Discurso e imagem: transformações do cânone visual nas mídias digitais

September 6, 2017 | Autor: Renan Mazzola | Categoria: Michel Foucault, Análise do Discurso, Pintura, Mídia
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MAZZOLA, Renan. Discurso e imagem: transformações do cânone visual nas mídias digitais. 2014. 155 f. Tese (Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa) – Faculdade de Ciências e Letras, Unesp, Araraquara, 2014.

RESUMO


Com vistas a refletir sobre as transformações do cânone visual nas mídias digitais a partir das relações entre discurso e imagem, fundamentamo-nos nos postulados da Análise do Discurso, derivada dos trabalhos do grupo em torno de Michel Pêcheux e de contribuições da obra de Michel Foucault, e concebemos os seguintes pressupostos que subsidiarão as considerações a serem aqui desenvolvidas: a) o cânone se configura como procedimento de controle do discurso e como lugar de memória, mas a coerção que impõe a seus objetos é passível de transformações quando circula nos meios digitais; b) o discurso estético, mencionado por Michel Pêcheux nas obras da chamada "terceira época" da Análise do Discurso, sinaliza caminhos para a compreensão do lugar da pintura e da mídia no aparato teórico desse campo do saber; c) a história da Análise do Discurso desenhada por Jean-Jacques Courtine retrata os limites do pensamento de Michel Pêcheux e os avanços do pensamento de Michel Foucault com relação à abordagem da imagem em sua dimensão material, discursiva e histórica; d) o enunciado, para Michel Foucault, possui uma natureza semiológica, ou seja, ele não se reduz necessariamente ao componente linguístico; para compreendermos esse princípio, analisamos o período entre 1966 e 1968, em que Michel Foucault esteve na Tunísia e desenvolvia simultaneamente, entre outros trabalhos, os fundamentos de seu método arqueológico (A arqueologia do saber) e as reflexões sobre o discurso estético (A pintura de Manet); e) para estudarmos a abordagem da imagem e da pintura na Análise do Discurso, revisitamos os princípios encontrados no campo da Semiologia dos anos 1960 e 70 – como a obra de Roland Barthes em torno da fotografia e a de Carlo Ginzburg em torno do paradigma indiciário na pintura – para então compreendermos a natureza da Semiologia Histórica desenvolvida por Jean-Jacques Courtine. Em linhas gerais, esta tese explicita as condições teóricas de emergência da abordagem da materialidade visual – da imagem, em geral; da pintura, em particular – em Análise do Discurso. Especificamente, este estudo demonstra o lugar do discurso estético nas obras de Michel Pêcheux e de Michel Foucault, e da produtividade da Semiologia Histórica de Jean-Jacques Courtine. Como ilustração desse percurso teórico, analisamos as transformações sentidas pelo cânone pictórico ocidental na atualidade e suas formas de abordagem.

Palavras-chaves: Análise do Discurso. Semiologia. Cânone. Pintura. Mídia digital.

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