Democracia e Desempenho Econômico: uma abordagem comparada da América Latina

September 2, 2017 | Autor: Augusto Oliveira | Categoria: Comparative Politics, Latin American politics, Democracy, Desenvolvimento Econômico América Latina
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8º Encontro da ABCP 01 a 04/08/2012, Gramado, RS Área Temática: Política e Economia

Democracia e Desempenho Econômico: uma abordagem comparada da América Latina

Pedro Cavalcante (IPOL/Universidade de Brasílica) [email protected] Soraia M. Vieira (IESP/Universidade do Estado do Rio de Janeiro) [email protected] Augusto Neftali C. de Oliveira (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) [email protected]

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Resumo Recentemente a América Latina vem passando por profundas transformações econômicas e políticas. Nessa última dimensão, ressaltam-se o restabelecimento dos direitos políticos e a retomada de processos eleitorais estáveis. A despeito das análises restritas à influência de períodos eleitorais, pouco se sabe acerca dos impactos da dinâmica democrática sobre o desempenho das nações. Nesse sentido, prevalece a lacuna acerca dos efeitos da ideologia partidária e da competição eleitoral, variáveis centrais na medida em que muitos países vêm vivenciando alternância de partidos no poder e aumento da competição no pleitos nacionais. Diante disso, a pesquisa aplica regressão múltipla com dados de dezoito países da região entre 1990 a 2010 para investigar os determinantes, sobretudo políticos, dos seus desempenhos econômicos, caracterizados pelas taxas de crescimento do PIB, inflação e desemprego. Palavras-chave: desempenho econômico; democracia; política comparada; América Latina.

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1. Introdução O principal objetivo deste artigo é analisar de forma comparada os determinantes, sobretudo de natureza política, do desempenho macroeconômico das nações latino-americanas. Nas últimas duas décadas a América Latina vem passando por profundas transformações institucionais pautadas, principalmente, pela abertura das economias nacionais e pela democratização. A despeito da crença da população na democracia como a melhor forma de governo, questões estruturais continuam afligindo os latinoamericanos. As demandas por desenvolvimento econômico e melhores serviços sociais, assim como a necessidade de controle da inflação continuam na agenda. Na dimensão política, ressalta-se o restabelecimento dos direitos políticos e, por consequência, a retomada de processos eleitorais relativamente estáveis e periódicos. A despeito do notório avanço na compreensão das causas e do desenvolvimento da democracia na região, pouco se sabe acerca dos efetivos impactos da dinâmica democrática sobre o desempenho das nações. Nesse sentido, a literatura se restringe às análises da influência de períodos eleitorais sobre o comportamento dos políticos, focadas na teoria dos ciclos políticos de negócios (political business cycle). Contudo, prevalece a lacuna acerca dos efeitos da ideologia partidária e da competição eleitoral, variáveis centrais na medida em que muitos países da região vêm vivenciando alternância de partidos no poder, inclusive com a ascensão ao poder de partidos de esquerda, como também aumento da competição em pleitos nacionais. Assim, a presente pesquisa aplica regressão múltipla com dados longitudinais de dezoito países latino-americanos entre 1990 a 2010 para investigar os determinantes

dos seus resultados econômicos,

caracterizados pelas taxas de crescimento do PIB, inflação e desemprego. Além desta introdução, o artigo está organizado em mais três seções. Primeiro, é realizada uma discussão breve acerca das mudanças políticas e econômicas que a região passou recentemente. Em seguida, o estudo desenvolve uma análise exploratória das variáveis de desempenho econômico, contextualiza e apresenta o modelo de análise, como também debate os principais resultados. Por fim, algumas conclusões são discutidas.

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2. Mudanças Políticas e Econômicas na América Latina O final do século XX foi marcado por uma série de mudanças políticoinstitucionais e econômicas. Na América Latina não foi diferente, a queda dos regimes autoritários veio acompanhada de graves problemas econômicos, como os relacionados à inflação e à dívida externa, que levaram países como o México a decretar a moratória da dívida (1982) e a sucessivas crises que impactaram sobre a região – no fim dos anos 1990 e início dos anos 20001 – e promoveram instabilidade e estancamento do crescimento para maioria dos países da região. A

terceira

onda

de

redemocratizações

chegou

a

América

Latina

deslegitimando os governos autoritários e reinstituindo a democracia em um ambiente de grande instabilidade econômica. Como promover a mudança institucional, consolidar a democracia e lidar com os entraves econômicos? Este foi o grande desafio dos governantes que chegaram ao poder na região nesse período. Ao mesmo tempo em que a América Latina experimentava o retorno à democracia, a economia mundial experimentava uma inclinação em direção ao pólo neoliberal2. As crises econômicas que se iniciaram com a crise do petróleo de 1974 e foram agravadas com a crise de 1979 impactaram diretamente nos governos socialdemocratas e deram início a um processo de crise do welfare state, o que levou a uma alteração dos programas da Social Democracia europeia e à retomada do debate acerca do papel do Estado, ao mesmo tempo em que governos ortodoxos apresentavam soluções que pareciam mais viáveis no contexto dessa crise. As condições macroeconômicas impunham aos países em desenvolvimento uma difícil escolha: adotar os preceitos macroeconômicos capitaneados pelas agências multilaterais, leia-se Banco Mundial e FMI, ou buscar uma saída alternativa e enfrentar o risco de retaliações. O que se observou foi que sob as pressões dos condicionantes externos, muitos países da região optaram pela adoção do

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As crises que atingiram os países em desenvolvimento a partir de meados dos anos 1990 – o México, em 1995, os Tigres Asiáticos, em 1997, a Rússia, em 1998, e a Argentina, em 2001; impactaram fortemente sobre as economias latino-americanas. 2 A ascensão de Margareth Thatcher na Inglaterra e Ronald Reagan nos EUA, associados à incapacidade da social democracia europeia apresentar uma solução à crise do final dos anos 70 fortaleceu a alternativa neoliberal e levou à crença de que a solução seria a adoção de uma agenda ortodoxa.

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receituário ortodoxo. Nas palavras de Cruz (2007: 27) “os países latino-americanos vêm enfrentando, desde o início dos anos 1980, uma conjuntura severamente adversa do ponto de vista de sua autonomia nacional”. Assim nos anos 1990 é possível observar uma inclinação à direita na região. Nesse contexto também foi possível observar que os governos que chegaram ao poder, nesse período, eram coalizões de direita ou centro-direita, que aceitaram as orientações dos mecanismos internacionais e adotaram a agenda ortodoxa3. De acordo com Diniz (2007), a América Latina se tornou um verdadeiro laboratório de aplicação dos preceitos neoliberais. Stiglitz (2002: 245) argumenta que “A América Latina tornou-se o melhor aluno do Consenso de Washington, com a Argentina e o Chile aparecendo como os pupilos mais aplicados”. O resultado foi catastrófico para a Argentina que ingressou em uma profunda crise econômica no início dos anos 2000, tendo como resultado o agravamento dos problemas econômicos e das questões sociais. O Chile foi mais bem sucedido por ter sido seletivo na adoção do referido receituário, uma vez que o governo optou por não privatizar completamente os ativos do Estado e enfatizou programas de saúde e educação. Para os que optaram por implantar as medidas ortodoxas um dos primeiros resultados foi o crescimento do arrocho econômico, que se refletia principalmente nas camadas populares, os percentuais do mercado de trabalho formal se reduziram, ao mesmo tempo em que cresceu o número de desempregados e de pessoas vivendo na pobreza. O risco de ter seguido o receituário do Consenso de Washington foi assumido somente pelos países, ou seja, “O sistema internacional lava as mãos dentro da melhor tradição de que o sucesso tem vários pais, mas o fracasso é órfão” (Dupas, 2005: 28). Após o fracasso das políticas neoliberais da década de 1990, é possível observar uma nova virada no pendulo, dessa vez em direção à esquerda. Os partidos de esquerda que voltaram a se estruturar após o fim dos regimes militares, voltaram a concorrer nas eleições e surgiram como alternativa. De acordo com Pannizza (2006), uma verdadeira marea rosa atingiu a América Latina. Partidos de esquerda e centro esquerda chegaram ao poder na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, Nicarágua, Panamá, Peru, 3

Importante destacar que essa agenda foi seguida em diferentes proporções.

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Venezuela, Uruguai. Embora tenham suas especificidades, marcadas pela trajetória dos partidos e lideranças e pelo contexto específico de cada país alguns elementos comuns podem ser observados nos governos progressistas que chegaram ao poder no fim dos anos 1990 e inicio dos anos 2000. Um deles é o anti neoliberalismo. “Pode-se afirmar assim que o antineoliberalismo serviu simbolicamente de “farol” e de denominador comum aglutinador, em

meio

ao

“nevoeiro”

das

grandes

transformações ocorridas na última quadra histórica” (Silva, 2010: 5). Outro elemento comum às esquerdas é a implantação de políticas de inclusão social, esses governos têm a preocupação em gerar políticas que visam o bem-estar social, de modo focalizado. O terceiro é sua atuação internacional, busca de maior autonomia em relação aos mecanismos internacionais, alternativas econômicas ao peso dos EUA, construção de parcerias com países em desenvolvimento e integração regional (Silva, 2010). O inicio dos anos 2000 é marcado por dois movimentos importantes, por um lado observamos a ascensão dos governos de esquerda e por outro a expansão democrática. Entre 2005 e 2008, por exemplo, foram realizadas 15 eleições presidenciais, o maior número de eleições democráticas realizadas na história da região. Apesar

de

alguns

casos

de

não

conclusão

de

governos

eleitos

democraticamente eleitos (Walker, 2009), nas duas últimas décadas predominaram a consolidação eleitoral e o respeito às regras do jogo. Nesse sentido, a democracia continua sendo considerada preferível em comparação com outros regimes, 54% dos latino-americanos optam pelo sistema, no mesmo sentido, 74% estão de acordo com a afirmação que a democracia pode ter problemas mas é o melhor regime de governo (Walker, 2009). Logo, podemos observar que há fortalecimento do regime. Mesmo com situações de instabilidade política, quedas de presidentes, escândalos de corrupção, não houve ruptura democrática na região.

3. Determinantes do Desempenho Econômico na AL 3.1. Desempenho no contexto democrático: análise descritiva 6

A América Latina vem experimentando ao longo do tempo oscilações em seu desempenho macroeconômico. Depois de um período de considerável crescimento durante as décadas de 1960 e 1970, o que se observa é um período de instabilidade. Assim como a Europa, a crise do fim dos anos 1970 chega à região latinoamericana trazendo vários desafios. Os regimes militares foram encerrados em clima de crise econômica (inflação e dívida externa), porém ainda havia crescimento. A expectativa de que a democracia traria a solução dos problemas econômicos foi se esvaindo com o tempo e com a constatação de que embora o ambiente democrático favorecesse as questões políticas e institucionais, não trazia a fórmula mágica para solucionar os problemas econômicos. O desempenho econômico apresentou seus piores índices nos anos 1980. Foi a pior fase de crescimento se comparar o desempenho dos países latinoamericanos nos anos 1980 com os anos 1960 e 1970, e com o desempenho dos países do leste asiático. Além da redução nas taxas de crescimento, os anos 1980 foram marcados pela queda do PIB per capta, que apresentou resultados negativos no período. O Estado passou a ser visto como a origem de todos os males, o responsável pela estagnação que se apresentava, e a opção encontrada era acreditar no mercado (Evans, 1998). Conforme discutido no tópico anterior, as diversas transformações que os países latino-americanos passaram nas últimas duas décadas não apenas modificaram o funcionamento das instituições políticas dentro do processo de democratização, como também refletiram em um novo ambiente de tomada de decisões econômicas. A concentração de poder decisório, característica dos regimes autoritários anteriores, deram lugar a inclusão de novos atores (stakeholders) dentro de uma dinâmica de relações de interesse mais complexa num contexto democrático e mais globalizado, incluindo governos subnacionais, parlamentares, grupos de interesses, movimentos sociais, dentre outros. Assim, os governos que assumiram a condução desses países se depararam com os constrangimentos externos, em um ambiente de forte pressão interna e externa pela resolução do problema maior que se impunha: a crise econômica. 7

Nesse sentido, maior parte desses governos acabou optando por adotar a agenda neoliberal que previa o equilíbrio “macroeconômico e a trilogia (estrutural): abertura externa, mercados livres e privatização” (Valdés, 2008: 208) como a solução do entrave que se impunha, e como o modelo capaz de garantir estabilidade e prosperidade. Embora tenha havido uma recuperação nos índices de crescimento, na década de 1990, seu patamar foi inferior ao período 1950-1980. Os efeitos do lento crescimento ultrapassaram os anos 1990 e chegaram ao inicio do século XXI. Junto à dificuldade de superar os desafios estava o desencanto da população latinoamericana. Em princípios do século XXI, observa-se por toda a região um sério problema de frustração de expectativas. Existe a percepção de que o crescimento econômico da America Latina pós reformas foi reduzido. Por diferentes causas, observando a situação que prevaleceu no século XXI esse conjunto de reformas não produziu uma melhoria substantiva e permanente em um segmento importante da população de muitos países latino-americanos (Valdés, 2008: 208). No mesmo sentido, Rodrik (2006) afirma que a América Latina e outras áreas subdesenvolvidas adotaram as reformas de liberalização econômica mais radicais já registradas e, no entanto, o crescimento econômico obtido ficou muito aquém do esperado. Após a constatação de que os países que seguiram uma estratégia própria foram os que apresentaram os melhores resultados4, houve uma mudança na ênfase da política econômica na América Latina. O Estado voltou a ser visto como ente regulador necessário à manutenção da estabilidade econômica. Uma importante medida foi a alteração dos preços relativos no mercado internacional, a qual provocou um efeito positivo, o que favoreceu as balanças comerciais e promoveu uma nova guinada em direção ao crescimento, porém um crescimento mais tímido que o observado no período anterior. Não obstante, esse crescimento econômico não ocorreu de maneira uniforme na região. 4

As países do leste asiático que privilegiaram as exportações e mantiveram o Estado como principal regulados da economia, apresentaram os melhores resultados econômicos da década de 1990 e se recuperaram mais rapidamente das crises.

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Com efeito, o desempenho econômico das nações apresenta um alto grau de variabilidade. Mas como mensuramos esse desempenho? A literatura acerca do tema é muito diversificada, entretanto, para fins desta pesquisa optamos por três importantes indicadores macroeconômicos que, em grande medida, refletem os resultados das políticas econômicas dos governos nacionais. São eles: crescimento do produto interno bruto (PIB), taxa de inflação e variação no índice de desemprego. Além de serem bons indicativos dos resultados alcançados pela política econômica do governo, estas variáveis também exercem impacto no cotidiano da sociedade, o que as torna ainda mais interessante nas análises dos determinantes do comportamento e consequentemente do desempenho dos governantes. O crescimento econômico é medido por meio do percentual de crescimento anual do Produto Interno Bruto dos 18 países estudados, com dados do Banco Mundial (World Development Indicators)5. O crescimento econômico médio observado no período de 21 anos, para o conjunto dos países da pesquisa, foi de 3,8%. Todos os países apresentam um saldo positivo, sendo que o menor foi obtido pelo México (2,8%) e o maior pelo Panamá (5,6%). Não há maiores diferenças se considerados os blocos econômicos ou comerciais da região: os países do Mercosul alcançaram um crescimento de 3,3%; os países da Comunidade Andina (inclusive Venezuela e Chile), 3,8%; e os países abrangidos pelo Tratado de Livre Comércio da América Central e República Dominicana (CAFTA-RD) obtiveram um crescimento de 3,9%. De fato, como pode-se observar a partir da figura abaixo, a obtenção de crescimento econômico predominou durante o período da pesquisa (1990-2010). Considerando os 18 países, nos vinte um anos aqui analisados, em apenas 45 casos (13%) houve retração econômica. Embora a maior parte tenha passado por pelo menos um ano com queda no Produto Interno Bruto, três países passaram todo o período de crescimento constante: Bolívia, Panamá e Guatemala. Por outro lado, alguns países experimentaram retração em número maior de anos: Venezuela, em 7 anos; Argentina, em 6; Uruguai, em 5 e Nicarágua, em 4. Destacam-se dois casos com mais de dois anos de recessão, ocorridos na Argentina e no Uruguai, ambos

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entre os anos de 1999 e 2002. Reflexo das crises internacionais, os piores anos para a economia latino-americana foram os de 2009 e 1999, com respectivamente nove e oito países com recessão. Figura 1 – Crescimento Econômico na América Latina, 1990-2010

Fonte: Bureau for Latin America and the Caribbean/USAID. Elaboração própria.

Quanto à inflação, a variável selecionada reflete os índices oficiais dos governos para a média anual de inflação medida por índice de preços ao consumidor para os 18 países da investigação, conforme dados do Departamento de Pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento6. Neste conjunto, quatro países alcançaram, em ao menos um ano, índice de inflação superior a 200% após 1990 – Argentina, Brasil, Nicarágua e Peru7. Por outro lado, 13 países enfrentaram ao menos três anos consecutivos de inflação superior a 15% entre 1990 e 2010. Na 5

Sítio do Bureau for Latin America and the Caribbean na internet, mantido pela United States Agency for International Development, disponível em http://lac.eads.usaidallnet.gov/, acessado em 6 de março de 2012. 6 Sítio do Latin American and Caribbean Macro Watch Data Tool na internet, disponível em http://www.iadb.org/Research/LatinMacroWatch/lmw.cfm, acessado em 6 março de 2012. 7 Para não comprometer as estimativas dos modelos, dez casos extremos - taxas de inflação acima de 200% - foram substituídos pelas média. Com se trata de menos de 3% do total de observações, acredita-se que tal opção não diminui a validade interna da análise.

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maioria dos casos os problemas inflacionários foram controlados no início da década de 1990, como é possível visualizar na figura 2 a seguir. Seis países não registraram três anos consecutivos de inflação superior a 15% após 1995, o Brasil não registrou após 1996, Honduras e Uruguai após 1997, Colômbia após 1998, México após 1999 e Equador após 2001. Argentina destaca-se por apresentar índices negativos entre 1999 e 2001, mas o único caso destoante no que concerne ao controle da inflação é o da Venezuela – ao longo dos anos 2000, o país continua a ostentar índices de inflação superiores a 20%.

Figura 2 – Taxa de Inflação na América Latina, 1990-2010

Fonte: Banco Interamericano de Desenvolvimento. Elaboração Própria.

No que tange ao desemprego, foram utilizados dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – CEPAL8, suplementados, para os casos ausentes, com dados do Departamento de Pesquisa do Banco Interamericano

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Sítio do Bureau for Latin America and the Caribbean na internet, mantido pela United States Agency for International Development, disponível em http://lac.eads.usaidallnet.gov/, acessado em 6 mar. 2012.

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de Desenvolvimento9. A pesquisa opta por utilizar a variação da taxa anual de desemprego em relação ao ano anterior. Acredita-se que essa é uma medida mais precisa do que a simples taxa de desemprego, uma vez que possibilita mensurar os resultados das políticas econômicas entre os anos, como também exclui a questão do desemprego estrutural. Como pode-se observar a partir da figura abaixo, os países apresentam uma variação da taxa anual de desemprego bastante significativa. A situação mais grave de aumento do desemprego (6 p.p.) ocorreu na Argentina, em 1995. No período da pesquisa (1990-2010), os melhores resultados em queda do desemprego podem ser observados no Equador, em 2000 (-5,4 p.p.); na República Dominicana, em 1994 (-3,9 p.p.); e no Uruguai em 2004 (-3,8 p.p.).

Figura 3 – Índice de Desemprego na América Latina, 1990-2010

Fonte: Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – CEPAL. Elaboração própria.

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Sítio do Latin American and Caribbean Macro Watch Data Tool na internet, disponível em http://www.iadb.org/Research/LatinMacroWatch/lmw.cfm, acessado em 6 mar. 2012.

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3.2. Modelo Explicativo O objetivo principal deste trabalho é avaliar o impacto da dinâmica política, em especial, competição eleitoral e ideologia sobre o desempenho econômico dos governos nacionais na América Latina durante o presente período democrático. Este estudo tipo de abordagem não é nova nas ciências sociais. Desde os anos 70, uma série de trabalhos vêm investigando comparativamente o impacto de fatores de natureza política sobre os resultados da política econômica, sobretudo, nos países da Organização para a Cooperação e Desnvolvimento Econômico (Castles, 1978; Castles; McKinlay, 1979; Cameron, 1978). A linha de pesquisa tem como premissa da importância do papel da intencionalidade das decisões sobre os resultados da economia, como fica evidente na afirmação de Douglas Hibbs (1977: 1487): “os resultados macroeconômicos não são totalmente endógenos, mas, obviamente, são influenciados em grande medida por escolhas políticas de curto e longo prazo”. Nas últimas décadas, todavia, prevalece a ausência de consenso acerco da efetiva influência política sobre a economia. Nesse contexto, Imbeau, Pétry e Lamari (2001) a partir de uma extensa pesquisa bibliográfica classificam a literatura em duas vertentes: ‘escola da convergência’ e os adeptos da perspectiva de que ‘a política importa’. Os primeiros argumentam que as sociedades industrializadas do século vinte se tornaram cada vez mais similares, encarando os mesmos tipos de problemas e aplicando os mesmos tipos de soluções. Logo, as diferenças políticas, culturais e institucionais pouco servem para explicar as variações das políticas públicas. Em contrapartida, a segunda vertente, embora não negue a influência de fatores socioeconômicos, preconiza a existência de correlação entre variáveis relativas à dinâmica política e resultados das políticas públicas. Esse

debate

continua latente nas abordagens comparadas entre nações, nos últimos anos, que analisam uma grande variedade de temas para além do crescimento econômico (Bjornskov, 2005), incluindo também o processo de desregulamentação do mercado (Potratke, 2010), liberalização da industria (Belloc; Nicita, 2011) e privatização (Bjornskov; Potrafke, 2011). No sentido de aplicar esse debate no caso latino americano, o presente artigo procura testar duas hipóteses relacionadas ao funcionamento do sistema democrático. O argumento central da teoria da democracia eleitoral é que as 13

eleições e seus aspectos subjacentes influenciam o comportamento dos políticos e, por conseguinte, o desempenho dos governos. Na perspectiva de accountability, a democracia tende a produzir governos controlados e responsivos à população, cujos partidos políticos atuam como atores centrais dentro de processo eleitoral livre, justo e frequente. Autores como Castles (1982), Klingemann, Hofferbert e Budge (1994) e Powell (2009) apontam para o papel fundamental dos partidos políticos no processo democrático, na medida em que organizam e apresentam nas eleições pacotes de políticas ideologicamente coerentes, permitindo assim que a democracia conecte a preferência dos cidadãos e a política pública. Para outros autores, contudo, esta capacidade dos partidos enfraqueceu-se devido à ampliação dos espaços insulados da política nos governos e pela falta de clareza na distinção ideológica entre as agremiações, entre outros fatores (Mair, 2007). Ainda que os partidos não desempenhem um papel controlador da política pública por meio da ideologia, a competição eleitoral periódica pode incentivar a accountability na medida em que permite ao eleitorado julgar o desempenho dos governantes, gerando recompensas e punições que estimulam o governo a respeitar os interesses dos cidadãos (Manin; Przeworski; Stokes, 1999). Assim, a presente pesquisa estuda dois importantes fatores políticos relacionados à accountability: a competição eleitoral e a ideologia partidária. A variável competição eleitoral10 é empregada para testar se o grau de disputa nas eleições atua como ameaça aos políticos locais de modo a estimular e controlar o desempenho das suas atividades, servindo como um fator gerador de accountability. Em outras palavras, esperamos que quanto mais acirrada as eleições para presidência dos países latino-americanos, melhor o desempenho dos governos na economia – maior crescimento, menor inflação e menor desemprego. Um segundo aspecto central na literatura é o impacto da ideologia do partido do Presidente sobre o desempenho governamental. Esta pesquisa se baseia na escala de posicionamento de Anthony Downs (1957) que ordena a esquerda e a 10

Existem diversas formas de se calcular a competição eleitoral, para fins desta pesquisa, será utilizado a margem de vitória (% de votos) entre o primeiro e o segundo colocado nas eleições presidenciais (1º turno).

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direita de acordo com a visão sobre a intervenção estatal na economia. Nas democracias industriais, pelo menos até a década de 1970, os governos de esquerda estiveram associados a uma política econômica direcionada para o crescimento econômico e a geração de emprego, em detrimento do controle da inflação (Esping-Andersen, 1998, p. 186; Hibbs, 1977). Na mesma direção, Przeworski (1985, p. 205) defende que “a ideologia que orienta a direita é antiestatismo [...] baseado na crença de racionalidade do mercado [...] enquanto a esquerda pós-segunda guerra mundial preconiza o programa Keynesiano de pleno emprego e equidade”. Seguindo esse raciocínio, o critério básico da diferenciação remete ao papel do estado e do mercado, no qual os partidos de esquerda apresentariam uma postura mais intervencionista em favor do emprego e do crescimento econômico. Para tanto, são utilizadas as estimativas de posicionamento ideológico de pesquisa junto aos parlamentares de cada país pesquisado (câmaras baixas), nas quais os mesmos posicionam os partidos entre as posições zero (mais à esquerda) e dez (mais à direita)11. As expectativas em termos de resultados das políticas públicas para a posição do partido do presidente nesta variável são os seguintes: quanto mais baixo (esquerda), mais crescimento econômico e menos desemprego; quanto mais alto (direita), menor a inflação. Empregamos ainda duas outras varáveis políticas: ano eleitoral e índice de direitos políticos da Freedom House12. A primeira se fundamenta na teoria do ciclo político de negócios (political business cycle) e visa medir os efeitos da agenda do ciclo eleitoral sobre o desempenho da economia. Isto é, se ocorre tendência de maior crescimento e inflação e redução do desemprego em períodos de eleições para melhorar a imagem da gestão perante os eleitores (Nordhaus, 1975; Tabellini; Persson, 1999). Quanto aos direitos políticos, sua aplicação no modelo tem como 11

Foram utilizados dados das pesquisa survey Observatório de Elites Parlamentarias en América Latina, desenvolvidopela Universidad de Salamanca. Os dados cobrem quase todos os partidos dos presidentes no período e nos países estudados, sendo que foram utilizados os dados da pesquisa realizada para a legislatura nas quais ocorreram as eleições presidenciais, ou a mais próxima disponível. Os dados forma extraídos no shttp://americo.usal.es/oir/elites/series_temporales.htm, em 1 de fevereiro de 2012. 12

O índice de direitos políticos da Freedom House mensura o grau de liberdade apresentado nos países para a participação dos indivíduos no processo político, com base em três categorias: pluralismo político e participação, processo eleitoral e funcionamento do governo. Dados extraídos em http://www.freedomhouse.org.

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objetivo avaliar se o regime ou nível de democratização do país exerce ou não efeitos sobre os resultados alcançados em termos de política econômica, algo rechaçado por alguns acadêmicos (Przeworski et al., 2000). Outros fatores também podem contribuir para explicar o desempenho econômico das nações, por isso, utilizamos um conjunto de fatores de ordem econômico como controle. O percentual das exportações em relação ao PIB e grau de investimento externo podem ser indicativos de abertura econômica e liberalização da economia e, por conseguinte, favorecerem um melhor desempenho deste setor. Da mesma forma, as parcelas de gastos sociais e da indústria sobre o PIB são utilizadas para testar se a maior propensão de investimentos nessa área e o maior dinamismo econômico refletem em melhores resultados. Finalmente, de forma a capturar a conjuntura internacional, o crescimento da economia dos países da OCDE é empregado no modelo, haja vista, a histórica relação de dependência econômica das nações latino-americanas.

3.3.Resultados No sentido de estimar os efeitos dos determinantes políticos sobre o desempenho econômico na América Latina foram aplicadas as técnicas tradicionais de regressão econométrica para dados em painel: efeitos fixos e efeitos aleatórios. Ambos os tipos de modelos para análises com dados de painel possuem vantagens e desvantagens. De acordo com Wooldridge (2006), o estimador de efeitos fixos é eficiente quando os erros idiossincráticos são serialmente não-correlacionados e homoscedásticos. Já os modelos de efeitos aleatórios são mais apropriados em situações que o efeito não observado é não correlacionado com todas as variáveis explicativas. Em todos os casos, contudo, os resultados dos testes de Hausman apontam para a consistência das estimativas obtidas através do método de efeitos fixos. Como é possível perceber na tabela 1, a seguir, de modo geral, os resultados empíricos indicam pouca capacidade explicativa dos modelos, o que é reiterado pelos seus baixos coeficientes de determinação. 16

No primeiro modelo, determinantes do crescimento econômico, se por um lado as evidências confirmam a hipótese da influência da ideologia, por outro, a relativa à competição eleitoral é rechaçada. No que tange ao impacto da ideologia partidário, as evidencias empíricas favorecem a interpretação de que a alternância de poder na região, mais especificamente, as vitórias de partidos mais esquerdistas geraram melhores desempenhos econômicos. O coeficiente estimado indica que quanto menor a medida de ideologia empregada (mais à esquerda o governo) maiores tendem a ser as variações positivas do PIB. Isto é, um ponto a menos na medida ideológica do partido governista tende a gerar em média cerca de 0,6 a mais de crescimento do PIB nacional. Quanto à competição eleitoral, o seu coeficiente positivo e significante indica justamente o contrário do pressuposto teórico, ou seja, quanto mais acirrada as eleições presidenciais na América Latina melhores seriam os desempenhos em termos de crescimento do PIB dos candidatos eleitos no decorrer dos seus mandatos. Do ponto de vista substantivo, entretanto, os efeitos são de fato bastante residuais na medida em que a variação de um desvio padrão acima da média tende a refletir em menos de 0,001 na variação do crescimento econômico. Em relação às demais variáveis políticas, ano eleitoral não demonstra ser um fator influente nesta dimensão assim como o indicador de direitos políticos empregado no modelo. Dentre as variáveis de controle, somente o nível de industrialização da nação parece afetar as taxas de crescimento econômico na América Latina durante o período analisado. Esse efeito, contudo, é relevante na medida em que o incremento de um por cento na participação da indústria no PIB reflete em 0,3 a mais de crescimento da economia. O modelo dos determinantes da inflação também indica significância estatística da variável de competição eleitoral. Neste caso, o coeficiente é significativo e negativo, o que converge com o efeito esperado. Em outras palavras, quanto menos disputada a eleição anterior melhor tende a ser o desempenho do Presidente no combate à inflação, mais especificamente, um ponto percentual na

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margem de vitória a menos gera uma redução no índice inflacionário de 0,15, mantendo os demais fatores constantes. Por outro lado, a segunda hipótese relativa ao impacto da ideologia não se confirma na análise da inflação, assim como o fato de se realizar eleições no ano ou de prevalecer uma regime político mais democrático. Ademais, o nível de gasto na área social se mostrou significativo e com um efeito expressivo, haja vista que o incremento de um desvio padrão em relação à média dos gastos sociais repercute em aproximadamente 2% a mais nos índices de inflação anual, o que em grande medida é compreensível.

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Tabela 1 – Determinantes do Desempenho Econômico na América Latina, 19902010 Crescimento Econômico

I nflação

Desemprego

0,04*

-0,15**

-0,01**

(0,02)

(0,07)

(0,01)

-0,56*

1,67

0,01

(0,32)

(1,04)

(0,12)

-0,15

-1,63

0,02

(0,55)

(1,78)

(0,21)

-0,02

1,56

-0,01

(0,33)

(1,09)

(0,12)

0.00

0,11

-0,06***

(0,06)

(0,20)

(0,22)

0,18

-0,44

-0,05

(0,11)

(0,19)

(0,44)

0,15

-3,77***

0,03

(0,14)

(0,47)

(0,55)

0,30***

-0,20

-0,05

(0,08)

(0,46)

(0,03)

0,18

-1,21

-0,04

(0,26)

0,084

(0,09)

-5,67

56,63

2,71*

(4,04)

(13,07)

(1,54)

R2

0,01

0,005

0,01

N

269

269

269

Teste de Hausman

24,13* *

83,90* * *

20,57* *

Competição Eleitoral

Ideologia

Ano Eleitoral

Direitos Políticos

Exportação

Investimento Estrangeiro

Gasto Social

Industrialização

Crescimento OCDE

Constante

Notas: Coeficientes estimados e erros-padrões entre parentesis. Significância estatística: * significa valor-P < 0,1; ** valor-P < 0,05; *** valor-P < 0,01.

Finalmente, no modelo dos determinantes do desemprego assim como nos demais, a variável de competição eleitoral apresenta efeitos estatisticamente significativos. Nesse caso, entretanto, embora com efeitos mais residuais do que na inflação, as evidências mostram a relação negativa do coeficiente estimado. Assim, pode-se afirmar que quanto maior a competição nas eleições na América Latina melhores tendem a ser os resultados da política de emprego. Nos demais fatores de 19

caráter político não se observa impacto significativo da ideologia, ano eleitoral e direitos políticos. Quanto aos controles, o aumento da participação da exportação no PIB parece refletir em menores índices de desemprego, em termos substantivos, um aumento de um ponto percentual na participação das exportações sobre o PIB tende a gerar uma redução de 0,06 nas taxas de desemprego das nações, em média.

4. Considerações Finais O artigo se propôs a desenvolver uma investigação sobre os efeitos da dinâmica política nas últimas duas décadas sobre o desempenho macroeconômico das nações latino-americanas. A temática se torna ainda mais relevante na medida em que este período foi marcado por um conjunto de transformações políticas e institucionais profundas que culminaram em inéditas reconfigurações das forças políticas na região. Nessa direção, a pesquisa procurou testar se o grau de competição nas eleições presidenciais e a postura ideológica dos partidos governantes exerceram efeitos sobre o desempenho das economias na América Latina, retratados pelo crescimento do PIB, inflação e desemprego. Os modelos estatísticos, em síntese, reforçam a importância destes fatores na explicação dos resultados econômicos, embora em menor medida do que era esperado. No que tange à competição eleitoral, a hipótese de que quanto mais acirrada as eleições para presidência dos países latino-americanos, melhor o desempenho dos governos é confirmada para a inflação e o desemprego. Enquanto que a hipótese do papel mais proativo dos novos partidos de esquerda pode ser constatado na análise do crescimento econômico. Em relação as duas outras variáveis de caráter político, primeiro, podemos afirmar que no período analisado o grau de democratização do país, mensurado pelo índice de direitos políticos, não importa, do mesmo modo que não se observou impacto de comportamento oportunista em anos eleitorais nos resultados da economia na região, o que converge com a literatura acerca do tema (Borsani, 2003).

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Outro aspecto interessante dos modelos está relacionado à influência de fatores estruturais sobre o desempenho econômico das nações. Nota-se que o impacto das variáveis selecionadas não apenas são pouco freqüentes, mas, principalmente, variam de acordo com cada tipo de resultado macroeconômico observado. Em suma, podemos concluir que é inegável a relevância de se atentar para a dimensão política na explicação do desempenho econômico dos países. Entretanto, reconhecemos que essa tarefa não é trivial e, por conseguinte requer um aprofundamento das análises e, principalmente, diversificação das ferramentas de pesquisa. Dessa forma, acreditamos que o caminho de aperfeiçoamento desta abordagem demanda novas tentativas metodológicas, seja aplicando novos métodos estatísticos ou reconfigurando de forma distinta cada um dos modelos, ajustando com mais propriedade a relação de variáveis estruturais de modo a minimizar problemas de endogeneidade e/ou multicolineariedade.

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