De Inácios e Antônios: práticas de nomeação e estratégias sociais de duas famílias da elite do Rio Grande de São Pedro (C.1750-C.1820)

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Revista Latino-Americana de História Vol. 3, nº. 11 – Setembro de 2014 © by PPGH-UNISINOS De Inácios e Antônios: práticas de nomeação e estratégias sociais de duas famílias da elite do Rio Grande de São Pedro (C.1750-C.1820) Rachel dos Santos Marques

RESUMO: Tem-se por objetivo analisar as práticas de nomeação estabelecidas por duas famílias do Rio Grande de São Pedro no final do século XVIII e início do século XIX com vistas a compreender as estratégias e a atuação das famílias no contexto em que viviam. Trata-se, de um lado, dos descendentes de Antônio Furtado de Mendonça e Isabel da Silveira, e, por, outro dos descendentes de Antônio Francisco dos Anjos e de Eugênia Maria de São João, ambos os grupos tendo sido proeminentes nas localidades de Rio Grande e Pelotas. Para a pesquisa foram utilizadas genealogias e registros paroquiais das localidades de Rio Grande, Viamão e Pelotas. A partir dessas informações e baseando-se em estudos precedentes de onomástica, as praticas de nomeação foram percebidas como parte de um esforço realizado pelos atores em estabelecer marcadores de pertencimento, esse último elemento fundamental em uma sociedade ainda regida por parâmetros de Antigo Regime. Palavras-chave: Práticas de nomeação. Família. Estratégia.

ABSTRACT: This paper aims to analyze the naming practices established by two families of the Rio Grande de São Pedro in the late eighteenth and early nineteenth century in order to understandth strategies and procedure of those families in the context in which they lived. It is, on the one hand, the descendants of Antônio Furtado de Mendonça and Isabel da Silveira, and, on another, the descendants of Antônio Francisco dos Anjos and Eugenia Maria de São João, both groups have been prominent in the localities of Rio Grande and Pelotas. To survey the information reviewed here were used genealogies and a wide range of parish records, especially those of baptism, from Rio Grande, Viamão and Pelotas. From these data and based on previous studies of onomastics, the study naming practices were perceived as part of

Keywords: Naming practices.Family.Strategy.



Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação emHistória da Universidade Federal do Paraná, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Martha Daisson Hameister. Bolsista CAPES/REUNI.

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society still governed by parameters of the Ancient Regime.

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an effort by the actors studied to establish markers of belonging, that last key element in a

Revista Latino-Americana de História Vol. 3, nº. 11 – Setembro de 2014 © by PPGH-UNISINOS O ato de dar um nome às coisas e às pessoas é, provavelmente, um dos mais antigos realizados por homens e mulheres no planeta em que vivemos. As motivações e objetivos relacionadas com tal ato não são, no entanto, uniformes. Especialmente no que se refere à nomeação de seres humanos, a necessidade de identificar foi acompanhada por motivações que muito tem a ver com o tipo percepção de mundo trazidas por aqueles que fornecem os nomes em cada momento. Atualmente, buscamos dar a nossos recém nascidosnomes raros, diferentes, ou que pareçam elegantes. Nomes, portanto, que os separem e distingam dos demais, que os individualizem. Nas sociedades de Antigo Regime, por outro lado, nomes tinham a função primordial de identificar seu portador ou portadora como pertencente a uma família, uma linhagem. Eram utilizados para dar significado, para formar associações, e não para singularizar (GÉLIS, 1984). Ocorria, no interior das famílias, uma constante reiteração de alguns nomes, que funcionavam como marcadores de parentesco (BURGUIÈRE, 1984). A necessidade e o desejo de individualizar a criança se esvaíam diante dos imperativos da filiação, da necessidade de transmitir segundo as regras o patrimônio real e simbólico da família, do qual o nome constitui um dos elementos(SCHNAPPER, 1984). Em se tratando de uma sociedade que não se percebia enquanto formada por indivíduos, e sim por grupos, pertencimento é um elemento fundamental. Nas sociedades de Antigo Regime, cada pessoa e cada grupo possuía uma posição determinada na hierarquia social, e as diferenças entre elas eram constantemente marcadas, lembradas, reforçadas, como forma de manutenção dessas mesmas diferenças. Tendo essas questões em vista, analisaram-se práticas nominativas de duas famílias proeminentes no Rio Grande de São Pedro, especialmente nas localidades de Rio Grande e Pelotas na segunda metade do século XVIII e primeiras duas décadas do século XIX.Entendese que tais práticas desempenharam um papel importante nas estratégias sociais dos dois

Entre osdescendentesdas famílias estudadas encontram-se muitos donos de estabelecimento de charqueada e, posteriormente, detentores de títulos de nobreza do império brasileiro. Sendo o charque 1 um produto de alta demanda (por ser elemento base na 1

Proteína desidratada por meio de salga e exposição ao sol.

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que não diretamente – no sucesso dos negócios com os quais se envolviam.

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grupos com vistas à manutenção de sua posição social, e como elemento de influência – ainda

Revista Latino-Americana de História Vol. 3, nº. 11 – Setembro de 2014 © by PPGH-UNISINOS alimentação de escravos e de setores mais pobres da população) e sendo sua fabricação um processo caro (era preciso ter acesso aos bois, por criação ou compra, o sal era extremamente custoso,2 e, principalmente, a mão-de-obra escrava era dispendiosa), percebe-se que o envolvimento com o comércio da proteína não estava disponível a todos, tendo maior sucesso aqueles que já possuíam recursos econômicos e sociais para tanto. Uma das famílias estudadas foi foco de pesquisa anterior (MARQUES, 2012) e constituía-se em cinco irmãs, filhas do casal Antonio Furtado de Mendonça e Isabel da Silveira, provenientes da Ilha do Faial, seus maridos e respectivos descendentes. Esse grupo familiar teve grande influência na política e economia sulinas na segunda metade do século XVIII, e alguns de seus descendentes não só foram capazes de manter a posição social ocupada pela família nas gerações anteriores, como puderam ampliar seu destaque em termos econômicos e políticos no ambiente em que viviam. O segundo grupo familiar trabalhado constitui-se nos descendentes do contramestre Antônio Francisco dos Anjos e de sua mulher Eugênia Maria de São João, entre os quais encontra-se o Capitão-mor da vila de Rio Grande, homônimo do pai. Trata-se de uma das mais antigas famílias do Continente, com raízes na Colônia do Sacramento. Também envolveram-se fortemente com o comércio do charque, embora pareçam não ter tido tanta proeminência nesse negócio quanto a família anterior. O motivo da escolha desse grupo para análise reside na importância do mesmo na localidade de Pelotas e de se ter indícios da existência de disputas de recursos sociais entre ele o grupo formado pelos Silveira e seus associados. Observa-se a legação de nomes como parte do panorama desenhado pela atuação desses dois grupos. Os estudos acerca do nome3 e suas atribuições – a onomástica – ganharam força a partir da década de 1980, especialmente na frança, onde foi publicada uma série de trabalhos que tinham as práticas de nomeação como foco principal. Nascida da fusão dos

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Diante da confusãoexistente, nosdiasatuais, entre o uso de “nome” como “nomepróprio”, ou “prenome” e tambémcomoconjunto de “nomepróprio” e “sobrenome”, foibuscar-se no Dicionário de Raphael Bluteau as definições de “nome”, “prenome” e “sobrenome”, sendoencontrado o que segue: “Nome:Palavraapropriada a algumacoisa, oupessoa, para se conhecer, e distinguir de outra.”; “Prenome: É o nome, outítuloque precede aonomepróprio: v.g.em Dom Pedro de Castros, onde o nomepróprio é Pedro, o Dom é o prenome.”; “Sobrenome: O nome da casa, e família, acrescentadoaonome de Batismo, ouaonomepróprio. v.g. Pedro Viegas, [...]. Pedro é o nomepróprio, e Viegas o sobrenome”.Assimsendo, serãoutilizadosostermos “nome” ao se referiraonomeounomespróprios, sobrenomeao se referiraonomeounomes de família, de acordo com Bluteau

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Existia um monopólio da comercialização de sal no Brasil, regulado pelo Contrato do Estanco do Sal, que era arrematado por particulares. O produto, essencial para a fabricação de carnes e o curtimento dos couros, podia atingir em função disso elevados valores.

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Revista Latino-Americana de História Vol. 3, nº. 11 – Setembro de 2014 © by PPGH-UNISINOS interesses de várias disciplinas, tais como a história, a antropologia e as ciências sociais, a onomástica tomou corpo no campo da história por meio do trabalho dos historiadores demógrafos, uma vez que o nome era um elemento de identificação de pessoas indispensável para cruzamento das fichas na reconstituição de famílias. A partir de então surgiram questões que levaram a estudos mais sistemáticos dos nomes e das práticas de nomeação nas diversas sociedades. Dos muitos resultados dessas pesquisas, é importante ressaltar a identificação de um grande modelo nominativo que teria vigorado na Europa entre o século XVII e o início do século XIX, cujas características principais são a existência de um pequeno estoque de nomes de origem majoritariamente cristã, o caráter excepcional dos nomes múltiplos, e o prevalecimento da utilização de três ou quatro nomes por sexo (BOUTIER e PEROUAS, 1984). Embora tal modelo tenha sido identificado para o contexto europeu, tudo indica que na América portuguesa as práticas de nomeação fossem muito próximas das características elencadas. De qualquer forma, aidentificação da existência de modelos e padrões de nominação é um indicativo de que o ato de dar nome a alguém envolve mais do que a simples identificação e diferenciação entre pessoas. Trata-se de uma atitude permeada por regras que, com sorte, algumas vezes podem ser percebidas pelos pesquisadores. No caso do contexto pesquisado, a atribuição de um nome significava a admissão da criança na família e na comunidade e, sendo essa comunidade católica, também integrava o novo membro à comunidade cristã. Com relação a essa prática,existia um controle por parte da Igreja, manifestado na determinação,presente nasConstituições Primeiras do Arcebispado da Bahia, deque os párocos não deveriam consentir “que se ponha nome de Santo que não seja canonizado, ou beatificado”. (DA VIDE, 1707). Ainda que tal regra nem sempre fosse totalmente respeitada, os diversos trabalhos que enfocam o tema da escolha de nomes em localidades da América Portuguesa apresentam uma

levantamento dos batismos em Curitiba durante a segunda metade do século XVIII, encontrou uma grande frequência de alguns poucos nomes, como Manoel, Francisco, José, Antonio, os quais representavam a metade dos nomes escolhidos durante o período de análise da autora. Aparecem também com grande frequência os nomes João, Joaquim, Salvador, Bento, Miguel

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possível de escolhas bem mais amplo. Assim, Ana Maria Burmester (2004),ao realizar um

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forte concentração das escolhas em um número reduzido de nomes – mesmo sendo o leque

Revista Latino-Americana de História Vol. 3, nº. 11 – Setembro de 2014 © by PPGH-UNISINOS e Inácio. Já os nomes femininos eram frequentemente Maria, Anna, Francisca, Izabel, Gertrudes, Rosa, Quitéria, Joanna, Antonia e Joaquina, sendo que cerca de 40% da escolha de nomes para as mulheres recaiu em Maria. Outro trabalho que estuda as práticas de nomeação em Curitiba no século XVIII é o de Antonio Sérgio Monteiro (2009). O autor recolheu dados sobre nomes atribuídos a batizandos de um ano de cada década do século. Os principais nomes masculinos encontrados pelo autor foram Manoel, José, Francisco, Antonio e João, que juntos somaram 50% do total dos nomes. Já com relação aos nomes femininos tem-se Maria, Ana, Isabel, Joana, Francisca, que fazem49%. Sérgio Luis Ferreira (2006), estudando a freguesia de Nossa Senhora das Necessidades da Praia Comprida (atual Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis, SC), observou as práticas nominativas da população em três recortes temporais, sendo que o primeiro deles ( 1780 a 1825) coincide em parte com o período aqui estudado. Os nomes mais frequentes encontrados pelo autor não constituem surpresa: Manoel, José, João, Antônio e Francisco, para os meninos, e Maria, Ana, Luiza, Joaquina, Rita, para as meninas. Quase os mesmos nomes foram encontrados por SCOTT, SCOTT e CAMILO (2012)com relação à Freguesia da Madre de Deus de Porto Alegre, entre os anos de 1772 e 1835, considerando sua população livre: Entre os meninos, as cinco primeiras posições são ocupadas por José, Manuel Antônio, João e Francisco, e entre as meninas por Maria, Ana, Joaquina Francisca e Rita.

Tem-se, ainda, o trabalho de Alysson Costa (2012), que estudou os nomes dados por ocasião do batismo na freguesia de Rio Pardo entre 1755 e 1765. Neste caso, há uma diferenciação com relação aos principais nomes encontrados nos trabalhos anteriormente citados. Quando relacionados os nomes registrados no primeiro livro de batismo da localidade, referente ao conjunto da população, os cinco nomes mais frequentes para cada sexo são praticamente os mesmos já citados: José, Antônio, Manuel, João e Joaquim, para os

referente apenas à população indígena, o autor encontrou, em primeiro lugar, para os meninos os nomes Miguel e Inácio, seguidos pelos já comuns Antônio, Francisco e João. Já com relação às meninas embora as duas maiores frequências fossem os imbatíveis nomes de Maria e Ana, em seguida encontraram-se Inácia, Antônia e Madalena. A partir da constatação dessa

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nomes presentes no segundo livro de batismos, posterior cronologicamente ao primeiro mas

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meninos, e Maria, Ana, Francisca, Joana e Teresa, para as meninas. No entanto, ao arrolar os

Revista Latino-Americana de História Vol. 3, nº. 11 – Setembro de 2014 © by PPGH-UNISINOS diferença o autor aventa a possibilidade de que os nomes escolhidos pelos indígenas de Rio Pardo podem ser entendidos como um demarcador de pertença étnica. Não tendo sido possível fazer um levantamento sistemático dos nomes mais utilizados no Rio Grande de São Pedro no final do século XVIII, realizou-se uma contagem, a título de amostragem, dos nomes ali escolhidos em batismos no período de 1750 a 1755. Do total de 802 batismos legíveis, encontrou-setrezentos e setenta nomes masculinos e trezentos e noventa e um femininos. Os nomes e sua frequência estão organizados no quadro 1. Quadro 1 –Nomes mais frequentes dados a batizandos em Rio Grande entre 1750 e 1755 Nome Maria Ana Rosa Antônia Francisca Inácia Josefa Joaquina Mariana Joana Angélica Catarina Teresa Luisa Rita Eufrasia Isabel Outros

Nomes Femininos Ocorrências 84 47 21 15 15 13 10 10 09 08 07 07 07 06 06 05 05 86

Porcentagem 21,5 12,0 5.4 3,8 3,8 3,3 2,5 2,5 2,3 2,0 1,8 1,8 1,8 1,5 1,5 1,3 1,3 22,0 Total: 391 Fonte: 1º e 2º Livros de Batismos de Rio Grande

Nome José Manoel Antônio João Francisco Joaquim Vicente Domingos Luis Inácio Pedro Alexandre Amaro Bernardo Jacinto Miguel Nicolau Outros

Nomes Masculinos Ocorrências 63 55 46 33 32 22 15 07 07 06 06 04 03 03 03 03 03 60

Porcentagem 17,0 14,9 12,4 8,9 8,6 5,9 4,0 1,9 1,9 1,6 1,6 1,1 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 16,2 Total: 370

Como se pode perceber, os nomes mais utilizados não se diferenciam muito daqueles encontrados nos trabalhos citados. Talvez origem cultural – portuguesa – seja um fator

categorias sociais, o que infelizmente não foi possível realizar até o momento. Ainda que bastante parcial, esse levantamento dá uma ideia geral de quais eram os nomes mais escolhidos em Rio Grande na segunda metade do século XVIII, quando os atores analisados receberam seus nomes de batismo e adotaram outros nomes, complementares, ao longo da vida.

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para poder se dizer mais. Seria interessante também observar as práticas de nomeação por

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importante nessa similaridade. É preciso estudar mais a fundo e por um período mais longo

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Nomes na família Silveira A primeira família analisada constitui-se na parentela formada pelos descendentes do casal Antonio Furtado de Mendonça e Isabel da Silveira, o qual migrou da Ilha do Faial e estabeleceu-se, provavelmente no ano de 1752, na freguesia de São Pedro do Rio Grande. No Continente as cinco filhas do casal casaram-se com homens proeminentes nessa sociedade, pessoas que acumulavam as características de serem detentores de terras, comerciantes, possuidores de patentes militares e cargos na administração Régia. Dona Maria Antônia da Silveira casou-se com Mateus Inácio da Silveira, natural da Freguesia de São Salvador na Ilha do Faial. Mateus Inácio foi capitão de Mar-e-guerra ad honorem, Capitão de Ordenanças e juiz ordinário da câmara em Viamão. O casal teve sete filhos. Dona Ana Inácia da Silveira casou-se com Manuel Fernandes Vieira, natural da Freguesia de Fonte da Arcada, Arcebispado de Braga. Fernandes Vieira foi Tabelião, Escrivão de Órfãos, e Oficial da Câmara na Vila de Rio Grande. Em Viamão foi Juiz Ordinário e Vereador. Teve também as patentes de Sargento-Supra e Capitão da Companhia de Ordenança. Tiveram, até onde foi possível saber, seis filhos. Dona Mariana Eufrásia da Silveira casou-se com Francisco Pires Casado, natural Santa Luzia, Ilha do Pico. Pires Casado foi sucessivamente Capitão e Sargento-mor das Ordenanças, chegando a ocupar o cargo de Capitão-Mor no final de sua vida. Tiveram dez filhos. Dona Isabel Francisca da Silveira casou-se com Manuel Bento da Rocha, natural da Freguesia de São João Batista do Arcebispado de Braga. Bento da Rocha foi Capitão das Ordenanças, Capitão-mor da Vila do Rio Grande e Capitão-mor de Ordenanças do Continente do Rio Grande (1781). Também foi vereador em Viamão e contratador dos Açougues. O casal não teve filhos.

Apesar de não ter recebido patentes, Antônio foi eleito vereador nos anos de 1767 e 1770. Viúva, a mesma Dona Joana Margarida casou-se em 1779 com Domingos Gomes Ribeiro, viúvo de Maria Gomes de Lima. Domingos era natural de Rio Grande, foi Capitão de

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Moreira da Cruz, que era natural da Freguesia de São João Batista do Arcebispado de Braga.

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Dona Joana Margarida da Silveira casou-se pela primeira vez em 1767 com Antônio

Revista Latino-Americana de História Vol. 3, nº. 11 – Setembro de 2014 © by PPGH-UNISINOS Ordenanças e Sargento-mor do Continente. Também foi oficial da Câmara como juiz ordinário como vereador. Joana Margarida não teve filhos com nenhum de seus maridos. Esse grupo familiar conseguiu reunir um cabedal invejável, e uma posição de prestígio ao longo da segunda metade do século XVIII no Continente do Rio Grande de São Pedro. Acredita-se que seus descendentes tiveram algum sucesso na manutenção dessa posição, uma vez que, em meados do século XIX, faziam parte do seleto grupo de charqueadores riograndenses que possuíam títulos nobiliárquicos no império brasileiro.

Quadro 2 - Nomes na Família da Silveira (1754-1819)

registros paroquiais das localidades de Rio Grande, Viamão, Porto Alegre e São Francisco de Paula de Pelotas4, assim como o levantamento genealógico realizado por Simões Lopes Filho. Somou-se um total de cento e treze nomes, incluindo-se nomes completos, compostos por 4

Os registros batismais trabalhados têm o seguinte recorte: Rio Grande: 1753-1763 e 1776-1806; Viamão: 17471799; Porto Alegre: 1772-1799; São Francisco de Paula (Pelotas): 1812-1825.

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Para a análise dos nomes atribuídos no interior da família Silveira, utilizaram-se

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Nomes Femininos Nomes Masculinos Nome Ocorrências Nome Ocorrências Maria 11 José 10 Ana 6 Manuel 9 Francisca 5 Francisco 7 Mariana 5 Alexandre 3 Isabel 4 Joaquim 3 Dorotéia 3 Antônio 2 Joana 3 Domingos 2 Clara 2 Inácio 2 Maurícia 2 João 2 Antônia 1 Mateus 2 Bernardina 1 Maurício 2 Cândida 1 Tomás 2 Cecília 1 Baltazar 1 Clemência 1 Bernardo 1 Evarista 1 Cipriano 1 Gertrudes 1 Duarte 1 Helena 1 Firmino 1 Inácia 1 Justiniano 1 Joaquina 1 Luis 1 Rita 1 Nicolau 1 Rosália 1 Pedro 1 Vicência 1 Teobaldo 1 Total 57 Total 56 Fontes: ADPRG: 1º a 5º Livros de Batismos de Rio Grande; NEUMANN e KÜHN: 2º a 4º Livros de Batismos de Viamão; 1º e 2º Livros de Batismos de Porto Alegre. AMDP: 1º Livro de Batismos de São Francisco de Paula; SIMOES LOPES FILHO, 2013.

Revista Latino-Americana de História Vol. 3, nº. 11 – Setembro de 2014 © by PPGH-UNISINOS nome, segundo nome e sobrenome, encontrados principalmente em registros de casamento ou de óbito, e também os nomes solitários que são encontrados nos registros de batismo e que parecem permanecer nessa condição quando quem o porta não chega à idade adulta. O levantamento realizado aponta para uma certa preferência pelos nomes Maria, Ana e Francisca, para as mulheres, e José, Manuel e Francisco, para os homens o que está bastante de acordo com o encontrado na amostra retirada dos batismos de Rio Grande, assim como o encontrado por outros autores para outras localidades da América Portuguesa. Mesmo que essa frequência de nomes aponte para uma reiteração de escolhas, a mesma acontece dentro do que pode ser considerado padrão, ou mesmo moda, no período. No entanto, os nomes seguintes na listagem dos mais frequentes (Mariana, Isabel, Alexandre e Joaquim), embora não sejam incomuns, mostram uma concentração de escolhas já diferenciada do encontrado de forma geral para a população católica.Parece improvável que se tratasse de escolhas aleatórias, já que o ato da nomeação constitui um momento importante das estratégias sociais daqueles que designam ou adotam um nome. No momento do batismo os atores recebiam somente o nome. Apenas ao longo de suas vidas eles iriam adotar um sobrenome, como era usual nas sociedades tradicionais de origem portuguesa. Observou-se que além de um sobrenome muitas dessas pessoas adotaram também um segundo nome. Não é possível saber quando essas pessoas passavam a utilizar um segundo nome, ou se ele já era usado desde tenra idade no contexto doméstico. As únicas pistas de que se dispõe a esse respeito indicam que não, já que, nos casos de falecimento de inocentes ou de jovens, em seus registro de óbito consta apenas o nome de batismo. Acredita-se que o segundo nome era adotado quando essas pessoas começavam a atuar como adultos na sociedade, como, por exemplo, ao serem chamados à pia batismal para apadrinharem alguém. A adoção de um segundo nome, ainda que aparentemente tenha sido escolhido por aquele que o porta – diferentemente do que acontece no batismo, quando o nome é escolhido

batismo – por exemplo, quando tomado o segundo nome de um avô de quem já se era homônimo. Pode-se ainda intentar o afastamento simbólico de quem se era homônimo, adotando um segundo nome que o diferenciasse dessa pessoa. Pode-se, ainda, estabelecer

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associadas a esta adoção podem estar a reiteração de relações estabelecidas com o nome de

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por seus pais e/ou padrinhos – não parece fugir a alguns padrões. Entre as intenções

Revista Latino-Americana de História Vol. 3, nº. 11 – Setembro de 2014 © by PPGH-UNISINOS novas alianças, marcando novas aproximações. A adoção desse segundo nome pode assim “atualizar” as estratégias associadas às práticas de nomeação. Dos cento e trezenomes trabalhados anteriormente, foi possível conhecer o nome completo de oitenta e três. Desses, vinte e quatro não adotaram um segundo nome, restando cinquenta e nove segundos nomes, organizados no quadro 3.

Quadro 3 - Segundos Nomes na Família da Silveira (1754-1819)

Nomes Femininos Nomes Masculinos Nome Ocorrências Nome Ocorrências Inácia 5 Inácio 12 Eufrásia 5 Marcelino 4 Margarida 4 Antônio 3 Maria 4 José 3 Francisca 3 Gualberto 1 Cândida 2 Isabel 2 Joaquina 2 Regina 2 Alexandrina 1 Angélica 1 Antônia 1 Dorotéia 1 Felicíssima 1 Magna 1 Máxima 1 Total: 36 Total: 23 Fontes: ADPRG: 1º a 5º Livros de Batismos de Rio Grande; NEUMANN e KÜHN: 2º a 4º Livros de Batismos de Viamão; 1º e 2º Livros de Batismos de Porto Alegre. AMDP: 1º Livro de Batismos de São Francisco de Paula; SIMOES LOPES FILHO, 2013.

Entre os segundos nomes adotados, Inácio e Inácia se destacam, sendo 12 e 5 casos, respectivamente. Se for desconsiderada a flexão de gênero, somam 17, ou seja, 29% das escolhas. É importante salientar, aqui, que cinco dos seis filhos do Capitão Mateus Inácio da Silveira, seguidamente referido na documentação apenas como “Capitão Mateus Inácio”,

nome “Isabel” – o nome de sua madrinha, Isabel Francisca da Silveira – e assim aparece nos registros de batismo de dois de seus filhos, que nasceram na década de 1770. Entretanto, já 5

São filhos de Mateus Inácio da Silveira e Maria Antônia da Silveira, por ordem de nascimento: Nicolau Inácio da Silveira, Francisco Inácio da Silveira, Alexandre Inácio da Silveira, Dorotéia Isabel da Silveira, Maurício Inácio da Silveira, Inácio José da Silveira e José Inácio da Silveira.

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e adotou o nome completo “Inácio José da Silveira”, e sua filha, Dorotéia, adotou o segundo

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adotaram o segundo nome Inácio.5 De seus outros dois filhos, um já foi batizado como Inácio

Revista Latino-Americana de História Vol. 3, nº. 11 – Setembro de 2014 © by PPGH-UNISINOS nos registros de batismo de seus netos, nascidos nas décadas de 1810 e 1820, aparece como Dorotéia Inácia da Silveira. Dos outros sete Inácio listados, um refere-se ao próprio Capitão Mateus Inácio, outros quatro são seus netos e os dois restantes são sobrinhos-netos seus.Parece, portanto, que o nome “Inácio” funcionou como um lembrete, demarcando claramente a filiação e o pertencimento ao grupo familiar. Observou-se, então, que tanto os nomes recebidos no batismo pelos filhos e netos das irmãs Silveira e seus maridos, quanto os nomes por eles adotados caem, na maioria das vezes, em um rol bastante limitado de escolhas. Essa reiteração pode acabar funcionando, na sociedade em que se encontravam, como um lembrete do pertencimento de cada um ao grupo de origem.

Nomes na família dos Anjos

A família dos Anjos era uma das mais antigas do Continente do Rio Grande de São Pedro, sendo provenientes da Colônia do Sacramento. O contramestre Antônio Francisco dos Anjos e de sua mulher Eugênia Maria de São João, ela nascida na Colônia e ele natural da Ilha de São Miguel, tiveram quatro filhos, sendo que de duas meninas. Luisa e Joaquina, não constam maiores informações. Dos demais, Ana Rosa do Carmo, nascida na Colônia, casou-se com o Alferes Bernardo Bento Marques, também da Colônia. Nesse lugar nasceram os primeiros três filhos do casal, sendo seguidos por dois irmãos nascidos no Rio de Janeiro, e por seis irmãos nascidos na Vila do Rio Grande. Por sua vez, Antônio Francisco dos Anjos casou-se em primeiras núpcias com Josefa Soares,também natural da Colônia, com quem teve um filho. Sua segunda esposa foi Maria das Candeias, natural de Maldonado, com quem teve treze filhos. Casou-se ainda com Maria Micaela do Nascimento, nascida na Colônia, mas não teve filhos com sua última esposa.

fazer o levantamento dos registros paroquiais referentes aos dos Anjos. Os nomes encontrados estão apresentados no quadro 4: Quadro 4 - Nomes na Família dos Anjos (1751-1831) Nomes Femininos Nome Ocorrências Maria 6

Nomes Masculinos Nome Ocorrências Antônio 6

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apenas a genealogia composta por Rheingantz (1979), uma vez que ainda não foi possível

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Para análise das práticas de nomeação nessa família utilizou-se, nesse momento,

Revista Latino-Americana de História Vol. 3, nº. 11 – Setembro de 2014 © by PPGH-UNISINOS Ana Joaquina Josefa Silvana Eugênia Francisca Bernardina Cândida Carolina Claudiana Evarista Gabriela Juliana Luisa Perpétua Teresa Total

4 4 3 3 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Domingos José Miguel Francisco Joaquim Pedro Bernardino Bernardo Boaventura Camilo Cipriano Heleodoro João Lourenço Luis Manuel Rafael 34 Total Fonte: Rheingantz (1979)

3 3 3 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 32

Mais uma vez, Maria e Ana são, de longe, os nomes mais escolhidos. Assim como Antônio, são dos nomes mais escolhidos na América portuguesa, mesmo diante de um vasto estoque nominativo. Já Joaquina e Domingos, embora normalmente frequentes, aparecem na família dos Anjos mais vezes, proporcionalmente, do que no encontrado para a localidade de Rio Grande, por exemplo. Das sessenta e seis pessoas que deram seus nomes de batismo a conhecer, vinte e quatro não chegaram a formular para si um nome completo, ou o mesmo ainda não foi identificado. Das quarenta e duas restantes, trinta e uma adotaram um segundo nome. Veja-se o quadro 5:

Nomes Masculinos Nome Ocorrências Francisco 5 José 2 Benício 1 Germano 1 João 1 Lizardo 1 Oculto 1

Página

Nomes Femininos Nome Ocorrências Maria 3 Angélica 2 Balbina 1 Bernardina 1 Clara 1 Claudia 1 Emerenciana 1 Eulália 1 Francisca 1 Inácia 1 Inágera 1 Isabel 1 Joaquina 1

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Quadro 5 - Segundos Nomes na Família dos Anjos (1751-1831)

Revista Latino-Americana de História Vol. 3, nº. 11 – Setembro de 2014 © by PPGH-UNISINOS Lizarda Madalena Micaela Rosa Total

1 1 1 1 19 Total Fonte: Rheingantz (1979)

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Embora a adoção de um mesmo segundo nome não salte aos olhos no caso da família dos Anjos como ocorre com a família Silveira, é também no estabelecimento de relações de pertença, ou aproximação entre pessoas específicas na família que se pode buscar explicações: dos cinco Francisco como segundo nome, três tem por nome, exatamente, Antônio Francisco dos Anjos, e dois chamavam-se Domingos Francisco dos Anjos. A questão dos homônimos já foi muito trabalhada, especialmente sob a perspectiva de problema metodológico que se apresenta ao cruzamento nominativo. Uma outra perspectiva, entretanto, é apresentada por Hameister (2006), quando a autora aponta que a prática tão disseminada nos locais de domínio português de designar, por exemplo, pai e filho pelo mesmo nome completo, sem acréscimo de partículas diferenciadoras, podendo revelar o desejo de que as imagens de um e de outro sejam associadas: Acreditando-se, dado a recorrência destes casos, que os homônimos não acontecem por acaso, que são fruto da intenção de pais e filhos, há que se supor que esta fusão de identidades seja o objetivo das desinências coincidentes destes homens. Assim, pensa-se aqui esses nomes em comum, de pai e de filho, como sendo um “modelo” quase que perfeito para os outros tipos de homônimos. Nessa perspectiva, no fundo de sua intenção, deseja também gerar uma espécie de “fusão” de duas pessoas distintas, padrinhos e afilhados, avôs e netos ou ilustres desconhecidos. (HAMEISTER, 2006)

Parece, então, haver uma intencionalidade na existência desses homônimos perfeitos, que tem a ver com o valor que o pertencimento a uma determinada família ou grupo possui nessa sociedade. Reiterando o que já foi comentado, a intenção das práticas nominativas, nesse contexto, não era individualizar os sujeitos ou diferenciá-los, mas associá-los a algo ou

pode ser legado a alguns membros e negado a outros, constituindo parte das estratégias de uma família. Pôde-se observar, na análise das práticasde nomeaçãodessas famílias, a preferência e reiteração de alguns nomes que, embora fossem nomes comuns no estoque português,

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do grupo.Assim, o nome, seja ele completoou não, pode se tornar um bem familiar, e como tal

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alguém. A demarcação desse pertencimento, feita através do nome, faz parte das estratégias

Revista Latino-Americana de História Vol. 3, nº. 11 – Setembro de 2014 © by PPGH-UNISINOS poderiam funcionar especificamente nesses grupos como marcadores do parentesco. Essas repetições foram matizadas por algumas inovações, revelando algum desvio do padrão familiar, ou mesmo a tentativa de buscar aproximar os novos membros a outras pessoas, que poderiam ser parentes dos cônjuges, ou mesmo um padrinho ou madrinha que representasse uma aliança nova no grupo. À guisa de conclusão, reforça-se que, embora o papel das influências culturais – portuguesa e católica – que envolviam as escolhas dos nome dados ou adotados não possa ser ignorada, os ainda parcos resultados aqui apresentados apontam que outras intencionalidades tampouco podem ser ignoradas. Intencionalidades essas que, ao que parece, fazem parte dos muitos movimentos realizados pelos atores a fim de garantir a melhor existência social que

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lhes parecia possível: de suas estratégias, portanto.

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