Dia do homem. Dissertação sobre masculinidade é resultado de pesquisa antropológica na UFPA
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03/12/2016
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Dia do homem. Dissertação sobre masculinidade é resultado de pesquisa antropológica na UFPA
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Neste domingo, 15 de julho, é comemorado o Dia do Homem. Neste mundo contemporâneo, é possível dizer que eles estão mais antenados nas tendências da moda, vão à academia para esculpir os corpos, consomem produtos de grifes e não deixam de gastar muito dinheiro em salões e clínicas de estética. Esse é o perfil do homem do século XXI: o metrossexual. No Brasil, falar da vaidade dos homens já não é mais tabu, apesar de algumas ressalvas. Hoje, cada vez mais homens estão preocupados com a aparência. Pesquisa sobre esse tema, desenvolvida no Programa de PósGraduação em Antropologia (PPGA), da Universidade Federal do Pará (UFPA), tornase dissertação de mestrado, que deverá ser defendida em agosto deste ano. A pesquisa Masculinidades em cena: o modo de ser e de pensar o metrossexual a partir das telenovelas, de Edyr Batista de Oliveira Júnior, mestrando do PPGA, revela que os homens estão cada vez mais à vontade com esta outra forma de “vivenciar a masculinidade”. “O que, antes, era visto com desconfiança tem mudado, e os homens já não têm mais tanto receio de consideraremse metrossexuais”, comenta o pesquisador. Masculinidades e narcisismo Ainda de acordo com o antropólogo, diversas são as formas de representação da masculinidade, isto é, há diferentes maneiras de vivenciar o ser masculino. “Na minha pesquisa, eu trabalho a questão das ‘masculinidades’ estudando a relação entre a heteronormatividade (heterossexualidade como norma) e o metrossexual, pois este ainda é visto com certa desconfiança por parte de homens e mulheres, por ser muito vaidoso. Contudo é importante deixar claro que o homem pode ser metrossexual, independentemente da sua sexualidade”, ressalta Edyr Batista. Vaidade O tema metrossexual ainda toca em questões recorrentes, como a orientação sexual e a futilidade, o que não passa de preconceito. Edyr explica que “a futilidade é muito presente nos discursos e traz a questão do preconceito, do olhar atravessado. A vaidade foi convencionada como coisa de mulher. Quando o homem traz isso para a vivência dele, traz consigo a desconfiança dos demais”. Aliado ao consumo, o metrossexual ama a sua própria imagem, “é o homem que gosta de ser desejado não importa se por homens ou por mulheres. O prazer do metrossexual está em trabalhar o seu corpo para ser apreciado e desejado pelas pessoas”, diz. Contexto diferenciado – O pesquisador considera que o uso da telenovela em sua pesquisa é importante por se tratar de um produto excelente para observação das representações das masculinidades na contemporaneidade. A telenovela tem um amplo alcance de audiência. Isso permite estudar como essas representações estão sendo transmitidas e como o público tem feito releitura delas.
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Apesar de os moldes universais do metrossexual aparecerem no estudo de Edyr, o antropólogo afirma que, em Belém, esse modo de ser tem especificidades. “Os rapazes que se declararam metrossexuais, nas minhas entrevistas, vão à academia, consomem grifes disponíveis na cidade e têm cuidados excessivos com o cabelo. Essa vivência é ressignificada entre eles. Ser metrossexual aqui, em Belém, é diferente de ser metrossexual em Nova Iorque, por exemplo. Os contextos são diferentes. O metrossexual daqui se faz com o que está disponível para ele. Essas práticas são formas de comunicar à sociedade outro modo de vivenciar a masculinidade. Enfim, são outros modos de consumo, mas a vaidade extremada é a mesma”. Histórico – O termo metrossexual foi criado, em 1994, pelo jornalista e escritor britânico Mark Simpson. A denominação do homem urbano, que gasta grande parte da sua renda com cuidados estéticos, alcunhado pela primeira vez em artigo publicado no jornal inglês The Independent não teve muita repercussão. Oito anos depois, em 2002, o jornalista publicou outro artigo na revista online Salon, associando o termo ao jogador de futebol David Beckham, o maior símbolo desse modelo de homem, na mídia. A partir daí, a classificação pegou e não parou de ser usada, massivamente, nos meios de comunicação. No Brasil, autoridade no assunto é o estudioso Wilton Garcia, que tem trabalhos publicados sobre o tema e um livro recente, O Metrossexual no Brasil, publicado em 2011. “O termo tem despertado interesse para estudos. A tendência das Ciências Sociais é prestar mais atenção ao
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homem que tem vivência dessa masculinidade, procurando analisar e conduzir, cientificamente, este assunto”, declara o antropólogo. Conheça outras pesquisas desenvolvidas no PPGAUFPA. Texto: Vítor Luiz Barros – colaborador da Assessoria de Comunicação da UFPA Foto: Reprodução / Google
Publicado em: 14.07.2012 16:00
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