Ditadura de Direitos Humanos são lembrados em Fórum - Portal da Unicamp

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http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2014/04/10/ditadura-e-direitos-humanos-saolembrados-durante-forum Ditadura e direitos humanos são lembrados durante fórum

10/04/2014 - 10:52 Texto Isabel Gardenal Imagens Isaias Teixeira Edição de Imagens Diana Melo

Desafios do Magistério no Centro Convenções O professor Andres Zarankinn Pedro Funari, um dos organidores do evento Mesa de abertura do Fórum O pró-reitor João Frederico Meyer Desafios do Magistério no Centro Convenções Desafios do Magistério no Centro Convenções O professor Andres Zarankinn O professor Andres Zarankinn Pedro Funari, um dos organidores do evento Pedro Funari, um dos organidores do evento Mesa de abertura do Fórum Mesa de abertura do Fórum O pró-reitor João Frederico Meyer O pró-reitor João Frederico Meyer

"De 1798, aprendemos alguma coisa sobre direitos humanos. Aprendemos e não esquecemos. Uma prova disso é esse evento que fala de ditadura e de direitos humanos. O Brasil de hoje tem direitos humanos... para alguns. A frase é trágica, mas verdadeira. Minha família foi desbaratada pela ditadura militar. Passamos a ser perseguidos, nosso telefone foi grampeado e, em consequência, nunca mais passamos um Natal juntos sequer". O depoimento emocionado é denunciado pela voz de João Frederico de Azevedo Meyer, atual pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da Unicamp (Preac), o Joni, que viveu intensamente o período. Joni contou que, à época, seus pais conversaram com a família a fim de comunicar que iriam mudar para a Suíça. E o então responsável pelo Diretório Acadêmico na Unicamp resolveu ficar. O pai tentou acolher vários professores da Universidade, entre eles os educadores Rubem Alves e Paulo Freire, que sofreram represálias internas e foram exilados. “Por que estamos aqui hoje? Para falar de direitos humanos. Ocorre que a ditadura militarizou a nossa sociedade. Agora direitos humanos existem somente para ter dó dos presos. Mas esse não é o direito do ser humano retomado de 1798. As leis são claras sobre o que deve ser feito. E a lei é cumprida... para alguns casos”, alfinetou Joni. O pró-reitor relembrou que há muitos outros direitos que as pessoas deveriam ter, e não têm. “Espero que minhas netas tenham o direito à água potável e ao ar puro”, afirmou ele. “Que vocês e eu consigamos mudar essa história. Então vamos começar a trabalhar”, convidou Joni. A sua fala foi um aperitivo para uma ampla programação abordando o tema no Fórum Permanente Desafios do Magistério, intitulado "Ditadura e direitos humanos: os desafios da universidade", organizado pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e Núcleo de Estudos em Pesquisas Ambientais (Nepam) na manhã desta quintafeira (10) no Centro de Convenções da Unicamp. O professor Pedro Paulo Funari, um dos organizadores do evento, recordou que a universidade brasileira como um todo sofreu muito entre 1964 e 1985. Muitos professores foram perseguidos e obrigados a deixar suas instituições. A Unicamp muitas vezes recebeu docentes de outras universidades. “Lembro-me de dois nomes: os professores Paulo Duarte (um dos fundadores da USP), cassado pelo AI-5; e Sérgio Buarque de Holanda, que então se demitiu em solidariedade ao colega. Ambos deixaram seus documentos pessoais no Arquivo Edgard Leuenroth (AEL) da Unicamp”, revelou. “Aqui vimos muitas ações generosas que acabaram protegendo as pessoas. Isso diz muito do desempenho da nossa instituição. Esperamos que essas experiências frutifiquem em outras atividades”, salientou Pedro Funari. Um dos convidados, o professor argentino Andres Zarankinn, ex-aluno de doutorado da Unicamp, ressaltou que o passado foi um grito de socorro para que as pessoas refletissem criticamente, sobretudo as instituições que sofreram às duras penas. “A

universidade não é alheia à política. Ela tem sido espaço para crítica e transformação e por isso os governos militares colocaram aqui algum tipo de controle”, criticou.

A pós-doutoranda Rita Juliana Soares Poloni, outra organizadora do Fórum, acredita que relembrar os 50 anos do Golpe Militar colabora para projetar o futuro e o espírito da democracia. Rita informou que as discussões do fórum surgiram da vontade de um grupo de pós-graduandos que nasceu no ano passado, o Grupo de Arqueologia Pública. Além de divulgar pesquisas, ele promove discussões sob diversas vertentes, entre elas a guerrilha do Araguaia, investigação de pós-graduação do aluno Rafael, que participa do grupo.

Fórum O Brasil é um país cuja história recente é marcada por dois longos períodos ditatoriais. O primeiro, com Getúlio Vargas, entre 1937 e 1945, e o segundo, com os militares, entre 1964 e 1985. Esses longos períodos de governo repressivo deixaram, sem dúvida, seus legados na educação, na pesquisa, na segurança pública, no sistema jurídico, na saúde, na vida trabalhista, entre outras tantas esferas da sociedade brasileira.

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