer, fervença de ardores, abraço de flores, beijo febril, um, dous,... mil.

(22/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1767534)

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41 Das inocências de rosa e lírio

... luas de carne branda ...

Sempre, desde infante, admirei as luas de carne branda, luas que escurecem à beira do rei do dia, tímidas, graves, nuas... São luas bifrontes, abertas em rosa de paixão: incertas ou secretas vias ao sentir, intenso, à sombra e ao latir, lírico, do mundo feminino, do antigo ultreia! peregrino... Nelas lírio esconde o medo: nelas torna-se feliz e ledo.

(22/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1767618)

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42 Das inocências de rosa e lírio

... dedo obrigado ...

rosa dedilha suave... lírio dedilha leve... pele sensível de ave... calafrio de neve, meigo, brando e cindido: gomos de sumo ardido cerram laranja travessa: tudo é dedo obrigado: tudo canção acessa de nu amor obstinado...

(22/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1768006)

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43 Das inocências de rosa e lírio

... esfera de luz ...

Esfera de luz, dividida em doces e inebriantes meixelas de amor: Favorável rosa, ferida em sorrisos galantes de húmido fulgor: Humilde, lírio ajoelhado extravia-se nas ondas do gozo apenas enxergado: Foi no vencer as redondas luzes da esfera sonhada: Vida e Morte, Todo ou Nada

(23/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1769530)

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44 Das inocências de rosa e lírio

... rios de carne ...

Rios de carne, rios de pele, soberanos rios de amor e flores: Maravilhosos cios, ardentes e tiranos, empolados nas cores: Boia rosa no espanto: geme lírio no encanto: Dous são uno, aquosos: leves, doces, melosos

(23/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1770088)

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45 Das inocências de rosa e lírio

... redondezas ...

Olhos olham redondezas de rosa e pétalas em leque: Volúpias bravas, proezas que amor tangido breque...

(23/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1770399)

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46 Das inocências de rosa e lírio

... graça ...

Teu corpo tem a graça das almas inocentes: Imagino que esvoaça como pássaro gentil Faz com que eu faça amor com paixão, amor como a vide que enlaça fugitivos tempo e dor, calma, doçura e raça: Meu corpo sedento e cru teu corpo nu breve abraça

(24/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1771210)

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47 Das inocências de rosa e lírio

... monte de paixão ...

Monte de paixão amante visito: Lábios, dedos... mão com sossego excito: Desabrocha rosa pétalas de amor: Lírio ingénuo glosa as faces da flor...

(24/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1771436)

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48 Das inocências de rosa e lírio

... façanha ...

lírio procura rosa ingénua façanha pura, mas estrénua rosa concebe ser buscada lírio percebe luz de alvada: já rosa com lírio às carícias insere delírio nas delícias NOTA.- Reconheço que o poema anda desinspirado. O poema, não, o pseudopoeta. Mas fique assim, seja criticado e tentarei refazê-lo.

(24/08/2009.- Recanto das Letras, código do texto: T1771911)

*** 24/08/2009 - Thereza Green : O lírio procura / Uma rosa ingénua / De façanha pura / Mas estranha / A rosa concebe / Ser buscada. / E o lírio percebe / Uma luz na alvorada / Agora Rosa com Lírio / Entre carícias / Insere certo delírio / Como que delicias.- O seu poema transmite as palavras essenciais. Um abraço poético e parabéns.

49 Das inocências de rosa e lírio

50 Das inocências de rosa e lírio

Glossário Agarimoso adj. 1. Que ampara ou protege; protetor.- 2. fig. Carinhoso. Arrolar v. tr. 1. Cantar a rola.- 2. Mexer a criança no berce ou rolo.- 3. Adormecer a criança com arrolos.- 4. Enamorar uma pessoa a outra com palavras doces.- 5. Formar rolos.- 6. Subir a uma árvore e abaneá-la.- 7. Esfregar o linho contra uma pedra para lhe tirar os canhotos antes de o deluvar. Arrular. // v. i. 1. Mover-se uma cousa de um lado para outro sem se mover do sítio.- 2. Dar voltas sobre si mes mo, cair dando voltas. Engrunhar v. tr. 1. Encolher.- 2. Retirar contraindo.- 3. Diminuir uma cousa de tamanho, ao se secar. // v. Pron.- 1. Encolher-se, contrair-se, o corpo ou algum dos seus membros.- 2. Reduzir-se a menor volume.- 3. Acobardar-se por apoucamento ou pobreza.- 4. Rugar-se as folhas da videira.- 5. Acocorar-se, pôr-se de cócoras.- 6. Acaçapar-se, ocultar-se. Fervença s. f.: 1. Efervescência, ebulição de um líquido.- 2. Agitação, acaloramento, ardor.- 3. Cascata. - 4. Escuma que faz a água ao cair desde altura. Gromo2 s.m. 1. Gema, renovo das árvores e plantas.- 2.Renovo da videira.- O m. q. Gomo. Lostregar v. tr. Dar açoutas, jostregar. // v. i. 1. Haver lôstregos, relampaguear.- 2. Produzir luz ou brilhar muito com intermitências: lostregavam-lhe os olhos com a carragem. Lôstrego ou Lostrego s. m. 1. Resplandor muito vivo e súbito, nas nuvens, produzido por uma descarga elétrica.- 2. Figo que amadurece antes de tempo.- 3. Molusco lamelibrânquio mais conhecido por morruncho e ostra (Gryphaea angulata).Como um lôstrego: subitamente, num momento. Meixela s. f. 1. Cada uma das duas proeminências do rosto debaixo dos olhos.2. Parte da cabeça do eixo do carro que sobressai do molo depois de encaixada nele.3. Gengiva. Ultreia! s. f.: Canto que entoavam antigamente os peregrinos que visitavam o sepulcro do Apóstolo Santiago. Uz s. f. Nome vulgar de diversas ericáceas que crescem nas terras incultas (Erica arbórea). Vars. Urze, uza. [lat. Ulice]

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