Degradação in situ da matéria seca e da proteína bruta de silagens de capim-elefante contendo cinco níveis do subproduto da manga

August 4, 2017 | Autor: Magno Cândido | Categoria: Elephants, Crude Protein, Dry Matter, Mangifera Indica L
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II CONGRESSO DE FORRAGICULTURA E PASTAGENS UFLA/NEFOR- LAVRAS-MG 14 a 16 de Junho de 2007

Degradação in situ da matéria seca e da proteína bruta de silagens de capim-elefante contendo cinco níveis do subproduto da manga1 Aníbal Coutinho do Rêgo2, Magno José Duarte Cândido3, Elzânia Sales Pereira4, Fernando Henrique Teixeira Gomes5, Maria Andréa Borges Cavalcante6, João Irineu da Mata Junior7 1

Parte da monografia de conclusão de curso de graduação do primeiro autor. Mestrando do Programa de Pós-graduação em Zootecnia – UFLA/Lavras. e-mail: [email protected] Departamento de Zootecnia - UFC. Professor Adjunto. e-mail: [email protected] 4 Departamento de Zootecnia - UFC. Professora Adjunta. e-mail: [email protected] 5 Bolsista do Pet Agronomia da UFC. e-mail: [email protected] 6 Agente de defesa agropecuária da ADAGRI. e-mail: [email protected] 7 Mestrando do Programa de Pós-graduação em Zootecnia – UFLA/Lavras. e-mail: [email protected] 2 3

Resumo: Objetivou-se avaliar a degradação in situ da matéria seca e da proteína bruta de silagens de capimelefante contendo cinco níveis (0,0; 4,0; 8,0; 12,0 e 16,0%, com base na matéria natural) de inclusão do subproduto da manga. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado em parcelas subdivididas, sendo os níveis de adição às parcelas e os tempos de incubação as subparcelas. Para a confecção das silagens, foi utilizado capim-elefante cortado aos 70 dias e misturado ao subproduto, armazenado em 20 tambores. As amostras foram pré-secas, moídas em moinho, com peneira de 5,0 mm, sendo usados 3,0 g de amostra em cada saco de náilon, para incubação no rúmen por 0, 6, 48 e 96 horas. Para todos os níveis de adição do subproduto da manga ocorreu aumento no desaparecimento da matéria seca e da proteína bruta com o aumento no tempo de incubação. O desaparecimento da matéria seca aumentou com a elevação dos níveis de subproduto da manga para todos os tempos de incubação. O desaparecimento da proteína bruta aumentou para os tempos de incubação 48 e 96 horas com a inclusão do subproduto. A degradação potencial aumentou com nível de adição de subproduto. A degradabilidade efetiva aumentou à medida que elevou-se o nível de adição de subproduto. Com o aumento da taxa de passagem a degradabilidade efetiva diminuiu. A adição do subproduto da manga à ensilagem de capim-elefante aumentou a degradabilidade das silagens, podendo ser recomendados níveis a partir de 12,0% deste subproduto. Palavras–chave: ensilagem, Mangifera indica L., Pennisetum purpurem Schum.

In situ dry matter and crude protein degradation of elephant grass silages with five levels of mango by-product addition Abstract: To evaluate the in situ dry matter and crude protein degradation of elephant grass silages with five levels (0.0; 4.0; 8.0; 12.0 and 16.0%, on a fresh matter basis) of mango by-product, this work was carried out. A randomized completely design in split-plot, consisting the addition levels the plots and the incubation times the sub-plots, with four replicates, was adopted. For the silages making, the elephant grass was cut 70 days-old and mixed to the by-product, in 20 plastic drums. The samples were dried, grided in a 5.0 mm bolter, being used three grams of samples in each nylon bag, for incubation in the rumen for 0, 6, 48 and 96 hours. For all the levels of addition of mango by-product an increase in the dry matter and crude protein degradation was observed with raising the incubation time. The dry matter degradation increased with the rise of the mango by-product levels for all the incubation times. The crude protein degradation increased for the incubation times 48 and 96 hours with the inclusion of the mango by-product. The potential degradation increased with level of addition the by-product. The effective degradability increased with the raising of the mango by-product addition. The effective dry matter degradation diminished with the rate passage increase. The addition of the mango by-product at the elephant grass ensiling increased the silages degradability, so one recommends an addition of at least 12.0% of this by-product. Keywords: ensiling, Mangifera indica L., Pennisetum purpureum Schum.

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Introdução A estacionalidade da produção de forragem no Nordeste brasileiro tem sido um dos fatores limitantes na produção de ruminantes. Uma das alternativas é a utilização do capim-elefante na forma de silagem, contudo, o excesso de umidade na época em que a planta possui melhor valor nutritivo, limita a produção de silagem de qualidade, ou seja, plantas com baixos teores de matéria seca são propensas a fermentações secundárias, ocasionando perdas de nutrientes. A inclusão de aditivos com altos teores de matéria seca à ensilagem mostra-se como uma opção. Nos últimos anos é visível o crescimento da fruticultura irrigada no Nordeste, com isso o número de agroindústrias instaladas por toda região tem aumentado consideravelmente, gerando a partir do processamento de frutas, resíduos agroindústrias não utilizados na alimentação humana. O estudo da degradação in situ é uma das formas de se avaliar os alimentos contidos nas dietas para ruminantes, já que é uma técnica precisa e de fácil execução. O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar a degradação in situ da matéria seca e da proteína bruta de silagens de capim-elefante contendo cinco níveis de adição do subproduto da manga. Material e Métodos O experimento foi conduzido no Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Ceará-NEEF/DZ/CCA/UFC (www.npf.ufc.br), em Fortaleza, CE. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado em parcelas subdivididas, considerando os níveis de adição as parcelas e os tempos de incubação as subparcelas. Foram utilizados como silos experimentais 20 tambores de 210 L, distribuídos em cinco níveis de inclusão do subproduto da manga à ensilagem de capim-elefante (0,0; 4,0; 8,0; 12,0 e 16,0%, com base na matéria natural da massa ensilada), cada tratamento com quatro repetições. O capim-elefante utilizado para confecção das silagens foi cortado aos 70 dias de idade, processado em máquina picadora e misturada ao subproduto da manga. Foram utilizados dois ovinos machos, sem padrão racial definido, fistulados no rúmen e com peso médio de 45 kg. Os animais foram mantidos em baias individuais, com comedouro, bebedouro e cocho para o fornecimento de mistura mineral. Foi fornecido diariamente ad libitum em dois períodos, manhã e tarde, feno de capimelefante e concentrado à base de milho e soja. As amostras coletadas em cada silo foram submetidas à présecagem e moídas em moinho com peneira de 1,0 mm para análise química e em peneira de 5,0 mm para posterior incubação. Foram utilizados sacos de náilon de 13x5 cm com porosidade de 50 μm, acondicionando-se em cada saco três gramas de amostra, sendo então incubados no rúmen pela manhã durante 6, 48 e 96 horas após o fornecimento do alimento. Para quantificar a fração solúvel do material, foi utilizado o tempo 0 hora. Decorrido o tempo de incubação, os sacos foram retirados do rúmen, lavados manualmente em água corrente até o desaparecimento da coloração turva. Esses foram levados para estufa de ventilação forçada a 60ºC durante 72 horas. A partir daí, foram realizadas as análises de matéria seca e proteína bruta, segundo metodologia descrita em Silva e Queiroz (2002). A comparação das médias de degradação na parcela subdividida entre os níveis de adição e os tempos de incubação foi afetuada adotandose o teste de Tukey (P0,05) pelo Teste Tukey. A – Degradabilidade Potencial. B – Sem valor biológico. c – Taxa de degradação. S – Fração solúvel. P – Degradabilidade efetiva. R2 – Coeficiente de determinação da equação.

As variáveis referentes à estimativa do desaparecimento (%) e aos parâmetros de degradação ruminal da proteína bruta das silagens de capim-elefante contendo subproduto da manga encontram-se na Tabela 2. O desaparecimento (%) da proteína bruta aumentou (P0,05) entre os tempos de incubação 0, 6 e 48 horas, não sendo possível estimar a curva de degradação para esse nível de inclusão. No nível de adição de 4,0% de subproduto, não houve diferença (P0,05) entre os tempos 0 e 6 horas e entre os tempos 48 e 96 horas. Não foi observada diferença (P>0,05) entre os tempos de incubação 48 e 96 horas para os níveis 12,0 e 16,0% de adição do subproduto. O desaparecimento da proteína bruta diminui (P0,05) pelo Teste Tukey. A – Degradabilidade potencial B – Sem valor biológico. c – Taxa de degradação. S – Fração solúvel. PNDR – Proteína não degradável no rúmen. P – Degradabilidade efetiva. R2 – Coeficiente de determinação da equação.

Conclusões A adição do subproduto da manga à ensilagem de capim-elefante aumentou a degradabilidade das silagens, podendo ser recomendados níveis a partir de 12,0% deste subproduto. A disponibilidade dos subprodutos também deve ser considerada para a escolha do nível de adição a ser adotado em cada situação. Literatura citada ORSKOV, E. R.; McDONALD, I. The estimation of protein degradability in the rumen from incubation measurements weighed according torate of passage. Journal Agricultural Science, v. 92, p. 499 – 503, 1979. Petit, H.V. e G.H. Tremblay. 1992. In situ degradability of fresh grass and grass conserved under differente harvesting methods. Journal of Dairy Science., 75: 774-781. SAMPAIO, I. B. M. Experimental designs and modeling techniques in the study of roughage degradation in rumen and growth of ruminants. Reading: University of Reading, 1988. 214p. Tese (Doutorado) - University of Reading, 1988. SILVA, D. J.; QUEIROZ, A. C. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos. Viçosa, MG: UFV, 2002, 235p. THEURER, C. B. Grain processing effects on starch utilization by ruminants. Journal of Animal Science, Champaing, v. 63, p.1649-1662, 1986. 4

VALADARES FILHO, S. C. Utilização da técnica in situ para a avaliação dos alimentos. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO DE RUMINANTES, Maringá, 31, 994, Maringá, Anais... Maringá: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 1994. p. 95-118.

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