Design ou Design Thinker: Reflexão sobre Conceitos

September 14, 2017 | Autor: Katja Tschimmel | Categoria: Design thinking
Share Embed


Descrição do Produto

Designer ou Design Thinker: reflexão sobre Conceitos

159

158

Referência bibliográfica: Tschimmel, K. (2014). Designer ou Design Thinker: Reflexão sobre Conceitos_1ª parte. In PLI * ARTE & DESIGN. Publicação periódica de reflexão crítica sobre práticas e discursos do design contemporâneo. Nº5/2014. Matosinhos: Edições ESAD. pp. 159-165.

Katja Tschimmel

Produção

pli-arte & design

1ª parte

161

160

O Design Thinking é hoje entendido como um processo de pensamento para conceber novas realidades, expressando a introdução da cultura do design e seus métodos em áreas como a invação empresarial, social e do ensino.

Produção

pli-arte & design

O Design Thinker é um profissional de qualquer área do conhecimento que aplica as ferramentas da metodologia do design em processos coletivos de inovação, com o objetivo de pensar de forma mais fluida, flexível, empática, human centered, visual e original.

Surge então aqui a pergunta pertinente: o que torna um designer num Design Thinker? E outra: será que um não-designer pode ser um Design Thinker? E ainda outra: será que se pode ser um designer sem ser um Design Thinker? Note-se que a questão aqui não é se se pode ser um designer sem pensar, mas sim sem ser um Design Thinker na perspetiva de um novo perfil profissional.

pli-arte & design

Para esclarecer todas estas dúvidas, será preciso que olhemos para os significados dos dois conceitos, não querendo entrar aqui em análises etimológicas e lexicológicas2, mas apenas na exposição de algumas interpretações de autores nacionais e internacionais de referência. Existem poucas áreas em que haja tão pouco consenso como na definição do design, graças ao seu caráter multidisciplinar e interdisciplinar. Enquanto os autores da geração dos funcionalistas limitam a atividade do designer à criação e conceção industrial de artefactos (Maldonado3, Archer4 e muitos outros), sendo estes artefactos vistos como produtos ou imagens, outros autores procuram alargar a sua definição, afastando o design da obrigatória produção industrial. Daciano da Costa, por exemplo, tentava nos anos 90 equiparar o design ao acto do projecto do arquiteto5, defendendo que “a Arquitectura e o Design têm em comum o acto do projecto como modo de resolver problemas da materialidade do Ambiente Humano”. Sobretudo, nos anos 70/80, os designers foram vistos por muitos autores numa perspetiva positivista como Rational Problem Solvers6. Na primeira edição da obra clássica The Sciences of the Artificial (1969), Herbert Simon descreve o campo da resolução de problemas como “the search for a solution through a vast maze of possibilities (within the problem space). (…) Successful problem solving involves searching the maze selectively and reducing it to manageable solutions” 7. Esta interpretação fundamentalmente racional e analítica é substituída nos anos 90 por uma visão mais holística e humanista,

Thinking. PÚBLICO online, Economia, 24.07.2013. Disponível em http://www.publico.pt/economia/ noticia/a-revolucao-do-design-thinking-1601137. 2 Os leitores interessados na origem etimológica e lexicológica do conceito de design podem ler mais sobre o assunto em: Tschimmel, Pensamento Criativo do Design. Dissertação de Doutoramento. Universidade de Aveiro, Departamento de Comunicação e Arte, Aveiro. Cap. 6. Disponível online em http://ria.ua.pt/ bitstream/10773/1270/1/2010000838.pdf. 3 Maldonado, T. (1993). El Diseño Industrial Reconsiderado. 3ª ed., revista e ampliada. Barcelona: Gustavo Gili. 4 Archer, B. (1974). Design Awareness and Planned Creativity in Industry. Office of Design, Department of Industry, Trade and Commerce, Ottawa, e Design Council of Great Britain, Londres. 5 Da Costa, D. (1998). Design e Mal-Estar. Coleção Design, Tecnologia e Gestão. Centro Português de Design. p. 29 6 Mais sobre o paradigma da Resolução Racional de Problemas e a mudança de paradigmas metodológicos no design na segunda parte deste artigo, no próximo número da PLI arte & design. 7 Simon, H. (1996). The Sciences of the Artificial. 3ª ed. Cambridge, Massachusetts: The MIT Press [1ª ed. 1969].

centrando-se na função comunicativa e simbólica dos artefactos. Assim, Bürdek salienta na obra Design. História, Teoria e Prática do Design de Produtos (2006) a perspetiva do design de interface, do processamento de informação e a função comunicativa do design. Na sua perspetiva, o design deveria “visualizar os progressos tecnológicos, facilitar a utilização dos produtos em causa, tornar transparentes as ligações existentes no mundo do consumo e compreensíveis os serviços”8. Como ele, houve muitos outros autores que destacaram a importância dos significados e da linguagem dos artefactos na definição do design. Um representante desta visão é o designer, teórico e educador de design Gui Bonsiepe, que define o design na perspetiva do conceito de Interface Design. Segundo Bonsiepe, o designer tem como missão tornar o encontro entre utilizador, artefacto e tarefa a desempenhar tão compreensível quanto possível, razão pela qual entende como núcleo do design a interseção do artefacto com o utilizador enquanto pessoa que age. Para clarificar a perspetiva alargada do design de interface, que não pode ser circunscrito à linguagem de produto, Bonsiepe reinterpreta o conceito de design sob a forma de sete teses9. Sem enumerar aqui estas teses, podemos constatar que a reinterpretação de design de Bonsiepe corresponde, de um modo geral, a um entendimento multidisciplinar do design e à supressão de áreas específicas, sendo o design visto como uma atividade inerente a qualquer tipo de inovação, independentemente da sua área de conhecimento. No seu livro Hiperdesign (2013), o artista-designer português Leonel Moura vai ainda mais longe quando afirma: “Tudo tem design”10. Segundo esta perspetiva, design e criatividade estão intimamente interligados porque são os mecanismos responsáveis por toda a evolução, natural e artificial. Já em 1969, Herbert Simon defendeu que “everyone designs who devises courses of action aimed at changing existing situations into preferred ones”11, sendo esta afirmação uma das frases mais citadas na literatura sobre design e criatividade12.

8 Bürdek, B. E. (2006). Design. História, Teoria

163

1 Morais, R. (2013). A Revolução do Design

e Prática do Design de Produtos. São Paulo: Eduardo Blücher. p. 16. 9 Bonsiepe, G. (1996). Interface. Design Neu Begreifen (Interface. Compreender o Design de Novo), Col. Kommunikation & Neue Medien. Mannheim: Ed. Bollmann. 10

Moura, L. (2012). Hiperdesign. Lisboa: IADE

Edições. 11 Simon, H. (1996). The Sciences of the Artificial. 3ª ed. Cambridge, Massachusetts: The MIT Press [1ª ed. 1969]. p. 111. 12 Por exemplo em: Bonsiepe, G. (1996). Interface. Design Neu Begreifen (Interface. Compreender o Design de Novo), Col. Kommunikation & Neue Medien. Mannheim: Ed. Bollmann. Friedman, K. (1997). Design Science and Design Education, Research Report 7/1997. Norwegian School of Management School of Marketing, Sandvika. 1ª publicação in The Challenge of Complexity, Peter McGrory (Ed.). Helsínquia: University of Art and Design Helsinki. 1997. pp. 54-72. Jonas, W. (1999). On the Foundations of a ‘Science of the Artificial’. Disponível em http://home.snafu.de/jonasw/JONAS4-49.html, acedido em 20.10.2013.

1º edição da Pós-Graduação em Design Thinking da ESAD Matosinhos, coordenada por Katja Tchimmel.

Como vemos nesta curta exposição de diferentes interpretações do design, cada uma das definições depende de um contexto histórico, de uma perspetiva cultural e da experiência profissional a partir da qual a atividade do design é contemplada. Em comum, todas estas interpretações têm o foco no projeto e na atividade criativa que dá origem a novas combinações materiais ou imateriais (artefactos). E a partir desta visão síntese podemos facilmente fazer a ponte para o conceito de Design Thinking, tal como é utilizado atualmente no meio das organizações. Mas antes vejamos a origem do conceito. O termo design thinking, inicialmente escrito com letras minúsculas, tem a sua origem em projetos internacionais de investigação na área da cognição em design. Embora o início da investigação científica sobre os processos cognitivos dos designers se situe nos anos 70, é nos anos 90 que se verifica um boom na investigação em design thinking. O interesse crescente nesta área de investigação foi claramente uma consequência da crítica à metodologia racional do design. Contra todas as expectativas, o movimento metodológico do design tinha falhado na tentativa de melhorar a qualidade do planeamento e da configuração dos projetos de design através da aplicação de métodos racionais. Surgiram então várias jornadas de investigação sobre o tema Pensar o Design, os chamados Design

Produção

162

Em 2013, o jornal Público anunciou num artigo de opinião A Revolução do Design Thinking1. Será isso uma boa notícia para a comunidade dos designers? Que tipo de revolução está o autor, Ricardo Morais, a proclamar? Cito: “O design thinking assume-se, pois, como uma nova forma de pensar e de inovar que promete revolucionar a forma como indivíduos, organizações e comunidades resolvem os seus problemas. Uma revolução de que Portugal bem precisa”. Que Portugal e a maior parte das empresas portuguesas precisam neste momento de uma revolução, ou melhor dito, de novas perspetivas e novos modelos de negócio, ninguém tem dúvida. Que os designers podiam dar um contributo importante neste assunto, muitos também concordariam. Mas neste artigo não se fala dos designers, mas de um pensamento que é típico dos designers. Quem são os donos deste tipo de pensamento que conduz a novas formas de resolver problemas, ao nível individual e organizacional? Serão todos os designers, só alguns deles ou também outros profissionais? Pois vê-se cada vez mais que profissionais de diversas áreas do design, da gestão ou do marketing, se identificam ou descrevem como Design Thinkers, seja nos seus curricula, seja no seu perfil em redes sociais como o LinkedIn, uma realidade que desagrada a muitos designers, pois pode levar à irónica e errónea interpretação de que estes Design Thinkers pensam quando fazem design e os outros designers não.

pli-arte & design

A partir deste movimento de investigação em design, e paralelamente ao seu desenvolvimento, surge outra versão do conceito de Design Thinking, desta vez escrito com letras maiúsculas, e desta vez no meio da gestão e no seio da prática de uma agência de design, a IDEO (embora com ligação íntima ao Departamento de Design de Produto da Universidade de Stanford). No livro Change by Design: How Design Thinking Transforms Organizations and Inspires Innovation (2009), escrito por Tim Brown, atual CEO da IDEO, o design já não é visto meramente como motor para a inovação promovido pelos designers, mas oferece novos modelos de processos e ferramentas que ajudam a melhorar, acelerar e visualizar todo o processo criativo, realizado não só por designers, mas por equipas multidisciplinares em qualquer tipo de organização. O novo uso do termo Design Thinking, especificamente a combinação de pensar e design, oferece a áreas como a Gestão da Inovação a oportunidade de aplicar as ferramentas da metodologia de design noutros contextos de resolução de problemas, não diretamente relacionados com a aparência e a funcionalidade dos artefactos, mas com modelos de negócio, serviços e processos. Neste contexto, surgiu uma outra obra que deu um forte contributo para a mudança do conceito de Design Thinking: o livro The Design of Business: Why Design Thinking is the Next Competitive Advantage (2009) de Roger Martin, diretor da Rotman School of Management em Toronto, com um background de consultoria em gestão. A partir destas duas obras, e numerosas outras acerca do conceito, o Design Thinking é hoje em dia entendido como um processo de pensamento complexo para conceber novas realidades, expressando a introdução da cultura do design e seus métodos em áreas como a inovação empresarial, a inovação social e a inovação do ensino. Com as numerosas publicações15 surgidas em torno do termo Design Thinking nos últimos 5 anos (o que prova o potencial do conceito), o conceito ganhou popularidade na media do management, dos negócios e da educação, e tornou-se um rótulo para a consciência de que qualquer tipo de negócio e organização podem beneficiar da maneira de pensar e trabalhar dos designers. O que caracteriza esta maneira de pensar, os métodos e as suas ferramentas, será abordado na segunda parte deste artigo, no próximo número da PLI: Designer e Design Thinker: Uma Mudança de Paradigma Metodológico (2ª parte). Resumimos aqui que o Design Thinking é atualmente entendido como um modo de pensar que leva à transformação, evolução e inovação, a novas formas de vida, novas formas de aprendizagem e novas formas de gestão empresarial. Numa tentativa de explicar os dois conceitos numa única frase,

internacionais, o simpósio Research in Design Thinking, foram publicados no seguinte livro: Cross, N., Dorst, K., Roozenburg, N. (Eds.) (1992). Research in Design Thinking.

14 Mais sobre a forma típica de pensar do designer em: - Cross, N., Dorst, K., Roozenburg, N. (Eds.) (1992). Research in Design Thinking. Delft: Delft University Press. - Cross, N. (2011). Design Thinking: Understanding How Designers Think and Work. Oxford: Berg. - Eastman, C., McCracken M., Newstetter, W. (Eds.) (2001). Design Knowing and Learning: Cognition in Design Education. Oxford: Elsevier Science Ltd. - Goldschmidt, G. (1991). The Dialectics of Sketching. In Creativity Research Journal, Vol. 4, nº 2, pp. 123-143. - Goldschmidt, G. (1994). On Visual Design Thinking. In Design Studies, Vol. 16, nº 2, Elsevier Science Ltd., pp. 189-209. - Lawson, B. (1986). How Designers Think. Londres: The Architectural Press. - Thoring, K., Müller, R. M. (2011). Understanding the Creative Mechanisms of Design Thinking: An Evolutionary Approach. In Proceedings of the DESIRE’11 Conference Creativity and Innovation in Design. Eindhoven: ACM, pp. 137-144. - Tschimmel, K. (2011). Design as a Perceptionin-Action Process. In Taura, T., Nagai, Y., Design Creativity 2010. Londres: Springer Verlag, pp. 223-230.

15 Alguns exemplos: - Brown, T. (2009). Change by Design. How Design Thinking transforms Organizations and Inspires Innovation. Nova Iorque: Harper Collins Publishers. - Cross, N. (2011). Design Thinking: Understanding How Designers Think and Work. Oxford: Berg. - Lockwood, T. (Ed.) (2010). Design Thinking. Integrating Innovation, Customer Experience and Brand Value. Design Management Institute. Nova Iorque: Allworth Press. - Lupton, E. (Ed.) (2012). Intuición, Acción, Creación. Graphic Design Thinking. Barcelona: Editorial Gustavo Gili (Orig. Graphic Design

diria: o designer é um profissional que projeta novos artefactos materiais e imateriais, logo produzidos e/ou divulgados através de processos industriais ou digitais, enquanto o Design Thinker é um profissional de qualquer área do conhecimento que aplica as ferramentas da metodologia do design em processos coletivos de inovação, com o objetivo de pensar de forma mais fluida, mais flexível, mais empática, mais human centered, mais visual e mais original.

16

Adriá, F., Soler, J. Adriá, A. (2010). Cómo

165

13 Os resultados do primeiro destes encontros

Funciona elBulli. Las Ideas, los Métodos y la Creatividad de Ferran Adrià. Londres: Phaidon Press.

Regressando à pergunta colocada no início desta reflexão, se os designers são obrigatoriamente Design Thinkers, podemos afirmar agora que todos os designers são Design Thinkers na medida em que aplicam nos seus processos criativos as ferramentas da metodologia projetual: desde as ferramentas de exploração, geração e visualização de ideias, até às ferramentas de comunicação do projeto e da sua materialização. Não conheço nenhum designer que não seja também um Design Thinker (embora existam aqui vários graus) e conheço alguns não-designers que são verdadeiros Design Thinkers. O melhor exemplo, na minha opinião, é o cozinheiro catalão Ferran Adrià, que não é só uma das pessoas que mais entende sobre a criatividade aplicada numa área prática, como um excecional Design Thinker. Quem pretender compreender melhor a razão desta minha afirmação, leia (e veja) o livro Cómo Funciona elBulli. Las Ideas, los Métodos y la Creatividad de Ferran Adrià16, em que são verbal e visualmente descritos os métodos e as técnicas que foram aplicados nos processos de inovação do menu do restaurante elBulli. Uma enorme fonte de inspiração para levar o Design Thinking a outras áreas de conhecimento e prática. E pergunto-me: e eu própria, formada em design de produto mas sem exercer esta atividade nos últimos 18 anos? Uma vez que investigo e aplico na prática as ferramentas da metodologia do design, por um lado, de forma mais individual, na preparação de palestras, aulas e workshops, e na comunicação das mesmas, por outro lado, de forma coletiva, em sessões de consultoria ou formação, na conceção de eventos e na facilitação de processos de inovação em organizações, considero-me claramente uma Design Thinker, porque o outcome das minhas atividades criativas não são artefactos no sentido clássico, mas são processos de ensino, aprendizagem e desenvolvimento, modelos didáticos, eventos, e serviços de consultoria e formação. Poderia alguém comentar: então és uma designer de processos e uma designer de serviços. E eu concordaria, mas entraríamos aqui no campo de mais conceitos novos do universo do design. Deixemos isso para uma próxima oportunidade. no próximo número da PLI: Designer e Design Thinker 2ª Parte: Uma Mudança de Paradigma Metodológico

DESIGNER



DESIGNER THINKER



Thinking: Beyond Brainstorming, Nova Iorque:

Profissional de design que

Profissional de qualquer área

Princeton Architectural Press, 2011).

projeta novos artefactos

de conhecimento que aplica

materiais e imateriais.

técnicas da metodologia

- Kumar, V. (2012). 101 Design Methods: A Structured Approach for Driving Innovation in Your Organization. New Jersey: John Wiley & Sons.

OUTRO PROFISSIONAL

projetual em processos coletivos de inovação empresarial, social ou de ensino.

- Martin, R. (2009). The Design of Business. Why Design Thinking is the Next Competitive Advantage. Boston, Massachusetts: Harvard Business Press. - Stickdorn, M., Schneider, J. (Eds.) (2010). This is Service Design Thinking: Basic, Tools, Cases. Amsterdam: BIS Publisher.

Produção

164

Thinking Research Symposia, por iniciativa de Nigel Cross, Norbert Roozenburg e Kees Dorst, na Escola Superior Técnica de Delft, nas áreas do design de engenharia e de produto13. Os membros desta comunidade de investigação da cognição no design e numerosos outros cientistas do design defendem que existe uma forma de pensar típica do design (designerly way of thinking), que se distingue do pensamento científico ou do pensamento quotidiano14. O objetivo principal deste conjunto de pesquisas é a melhoria das habilidades cognitivas do designer em processos individuais e em processos de design coletivos, assim como também na educação e na prática.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.