Do Castelo. Do Tempo. Arqueologia no Castelo Branco (ISBN 978-989-96109-3-4) - Português, English, Español

July 24, 2017 | Autor: Carlos Boavida | Categoria: History, Archaeology, Historical Archaeology, Medieval History, Medieval Studies, Portuguese History, Early Medieval Archaeology, Early Modern Europe, Medieval ceramics (Archaeology), Metal Finds (Archaeology), Ceramics (Archaeology), Arqueología, Ancient jewellery, Post medieval pottery, Pottery consumption, Coins finds as archaeological artefacts, Arqueología histórica, Arqueologia Medieval, Postmedieval Archaeology, Ceramica postmedievale, Arqueologia, Arqueologia Medieval e Moderna, Ceramica Medievale, Cerámica medieval, Medieval jewellery, Faiança Portuguesa, Cerâmica Moderna, Arqueología Medieval y Moderna, Portuguese faience, arqueologia Moderna e Contemporânea, Arqueologia Da Beira Interior, Beira Interior, Medieval and Post Medieval Pottery In the Mediterranean, Material Cultural Studies, Metal Objects, Portuguese History, Early Medieval Archaeology, Early Modern Europe, Medieval ceramics (Archaeology), Metal Finds (Archaeology), Ceramics (Archaeology), Arqueología, Ancient jewellery, Post medieval pottery, Pottery consumption, Coins finds as archaeological artefacts, Arqueología histórica, Arqueologia Medieval, Postmedieval Archaeology, Ceramica postmedievale, Arqueologia, Arqueologia Medieval e Moderna, Ceramica Medievale, Cerámica medieval, Medieval jewellery, Faiança Portuguesa, Cerâmica Moderna, Arqueología Medieval y Moderna, Portuguese faience, arqueologia Moderna e Contemporânea, Arqueologia Da Beira Interior, Beira Interior, Medieval and Post Medieval Pottery In the Mediterranean, Material Cultural Studies, Metal Objects
Share Embed


Descrição do Produto

EXPOSIÇÃO

Exposição

Do Castelo Do Tempo Arqueologia no Castelo Branco 9 de Março – 17 Abril 2014 Da Exposição

Do Catálogo

Coordenação Geral: Aida Rechena Comissário Científico: Carlos Boavida Coordenação MFTPJ: Carla Silva Coordenação SAMFTPJ: João Ribeiro Introdução: Aida Rechena, Carlos Boavida Textos: Carlos Boavida Desenhos: Carlos Boavida e Passos Maurício Fotos: Carlos Boavida, João Ribeiro Design: Hélder Milhano Montagem: José Varanda Ribeiro, Joaquim Salgueiro Mendes Impressão gráfica: Concept

Coordenação Geral / General coordination / Coordinación general: Aida Rechena Coordenação Editorial / Editorial coordination / Coordinación editorial: Celeste Capelo Prefácio / Foreword / Prefacio: Aida Rechena, Carlos Boavida Textos / Texts: Carlos Boavida Revisão / Review / Revisión: Edgar Fernandes Tradução / Translation / Traducción: Carlos Boavida, Tânia Casimiro, Miguel Valério Desenhos / Drawings / Dibujos: Carlos Boavida, Passos Maurício Fotos / Photos: Carlos Boavida, João Ribeiro, Luís Pavão, José Pessoa Design: Carlos Boavida, Joana Gonçalves Impressão gráfica / Press / Impresión gráfica: Work Júnior

Agradecimentos Instituto Politécnico de Castelo Branco José Filomeno Martins Raimundo – ESART João Ribeiro Jorge Custódio

Agradecimentos / Acknowledgement João Ribeiro Jorge Custódio Edgar Fernandes; Joana Gonçalves; Tânia Casimiro; Miguel Valério; João P. Boavida; Marcos Farias

Foto Disco Museu Nacional de Arte Antiga Museu de Aveiro Museu de Alpiarça/Casa dos Patudos – C. M. Alpiarça C. M. Idanha-a-Nova

Museu Nacional de Arte Antiga Museu de Aveiro Museu de Alpiarça / Casa dos Patudos – C. M. Alpiarça Edição / Publishing / Edición Sociedade de Amigos do Museu Francisco Tavares Proença Júnior Castelo Branco, 2015 Tiragem: 200 exemplares Dep. Legal / ISBN – versão impressa: 978-989-96109-3-4 ISBN – versão digital: 978-989-96109-4-1

Da Exposição

The Exhibition

La Exposición

A exposição “Do Castelo. Do Tempo” resulta de um trabalho conjunto do Museu Francisco Tavares Proença Júnior e da Sociedade de Amigos do Museu. É objetivo principal da exposição dar a conhecer os materiais arqueológicos encontrados no castelo de Castelo Branco durante o século XX, com destaque para os recolhidos durante a década de 80, durante as escavações conduzidas pelo professor João Ribeiro, e que pertencem à coleção de arqueologia do Museu. É ainda objetivo da exposição trazer à luz as vivências quotidianas das pessoas que habitaram no Castelo em tempos idos e dar a conhecer a evolução arquitetónica do próprio Castelo. Os materiais arqueológicos têm o poder de estabelecer ligações entre o presente e o passado, tornar familiar aquilo que era desconhecido e mostrar que as pessoas que utilizaram estes objetos, agora gastos pelo tempo, eram mulheres e homens como nós, com sentimentos, com sonhos de vida, com crenças e também com desavenças. A exposição comissariada pelo Mestre Carlos Boavida pretende ser pedagógica, um instrumento de educação para as crianças das escolas da região e um veículo de divulgação da nossa herança cultural e patrimonial a todos quantos nos visitam.

This exhibition is a collaboration between the Museu Francisco Tavares Proença Júnior and the Sociedade de Amigos do Museu. It shows the objects found archaeologically in the castle of Castelo Branco in the 20th century, highlighting those that were recovered in the archaeological excavations supervised by João Ribeiro, which integrate the museum’s collections. Through the artefacts, it is possible to demonstrate the daily activities of the people who lived in the castle in the past, as well as the organization of the fortress. The archaeological finds have the power to connect the past and the present, make the unknown familiar and make nowadays people reflect about the people who used those objects – they were women and men like us, with feelings and disagreements. The exhibition, curated by Carlos Boavida, is an educational instrument for students and it is a way to convey, to all who visited the museum, some knowledge about the city’s cultural heritage.

La exposición "Del Castillo. Del Tiempo" es el resultado de la colaboración del Museo Francisco Tavares Proença Júnior y de la Sociedad de Amigos del Museo. El principal objectivo de la exposición es dar a conocer los materiales arqueológicos hallados en el castillo de Castelo Branco a lo largo del siglo XX con destaque para los que se recuperaron durante la década de 80 en las excavaciones dirigidas por el profesor João Ribeiro y que pertenecen a la colección de arqueología del museo. La exposición tiene igualmente como objetivo traer a la luz las vivencias cotidianas de las personas que una vez habitaron en el castillo y dar a conocer la evolución arquitectónica del mismo. Los materiales arqueológicos tienen el poder de establecer lazos entre el presente y el pasado y enseñar que las personas que utilizaron estos objectos, ahora desgastados por el tiempo, eran hombres y mujeres como nosotros, con sentimientos, sueños de vida, sus creencias y sus desacuerdos. La exposición comisariada por Carlos Boavida pretende ser pedagógica, una herramienta educativa para los estudantes de las escuelas de la región y un vehículo para la difusión de nuestra herencia cultural y patrimonial entre todos los que nos visitan. MFTPJ

Embora o "castelo branco" seja Although the “white castle” is an Aunque el "castillo blanco" es un um símbolo identitário da cidade identity symbol of the city where símbolo identitario de la ciudad albicastrense, a maioria dos habi- it was build, its history is totally albicastrense, la mayoría de los 1

tantes da capital da Beira Baixa, pouco ou nada sabe sobre a História de um monumento que marca de forma incontornável o passado e a paisagem da região. Ao longo do século XX tiveram lugar diversos achados fortuitos, mas foi só nos anos 80 decorreram os primeiros trabalhos arqueológicos sistemáticos, na primeira intervenção do género organizada na cidade. Foi também uma das primeiras em Portugal que teve como objetivo o estudo de contextos medievais e modernos, numa época em que esse tipo de investigação ainda não tinha começado a surgir na maior parte das cidades do país. Volvidos quase 30 anos do fim dos trabalhos, a exposição agora organizada pretende dar a conhecer alguns dos achados mais significativos encontrados naquele local, tendo em conta a sua funcionalidade e os espaços quotidianos onde se inseriam.

unknown to most of the city’s residents. During the 20th century there were some fortuitous findings, but it was only in the 1980’s that the archaeological excavations started in a systematical form. It was the first intervention of that kind in the city and one of first in Portugal to study medieval and modern contexts, when it had not happened yet in other Portuguese sites. Almost thirty years after the end of the excavations, this exhibition wants to show some of the objects that were found, demonstrating their use and placing them in the everyday spaces where they belong.

vecinos de la capital de la Beira Baixa poco o nada sabe acerca de la Historia de un monumento que marca de forma inevitable el pasado y el paisaje de la región. A lo largo del siglo XX hubo una serie de hallazgos fortuitos, pero fue sólo en la década de 80 cuando tuvieron lugar los primeros trabajos arqueológicos sistemáticos, en lo que fue la primera intervención de esa clase organizada en la ciudad. Fueran también de los primeros trabajos arqueológicos en Portugal en tener como objectivo el estudio de contextos medievales y modernos, en una época en la que este tipo de investigación todavía no había empezado a surgir en la mayoría de las ciudades del país. Casi treinta años después del final de las excavaciones, la exposición ahora organizada pretende dar a conocer algunos de los hallazgos más significativos realizados en ese lugar, teniendo en cuenta su funcionalidad y los espacios cotidianos en que se integraban. Carlos Boavida

Vista geral do castelo View of the castle Vista del castillo Foto/Photo Carlos Boavida

2

Da História

The History

De la Historia

O território onde se encontra Castelo Branco integrava o termo da antiga Egitania (Idanha-aVelha), doado em 1165, por D. Afonso Henriques aos Templários. O castelo começou a ser construído três anos após a outorga do foral pelo 11.º mestre da Ordem do Templo, D. Frei Pedro Alvito, em 1215 (Martins, 1979: 7). No interior das muralhas desta fortaleza foi erguida a igreja de Santa Maria, eventualmente sobre as ruínas de um templo moçárabe (Cardoso, 1953: 24-25), e também um paço para os alcaides do castelo, senhores da comenda templária então criada e que passou a ser a sede daquela ordem até à sua extinção, em 1314 (Branco, 1961: 2; Oliveira, 2003: 32; Capelo, 2007, pp. 193-195). Foi igualmente edificada uma cintura de muralhas para proteger a comunidade que foi crescendo à sombra do castelo. Aquela cerca foi ampliada no reinado de D. Afonso IV (1325/57) (Gonçalves, 1965: 6-8), época em que também podem ter-se verificado alterações na área da alcáçova, embora sejam poucos os dados que o confirmem. Mais tarde, no final do século XV, o futuro D. Manuel I, enquanto Grão-Mestre da Ordem de Cristo, mandou construir uma barbacã envolvendo todo o perímetro da vila muralhada (Gomes, 2001: 69). Esta estrutura é visível nos debuxos do Livro das Fortalezas (1509) de Duarte d’Armas, assim como todas as outras fortificações, incluindo a torre de menagem de planta hexagonal, muito próxima

The territory where Castelo Branco is located integrates part of the term of ancient Egitania (Idanhaa-Velha), given in 1165 by king Afonso Henriques to the Templars. The building of the castle started three years after the granting of the charter by the 11th Master of the Temple in Portugal, Frei Pedro Alvito in 1215 (Martins, 1979: 7). Inside this fortress the church of Santa Maria, was possibly built over the ruins of a mozarabic temple (Cardoso, 1953: 24-25) and there was also a palace for the mayors of the castle (the lords of the Templar commendation then created). The castle became the headquarters of that Order until its extinction in 1314 (Branco, 1961: 2; Oliveira, 2003: 32; Capelo, 2007, pp. 193-195). In order to protect the community that was settling near the castle a new line of walls was built. That enclosure was enlarged during the reign of King Afonso IV (1325/57) (Gonçalves, 1965: 68). At the time, some changes also occurred in the citadel, although there is few data to support this. Later, in late the 15th century, the future King Manuel I, as Grand Master of the Order of Christ, built a barbican involving the entire perimeter of the walled town (Gomes, 2001: 69). This structure is visible in Livro das Fortalezas (1509) by Duarte d'Armas, as well as all other fortifications, including a hexagonal main tower, near the northwest corner of the fortress. In those images it is also possible

El territorio en el cual se halla Castelo Branco formaba parte del antiguo término de Egitania (Idanha-a-Velha), donado por Alfonso Enríquez a los Templarios en 1165. El castillo comenzó a construirse en 1215, tres años después de la concesión del foral por el 11.º Maestro de la Orden del Templo, Frei Pedro Alvito (Martins, 1979: 7). Dentro de las murallas de esta fortaleza se erigió la iglesia de Santa María, posiblemente sobre las ruinas de un templo mozárabe (Cardoso, 1953: 24-25), además de un palacio para los alcaides del castillo y de la comandería templaria fundada por aquél entonces, el cual se convirtió en la sede de esa orden hasta su extinción en 1314 (Branco, 1961: 2; Oliveira, 2003: 32; Capelo, 2007, pp. 193-195). Se edificó asi mismo un perímetro de muralla para proteger a la comunidad que había crescido la falda del castillo. Dicho perímetro fue ampliado durante el reinado de Alfonso IV (1325/57) (Gonçalves, 1965: 6-8). Lo mismo pudo haber ocorrido en el área de la alcazaba, pero hay pocos datos que lo confirmen. Más tarde, a finales del siglo XV, el futuro rey Manuel I, en cuanto Gran Maestre de la Orden de Cristo, ordenó la construción de una barbacana cercando todo el perímetro del burgo amurallado (Gomes, 2001: 69). Esta estructura es visible en los dibujos del Livro das Fortalezas (1509) de Duarte d'Armas, así como todas las demás fortificaciones, incluyendo la torre de menaje hexa-

3

do canto nordeste da alcáçova. Naquelas imagens é também possível observar o palácio dos alcaides, que integrava uma das torres daquela fortificação. A fachada do edifício tinha uma extensa loggia porticada na fachada principal. Em 1510, o Venturoso renovou o foral de Castelo Branco, que em 1535 foi elevada a vila notável. Naquela época existiam vários arrabaldes na parte baixa da urbe, normalmente associados a ofícios, edifícios religiosos ou poços e minas de água (Nunes, 2002: 59). Estando próxima da fronteira, a vila albicastrense foi alvo de diversos ataques e pilhagens durante a Guerra da Restauração (1646/48). Tendo os alcaides apoiado a causa castelhana, no final da guerra a alcaidaria foi extinta e o palácio integrou a Casa do Infantado (Branco, 1961: 8). No âmbito de outros conflitos bélicos em que o reino de Portugal se viu envolvido (Guerra da Sucessão Espanhola – 1701/14 e Guerra dos Sete Anos – 1756/ /63), Castelo Branco foi novamente sitiada (1704 e 1762) e algumas partes das muralhas, assim como do castelo, foram derrubadas, sendo posteriormente reconstruídas (Oliveira, 2003: 31). Durante o reinado de D. José (1750/77), a vila foi elevada a cidade (1770) e sede de bispado (1771). A sede da diocese foi instalada na igreja de São Miguel, fora de portas. A igreja de Santa Maria, várias vezes danificada pelos conflitos mencionados perdeu a sua importância, tal como sucedeu com o castelo após a I Invasão Francesa (1807),

to observate the mayor’s palace, part of it in one of the castle’s towers. The main façade of the building had an extensive loggia. In 1510, King Manuel I (1495/ /1521) renewed the charter of Castelo Branco. In 1535 the town was elevated to notable town (vila notável). At that time there were several suburbs in the lower part of the metropolis, usually associated with craft workshops, religious buildings, wells and water mines (Nunes, 2002: 59). Its proximity to the border made it the target of several attacks and looting during the Restoration War against Spain (1646/48). The castle’s mayor supported the enemy during the war, so at its end, the post was abolished and the palace integrated on the Casa do Infantado (Branco, 1961: 8). In other wars in which the kingdom of Portugal was involved (War of the Spanish Succession – 1701/14 and Seven Years War – 1756/63), Castelo Branco was besieged again in 1704 and 1762 and part of its walls, as well as the castle, were demolished and subsequently rebuilt (Oliveira, 2003: 31). During the reign of José I (1750/ /77), the town became a city (1770) and the seat of the new diocese (1771) was installed in the church of São Miguel, outside of the city walls. The church of Santa Maria, several times damaged by the military conflicts, lost its importance, the same happening with the castle after the 1st French Invasion (1807), when the city’s military forces were transferred to Devesa, in the lower urban area (Marcelo, 2004: 4

gonal, muy próxima a la esquina noroeste de la alcazaba. En dichas imágenes también se puede observar el palacio de los alcaides, el cual incluía una de las torres de la fortificación. El palacio tenía una amplia logia porticada en la fachada principal. En 1510 el rey Manuel I, renovó el foral de Castelo Branco, la cual fue ascendida a villa notable en 1535. En aquella época había varios suburbios en la parte baja de la villa, normalmente asociados a artesanías, edificios religiosos, o pozos y minas de agua (Nunes, 2002: 59). Al estar cerca de la frontera, la villa albicastrense fue objeto de varios ataques y saqueos durante la Guerra de Restauración (1646/ /48). Una vez que los alcaides apoyaron la causa española, al final de la guerra la alcaidaria fue extinguida y el palacio se convirtió en patrimonio de la Casa del Infantado (Branco, 1961: 8). En otros conflictos en los que el Reino de Portugal se vio implicado (Guerra de la Sucesión Española – 1701-1714 y Guerra de los Siete Años – 1756-1765), Castelo Branco fue de nuevo sitiada (1704 y 1762), y algunas partes de las murallas, al igual que del castillo, se talaron, siendo reconstruidas posteriormente (Oliveira, 2003: 31). Durante el reinado de José I (1750/77) la villa fue ascendida a ciudad (1770) y sede de obispado (1771). La sede de la diócesis se instaló en la iglesia de San Miguel, fuera de las murallas. La iglesia de Santa María, varias veces dañada por los conflictos

visto que as forças militares ali instaladas foram transferidas para a Devesa, na parte baixa da cidade (Marcelo, 2004: 14-15). Após a Guerra Civil (1828/34), as autoridades locais autorizaram a reutilização dos materais construtivos do castelo, palácio e muralhas, que foram progressivamente desmontados (Oliveira, 2003: 42-50). Algumas das estruturas que não foram demolidas, acabaram por ficar em ruínas na sequência de vários temporais

14-15). After the Portuguese Civil War (1828-1834), local authorities allowed the reuse of building elements from the castle, the palace and the walls, which were gradually dismantled (Oliveira, 2003: 42-50). Some of the structures were not demolished, but they ended up in ruins after several storms.

5

mencionados, perdió su importancia, al igual que el castillo tras la I Invasión Francesa (1807), puesto que las fuerzas militares allí instaladas se trasladaron a la Devesa, en la parte baja de la ciudad (Marcelo, 2004: 14-15). Tras la Guerra Civil (1828-1834), las autoridades locales autorizaron la reutilización de materiales constructivos del castillo, palacio y murallas, los cuales fueron progresivamente desmantelados (Oliveira, 2003: 42-50). Algunas de las estructuras que no fueron demolidas terminaron en ruinas a causa de varias tormentas.

Reprodução de desenho do Livro das Fortalezas de Duarte d’Armas – Castelo Branco, vista da banda noroeste Reproduction of a drawing from Livro das Fortalezas by Duarte d’Armas – Castelo Branco, northwest view Reprodución de dibujo del Livro de Fortalezas de Duarte d’Armas – Castelo Branco, vista de noroeste Desenho/Drawing/Dibujo Passos Maurício; Col. MFTPJ

Reprodução de desenho do Livro das Fortalezas de Duarte d’Armas – Castelo Branco, vista da banda sueste Reproduction of a drawing from Livro das Fortalezas by Duarte d’Armas – Castelo Branco, southeast view Reprodución de dibujo del Livro de Fortalezas de Duarte d’Armas – Castelo Branco, vista de sureste Desenho/Drawing/Dibujo Passos Maurício; Col. MFTPJ

6

Da Escavação

Archaeological Excavations

La Excavación

Embora já tivessem sido descobertos alguns objectos antigos na zona do castelo (Boavida, 2013), é só em 1979 que têm lugar as primeiras escavações arqueológicas. Devido a um temporal, em Fevereiro de 1979, verificou-se um abatimento de terreno junto à igreja de Santa Maria, o que levou à descoberta de “moedas e estelas funerárias”, juntamente com “ossadas”. A intervenção arqueológica inicialmente limitou-se à zona afectada, que após a montagem da quadrícula foi denominada quadrado 118 (Q. 118). Nos anos seguintes, a área de trabalho foi alargada à área a sudeste da igreja, tendo sido descobertas várias sepulturas in situ, algumas danificadas pelas raízes de árvores (Ribeiro, 1984; 1985). Em 1983, a escavação estendeuse à zona em frente à fachada principal da igreja, onde foram encontrados mais enterramentos, assim como outras estruturas cuja função não foi possível determinar. Foram recolhidos diversos objectos, nomeadamente cerâmica, moedas, medalhas, estelas de sepultura, restos de vestuário. No fim da campanha de 1984, por questões técnicas e financeiras, os trabalhos foram suspensos e a área novamente aterrada para se arranjar a estrada e o jardim envolvente da igreja. O principal objectivo da escavação era perceber o que se encontrava no local do Q. 118 e o

Although there are other known artefacts found in the castle area (Boavida, 2013), it was only in 1979 that the first archaeological excavations took place. During a storm in February 1979, there was a landslide next to the church of Santa Maria, which led to the discovery of "coins and funerary stelae", as well as several "bones". The archaeological intervention started in the affected area. Once the field was squared this areas was designated as square 118 (Q. 118). In the following years the excavations were extended all over the southeast side of the church, where several graves were discovered in situ, some of them damaged by tree roots (Ribeiro, 1984; 1985). In 1983, the excavation was extended to the area in front of the church (southwest), where there were some more burial grounds, as well as other structures though their function has not been possible to interpret. Various objects, including coins, medals, earthenware, grave stelae and parts of clothing were collected. At the end of the 1984 campaign, due to technical and financial issues, the digs were suspended and the place was grounded again to fix the road and the garden surrounding the church. The main objective of the excavation was to understand what was on square 118 and what led to the landslide. It was not possible to do so. However various data were

Aunque ya se habían descubierto objetos antiguos en el area del castillo (Boavida, 2013), fue sólo en 1979 cuando tuvieron lugar las primeras excavaciones arqueológicas. Debido a una tormenta en febrero de aquél año, hubo un deslizamiento de tierras junto a la iglesia de Santa María, lo que llevó al descubrimiento de «monedas y estelas funerarias» además de «osamentas». Al principio la intervención arqueológica se limitó a la zona afectada, denominada cuadrado 118 (Q. 118) después de implementada la cuadricula. En los años siguientes el area de trabajo se amplió al area a sureste de la iglesia, descubriéndose varias tumbas in situ, algunas dañadas por las raíces de árboles (Ribeiro, 1984; 1985). En 1983, la excavación se extendió a la zona delante de la fachada principal de la iglesia, donde se encontraron más enterramientos, además de otras estructuras cuya función no ha sido posible determinar. Se recuperaron diversos objectos, concretamente cerámica, monedas, medallas, estelas funerarias y restos de indumentaria. Por cuestiones técnicas y financieras las obras fueron suspendidas al final de la campaña de 1984, y el área fue nuevamente recubierta para acondicionar el camino y al jardín alredor de la iglesia. El principal objectivo de la excavación era entender lo que se

7

que levara ao abatimento do terreno, o que não sucedeu. No entanto, foi possível recolher vários dados sobre a evolução do espaço e do edifício da igreja (Ribeiro, 1987; 2010; Ribeiro & Azevedo, 2001).

collected about the evolution of the space and the building of the church (Ribeiro, 1987; 2010; Ribeiro & Azevedo, 2001).

halló en el punto del Q. 118, y lo que llevó al hundimiento de la tierra, lo que no fue posible. Sin embargo, se recopilaron abundantes datos sobre la evolución del espacio y de la iglesia (Ribeiro, 1987; 2010; Ribeiro & Azevedo, 2001).

Equipa Técnica / Technical Team / Equipo técnico Historiadores/Historians/Historiadores João Henriques Ribeiro Ant.º Lopes Pires Nunes Joaquim Martins Moreira M.ª Fátima Lobato Martins Moreira

1979/84 1979/80 1979/82 1981/82

Desenhadores/Drawings/Dibujantes João Ant.º Galvão Garrido Manuel Leitão Joaquim Baptista dos Santos Ant.º Trindade Gonçalves José Farias

1979 1979/81 1980 1981 1984

Topógrafos/Topographers/Topógrafos Ant.º Ramos José Farias

1979/81 1984

Geólogo/Geologist/Geólogo Joaquim Santana

1979/81

Veterinário/Veternarian/Veterinario Fernando Tendinha

1981

Fotógrafos/Phtographers/Fotógrafos Nuno Semedo Barata José Ant.º Martins Costa

1979/81 1984

Colaboradores/ Collaboration Colaboradores Adelaide de Jesus Marques Agostinho Dias Ribeiro Aires A. Pereira de Carvalho Faria Alcino José Santos Gregório Alice M.ª dos Santos Carvalho Ana Luísa da Silva Tavares Ana Sal Belo Ribeiro Texieira Anabela Martins Pereira Anacleto Pires Martins (Cónego) Ângela Paula Sá Rodrigues Anne Schoorbroat (Bélgica) Ant.º Alberto Ferreira Nobre Ant.º Arnel Afonso

1982 1979 1981/83 1981 1982 1983 1983 1980 1979 1982 1983 1981/82 1979

Ant.º José dos Santos Rosa Ant.º José Quinterres Torres Ant.º M. R. Caiado da Costa Silva Ant.º Manuel Antunes Março Ant.º Manuel da Silva Silveira Ant.º M. Natário dos Santos Barata Ant.º M. Silva Nascimento Ramos Ant.º Pedro Gonçalves Dias Armindo D. Geraldo Baptista Artur Manuel Ramalho Artur Oliveira Douro Filho Bernard Le Magoarou (França) Carla Marina de Sá Rodrigues Carlos Alberto Baptista Amaral Carlos Manuel Cardoso Antunes Carlos Manuel Gama Fernandes Carlos Manuel Salgueiro Campos Clara M.ª de Barata Dias Conceição M.ª Pires Pombo Cristina M.ª Rebelo Landeiro Cristina M.ª Santos Mota Saraiva Delminda Gonçalves Nunes Rito Domingos da Silveira Antunes Edgar Daniel Nunes Elsa M.ª Jerónimo Barata Ezequiel Martins Corrondo Fernanda Mendes Dias Fernando Carrega Fernando José Jorge Azevedo Florrie Buckley (Irlanda) Francisco Duarte Mariano Francisco Henriques Francisco José Fonseca Rijo Francisco José Montenegro Francisco José Nunes Pinto Graça M.ª Lobato Lourenço Helena M.ª O. dos Santos Luís Helena Paula dos Santos Nisa Rato Helena Pinto Hugo M. Caritas Rego da Silva Isabel M.ª Rei Pires João Ant.º Sousa R. Pereira 8

1983 1982 1980/83 1982 1983/84 1982 1983 1983/84 1981 1982 1984 1984 1983 1983 1982 1982 1983/84 1982 1981 1983 1982/84 1982 1981 1982/84 1982/83 1982 1984 1979 1980 1983 1982 1979 1983 1984 1982 1981 1982 1981 1982 1984 1984 1983

João Baptista da Silva Gonçalves João Carlos Belo Cabrito João Carlos da Costa Caetano João Carlos da Cruz Pereira João Crisóstomo P. C. Manso João Domingos Almeida João Franco Cabrito Diogo João José Guerra Riscado Franco João Luís Maurício Saraiva João Manuel Baptista Gonçalves João Manuel Sobreira Rafael João Manuel Xavier de Matos João M.ª Ferreira Duarte João Paulo Amaral Afonso João Rui Soares Poças Joaquim Ant.º de Jesus Ramos Joaquim Ant.º Flores Miguel Joaquim M. Baptista dos Santos Jorge M. dos Santos Teixeira Rato Jorge Pinto de Almeida Jorge Salvador Pinto de Almeida José Aleixo Trindade Ferreira José Alexandre Trindade Ferreira José Ant.º de Oliveira Henriques José Carlos Duarte Moura José Carlos Veríssimo Marques José Filipe Pires da Costa José Francisco Ferreira R. Esteves José Luís Antunes Dias José Luís Maurício Saraiva José Manuel S. Ribeiro Boeiro José Manuel Sousa Mariano Filipe José Rodrigues Tomás Júlia M.ª da Cruz Claro Leonel Pereira Cavalheiro Manso Luís Filipe Moutinho Bento Luís Manuel Afonso Cabeças Luis Miguel C. de Sousa Pinto Luís Miguel M. B. de Magalhães Luís Miguel Rosário Baptista Luís Pires da Ascensão Barata Manuel José Reis Alcéu Manuel José Vilela Gonçalves M.ª Alzira Filipe Penha M.ª Amália Abreu Ferreira M.ª Cândida Esteves Henriques M.ª Celeste Serafim M.ª Cristina Pereira Nogueira M.ª de Jesus Gaspar Agostinho

1981 1980/81, 1983/84 1983 1981 1984 1979 1983 1982/83 1979 1981, 1984 1980/81 1979/82 1983/84 1982/83 1983 1983 1982 1979/80 1979 1980 1979 1984 1983 1979 1983 1982 1983 1979/81 1980 1979 1984 1981 1979 1981 1980/84 1982 1981 1983 1981 1983 1979 1981 1982 1981 1981 1982 1981 1984 1982

M.ª Eduarda Nunes Pinto M.ª Eugénia Nunes Duarte M.ª Fernanda da Silva Matos Dias M.ª Filomena Silva Martins M.ª Goretti Rodrigues Gonçalves M.ª Irene Silva Martins M.ª José do N. dos Santos M.ª Leonor Miranda Ferreira M.ª Leonor Salavessa Hormigo Martine Millet (França) Martinho Rolão Myriam Kali (Turquia) Natália M.ª B. Mendes Marques Nathalie Pierre (França) Nelson M. V. Rosa Barroqueiro Nuno Amaral C. Ricardo Romão Nuno da Silva Farinha Nuno Filipe Castelo Cravo Martins Nuno Filipe R. Almeida Pereira Nuno Valente Orlando José Sequeira Vilela Patrícia Isabel A. Pereira Semedo Paula M.ª Martins Pereira Paulo Jorge Araújo Brito Galego Paulo José Teixeira Pires Paulo Reis Paulo Rui Matos Dias Pedro Miguel Forte Salvado Rita M.ª Gavetanho Azeitona Rui Manuel Inácio Vaz Rui Manuel Pinto de Almeida Rui Manuel Rolo Borralho Silvina M.ª Antunes Simão Miguel Xavier de Matos Suzana M.ª Nunes Martins Teresa Murphy (Irlanda) Teresa Paula Boino Gamas Valerie Kieffr (França) Vítor F. da Silva Matos Dias Vítor Manuel Oliveira Marques Yunga M. Demeure (Coreia do Sul)

1982 1983 1983/84 1982 1981 1982 1982 1983 1981 1984 1979 1984 1981 1983 1981 1983 1980 1980 1981 1979 1983 1983 1980 1984 1981 1982 1984 1979 1981 1980 1979/82 1980 1982/83 1979/84 1981 1983 1982 1983 1982/84 1982 1983

Apoio/Support/Apoyo Casa da Cultura e Juventude de Castelo Branco Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis Câmara Municipal de Castelo Branco Bombeiros Voluntários de Castelo Branco Museu Francisco Tavares Proença Júnior

9

Aspecto dos trabalhos no Sector A (a sudoeste da igreja) View of the excavations in Sector A (southwest of the church) Vista de las escavaciones en el Sector A (sudoeste de la iglesia) Foto/Photo João Ribeiro

Aspecto dos trabalhos no Sector B (a sudeste da igreja) View of the excavations in Sector B (southest of the church) Vista de las escavaciones en el Sector B (sudeste de la iglesia) Foto/Photo João Ribeiro

Aspecto dos trabalhos no Sector B (a sudeste da igreja) View of the excavations in Sector B (southeast of the church) Vista de las escavaciones en el Sector B (sudeste de la iglesia) Foto/Photo João Ribeiro

Aspecto das escavações no Q. 118 (a sudeste da igreja) View of the excavations in Q. 118 (southeast of the church) Vista de las escavaciones en el Q. 118 (sudeste de la iglesia) Foto/Photo João Ribeiro

Crivagem das terras e recuperação de materiais arqueológicos Sieving and recovering of archaeological materials Trabajos de cribado de tierra y recuperación de materiales arqueológicos Foto/Photo João Ribeiro

10

Aspecto das sepulturas identificadas Grave yard view Aspecto de algunas de las sepulturas identificadas Foto/Photo João Ribeiro

Aspecto das sepulturas identificadas Grave yard view Aspecto de algunas de las sepulturas identificadas Foto/Photo João Ribeiro

Planta geral do castelo Plan of the castle Planta general del castillo (seg. Boavida, 2012)

11

Da Mesa

At the Table

La mesa

Para a Época Medieval, são poucos os dados sobre que tipo de objectos seria utilizado à mesa no castelo, pois não foram encontrados vestígios. No entanto, para o século XV identificaram-se pratos e taças de barro, polidas no interior para sua impermeabilização. São recipientes de pequena dimensão, o que pode denunciar o seu uso individual, possivelmente para evitar a propagação de doenças (Boavida, 2012: 209). O mesmo sucedia com pequenos púcaros de barro usados para beber. No final do século XVI, mas acima de tudo no século XVII, tornou-se usual a utilização da loiça branca de esmalte estanífero, a designada faiança portuguesa. Estas peças eram muitas vezes pintadas a azul de cobalto, que podia ser combinado com negro, castanho ou roxo de manganês. Também no século XVII se vulgarizou em Portugal um tipo de galheta de vidro, à moda de Veneza (à façon de Venise), que era produzido na Marinha Grande (Custódio, 2002: 189; Boavida, 2013: 962). O mesmo sucede com as garrafas de vidro negro, cuja produção se terá iniciado na Real Fábrica de Vidros de Coina (Custódio, 2002: 336-337).

There are few indications about which type of objects would be in used on the table within the medieval castle. However, in the 15th century there are pottery plates and bowls, burnished inside making them impermeable. This containers are small, which can reveal their individual use, possibly to avoid the spread of diseases or infections (Boavida, 2012: 209). The same seems to have happened with small clay cups used for personal drinking. In the late 16th century, but mainly in the 17th century earthenware vessels covered with white tin glaze, in the style of majolica, become very common, and are usually known as Portuguese Faience. These objects were often decorated with blue painting made from cobalt oxides, which could be combined with different shades of black or dark purple made from manganese oxides. It is also in the 17th century that a new type of cruet arises in Portugal. It is a venetian model (à façon de Venise) that would be produced in Marinha Grande (Custódio, 2002: 189; Boavida, 2013: 962). The same happened with the black glass bottles, which production started in the Royal Glass Factory of Coina in the 18th century (Custódio, 2002: 336-337).

Para la época medieval, son pocos los datos sobre qué clase de objectos se utilizaban a la mesa en el castillo, ya que no se han encontrado vestigios de los mismos. Sin embargo, para el siglo XV se han indentificado platos y cuencos de arcilla, polidos en el interior para su impermeabilización. Se trata de recipientes de pequeña dimensión, lo que podría indicar su uso individual, posiblemente para evitar el contagio de enfermedades (Boavida, 2012: 209). Lo mismo sucedería con pequeñas jarras de arcilla utilizadas para beber. A finales del siglo XVI, pero sobre todo en el siglo XVII, se hizo común la loza blanca de esmalte estannífero, conocida como faiança portuguesa. A menudo, estas piezas se pintaban en azul cobalto, que podría combinarse con negro, marrón o morado de manganesa. También en el siglo XVII se popularizó en Portugal un tipo de vinagrera doble de cristal, a la moda de Venecia (à façon de Venise), que se producía en Marinha Grande (Custódio, 2002: 189; Boavida, 2013: 962). Lo mismo sucede con las botellas de cristal negro, cuya producción habrá principiado en la Real Fábrica de Cristales de Coina en el siglo XVIII (Custódio, 2002: 336-337).

12

Fragmentos de Faiança Portuguesa Portuguese Faience sherds Fragmentos de faiança portuguesa Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

Galheta unida de vidro Glass Cruet Vinagrera doble de cristal Col. MFTPJ; Col. Real Fábrica de Vidros de Coina (seg. Custódio, 2002: 189); Col. Museu Nacional de Arte Antiga (foto/photo José Pessoa)

Taças, pratos e asa de jarro esmaltados a branco estanífero e decorados a azul de cobalto (faiança) Bowls, plates and jug covered with white tin glaze painted with cobalt blue Cuencos, platos y jarro de faiança portuguesa decorada en azul cobalto

Taças, pratos e púcaros de barro em cerâmica comum Coarseware bowls, plates and cups Cuencos, platos y copas de cerámica común

13

Da Cozinha

In the Kitchen

Desde la cocina

Entre as loiças de cozinha, tanto em Época Medieval como Moderna, predominam os restos de panelas, embora também tenham sido recolhidos fragmentos de frigideiras, tachos e alguidares. Tendo em conta estes achados, possivelmente a alimentação era baseada, acima de tudo, em estufados e ensopados, enquanto os fritos seriam pouco frequentes. Ainda no âmbito da preparação dos alimentos, além das loiças, recolheu-se também elemento metálico do cabo de uma faca como as que se podem ver nas pinturas da autoria de Luis Meléndez (1716-1780), Bodegón, cantarilla y pan e Bodegón, chorizos, jamón y cacharros, no Museu do Prado, em Madrid. A presença de uma pintadeira, usada para marcar pães e bolos, pode evidenciar a presença, ou pelo menos o uso, de forno comunitário (Viana, 1961/1962: 162-163). Na alcáçova albicastrense foi recuperado um conjunto reduzido de restos de ossos de animais, alguns deles possivelmente desperdícios de alimentação. Foram identificadas várias espécies de mamíferos como boi/vaca, porco/javali, ovelha e/ou cabra. Foi recolhida ainda uma haste de veado. Esta pode não evidenciar a caça desta espécie, visto que as hastes daquela espécie são caducas, podendo tratar-se de uma simples recolha (Antunes, 2011: 732-736).

Among the kitchen utensils there are cooking pots to boil, as well skillets, frying pans and large flared bowls. From those shapes, it is possible that the cooking was based on stews, although the lower number of frying pans and casseroles demonstrates that fried food was not that frequent. In addition to the pottery objects, other artefacts such as a knife were recovered. This metallic utensil is identical to other two seen in the paintings of Luis Meléndez (1716-1780), Bodegón, cantarilla y pan e Bodegón, chorizos, jamón y cacharros, and also used in food preparation. The presence of a pintadeira, and instrument used to mark bread and cakes, suggests the presence, or at least the use, of a community oven (Viana, 1961/1962: 162163). In the Castelo Branco fortress some archaezoological finds which may be food remains were recovered. Several species of mammal were identified, such as cows, pigs, sheep and goats. A deer antler was found, but this may not be an evidence of hunting of this species, since those are deciduous and this may be a simple recovery (Antunes, 2011: 732-736).

Entre las vasijas de cocina, ya sea de época medieval o moderna, predominam los restos de ollas, aunque también se han recuperado fragmentos de sartenes, cazuelas y lebrillos. Teniendo en cuenta estos hallazgos, posiblemente la alimentación se basaba sobre todo en guisos y estofados, mientras los fritos serían poco frecuentes. Aún en el ámbito de la preparación de alimentos, además de las lozas se recuperó un elemento metálico del mango de un cuchillo, como los que pueden verse en las pinturas de Luis Meléndez (1716-1780), Bodegón, cantarilla y pan y Bodegón, chorizos, jámon y cacharros, en el Museo del Prado, en Madrid. La presencia de una pintadera, usada para marcar panes, podría indicar la presencia, o por lo menos el uso, de un horno comunitario (Viana, 1961/1962: 162-163). En la alcazaba se recuperó un conjunto reducido de restos osteológicos de animales, algunos de ellos posiblemente desperdicios de alimentación. Se identificaron varias especies de mamíferos: vaca, cerdo/jabalí, oveja y/o cabra. Se recogió igualmente una asta de ciervo. Puede que la misma no indique que esta especie se cazaba, puesto que sus astas son caducas; podría tratarse de una simple recolección (Antunes, 2011: 732-736).

14

Peça de cobre de cabo de faca Copper component of knife handle Pieza de mango de cuchillo en cobre

Proposta de reconstituição de faca Proposal knife reconstitution Propuesta de reconstitución de cuchillo

Pintadeiras / “Bread seal” / Pintaderas (seg. Viana, 1961/1962: 163)

Pintadeira de cobre Copper “bread seal” Pintadera en cobre

Loiça de cozinha medieval de barro (panelas e frigideira) Medieval kitchen ware (cooking pots) Loza de cocina medieval en cerámica (ollas y sartenes)

Loiça de cozinha moderna de barro (panelas e frigideira) Early-modern kitchen ware (cooking pots) Loza de cocina moderna en cerámica (ollas y sartenes)

15

Corno de carneiro Sheep horn Cuerno de oveja (Ovis aries)

Haste de veado Deer antler Asta de ciervo (Cervus elaphus)

Dentição de vários mamíferos (ovelha/cabra, vaca, porco/javali) Teeth of various mammal species (sheep/goat, cow, pig/boar) Dientes de varias especies de mamífero (oveja/cabra, vaca, cerdo/jabalí) (Ovis aries, Bos taurus, Sus domesticus/ Sus scropha)

Mandíbula de vaca Cow jaw Mandíbula de vaca (Bos taurus)

Mandíbula de porco/javali Pig/boar jaw Mandíbula de cerdo/jabalí (Sus domesticus/Sus scropha) Fotos/Photos Carlos Boavida; Col. MFTPJ

16

Da Casa

At Home

La casa

Para além dos objectos associados à mesa e à cozinha, recolheram-se no castelo vários outros artefactos que reflectem o quotidiano de uma casa de Época Medieval ou Moderna. São exemplos os restos de mobiliário, como sejam dobradiças, fechos e ferrolhos de portas. Pequenas peças como chaves, cadeados, fechos de livro ou sinetes estão igualmente presentes (Boavida, 2011: 13-14, 30-31). Bastante diverso e numeroso é o conjunto de pregos colectado, sendo parte deles de peças de mobiliário, como cadeiras e mesas. Alguns deles, os maiores, terão sido usados em estruturas de maior dimensão, como portas, tabiques e tabuados, como as que se podem ver numa figura do Livro de Horas de D. Manuel I (1517/51). Alguns poderão ter sido utilizados também na construção de estruturas de suporte de telhados (Boavida, 2011: 32-34). Em algumas dependências do castelo existiriam despensas e armazéns onde estariam grandes talhas de cerâmica (por vezes com decorações incisas), onde seriam guardados cereais, assim como diversos cântaros e bilhas para o transporte e armazenamento de líquidos.

Associated to the objects used on the table and at the kitchen, there are several others that reflect the everyday life of a house of medieval or modern times. These are remains of furniture, such as hinges, latches and door locks, as well as some small items such as keys, locks or book latches (Boavida, 2011: 13-14, 30-31). Numerous nails were recovered, most of them possibly used in furniture such as chairs and tables. Some of them, may have also been used in larger wooden objects such as doors, partitions and planks as it can be seen in Livro de Horas de D. Manuel I (1517/51). One cannot ignore their use in the construction of roofs and their wood supports (Boavida, 2011: 32-34). In other spaces inside the castle, in layoffs or warehouses, there were large earthenware vases, (sometimes with incised decorations) where cereals would be stored, and also jars and jugs for transportation and storage of liquids.

Además de los objectos usados a la mesa y en la cociña, se recuperaron en el castillo muchos otros artefactos que reflejan el cotidiano de una casa de época medieval o moderna. Son ejemplos los restos de muebles, como sean bisagras, cerraduras y cerrojos de puertas. Piezas pequeñas como llaves, candados y cierres de libros o sellos están igualmente presentes (Boavida, 2011: 13-14, 30-31). Muy diverso y numeroso es el conjunto de clavos recogido, siendo parte de ellos de piezas de muebles, tales como sillas y mesas. Algunos de ellos, los más grandes, habrán sido utilizados en estructuras de mayor dimensión, como puertas, tabiques y tablados como se pude ver en el Livro de Horas de D. Manuel I (1517/51). Otros podrán haber sido utilizados también en la construcción de estructuras para soportar los tejados (Boavida, 2011: 32-34). En algunas dependencias del castillo y almacenes donde habría grandes tinajas de cerámica (a veces con decoraciones incisas) en las cuales se guardarían los cereales, además de varios cántaros y vasijas para el transporte y almacenamiento de líquidos.

17

Livro de Horas de D. Manuel I – mês de janeiro Pormenor / Detail / Detalle Foto/Photo José Pessoa; Col. Museu Nacional de Arte Antiga

Diversos tipos de prego de ferro Several types of iron nails Varias clases de clavos de hierro

Chaves de ferro Iron keys Llaves de hierro

Chaves de ferro Iron keys Llaves de hierro Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

Dobradiça de ferro Iron Hinge Bisagra de hierro

Loiça de armazenamento e/ou transporte (bilhas, cântaros, potes e tampas) Storage vases (jars, jugs, pots and lids) Loza de transporte y/o almacenamiento (cántaros y vasijas)

18

Do Cofre

The Vault

La Bóveda

Entre os objectos encontrados no castelo estão algumas pequenas jóias de diversas épocas, como sucedem com os anéis (romanos, medievais e modernos), uma pequena pulseira provavelmente medieval devido à sua semelhança com outra presente na coleção do Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra (Alarcão, 2003: 94) e um brinco em cobre, que será mais tardio. Pelo cuidadoso trabalho de ourivesaria, destaca-se um firmal em cobre, decorado com várias contas de vidro vermelho (Boavida, 2011: 23), que seria usado para segurar um manto. No que diz respeito às moedas, foi possível identificar exemplares de todos os reis da II dinastia, com destaque para o numeroso conjunto de ceitis e reais, assim como para a diversidade de tipos correspondente ao reinado de D. João I (1385/1433). Com excepção de ½ vintém em prata, de D. Manuel I (1495/1521), todas as outras moedas são em cobre ou bulhão (Boavida, 2012: 210).

Among the objects found in the castle are some small jewels from various chronologies, such as rings (Roman, medieval and modern), a small (probably medieval) bracelet similar to another from the Museu Nacional Machado de Castro collection, in Coimbra (Alarcão, 2003: 94) and a copper earring possibly from a later period. There is also a copper brooch with a careful goldsmith work, decorated with a set of red glass beads (Boavida, 2011: 23). There is a collection of coins from the second dynasty, with specimens of all the kings, which included a large number of ceitis and reais, as well a diverse monetary types corresponding to the reign of John I (1385/1433). All of them are produced in copper or copper alloys (bulhão), with the exception of one silver ½ vintém of the king Manuel I (1495/1521) (Boavida, 2012: 210).

Entre los objetos encontrados en el castillo se encuentran algunas joyas de diversas epocas, como es el caso de los anillos (romanos, medievales y modernos) y una pequeña pulsera, probablemente medieval debido a su parecido con otra de la coleccion del Museu Nacional Machado de Castro, en Coimbra (Alarcão, 2003: 94) y un pendiente de cobre más tardío. Destaca, por el cuidadoso trabajo de joyería, un firmal en cobre decorado con múltiples cuentas de cristal rojo (Boavida, 2011: 23), el cual se usaría para sujetar un manto. Con respecto a las monedas, fue posible identificar ejemplos de todos los reyes de la II Dinastía, destacando el numero conjunto de ceitis y reais, al igual que la diversidad de tipos correspondientes al reinado de João I (1385/1433). Con la excepción de ½ vintém en plata de Manuel I (1495/1521), las demás monedas son o bien en cobre o vellón (Boavida, 2012: 210).

Anel de cobre com “pedra” de vidro com equídeo e pormenor Ring with glass adornment representing a horse and detail Anillo con incrustación de cristal con caballo y detalle

Anel de cobre com “pedra” de vidro com equídeo Ring with glass adornment representing a horse Anillo con incrustación de cristal con caballo Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

19

Anel de prata (?) Silver ring (?) Anillo de plata (?)

Pulseira de cobre Copper bracelet Pulsera de cobre

Anéis de vidro negro Black glass rings Anillos en cristal negro

Conta de pulseira de vidro ou cornalina Glass or carnelian bead of bracelet Cuenta de pulsera en cristal o cornalina

Firmal de cobre com contas de vidro vermelho Copper brooch with red glass beads Firmal en cobre con cuentas de cristal rojo

Conta de pulseira de vidro ou cornalina Glass or carnelian bead of bracelet Cuenta de pulsera en cristal o cornalina Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

Firmal de cobre com contas de vidro vermelho Copper brooch with red glass beads Firmal en cobre con cuentas de cristal rojo Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

Cabeça de alfinete de cabelo de cobre com pedraria de vidro Copper hair pin head with glass adornments Cabeza de aguja de cabello en cobre con incrustaciones de cristal

Cabeça de alfinete de cabelo de cobre com pedraria de vidro Copper hair pin head with glass adornments Cabeza de aguja de cabello en cobre con incrustaciones de cristal Foto/Photo João Ribeiro; Col. MFTPJ

20

¼ real cruzado D. João I (1385-1433) Bulhão Inv. 87.61

real branco D. João I (1385-1433) Bulhão Inv. 86.34

½ real 10 soldos D. João I (1385-1433) Bulhão Inv. 86.178

real de 10 soldos D. João I (1385-1433) Bulhão Inv. 86.180

½ real preto D. Duarte (1433-1438) Cobre Inv. 87.63

real 3 ½ libras D. João I (1385-1433) Bulhão Inv. 86.181

½ real preto D. Afonso V (1438-1481) Cobre Inv. 86.179

ceitil D. Afonso V (1438-1481) Cobre Inv. 87.65

ceitil D. Manuel I (1495-1521) Cobre Inv. 87.67

ceitil D. João II (1481-1495) Cobre Inv. 86.109

Moedas Coins Monedas Fotos/Photos Carlos Boavida; Col. MFTPJ

21

½ vintém D. Manuel I (1495-1521) Prata Inv. 86.173

ceitil D. João III (1521-1557) Cobre Inv. 86.171

real D. João III (1521-1557) Cobre Inv. 86.169

III reais D. João III (1521-1557) Cobre Inv. 86.109

ceitil D. Sebastião (1557-1578) Cobre Inv. 86.84

III reais D. Sebastião (1557-1578) Cobre Inv. 86.160

real D. Sebatião (1557-1578) Cobre Inv. 86.164

V reais D. Sebastião (1557-1578) Cobre Inv. 86.161

Moedas Coins Monedas Fotos/Photos Carlos Boavida; Col. MFTPJ

22

Do Guarda-Roupa

The Wardrobe

El armario

Embora tenham sido encontrados alguns fragmentos de tecidos associados a moedas, preservados pela oxidação das mesmas (Boavida, 2012: 210), no que diz respeito ao vestuário apenas foram recolhidos diversos acessórios. Entre os mais significativos estão os botões e as fivelas, que mostram diversos formatos, conforme as utilizações que lhes eram atribuídas. Uma das fivelas é idêntica a outras encontradas em contexto funerário, do século XV, em Valeria, Cuenca (Fernández González, 1981: 67 e 77; Boavida, 2011: 19). Dois fechos de cinturão medievais, destacam-se pela sua decoração, principalmente o que mostra motivo heráldico – leão rampante voltado à dextra. Este poderia corresponder às armas da família Castelo Branco, com leão de ouro em campo azul (Boavida, 2011: 17), várias vezes alcaides da fortaleza albicastrense (Branco, 1961). Foram igualmente recolhidas várias agulhetas, isto é, pontas de atilho constituídas por pequenas folhas metálicas que eram enroladas em torno da ponta de um fio e depois batidas para fixação. Este tipo de objecto é visível em diversos quadros da Escola Portuguesa dos séculos XV-XVI, como sejam o Retrato da Princesa Santa Joana (mestre desconhecido), Martírio de São Sebastião (Gregório Lopes) ou nos Painéis de São Vicente (Nuno Gonçalves) (Boavida, 2012:208). Há também diversos alfinetes de toucado (Boavida, 2011: 20-22). No castelo de Castelo Branco

Regarding clothing just a few accessories have been found, although a few fragments of tissue have been preserved by the oxidation of the coins (Boavida, 2012: 210). Among the most significant of the cloth accessories are buttons and buckles, which show different shapes depending of their use. One of the buckles is similar to other two discovered in the archaeological excavations of a church graveyard in Valeria, Cuenca (Fernández González, 1981: 67 e 77; Boavida, 2011: 19). Two medieval belt square buckles stand out by their decoration. One of them shows a heraldic motif – a rampant lion facing right – that can match the arms of the family Castelo Branco (gold lion in blue field) (Boavida, 2011: 17), several times mayors of the village (Branco, 1961). Several aglets were also collected. This type of object is visible in paintings from the 15th and 16th centuries Portuguese Art School, such as the Retrato da Princesa Santa Joana (unknown master), Martírio de São Sebastião (Gregório Lopes) or in Painéis of São Vicente (Nuno Gonçalves) (Boavida, 2012: 208). There are also several head pins (Boavida, 2011: 20-22). In Castelo Branco fortress many fragments of leather shoes were also recovered in good condition. Some correspond to the soles, but other parts are present too (Boavida, 2012: 210).

Aunque se encontraron algunos fragmentos de tejidos asociados con monedas y conservados por la oxidación de las mismas (Boavida, 2012: 210), respecto al vestuario sólo se recuperaron varios complementos. Entre los más significativos están los botones y hebillas, indicando una variedad de formatos, según el uso que se les daba. Una de las hebillas es idéntica a otras que halladas en un contexto funerario del siglo XV, en Valeria, Cuenca (Fernández González, 1981: 67 e 77; Boavida, 2011: 19). Dos hebillas de cinturón medievales destacan por su decoración, principalmente la que muestra un motivo heráldico – el león rampante a derecha. Este podría corresponder a las armas de la familia Castelo Branco, con león de oro en campo azul (Boavida, 2011: 17), varias veces alcaides de la fortaleza albicastrense (Branco, 1961). Se recuperaron igualmente varios herretes, es decir, puntas de cordel compuestas por pequeñas hojas de metal que envolvían la punta de un hilo y luego fijadas por martilleo. Este tipo de objeto es visible en varios cuadros de la Escuela Portuguesa de los siglos XV-XVI, como el Retrato da Princesa Santa Joana (maestro desconocido), O Martírio de São Sebastião (Gregório Lopes) o Painéis de São Vicente (Nuno Gonçalves) (Boavida, 2012: 208). También hay varios alfileres de tocado (Boavida, 2011: 20-22). En el castillo de Castelo Branco también se recuperaron, en buen

23

também foram recuperados, em bom estado de conservação, diversos fragmentos de sapatos em cabedal, nomeadamente a parte correspondente às solas, embora outras partes estejam presentes (Boavida, 2012: 210).

estado, varios fragmentos de zapatos de cuero, en particular la parte correspondiente a las suelas, aunque otras partes también estaban presentes (Boavida, 2012: 210).

Fecho de cinturão de cobre Copper belt buckle Hebilla de cinturón en cobre Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

Fecho de cinturão de cobre Copper belt buckle Hebilla de cinturón en cobre

Fecho de cinturão de cobre Copper belt buckle Hebilla de cinturón en cobre

Fivela rectangular de cobre Copper rectangular buckle Hebilla rectangular en cobre

Fivela liriforme de cobre Copper lyre shape buckle Hebilla liriforme en cobre

Fivela de sapato de bronze Bronze buckle shoe Hebilla de zapato en bronce

24

Botão de casaca de cobre Copper coat button Botón de casaca en cobre

Botão de argola de ferro Iron ring button Botón de argolla en hierro

Agulhetas de cobre Copper aglets Herretes de cobre

“Retrato da Princesa Santa Joana” – mestre desconhecido Pormenor / Detail / Detalle Foto/Photo Luís Pavão; Col. Museu de Aveiro

“Painéis de São Vicente – Painel dos Cavaleiros” – Nuno Gonçalves Pormenor / Detail / Detalle Foto/Photo José Pessoa; Col. Museu Nacional de Arte Antiga

Fig. 59 – “Martírio de São Sebastião” – Gregório Lopes Pormenor / Detail / Detalle Foto/Photo José Pessoa; Col. Museu Nacional de Arte Antiga

“Painéis de São Vicente – Painel do Arcebispo” – Nuno Gonçalves Pormenor / Detail / Detalle Foto/Photo José Pessoa; Col. Museu Nacional de Arte Antiga

25

“Apresentação do Menino no Templo” – Francisco Henriques Pormenor / Detail / Detalle Foto/Photo Carlos Boavida; Col. Casa dos Patudos/Museu de Alpiarça – C. M. Alpiarça

Alfinetes de toucado de cobre Copper headdress pins Alfileres de tocado en cobre

Sola de sapato de cabedal Leather shoe sole Suela de zapato en cuero

Sola de sapato de cabedal Leather shoe sole Suela de zapato en cuero Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

Sola de sapato de cabedal (pormenor) Leather shoe sole (detail) Suela de zapato en cuero (detalle) Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

26

Do Sagrado

The Sacred

De lo sagrado

No centro da alcáçova albicastrense está o mais antigo templo cristão da cidade, a igreja de Santa Maria. No espaço em seu redor, quase desde o início, foi criado um cemitério que terá funcionado até ao início do século XIX. Aqui foram enterradas diversas gerações de albicastrenses. Os indivíduos eram normalmente amortalhados e depois colocados em sepulturas antropomórficas, que estariam identificadas à superfície por estelas funerárias (discóides ou rectangulares) (Boavida, 2012: 212). Associadas às inumações foram encontradas moedas (dinheiros velhos, de baixo valor, que já não se encontrariam em circulação) e alguns objectos de carácter religioso, como medalhas e cruzes (séculos XVI-XVIII), assim como contas de rosários e de terços. Foram também recuperados diversos alfinetes utilizados nos sudários (Boavida, 2012: 206, 208). Entre os achados fortuitos destaca-se uma cruz relicário, executada a molde, datável dos séculos XVII-XVIII (Deagan, 2002: 6062; Boavida, 2013: 963). Alguns daqueles achados dizem também respeito a elementos arquitectónicos, como um capitel e uma aduela de um portal que poderão ter integrado a estrutura da igreja medieval (Boavida, 2013: 963). O mesmo se poderá dizer de alguns azulejos recuperados durante as escavações, que podem ter revestido o interior da igreja em época posterior, provavelmente durante o século XVII.

In the center of the citadel is the oldest Christian temple in the city – the church of Santa Maria. Almost from the beginning and until the 19th century, the space around it was used as a graveyard. Several generations were buried here, usually in anthropomorphic graves, which would be identified by a funerary grave stele (discoid or rectangular) on the surface (Boavida, 2012: 212). Among the skeletons there were coins (old pence, with low value and no longer in circulation) and some religious objects, such as medals and crosses (from the 16th-18th centuries), rosary and chaplet beads made of bone or jet as well as several copper alloy pins used in shrouds (Boavida, 2012: 206, 208). Among the incidental findings, there is a reliquary cross, produced with a mold, which can be from the 17th-18th centuries (Deagan, 2002: 60-62; Boavida, 2013: 963). Some of these findings are related to architectural elements which may have been part of the medieval church structure (Boavida, 2013: 963). The same may have happen with the 17th century tiles recovered in the archaeological excavations.

En el centro de la alcazaba está el templo cristiano más antiguo de la ciudad – la iglesia de Santa María. En el espacio a su rededor, casi desde el principio, se constituyó un cementerio que se desarrollaría hasta el inicio del siglo XIX. Aquí se sepultaron varias generaciones de albicastrenses. Los individuos eran normalmente amortajados y después colocados en tumbas antropomórficas, las cuales a la superficie estarían identificadas por estelas funerarias (discoidales o rectangulares) (Boavida, 2012: 212). Asociadas a las inhumaciones se encontraron monedas (dineros viejos, de bajo valor, que ya no circularían) y algunos objectos de carácter religioso como medallas y cruces (siglos XVI-XVIII), además de cuentas de rosarios. También se recuperaron varios alfileres de los utilizados en los sudarios (Boavida, 2012: 206). Entre los hallazgos fortuitos destaca aún una cruz-relicario de Caravaca, hecha a molde, fechable de los siglos XVII-XVIII (Deagan, 2002: 60-62; Boavida, 2013: 963). Algunos de los hallazgos corresponden a elementos arquitectónicos, como un capitel y una duela de puerta que podrían haber integrado la estructura de la iglesia medieval (Boavida, 2013: 963). Lo mismo se podrá decir de algunos azulejos recuperados durante las excavaciones, que quizá habrían revestido el interior de la iglesia en época posterior, probablemente durante el siglo XVII.

27

Medalhas de cobre Copper medals Medallas de cobre

Medalhas de cobre Copper medals Medallas de cobre Foto/Photo João Ribeiro; Col. MFTPJ

Crucifixo de cobre Copper crucifix Crucifijo en cobre

Alfinetes de sudário de cobre Copper shroud pins Alfileres de sudario en cobre

Crucifixo de cobre Copper crucifix Crucifijo en cobre Foto/Photo João Ribeiro; Col. MFTPJ

Cruz peitoral de cobre Copper chest crosse Cruz de pecho en cobre

28

Cruz peitoral de cobre Copper chest crosse Cruz de pecho en cobre Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

Cruz de Caravaca de bronze – relicário Bronze Caravaca Cross – reliquary Cruz de Caravaca en bronce – relicario Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

Contas de terço e rosário de azeviche e osso Jet and bone rosary beads Cuentas de rosario en azabache y hueso

Contas de terço e rosário de azeviche e osso Jet and bone rosary beads Cuentas de rosario en azabache y hueso Foto/Photo João Ribeiro; Col. MFTPJ

Azulejos polícromos Polichrome tiles Azulejos polícromos Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

Azulejos polícromos Polichrome tiles Azulejos polícromos

29

dinheiro D. Sancho I (1185-1211) Bulhão Inv. 87.55

dinheiro D. Sancho I (1185-1211) Bulhão Inv. 86.69 dinheiro D. Sancho II (1223-1248) Bulhão Inv. 87.50

dinheiro D. Afonso III (1248-1279) Bulhão Inv. 87.59

dinheiro D. Dinis /D. Afonso IV (1279-1357) Bulhão Inv. 86.145

dinheiro D. Fernando (1367-1383) Bulhão Inv. 86.60 Moedas Coins Monedas Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

Capitel de granito Granite capital Capitel en granito

Aduela de portal de granito Granite portal stave Duela de portal en granito

30

Estela funerária discóide de granito Granite discoid funerary stele Estela funeraria discoidal en granito

Estela funerária discóide de granito Granite discoid funerary stele Estela funeraria discoidal en granito Foto/Photo João Ribeiro; Col. MFTPJ

Fragmento de estela funerária discóide de granito Fragment of granite discoid funerary stele Fragmento de estela funeraria discoidal en granito

Fragmento de estela funerária discóide de granito Fragment of granite discoid funerary stele Fragmento de estela funeraria discoidal en granito Foto/Photo João Ribeiro; Col. MFTPJ

Estela funerária discóide antropomórfica de granito Anthropomorphic granite discoid funerary stele Estela funeraria antropomórfica en granito

Estela funerária discóide antropomórfica de granito Anthropomorphic granite discoid funerary stele Estela funeraria antropomórfica en granito Foto/Photo João Ribeiro; Col. MFTPJ

Estela funerária rectangular de granito Granite rectangular funerary steal Estela funeraria rectangular en granito

Estela funerária rectangular de granito Granite rectangular funerary steal Estela funeraria rectangular en granito Foto/Photo João Ribeiro; Col. MFTPJ

31

Do Comércio

Trade

Del comercio

Um dos reflexos mais interessantes da vida comercial da antiga vila de Castelo Branco estava presente na entretanto desaparecida ombreira da porta lateral da igreja de Santa Maria. Aí estavam gravados a vara e o côvado, medidas-padrão utilizadas na feira ou mercado que se realizava nas proximidades (Oliveira,2003: 30). A toponímia do arruamento de acesso ao castelo também testemunha esse quotidiano – Rua do Mercado. Entre os objectos encontrados devem ser referidas diversas peças cerâmicas importadas de oficinas castelhanas como Sevilha, Valência ou Talavera de la Reina e também do nordeste de França. São essencialmente taças e pratos esmaltados a branco, decorados a azul de cobalto e roxo de manganês, um jarro vidrado a verde e azulejos hispano-árabes (Boavida, 2012: 205). Algumas moedas provindas de Castela, devido à proximidade fronteiriça, atestam também o comércio entre os dois reinos peninsulares – 1 dinero de Afonso X (1252/84) e 2 blanca del rombo de Henrique IV (1454/74) (Boavida, 2012: 210). Além destas foram encontradas também outras duas moedas, uma romana e um jeton. A primeira foi emitida em Constantinopla, sob a égide de Constantino II (317/337), o jeton corresponde a uma peça monetária, de origem islâmica, emitida por uma entidade privada (séculos XVIIXIX) (Antunes, 2011: 73-732).

One of the most interesting evidence of the commercial life of the ancient village of Castelo Branco was in the missing jamb stone door of the church of Santa Maria. Here the rod and cubit standard were marked. These me-asures were used at the fair or market that took place nearby (O-liveira, 2003: 30). The toponymy of the street that goes to the cas-tle entrance also witnesses this fact – Market Street. Among the objects found in the castle, there are several ceramic pieces imported from Castilian and French workshops such as Seville, Valencia, Talavera de la Reina and northeast of France. There are bowls and plates with white tin glaze, decorated with cobalt blue and manganese purple, jars with green lead glaze, as well as Mourisque tiles (Boavida, 2012: 205). Some coins that were found were minted in Leon and Castile. That is probably due to proximity to the border and also to trade between the peninsular kingdoms. There are three coins: one dinero of Alfonso X (1252/84) and two blanca del rombo of Henry IV (1454/74) (Boavida, 2012: 210). Besides these two other coins were also found, such as a Roman one and a jeton or token. The first was minted in Constantinople, under the aegis of Constantine II (317/337), while the jeton is an Islamic monetary object issued by a private entity (17th-19th centuries) (Antunes, 2011: 73-732).

Uno de los reflejos más interesantes de la vida comercial de la antigua villa de Castelo Branco estuba presente en la desaparecida jamba de la puerta lateral de la iglesia de Santa María. Allí estaban grabadas la vara y el codo, medidas estándar utilizadas en la feria o mercado que estaba cerca (Oliveira, 2003: 30). La toponimia de la calle de acceso al castillo también es testigo de ese cotidiano – Rua do Mercado. Entre los objetos encontrados cabe referir varias cerámicas importadas de talleres españoles y franceses como Sevilla, Valencia, Talavera de la Reina y del nordeste de Francia. Se trata esencialmente de cuecos y platos de esmalte blanco, decorados en azul cobalto y morado de manganeso, una jarro de color verde y azulejos hispano-árabes (Boavida, 2012: 205). Algunas monedas procedentes de Castilla, debido a la proximidad de la frontera, atestiguan igualmente el comercio entre los dos reinos peninsulares – un dinero de Alfonso X (1252/84) y dos blanca del rombo de Enrique IV (1454/74) (Boavida, 2012: 210). Además de estas se hallaron también otras dos monedas, una romana y un jeton. La primera se acuñó en Constantinopla, bajo el gobierno de Constantino II (r. 317/337), el jeton corresponde a una pieza de origen islámico desconocida y emitida por una entidad privada (siglos XVII-XIX) (Antunes, 2011: 73-732).

32

AE ¾ Constantino II (317-337) Bronze Inv. 86.193

diñero Alfonso X (1252-1284) Bulhão Inv. 86.169

blanca del rombo Henrique IV (1454-1474) Bulhão Inv. 86.192

jeton (1521-1557) Cobre Inv. 86.169

Moedas Coins Monedas Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

Fragmentos de pratos Plate sherds Fragmentos de platos

Fragmentos de pratos Plate sherds Fragmentos de platos Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

Fragmento de jarro vidrado verde Green lead glaze jar sherd Jarra de color verde Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

Fragmento de azulejo hispano-árabe Mourisque tile sherd Fragmento de azulejo hispano-árabe

33

Da Cavalaria

Cavalry

De la caballería

A proximidade da fronteira com o Reino de Castela levou a que desde muito cedo a vila de Castelo Branco tenha sido fortificada. Além do castelo, existe também uma muralha que a partir do século XVI passou a ser reforçada por uma barbacã. Os contigentes militares que asseguravam a defesa da cidade e do seu território estavam instalados no castelo, daí que não seja incomum a presença de alguns restos de armamento. É o caso de um virote de besta do final do século XV, idêntico a outros recuperados noutros locais do interior centro do país (Barroca & Monteiro, 2000: 396, 399; Boavida, 2011: 35) e de balas de funda e mosquete (Boavida, 2009: 80). Foram recuperados também alguns elementos associados à montaria, como ferraduras e argolas de arreios (Boavida, 2011: 34).

Since the early days, the proximity of the Kingdom of Castile to the village of Castelo Branco meant that the latter needed to be fortified and defended. Besides the castle, there was also a city wall, that since the 16th century came to be defended by a barbican. The military contingent that ensured the defense of the city and its territory was installed in the castle, so leftover weapons are not uncommon. Such is the case of a crossbow projectile from the late 15th century (Barroca & Monteiro, 2000: 396, 399; Boavida, 2011: 35) and sling and musket bullets (Boavida, 2009: 80). Some elements associated with the mount, such as horseshoes and harness rings were also recovered (Boavida, 2011: 34).

La proximidad de la frontera con el Reino de Castilla llevó a que muy temprano la villa de Castelo Branco se haya fortificado. Además del castillo, existe también una muralla que a partir del siglo XVI se reforzó por medio de una barbacana. Los contingentes militares que garantizaban la defensa de la ciudad y su territorio estaban instalados en el castillo, de ahí que no sea insólita la presencia de algunos restos de armas. Es el caso de un virote de ballesta de finales del siglo XV (Barroca & Monteiro, 2000: 396, 399; Boavida, 2011: 35) y de unas balas de honda y de mosquete (Boavida, 2009: 80). También fueron recuperados algunos elementos relacionados con la montería, como herraduras y anillos de arnés (Boavida, 2011: 34).

Virote de besta de ferro Iron crossbow projectile Virote de ballesta en hierro

Bala de funda de granito (Ø 0,056 m) Granite sling bullet Bala de honda en granito Foto/Photo Carlos Boavida; Col. MFTPJ

Bala de mosquete de chumbo Lead musket bullet Bala de mosquete en plomo

Ferradura de ferro Iron horseshoe Herradura de hierro

Argolas de arreios de bronze (?) Bronze harness rings (?) Anillos de arnés en bronce (?)

34

Considerações Finais

Final Considerations

Consideraciones finales

Embora um dos monumentos mais famosos de Castelo Branco seja o seu castelo, este talvez seja o menos conhecido pelos habitantes da cidade, apesar das muitas lendas e tradições que o envolvem. Os diversos objectos encontrados no sítio, nomeadamente os recuperados nas escavações arqueológicas coordenadas por João Ribeiro entre 1979 e 1984, fornecem uma série de dados, dos quais, até essa data, existia apenas uma pequena amostra na coleção reunida por Francisco Tavares Proença Júnior, no início do século XX. Apesar de não terem sido identificados vestígios estruturais assinaláveis, as peças recolhidas são reflexo das vivências quotidianas no local ao longo de vários séculos e da utilização do espaço com diversas funções – militar, religiosa, administrativa, habitacional... Os trabalhos que entretanto tem tido lugar na alcáçova albicastrense nos últimos anos fornecerão, quando toda a documentação histórica e artefactual estiver processada, novos dados sobre a história do Castelo do Templo.

Although the castle is one of the most famous monuments of Castelo Branco, this is perhaps the least known by the city inhabitants, despite the many legends and traditions surrounding it. The various objects found at the site, including those that were recovered in the archaeological excavations directed by João Ribeiro between 1979 and 1984, provide a large amount of data. Until then, there was only a small sample in the collection assembled by Francisco Tavares Proença Junior in the early 20th century. Although no notable structural remains were identified, the collected artefacts reflect the everyday experiences over several centuries and the use of space with different functions – military, religious, administrative, housing, etc. When all the historical and artefactual documentation will be processed, the work that has taken place in the meantime at the citadel in recent years may provide new information on the history of the Castle of the Temple.

Aunque uno de los monumentos más famosos de Castelo Branco es su castillo, este es probablemente el menos conocido por los habitantes de la ciudad, a pesar de las muchas leyendas y tradiciones que lo implican. Los diversos objectos encontrados en el sitio, designadamente los recuperados en las excavaciones arqueológicas dirigidas por João Ribeiro entre 1979 y 1984, proporcionan una serie de datos, de los cuales, hasta entonces, había constancia de tan sólo una pequeña muestra en la colección montada por Francisco Tavares Proença Júnior a principios del siglo XX. Aunque no se hayan identificado restos estructurales notables, las piezas recuperadas reflejan las vivencias cotidianas en el lugar a lo largo de varios siglos y el uso del espacio con diversas funciones – religiosa, administrativa, militar, doméstica... Los trabajos que mientras tanto han tenido lugar en el castillo en los últimos años – al procesarse toda la documentación histórica y artefactual – aportarán nuevos datos sobre la historia del Castillo del Templo.

35

Bibliografia / Bibliography / Bibliografía ANTUNES, M. T. (2011) – “Castelo de Castelo Branco: Notas numismáticas e arqueozoológicas”. O Arqueólogo Português, 1:5; Lisboa: Museu Nacional de Arqueologia / INCM (pp. 727-738). BARROCA, M. J.; MONTEIRO, J. G. (coord.) (2000) – Pera Guerrejar. Armamento Medieval no Espaço Português. Catálogo da Exposição no Museu Nacional de Arqueologia; Palmela: Câmara Municipal. BOAVIDA, C. (2009) – Castelo de Castelo Branco: Contributo para o Estudo de uma Fortificação da Raia Beirã. Dissertação de Mestrado em Arqueologia apresentada à FCSH-UNL (policopiado, não publicado). BOAVIDA, C. (2011) – “Artefactos metálicos do castelo de Castelo Branco (Castelo Branco, Portugal)”. Açafa Online, 4; Associação de Estudos do Alto Tejo (http://www.altotejo.org). BOAVIDA, C. (2012) – “Castelo de Castelo Branco (1979-1984 e 2000): síntese dos trabalhos arqueológicos desenvolvidos e principais conclusões”. Revista Portuguesa de Arqueologia 15; Lisboa: DGPC (pp. 195-218). BOAVIDA, C. (2012a) – “Evidências de Época Moderna no castelo de Castelo Branco (Portugal)” in Velhos e Novos Mundos – Estudos de Arqueologia Moderna 1; Lisboa: CHAM/UNL e UAç (pp. 205-218). BOAVIDA, C. (2013) – “Castelo de Castelo Branco – Achados fortuitos nas colecções do Museu Francisco Tavares Proença Júnior”. Arqueologia em Portugal: 150 Anos; Lisboa: AAP (pp. 961-967). BRANCO, M. C. (1961) – “Alcaidesmores de Castelo Branco”. Estudos de Castelo Branco 1:1; Castelo Branco (pp. 1-8). CAPÊLO, J. M. (2007) – “Castelo Branco, a Cidade-Capital Templária em Portugal: de 1215 a 1314 – As Sedes

Templárias em Portugal” in Codex Templi; Zéfiro (pp. 159-220). CARDOSO, J. R. (1953) – Castelo Branco e o seu alfoz: achegas para uma monografia regional. Castelo Branco: Ed. Autor. Castelo de Castelo Branco – Processo n.º 263 do Arquivo de Arqueologia Portuguesa – DGPC (não publicado) CUSTÓDIO, J. (1992) – “A Real Fábrica de Vidros de Coina [1719-1747] e o vidro em Portugal nos séculos XVII e XVIII – Aspectos históricos, tecnológicos, artísticos e arqueológicos”. Cadernos 5:2; Lisboa: IPPAR. DEAGAN, K. (2002) – Artifacts of the Spanish colonies of Florida and the Caribbean, 1500-1800: portable personal possessions; Washington & London: Smithsonian Institution Press. FERNÁNDEZ GONZÁLEZ, J. J. (1981) – “Excavaciones Medievales en Valeria (Cuenca)”. Arqueologia Conquense 5; Diputación Provincial de Cuenca. GOMES, R. C. (2001) – “Castelos da Raia. Beira”. Arte e Património, vol. I; Lisboa: IPPAR. GONÇALVES, J. G. T. (1965) – “Construção das muralhas de Castelo Branco e Nisa”. Estudos de Castelo Branco 17:1; Castelo Branco (pp. 2845). MARCELO, M. M. L. (coord.) (2004) – Castelo Branco: Dois séculos de História – 1.º Centenário do Clube de Castelo Branco; Castelo Branco: Semedo Soc. Tipográfica Lda (pp. 13-66).

NUNES, A. L. P. (2002) – “Castelo Branco, uma cidade histórica – Estrutura da urbe e as linhas do seu desenvolvimento”. Cadernos de Património Cultural da Beira Baixa, 3; Castelo Branco: Câmara Municipal. OLIVEIRA, P. A. Q. (2003) – “O Castelo” in AZEVEDO, L (coord.) O Programa Polis em Castelo Branco – Álbum Histórico; Castelo Branco: Sociedade Polis (pp. 15-67). RIBEIRO, J. H. (1984) – “Trabalhos de Campo 1981: Castelo Branco”. Informação Arqueológica – Boletim de Informação Arqueológica Portuguesa 4; Lisboa: Dep. Arqueologia – IPPC (pp. 57-59). RIBEIRO, J. H. (1985) – “Trabalhos de Campo 1982/83: Castelo Branco”. Informação Arqueológica – Boletim de Informação Arqueológica Portuguesa 5; Lisboa: Dep. Arqueologia – IPPC (pp. 63-64). RIBEIRO, J. H. (1987) – “Cerâmica medieval nas escavaçãoes da zona do castelo de Castelo Branco (Portugal)” in Actas do II Colóquio Internacional de Cerámica Medieval en el Mediterraneo Ocidental; s.l: Ministerio de Cultura (pp. 277-281). RIBEIRO, J. H. (2010) – “Escavações no castelo de Castelo Branco: resultados” in Materiaes para o Estudo das Antiguidades Portuguesas (Número Especial) – Actas do Congresso Internacional de Arqueologia: Cem Anos de Investigação Arqueológica no Interior Centro; Castelo Branco: MFTPJ (pp. 299-307).

MARTINS, A. (1979) – Esboço Histórico da cidade de Castelo Branco. Castelo Branco: Câmara Municipal.

RIBEIRO, J.; AZEVEDO, L. (2001) – Os jardins do Paço Episcopal de Castelo Branco; Castelo Branco: Câmara Municipal.

SALVADO, P. M.; MOREIRA, S. (2007) – “Resultados das escavações arqueológicas de emergência no castelo de Castelo Branco (2000)”. Estudos de Castelo Branco 6:3; Castelo Branco: Câmara Municipal (pp. 211-217).

VIANA, A. (1961/62) – “Notas várias. Circunstâncias habituais de exploração arqueológica em Portugal”. Arquivo de Beja, vols. XVIII/XIX; Beja: Câmara Municipal (pp.89-211)

36

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.