Debate sobre o tema Redes sociais e juventude

October 3, 2017 | Autor: Luísa Guimarães | Categoria: Redes sociales
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Debate sobre o tema Redes sociais e juventude

1. Contextualização do tema É indiscutível o importante papel que as redes sociais desempenham hoje nos rumos de nossa vida política e privada. São indiscutíveis também os avanços que introduziram nas comunicações, favorecendo o reencontro e a aproximação entre as pessoas, assim como é indiscutível o poder de convocação das redes sociais e sua eficiência em estabelecer interesses comuns rapidamente viabilizando manifestações e movimentos populares no mundo todo. As redes sociais não trazem apenas meras mudanças de costumes, porque seu peso, associado ao desenvolvimento da informática, é semelhante à introdução da imprensa, da máquina a vapor ou da industrialização na dinâmica do nosso mundo. As redes sociais provocam mudanças de fundo no modo como as nossas relações ocorrem, intervindo significativamente no nosso comportamento social e político. Entretanto, tal fenômeno merece atenção de nossa parte, principalmente no que diz respeito ao intenso uso de redes sociais feito atualmente pelos jovens. Bloco 1 - Redes sociais e isolamento social Bloco 2 - Redes sociais e consumo Bloco 3 – Redes sociais e privacidade Bloco 4- Redes sociais e debate

2. Questão polêmica geral do debate: O intenso uso de redes sociais traz mais desvantagens do que vantagens para a juventude?

Subsídios para argumentos a serem usados contra e a favor em cada bloco Bloco 1 – Redes sociais e isolamento social Ao participar das redes sociais acreditamos ter muitos amigos à nossa volta, sermos populares, estarmos ligados a todos os acontecimentos e participando efetivamente de tudo. Isso é uma verdade, mas também uma ilusão, porque essas conexões são superficiais e instáveis. Os contatos se formam e se desfazem com imensa rapidez; os vínculos estabelecidos são voláteis e atrelados a interesses momentâneos. De acordo com o pensador Bauman, as redes sociais são atrativas, pois permitem que, com muita facilidade, seja possível conectar e desconectar pessoas. De fato, um jovem pode adicionar ou “fazer” muitos amigos nas redes sociais e, com a mesma facilidade, bloquear ou “romper” relações com eles. Mas tal facilidade, que constitui uma atração, é também uma maldição, já que, favorece demasiadamente a falta de compromisso e o nosso empenho para com o outro. Para o pensador, isso pode levar o jovem a ser um solitário no meio de uma multidão de solitários. Por outro lado, para alguns especialistas relacionamentos construídos a partir da internet podem ser positivos. Segundo eles, é possível encontrar pessoas com gostos parecidos e o contato virtual permite uma profundidade que nem sempre se tem na vida real. Levantamento feito pelo Portal Educacional com 10,5 mil adolescentes entre 13 e 17 anos de 75 escolas privadas de todo o país mostra que 38% deles já transformaram amigos virtuais em reais. Um quarto dos jovens que responderam ao questionário já ficou com alguém que conheceu na internet e 27% disseram ter usado as redes sociais para encontrar gente. Haveria ainda que se considerar outro aspecto da questão. Mobilizar a população sempre foi um dos pontos mais complicados na organização de uma manifestação social ou política. Hoje, apesar de geralmente ter menos atuação que no passado, os jovens ativistas que saem às ruas defendendo ideais e direitos possuem na internet uma aliada para chamar atenção do público e participação. Uma pesquisa recente realizada pelo Datafolha, em parceria com a agência de publicidade Box, apontou que 71% dos 1.200 jovens entre 18 e 24 anos ouvidos acreditam que a internet é um instrumento alternativo de mobilização social. Segundo eles, a forma repetitiva e padronizada dos meios convencionais de comunicação ao transmitir as notícias contribui com a migração do debate para o mundo virtual. Neste sentido, não caberia dizer que as redes sociais acabam por provocar o isolamento na vida social. Referências:

https://www.youtube.com/watch?v=LcHTeDNIarU

http://infojovem.org.br/blog/2011/08/01/redes-sociais-redefinem-ativismo-entre-os-jovens/ http://infojovem.org.br/blog/2010/10/29/amigo-virtual-vira-amigo-real-para-38-dos-jovensdiz-estudo/

a. Zygmunt Bauman: sobre os laços humanos, redes sociais, liberdade e segurança https://www.youtube.com/watch?v=LcHTeDNIarU b. Cuidados a serem tomados nas redes sociais https://www.youtube.com/watch?v=dMox4yJEkoE c. “Os jovens [...] têm todas as facilidades do encontro e da aproximação propiciadas pela escola, pelos esportes coletivos e pelas muitas festas que caracterizam a mocidade. Mas eles também não estão livres da solidão, visto que foram apanhados pelo modernismo das redes sociais, para onde convergem todos, criando-se uma infindável teia de ilustres desconhecidos animados pela máscara da falsa intimidade. Durante uma adversidade pessoal é comum a depressão desses jovens que se descobrem absolutamente sós, mesmo que a sua relação de parceiros no Facebook registre mais de mil caras sorridentes que se ofereceram de amigos, mas só de mentirinha. O fascínio pela relação virtual tem criado uma geração de introspectivos refratários a qualquer convívio saudável e verdadeiro. Não poder tocar os amigos é um irresgatável efeito colateral da comunicação eletrônica, porque é sabido: quem clica muito, abraça pouco e caminha só!” Camargo, J. J. A tristeza pode esperar. Porto Alegre: LPM, 2013. pag. XX d. Uso do facebook pode causar depressão em adolescentes http://infojovem.org.br/blog/2011/03/31/uso-do-facebook-pode-causar-depressao-emadolescentes/ e. Redes sociais redefinem ativismo entre os jovens http://infojovem.org.br/blog/2011/08/01/redes-sociais-redefinem-ativismo-entre-os-jovens/ f. Amigo virtual vira amigo real para 38% dos jovens, diz estudo http://infojovem.org.br/blog/2010/10/29/amigo-virtual-vira-amigo-real-para-38-dos-jovensdiz-estudo/

Bloco 2 – Redes sociais e consumo Um dos fundamentos do marketing de uma empresa é atender as necessidades de um determinado público-alvo. Para tanto, o setor de marketing precisa descobrir de que maneira o público-alvo se comporta e quais são suas necessidades. Para tanto, as empresas contam

com a ajuda das redes sociais para monitorar milhares de usuários em relação a gostos, preferências, comportamentos e identificar tendências de consumo, especialmente da juventude. O monitoramento é um serviço que busca analisar de que forma uma marca/empresa/produto está posicionado na internet, quem fala e sobre o que falam de uma marca. Publicitários usam as redes sociais voltadas especificamente para seu mercado, como gestão de marcas na web, games e plataformas sociais como ferramentas de divulgação, e as diferentes perspectivas sobre as mídias sociais na hierarquia das empresas. Assim, há os que defendem que este monitoramento é um importante instrumento para as empresas atuarem e responderem a necessidades reais de consumo, já que o marketing não cria necessidades, apenas as satisfaz. Alguns benefícios do monitoramento seriam ainda os de ajudar a prever crises, já que, quando for encontrada uma menção negativa na rede social, a empresa pode entrar em contato com o usuário em questão e tentar solucionar o problema antes que este fique maior; também é importante por reforçar ou pôr em prática de forma efetiva o relacionamento com o cliente. Segundo as agências de publicidade, sairá perdendo quem não conseguir se aproveitar bem dessa nova ferramenta, já que trata-se de mais um meio de fazer a mensagem chegar ao consumidor, permitindo, até mesmo, a estratificação e o direcionamento de um determinado tipo de produto. Por outro lado, há quem alerte para o fato de que este tipo de monitoramento é nocivo, especialmente entre os jovens, que acabam por se transformar, sem saber, não só em “fonte de informação” para que as empresas alcancem mais lucros (e sem que se pague pela informação obtida), como também em “presas fáceis” para o mercado de consumo, uma vez que o objetivo principal do monitoramento seria o de influenciar e até mesmo “criar” desejos de produtos entre os jovens, visando exclusivamente o aumento das vendas. A esta posição, outros ainda lembram que as redes sociais teriam a vantagem de divulgar com muita facilidade campanhas sobre direitos do consumidor e publicidade enganosa voltada ao público juvenil exatamente com o objetivo de difundir entre os internautas um consumo responsável, assim como a ajudá-los a se proteger da sanha do mercado. Referências: http://infojovem.org.br/blog/2011/02/19/monitoramento-e-midias-sociais/

a. Redes sociais, vídeos e perfil do consumidor https://www.youtube.com/watch?v=xAZnsG2sKYE b. Eles preferem Youtube, elas, twitter

http://infojovem.org.br/blog/2010/06/01/na-regiao-metropolitana-do-recife-eles-preferemyoutube-elas-twitter/ c. Monitoramento e mídias sociais http://infojovem.org.br/blog/2011/02/19/monitoramento-e-midias-sociais/ d. Ministério Público lança campanha sobre consumo responsável entre jovens http://infojovem.org.br/blog/2011/01/05/ministerio-publico-lanca-campanha-sobre-consumoresponsavel-entre-jovens/

Bloco 3 – Redes sociais e privacidade A importância do direito à privacidade é um princípio que está amparado pela lei. Segundo a Constitucional Federal (artigo 5º, X), são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. A exposição das pessoas, de suas famílias, hábitos, preferências e dados nas redes sociais são tamanhos, que existem estudos e inúmeras matérias visando conscientizar a população sobre o uso imoderado da internet. Os estudos e apelos, todavia, apontam para um “mundo incontrolável”, no qual ainda não é possível avaliar as extensões dos riscos versus benefícios, pois ao mesmo tempo em que se ganhou maior divulgação do conhecimento e das ideias, inclusive com encurtamento e aproximação das pessoas, abriu-se espaço para situações muito perigosas. As pessoas físicas que se expõem nas redes sociais estão sofrendo todo tipo de ataque, são envolvidas em situações constrangedoras que, quando atingem as redes, tornam-se um caminho sem volta. Não é raro que as pessoas se descuidem e postem informações nas redes sociais que possam ir contra seus interesses e acarretam, inclusive, a perda de amigos, família, emprego, etc. Neste contexto, o direito à privacidade é rejeitado e esquecido. Por outro lado, para muitos tudo depende do uso que se faz das redes sociais. Um estudo realizado por especialistas entre um grande número de jovens revelou que 90% dos adolescentes sabem que, ao se conectarem à internet, podem se expor a situações como ciberbullying e invasão de privacidade, mas 61% disseram não se preocupar. Isso mostraria que já existe a consciência de que é possível usar as redes sociais sem correr riscos, atendendo a algumas regras básicas e recomendações para participar de um site de relacionamento de forma mais protegida contra má fé, boataria e outros golpes aos quais cada um pode estar sujeito ao compartilhar informações na rede. Além disso, as redes sociais trariam outra vantagem, especialmente para adolescentes: elas oferecem a oportunidade de o jovem excercitar sua independência e privacidade em relação

aos pais, à família em geral, ao manter privadas certas porções de suas vidas, preparando-o, desta forma, para a vida adulta. Referências: http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/justicadireito/artigos/conteudo.phtml?id=1287040 http://infojovem.org.br/blog/2011/01/20/38-dos-adolescentes-afirmam-ter-ignoradopedidos-dos-pais-para-inclusao-em-sua-lista-de-amigos/ a. Perigos e cuidados a serem tomados nas redes sociais https://www.youtube.com/watch?v=dMox4yJEkoE b. Você tem vida privada de verdade (nas redes sociais)? https://www.youtube.com/watch?v=GSI7tf-Z9S0 c. Os jovens e os perigos das redes sociais http://www.ruadireita.com/internet/info/os-jovens-e-os-perigos-das-redes-sociais-nainternet/ d. Meninas agredidas por serem “bonitas” http://oglobo.globo.com/sociedade/nao-me-sinto-segura-para-voltar-escola-colegas-dizemque-mereci-agressao-13957046 e. Aplicativo Secrets http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/08/13/secret-cria-polemica-ao-prometeranonimato-acao-visa-proibir-o-aplicativo.htm f. Netiqueta para redes sociais https://www.youtube.com/watch?v=q5NXJsmWaFo g. CAIS lança cartilha sobre segurança em redes sociais http://infojovem.org.br/blog/2011/01/19/redes-sociais/ h. 38% de adolescentes afirmam ter ignorado pedido dos pais para inclusão em sua lista de amigos http://infojovem.org.br/blog/2011/01/20/38-dos-adolescentes-afirmam-ter-ignoradopedidos-dos-pais-para-inclusao-em-sua-lista-de-amigos/

i. Amigo virtual vira amigo real para 38% dos jovens, diz estudo http://infojovem.org.br/blog/2010/10/29/amigo-virtual-vira-amigo-real-para-38-dos-jovensdiz-estudo/

Bloco 4 – Redes sociais e debate

Muitas pessoas acreditam que quando se busca discutir um tema polêmico nas redes sociais como por exemplo política, criminalização da homofobia, legalização da maconha, feminismo etc. - não há debate, mas sim combate de ideias. O debate supõe que as pessoas mantenham certa compostura e tentem convencer o outro e isso acontece muito pouco nas redes sociais. O que se vê em grande parte é gente que já está convicta de uma posição e condena severamente quem não é dessa mesma posição. É algo que, além de ser desrespeitoso, é totalmente inútil do ponto de vista da troca de ideias. O ambiente nas redes sociais não é o mais propício porque o clima acaba ficando muito acirrado e radicalizado. A questão da intolerância atrapalha o debate e leva as pessoas a divulgarem informações distorcidas na internet. Por exemplo, depois do episódio de insultos preconceituosos contra os nordestinos no Twitter os nervos ficaram à flor da pele, pois isso gerou uma revolta muito grande e contaminou as redes; o clima ficou muito emocional. Para debater uma posição com a qual não se concorda, não adianta desqualificar, tem que entender porquê. E o que parece é que as pessoas estão querendo dizer que fazem parte de uma torcida, acaba tudo ficando parecido com torcer para um time de futebol. Isso ocorre porque as redes sociais tendem a aproximar pessoas que pensam da mesma forma. Mantem-se contato apenas com gente parecida. Por exemplo, se alguém é a favor da criminalização da homofobia, acaba deletando os amigos que são contra. E nisso as pessoas são ajudadas pelo sistema do Facebook, por exemplo. Conviver apenas com pessoas parecidas, agrupar as pessoas segundo seus gostos é uma estratégia de marketing, não é algo que favorece o debate. Para o marketing está muito bom, para a troca de ideias é péssimo. Já para outras pessoas, essa exacerbação do debate não está concentrada apenas nas redes sociais, mas está em toda parte: em casa, na rua, entre amigos, no trabalho, na televisão, nas mídias em geral. Mas, mais importante do que isso é notar que as redes sociais atuam de forma complementar e colaborativa com relação ao que a mídia noticia. Por meio das redes sociais, as pessoas passaram a posicionar-se, a ler mais sobre certos assuntos, a cobrar e a debater as propostas de seus representantes políticos, por exemplo. Muitos temas que nunca estiveram em pauta na mídia, ou que se pretendia esconder ou que ficavam de fora dos meios informativos tradicionais passaram a ser debatidos, o que ilustra o potencial de difusão de informações através da mobilização das redes sociais Referências: http://wp.clicrbs.com.br/blocodenotas/2014/10/19/renato-janine-ribeiro-nao-tem-debate-narede-social-esta-mais-para-o-nivel-da-baixaria/?topo=67,2,18,,,67 http://www.raquelrecuero.com/artigos/artigoredesjornalismorecuero.pdf a. Renato Janine: não tem debate na rede social http://wp.clicrbs.com.br/blocodenotas/2014/10/19/renato-janine-ribeiro-nao-tem-debate-narede-social-esta-mais-para-o-nivel-da-baixaria/?topo=67,2,18,,,67

b. Discussão política no facebook abala relações de internautas com amigos http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/10/discussao-politica-no-facebook-abalarelacoes-de-internautas-com-amigos.html c. Redes Sociais na Internet, Difusão de Informação e Jornalismo: elementos para discussão http://www.raquelrecuero.com/artigos/artigoredesjornalismorecuero.pdf

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