DISTRIBUIÇÃO DE Pseudopaludicola aff. falcipes (ANURA; LEIUPERIDAE) NA RESTINGA

July 12, 2017 | Autor: Gilvana Barreto | Categoria: Atlantic Forest, Anura, Distribution, Rlc, Restinga
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Santos Barreto et al. / RLC Vol. 2 (2)-3 (1): 27-36

REVISTA LATINO-AMERICANA DE CONSERVAÇÃO REVISTA LATINOAMERICANA DE CONSERVACIÓN LATIN AMERICAN JOURNAL OF CONSERVATION ISSN 2027-3851

Contribuição original

DISTRIBUIÇÃO DE Pseudopaludicola aff. falcipes (ANURA; LEIUPERIDAE) NA RESTINGA DO LITORAL NORTE DA BAHIA, BRASIL Gilvana Santos Barreto 1, 3*, Moacir Santos Tinoco 2, Danilo Couto-Ferreira 1, 3 & Henrique Colombini Browne-Ribeiro 3 1 Universidade

Católica do Salvador (UCSAL), Bahia, Brasil. de Ciências Naturais e da Saúde- Universidade Católica do Salvador. DICE, School of Anthropology and Conservation, Marlowe Building, The University of Kent at Canterbury, Kent, CT2 7NZ. 3 Centro de Ecologia e Conservação Animal, Universidade Católica do Salvador (ECOA/UCSAL), Bahia, Brasil. 2 Instituto

Resumo Populações de P. aff. falcipes foram investigadas ao longo do litoral norte da Bahia com o objetivo de fornecer informações acerca da sua distribuição. A amostragem ocorreu em oito áreas de restinga: Busca Vida, Arembepe, Imbassaí, Massarandupió, Baixio, Barra de Itariri, Praia do Forte e Costa Azul, que incluíram sete municípios. Procuras visuais diurnas e bimestrais foram desenvolvidas ao longo de transectos lineares de 500 m abrangendo o intervalo das 6:00 h às 18:00 h entre junho de 2010 a abril de 2011. Aspectos relacionados à antropização e aos caracteres estruturais foram registrados. Apenas foram considerados indivíduos de P. aff. falcipes coletados segundo a autorização ICMBIO-SISBIO: 23355-1. Seis das oito áreas apresentaram populações de P. aff. falcipes. Foram capturados 207 indivíduos, duas áreas totalizaram juntas 87,43% da abundância total representando as principais populações da espécie para a região. Entre as formações, a zona úmida é destacadamente prioritária para a manutenção das populações de P. aff. falcipes somando 195 dos registros. Quanto ao solo os tipos charco, misto e areia revelaram registros para a espécie. O registro de P. aff. falcipes para a restinga do litoral norte da Bahia representa a ampliação da distribuição geográfica conhecida para o gênero. Entre as áreas, a espécie teve abundâncias representativas mais ao norte sugerindo dispersão influenciada pelo gradiente de ocupação humana, sendo inversamente proporcional a esta. A distribuição intra-populacional mostrou-se agrupada e relacionada à presença de corpos d’água, pois as populações mais efetivas estavam associadas a reservatórios permanentes de água. Palavras-chave: Anura, Distribuição, Mata Atlântica, Restinga, Zona úmida Pseudopaludicola aff. falcipes (Anura; Leiuperidae) distribution in Restinga on the north coast of Bahia, Brazil Abstract P. aff. falcipes populations were investigated along the northern coast of Bahia aiming to verify this taxa distribution. Eight restinga sites were sampled: Busca Vida, Arembepe, Imbassaí, Massarandupió, Baixio, Barra de Itariri, Praia do Forte and Costa Azul, which are included in seven different municipalities. At two months interval, diurnal visual encounters were conducted among 500 m linear transects, ranging from 6:00 h to 18:00 h from June/2010 to April/2011. Structural and human disturbance aspects were measured. We only considered P. aff. falcipes individuals that were captured, according to the permit ICMBIO-SISBIO: 23355-1. Six of eight sites hold P. aff. falcipes populations. In the end of the study, 207 individuals were captured, two sites totalized together 87.43% of total abundance, possibly representing the major species populations to the region. Among the physiognomies, the humid zone is the most important to P. falcipes population management, summing 195 records. This species was also found on three ground types: pond, mixed soil and sand. P. aff. falcipes record to the northern coast of Bahia’s restinga filling a geographic distribution gap known to the genus. The species abundance was more representative to the sites on the north, suggesting its dispersal is influenced by human land occupation, and inversely proportional to that. Intra-population distribution were grouped and related to water ponds presence, due the more effective populations were related to permanent water ponds. Key words: Anura, Atlantic forest, Distribution, Humid zone, Restinga. * Autor correspondente: [email protected] Editor: José F. González-Maya Aceito: 14 setembro de 2012

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Pseudopaludicola aff. falcipes em Restinga, Brasil

Introdução O padrão geográfico de uma espécie é norteado pela presença ou ausência de habitat adequados (Ricklefs 2003). São frequentes estudos que investem esforços na investigação de como a disponibilidade de recursos e/ou condições podem refletir nos padrões geográficos das espécies (e.g. Dalanesi et al. 2004, Raimundo 2004, Vasconcelos & Rossa-Feres 2005, Rohe 2006). Assim, estes procuram relacionar as exigências fisiológicas dos animais, às variáveis ambientais de maior relevância (Vitt & Caldwell 2009). Clima, topografia e tipo do solo são alguns dos fatores que influenciam diretamente a distribuição das espécies (Ricklefs 2003). Adicionalmente, as populações se tornam vulneráveis à disponibilidade de alimentos, locais para nidificação, taxas de predação e/ou perturbações ambientais (Ricklefs 2003). Seguindo este cenário, a fragmentação de habitats representa no contexto atual grande ameaça às populações biológicas (Ricklefs 2003). Evidências desse conceito podem ser representadas por estudos com diversos grupos animais, dentre eles os anfíbios, principalmente quando considerada a perda de habitat por atividades humanas (Frost 2011). É neste sentido que diversos estudos, consensualmente, argumentam que áreas litorâneas conhecidas por restingas tem se revelado como um crescente atrativo para o aumento da especulação imobiliária e turismo (Schineider & Teixeira 2001, Loebmann 2005, Menezes et al. 2007, Rocha & Sluys 2007, Tinôco et al. 2008). Desta forma, os estudos nesses ambientes têm avaliado a influência da degradação sobre as assembléias de anuros. Tinoco et al. (2008) sugerem evidências relacionadas à distribuição espacial de anfíbios em formações restinga para o litoral norte da Bahia. Estes autores propõem a persistência de algumas espécies de anuros em localidades mais conservadas em detrimento daquelas que exibem maior interferência antrópica. Narvaes et al. (2009) aponta padrão semelhante tendo em vista a riqueza do mesmo táxon para o ecossistema em uma região no sudeste do Brasil.

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Segundo estudo em restingas, no sudeste do Brasil, espécies do gênero Pseudopaludicola costumam estar associadas às zonas úmidas (Carvalho-e-Silva et al. 2000). Locais úmidos são utilizados pelo mesmo táxon também em fragmentos florestais (Rodríguez et al. 2004, Loebmann & Haddad 2010, Rodríguez et al. 2010). O gênero Pseudopaludicola (Miranda-Ribeiro 1926) está presente em onze espécies no Brasil, com distribuição conhecida para as regiões norte, sul e sudeste (González & Hamann 2004, Silveira 2006, Frost 2011): P. falcipes (Hensel 1867), P. mystacalis (Cope 1887), P. canga Giaretta & Kokubum, 2003, P. boliviana Parker, 1927, P. ceratophyes Rivero & Serna, 1984, P. mineira Lobo, 1994, P. riopiedadensis Mercadal de Barrio & Barrio, 1994, P. saltica (Cope 1887), P. murundu Toledo, Siqueira, Duarte, VeigaMenoncello, Recco-Pimentel & Haddad, 2010, P. serrana Toledo, 2010 e P. ternetzi Miranda-Ribeiro 1937 (SBH 2010). Espécies deste gênero costumam surgir em grandes populações e sua plasticidade ecológica permite tolerar modificações do habitat como pastagens e plantações (Frost 2011). Tamanho diminuto, atividade diurna e altos saltos, são caracteres inerentes à espécie. Sua reprodução normalmente ocorre entre os meses de setembro e fevereiro e é comum os machos utilizarem solos encharcados próximos a corpos d’água, principalmente em virtude de seus hábitos reprodutivos (Lavilla et al. 2004, Loebmann 2005, Toledo et al. 2007). Em restingas, P. falcipes foi encontrada por Silva et al. (2000) em apenas uma fitofisionomia: a zona úmida, que são normalmente planícies de espraiamento de rios e lagoas, naquele estudo, costeiras, permitindo que o solo permaneça encharcado por longos períodos. O presente estudo objetivou avaliar a distribuição das populações de espécies Pseudopaludicola aff. falcipes Miranda-Ribeiro (1926) ao longo da restinga do litoral norte da Bahia, relacionando a sua ocorrência aos aspectos estruturais do habitat. Materiais e métodos Área de estudo A costa litorânea do norte da Bahia abrange 220 km onde estão inseridas sete Unidades de Conservação,

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sendo a maioria destas, Áreas de Proteção Ambiental–APA, as quais cobrem uma extensão de aproximadamente 215 mil hectares (SEMA 2011). O litoral norte da Bahia compreende a região que abrange oito municípios com limite sul em Salvador e limite norte em Jandaíra. Este trecho de restinga tem sofrido crescente ocupação em virtude da especulação imobiliária e consequente ocupação humana (Menezes et al. 2007, Tinôco et al. 2008).

que com baixa frequência. Não há entre estas a presença de corpos d’água permanentes, sendo apenas a zona úmida contemplada, principalmente em períodos chuvosos, pela presença de charcos, desta maneira caracterizada como temporárias.

Para a realização deste estudo, foram definidas oito áreas ao longo do litoral, estas cobrem sete unidades municipais. Para definição das unidades amostrais, tomou-se o último remanescente costeiro central em Salvador o Parque Metropolitano de Pituaçu. 12°56´S e 38°24´W (Conceição & Pereira 1998). A partir deste ponto e em direção ao norte, a cada 20 km, foram estabelecidas mais oito unidades espaciais. As unidades espaciais em cada localidade foram selecionadas a partir de quadrículas de 5 km x 5 km em imagens de satélite disponíveis na plataforma Google. Os municípios selecionados para as coletas e seus respectivos distritos foram: Busca Vida – Lauro de Freitas; Arembepe – Camaçari; Praia do Forte e Imbassaí - Mata de São João; Massarandupió - Entre Rios; Baixio – Esplanada; Barra de Itariri – Conde e Costa Azul – Jandaíra (Figura 1). Para o estudo a investigação quanto à ocorrência de Pseudopaludicola aff. falcipes foi realizada em quatro formações vegetais descritas por Silva et al. (2000) sendo: mata de restinga, moita, vegetação praial e vegetação de zona úmida. Segundo estes autores a última formação é especialmente favorável ao estabelecimento da espécie. Assim, esta formação também foi investigada quanto a sua caracterização estrutural. Breve descrição das áreas. Busca Vida/Lauro de Freitas (BV): (12º52’13.47”S/38º16’11.68”O) Possui as quatro formações em estudo, delimitadas por um condomínio residencial. Zona úmida, praial, mata e moita estão assim distribuídas em proximidade a residências, sendo destacadamente praial e moita utilizadas por transeuntes locais, ainda

Figura 1. Distribuição das áreas em que foi investigada a presença do Pseudopaludicola aff. Falcipes no litoral norte da Bahia.

Arembepe/Camaçari (AR): (12º42’53.94”S/38º08’49.35”O) Sofre também influência direta de um condomínio igualmente residencial, porém não igualmente estruturado. A zona úmida está situada marginalmente a um manguezal ao longo de todo o transecto. Entre esta e a formação praial há um rio (Pojuca) que oferece, portanto uma barreira de dispersão para a herpetofauna local entre estas zonas. Nesta área assim como na localidade anterior a presença de poças é disposta sazonalmente e ocorre apenas na zona úmida. Pode-se porém ressaltar que parte da zona úmida nesta área sofre influência da maré.

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Pseudopaludicola aff. falcipes em Restinga, Brasil

Praia do Forte/Mata de São João (PF): (12º35’35.72”S/38º01’44.04”O) O acesso mais próximo ao alcance das quatro formações nesta área abrange a travessia de um rio, porém o rio não está situado nas proximidades de nenhuma delas. Nessa localidade mata, moita, zona úmida e praial são muito próximas entre si. Há a presença de poças temporárias em algumas porções adjacentes à formação de mata. Imbassaí/Mata de São João (IM): (12º28’44.52”S/37º57’32.13”O) constitui também uma região muito utilizada para fins turísticos e residenciais através do estabelecimento recente (2005) de um complexo hoteleiro e residencial. A mata e moita são nesta área contíguas. A zona úmida e praial margeiam um rio (Imbassaí). A primeira apresenta ainda poças do tipo temporárias assim como a formação de mata que conta com a presença de uma lagoa que tem sua formação sujeita à sazonalidade. Massarandupió/Entre Rios (MA): (12º19’05.61”S/37º50’05.33”O) Apresenta as quatro formações distribuídas distintamente, sendo moita e zona úmida contíguas. Nesta localidade o uso para fins turísticos é destacado na praial e zona úmida, onde é comum a prática do naturismo. A zona úmida local (perene) também conta com a presença de um rio (Sauípe) disposto ao longo de todo transecto. Aqui há em moita e praial a presença, em períodos chuvosos, de poças do tipo temporárias. Baixio/Esplanada (BA): (12º06’56.84”S/37º42’18.99”O) Neste município os pontos de coleta estão também inseridos em uma área particular, e os indícios de construções em andamento só são passíveis de observação na formação praial e é também possível visualizar com frequencia o trânsito de pedestres em alguns dos locais de coletas. A atividade principal aqui é a pecuária e o turismo local nas demais formações. A praial é a mais distante entre as formações. Moita, mata e zona úmida apresentam maiores proximidades entre si. Na zona úmida há uma lagoa de grande porte ao redor da qual podese verificar uma formação perene de charco.

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Barra do Itariri/Conde (BI): (11º56’44.55”S/37º36’37.39”O) Neste local há vizinhança entre as formações de moita, mata e zona úmida. Atividades humanas foram verificadas através da presença de resíduos, número inexpressivo de residências e trânsito de pessoas, porém em baixa frequência, a principal atividade verificada neste local é a pecuária. Há nesta área uma lagoa que, em períodos chuvosos, representa uma barreira de dispersão entre a praial e as demais zonas. A zona úmida desta localidade é contemplada por grandes poças que oferecem disponibilidade de água ao longo de todo ano, entretanto seu tamanho é bastante reduzido no período seco, porém são perenes. Costa Azul/Jandaíra (CA): (11º41’54.17”S/37º29’56.86”O) Nesta área as formações preservam relativamente maiores distâncias entre si. Os indícios de utilização da área se restringem à presença de resíduos. Na zona úmida há uma lagoa permanente em que a disposição dos pontos é igualmente representada como na área anterior. A formação praial dispõe de drenagens e a moita também conta com a presença de uma lagoa, porém de menor dimensão que aquela na zona úmida. Delineamento amostral As coletas foram diurnas e bimestrais, desenvolvidas em intervalos compreendidos entre 6:00 h e 18:00 h, realizadas entre junho/2010 e abril/2011. A cada período de coletas, cada área era investigada durante duas horas. Assim, se uma coleta em uma das áreas fosse realizada das 6:00 h às 8:00 h, no período subsequente, o intervalo das buscas para o mesmo local seria qualquer outro que não sobrepusesse o intervalo de tempo já utilizado (como, neste último caso, o período seguinte poderia ser de 8:00 h às 10:00 h, por exemplo). O método aplicado foi a procura visual (PV) limitada por tempo, e as coletas foram realizadas manualmente. Os coletores posicionavam-se em cada um dos lados do transecto, evitando assim a repetição dos encontros em uma mesma coleta, percorrendo a área no período delimitado (duas horas) em uma

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única direção, sul-norte. Os indivíduos de P. aff. falcipes registrados eram capturados sempre que possível. Para as capturas, dois coletores percorriam um transecto de 500 metros. As áreas foram caracterizadas individualmente quanto a presença de fatores que indicassem antropização, entre os quais foram consideradas a presença de construções, resíduos e/ou qualquer atividade humana evidente. Além destes, a presença de corpos d’água e posterior caracterização também foi avaliada. Para a avaliação da distribuição da espécie foram considerados apenas os animais capturados. Em virtude do tamanho diminuto da espécie (= 12 mm; Toledo et al. 2007), a detecção visual apenas dificultaria a determinação mais precisa da espécie. As zonas úmidas foram investigadas particularmente quanto à cobertura de herbáceas, através da escala de Fournier (Fournier 1974), quanto ao tipo de solo além de verificada a presença/ausência e tipo de corpos d’água disponibilizados, recursos mais utilizados pelo gênero Pseudopaludicola (Loebmann 2005, Toledo et al. 2007, Uetanabaro et al. 2008). Para o tipo de solo foram ponderadas as categorias: misto (1), areia (2), argila (3) e tipo charco (4). O índice pluviométrico mensal para o período de coletas foi obtido através do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Para avaliação da influência entre as chuvas e as abundâncias para a espécie foi realizado entre os índices pluviométrico e de capturas obtidas um teste de regressão linear simples precedido do teste de normalidade através do GraphPad InStat®. Alguns exemplares foram fixados em formaldeído 4%, conservados em álcool 70% e encaminhados para a coleção cientifica do Centro de Ecologia e Conservação Animal da Universidade Católica do Salvador (ECOA/ICB/UCSAL). Posteriormente levados para confirmação no Laboratório de Animais Peçonhentos - LAPH da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, aos cuidados da curadora da coleção.

Resultados Distribuição de P. aff. falcipes Foram coletados 207 indivíduos apenas da espécie P. aff. falcipes. A espécie apresentou ocorrência para seis das oito áreas amostradas: Busca Vida, Imbassaí, Massarandupió, Baixio, Barra do Itariri e Costa Azul. A ocorrência desta espécie ainda não foi constatada para as áreas de Arembepe e Praia do Forte (Gráfico 1). Do total de espécimes registrados, 87,43% foram detectados nas áreas de Baixio e Barra do Itariri, com uma abundância de 99 e 82 indivíduos, respectivamente.

Gráfico 1. Distribuição das populações (índice de captura) de P. aff. falcipes entre as localidades amostradas.

Com exceção da fitofisionomia de moita, a espécie foi registrada nas três demais formações vegetais da restinga: praial, mata e zona úmida. A maior abundância da espécie foi verificada para a zona úmida (n= 195; 94,20%), seguido de praial (n= 10; 4,83%) em CA e mata (n= 2; 0,96%) em IM e BI (Gráfico 2).

Gráfico 2. Índice de capturas de P. aff. falcipes nas formações de restinga amostradas.

A flutuação populacional ao longo do ano identificou aumento linear das abundâncias entre os meses de setembro e fevereiro, precedido de grande pico de 31

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abundância no mês de julho seguido de um decréscimo abrupto para o mês de setembro (Gráfico 3). O índice pluviométrico mensal demonstrou alto acúmulo de chuvas também para o mês de julho. Houve decréscimo em novembro quando volta a se elevar até janeiro/2011 a partir do qual volta a oscilar (Gráfico 4).

predominantemente do tipo charco; AR e BI apresentaram predomínio de solo misto e PF e BA, areia. A cobertura de herbácea sofreu pouca variação entre as áreas sendo 75% a 100% o intervalo de maior frequência. Quanto aos corpos d’água, foi verificada a presença de lagoas em CA e BA; poças temporárias em MA, AR e IM e poças perenes em BI. Apenas em PF ainda não foi verificado este recurso. Assim, BA, BI, CA, BV e MA apresentaram, através da presença de rios e poças perenes, disponibilidade de água continuada ao longo de todo período amostrado, a lagoa presente em BA é utilizada como balneário pela comunidade local. Discussão

Gráfico 3. Flutuação populacional (capturas) de P. aff falcipes no período de um ano 2010-2011.

O teste de influência entre os índices pluviométricos mensais e os índices de captura resultou em r=0.0998; p=0.8508.

Gráfico 4. Chuva acumulada mensalmente durante o período de coletas de P. aff. falcipes. Chuva acumulada mensal X Número de dias com chuva. Fonte: Instituto Nacional de Metereologia – INMET para Salvador (ONDINA; BA) para o período de jul/2010 a abr/2011.

Caracterização estrutural das zonas úmidas. A caracterização das zonas úmidas de cada área refletiu a presença em CA, MA, IM e BV de solo 32

O gradiente espacial estudado indicou a presença de populações representativas de P. aff. falcipes apenas nas áreas mais ao norte. Estas estão mais distantes da metrópole de influência – Salvador/BA, podendo sugerir diferenças estruturais marcantes entre as ZU’s. O predomínio dos solos do tipo charco (MA e BV), misto (BI) e areia (BA) mostraram-se favoráveis a populações de P. aff. falcipes, estando respectivamente associados às zonas úmidas das localidades mencionadas anteriormente. Para o estabelecimento desta espécie outros autores apontam apenas, com relação ao solo, a sua umidade como fator relevante (Haddad & Cardoso 1987, Loebmann 2005, Toledo et al. 2007) além da presença de vegetação baixa (Haddad & Cardoso 1987) que foi aqui também significativamente registrada em todas as áreas. As distribuições intra-populacionais verificadas refletem um padrão agrupado e muitas vezes associado (pela presença de girinos) a corpos d’água lênticos locais. Características também sugeridas por outros autores (Haddad & Cardoso 1987, Lavilla et al. 2004, Loebmann 2005, Sousa et al. 2009). O registro para a praial em CA ocorreu em uma drenagem que atravessa a formação (perpendicularmente à linha de praia) em direção ao mar. Este córrego possui conexão com a zona úmida desta restinga e a ocorrência da espécie nessa

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formação pode estar relacionada a esse fator, tendo em vista os únicos registros aqui representados para a formação praial. Não foram registrados indivíduos desassociados às drenagens nesta formação. A formação praial é caracteristicamente muito distinta das demais. Seus aspectos vegetacionais viabilizam altos índices de luminosidade e temperaturas, através da vegetação predominantemente coqueiral, compondo uma formação de área aberta. A indicação da presença da espécie em valas agrícolas já foi similarmente retratada (Lavilla et al. 2004). CA e MA forneceram densidades relativamente inexpressivas de P. aff. falcipes. Porém nestas localidades foi frequente também a observação de ninfas de Odonata, que, segundo Gascon (1989) Apud Sousa et al. (2009), são predadores de girinos. Sendo a distribuição de P. aff. falcipes considerada por Sousa (2009) como fator determinado pela ação da predação. Já PF, por não apresentar até então corpos d’água permanentes na extensão da área de estudo, tem na indisponibilidade deste recurso a provável causa da ausência de registros para a espécie. O solo encharcado é mencionado por diversos autores como local de possível encontro para espécies do gênero (Loebmann 2005, Toledo et al. 2007, Uetanabaro et al. 2008). Apesar de IM e BV apresentarem manchas de habitat favoráveis à espécie com predomínio de solo arenoso encharcado, houve poucos registros. O fato de as poças temporárias presentes nestas localidades alternarem a disponibilidade de água entre os períodos seco e chuvoso, pode ser uma provável causa da escassez de registros de P. aff. falcipes em todos os períodos amostrados. Situação compartilhada com AR. Ainda assim, nota-se nestas localidades que os habitats disponíveis apresentam pequena extensão, se comparadas com BA e BI. Os mais elevados índices de indivíduos de P. aff. falcipes foram registrados em BA e BI. O fato de BA e BI representarem áreas destacadamente abertas aliado ao restrito uso do solo por P. falcipes no mesmo ambiente (Rocha & Sluys 2007) justifica o encontro em destaque de populações representativas de P. aff.

falcipes para as mesmas áreas, somado ao hábito caracteristicamente diurno da espécie. Estes dados remetem a uma complexidade estrutural viabilizadora de recursos necessários ao estabelecimento deste táxon. O predomínio de P. aff. falcipes foi favorecido pela ausente diferença entre graus de verticalização, o que permitiria o estabelecimento de uma anurofauna mais diversa nestes ambientes. Segundo Silva et al. (2000), entre as espécies listadas para a zona de brejos em restingas a maior representatividade é atribuída a presença de hilídeos, principalmente do gênero Hypsiboas. Tal gênero engloba utilizadores primordiais de habitats com alguma disponibilidade de variação de estratos e de hábito predominantemente noturno (Eterovick & Sazima 2004, Loebmann 2005, Haddad et al. 2008, Uetanabaro et al. 2008). Os recursos verificados neste estudo favoreceram ocupação de P. aff. falcipes, uma vez que esta apresentou uso restrito ao solo e a estas áreas onde há a predominância de corpos d’água permanentes (lagoas). O predomínio no uso destes recursos caracteriza o cenário descrito como componente de hábitat essencial para manutenção das populações de P. falcipes. Esta pode ter encontrado no uso de charco em detrimento do uso do brejo junto ao seu hábito diurno uma maneira de atenuar a competição com outras espécies de anuros e assim manter populações representativas. A flutuação entre os períodos de coletas exibiu o resultado esperado: aumento populacional contínuo entre os meses de setembro e fevereiro, intervalo indicado como período de reprodução para P. falcipes (Loebmann 2005). Apesar do teste estatístico não revelar influência significativa entre a pluviosidade obtida para o período de coletas e as capturas da espécie, a alta abundância para espécie constatada no mês de julho pode ter sido gerada pelos elevados índices pluviométricos obtidos para o mês, o que ocasionalmente produziu a formação de maior número de poças temporárias nas localidades em estudo. Estes resultados corroboram as informações de Vitt & Caldwel (2009). Tais autores alegam que 33

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espécies que utilizam lagoas para atividades reprodutivas têm seus índices populacionais afetados direta e indiretamente por fatores como a precipitação. Houve um predomínio de pequenas populações de P. falcipes em zona úmida de restinga para a região do litoral norte da Bahia o que torna a espécie mais susceptível ao declínio, uma vez que oferecem maior sensibilidade a perturbações ambientais aleatórias (Ricklefs 2003). Os dados obtidos acerca dos registros aqui apresentados propõem ampliação da distribuição para o gênero e conseqüentemente À sua confirmação para a espécie que conforme Frost (2011) está no Brasil, restrita à região sul. As informações também ratificam o registro de Lobo (1994) quando menciona a Bahia entre as localidades preditas para o registro da espécie quando a redescreve com base na localidade tipo do Rio Grande do Sul. Conclusão Os registros de P. aff. falcipes para o litoral norte da Bahia sugerem uma ampliação na distribuição geográfica para o gênero diante do reconhecimento da sua distribuição apenas para o norte, sul e sudeste do Brasil.

A presença de corpos d’água revelou influência maciça na distribuição da espécie ao longo do trecho estudado, sendo de fundamental importância a manutenção da disponibilidade e da qualidade deste recurso para ambientes de restinga. O uso do solo tipo charco combinado com a necessária disponibilidade de água resulta na diagnose deste cenário como hábitat essencial para o estabelecimento das populações de P. aff. falcipes. Assim estes aspectos permitem inferir que a presença destes recursos se deu efetivamente mais ao norte, tomando-se como referência Salvador, localidades em que a modificação de habitat não esteve relativamente em evidência, atribuindo à P. aff. falcipes presença mais marcante nas áreas mais conservadas, levando em conta a manutenção dos habitats essenciais, evidências fortalecidas ainda pelas elevadas abundâncias verificadas nestas localidades. Os resultados atingidos apontam ainda a zona úmida como berçário primordial de populações para a espécie. A situação encontrada, com predomínio de pequenas populações para espécie ao longo do litoral baiano, induz preocupação quanto à sua manutenção. Assim, a conservação da formação é de suma importância para o ecossistema, pois além de sustentar a ocupação de populações de P. aff. falcipes demonstra o fornecimento de subsídios para a manutenção dos recursos oferecidos para a anurofauna em geral.

Agradecimentos Ao professor Moacir Santos Tinoco pelo aceite, confiança e apoio para o desenvolvimento deste projeto. À equipe Herpetofauna do Litoral Norte da Bahia – HLNB pela realização das coletas e aprendizado contínuo. Ao Msc. Henrique Colombini Browne Ribeiro pela paciência e crédito na realização deste trabalho. À Ricardo Marques pelo auxílio na tradução do texto. Ao Centro de Ecologia e Conservação Animal – ECOA e à empresa Lacerta, Consultoria, Projetos e Assessoria Ambiental pelo subsídio através do empréstimo de materiais de campo e apoio logístico no desenvolvimento do projeto. Ao DICE- UKC, Herpetofauna Foundation, RepTech e ao Amphibian Ark, parceiros deste projeto. A todos os voluntários que integraram as pesquisas de campo periódicas ao longo do período deste estudo. Adicionalmente agradeço à Dr. Flora Acuña Juncá pela análise dos exemplares encaminhados e aos profissionais Yuri Watanabe, Rafael Abreu e Breno Dominguez pelo enriquecimento e contribuição para a escrita deste. Este estudo foi desenvolvido sob a autorização MMA– ICMBIO-SISBIO/Número: 23355-1.

Literatura citada Carvalho-e-Silva SP, Izecksohn E & Carvalho-e-Silva, AMPT. 2000. Diversidade e ecologia de anfíbios em restingas do sudeste brasileiro. Pp. 89-97 .En: Esteves FA & Lacerda LD (eds.) Ecologia de Restingas e Lagoas Costeiras. NUPEM/UFRJ, Macaé, Rio de Janeiro. Conceição A & Pereira AD. 1998. Flora do Parque Metropolitano de Pituaçu, Salvador-BA, BrasilGênero Stylosanthes SW. (Fabaceae); pp.

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Citada como: Barreto GS, Santos Tinoco M, Couto-Ferreira D & Browne-Ribeiro HC. 2012. Distribuição de Pseudopaludicola aff. falcipes (Anura; Leiuperidae) na Restinga do litoral norte da Bahia, Brasil. Revista Latino-Americana de Conservação 2(2) – 3(1): 27–36.

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