DO TEMPLO AO PALÁCIO: REPRESENTAÇÕES DA CIDADE SUMÉRIA ATRAVÉS DA \" LISTA REAL SUMÉRIA

June 1, 2017 | Autor: Rerman Andriz | Categoria: Sumerian, Hatra, Arqueología urbana, Roman Archaeology, História Do Urbanismo
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” - FCHS

RERMAN ANDRIZ DE OLIVEIRA MOREIRA ANTEQUERA

DO TEMPLO AO PALÁCIO: REPRESENTAÇÕES DA CIDADE SUMÉRIA ATRAVÉS DA “LISTA REAL SUMÉRIA” DURANTE O DINÁSTICO PRIMITIVO (2900 – 2334 A.C)

FRANCA - 2015

RERMAN ANDRIZ DE OLIVEIRA MOREIRA ANTEQUERA

DO TEMPLO AO PALÁCIO: REPRESENTAÇÕES DA CIDADE SUMÉRIA ATRAVÉS DA “LISTA REAL SUMÉRIA” DURANTE O DINÁSTICO PRIMITIVO (2900 – 2334 A.C)

Projeto de Mestrado apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso, para obtenção da Licenciatura e Bacharelado em História, à Faculdade de Ciências Humanas e Sociais – UNESP – Campus de Franca Orientador: Profª. Msª Maria Celeste Fachin

FRANCA - 2015

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DO TEMPLO AO PALÁCIO: REPRESENTAÇÕES DA CIDADE SUMÉRIA ATRAVÉS DA “LISTA REAL SUMÉRIA” DURANTE O DINÁSTICO PRIMITIVO (2900 – 2334 A.C)

RESUMO O presente projeto visa identificar e demonstrar a organização político-administrativa e urbana das cidades da baixa-mesopotâmia – conhecida como Suméria – no período dinástico primitivo (2900 – 2334 a.C). Para compreender tal aspecto, deve-se ter em mente que a região teve sua hegemonia política, religiosa e comercial disputada por diversas cidades sumérias, estando entre as principais beligerantes a tríade formada por Ur, Uruk e Kish. Isto porque a região era ponto de passagem entre caravanas de comerciantes vindas do ocidente e do oriente, tornandoa estratégica, incluindo também seu comércio litorâneo, que ligava o mar às cidades através dos rios e das regiões pantanosas. Para tanto, faremos uso de duas fontes que abrangem o contexto inserido. São elas, a Epopeia de Gilgamesh e a Lista Real Suméria. A primeira, como narrativa literária e religiosa, demonstra a influência da religião no poder político. Nos lega, sobretudo, os aspectos culturais de tal sociedade e, mais do que isso, apresenta a ligação entra a política terrena e a celestial. Os maiores conhecimentos sobre as cidades no período vêm de nosso segundo documento, a Lista Real Suméria, com informações correlatas aquelas fornecidas por outras fontes arqueológicas, a exemplo, a “Estela dos Abutres” que relata a vitória do governante de Lagash, Eannatum, sobre a cidade de Umma. Identificava-se aí como se davam as disputas internas da região, em uma lista de sucessões dinásticas, entre essas cidades pelo domínio de um ensi – título sumério – sobre as demais cidades da Baixa Mesopotâmia, a princípio descentralizada, com funcionamentos políticos, civis e religiosos muito semelhantes entre elas. Responsáveis por curtos períodos de dominação e influência, essas cidades foram, por fim unificadas sob Sargão I de Acad, fato que encerrou tal momento. Palavras-chave: Antiguidade Oriental. Gilgamesh. Lista Real Suméria. Mesopotâmia. Suméria. Sumérios.

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INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA O estudo da organização urbana e administrativa das cidades na Suméria 1 durante o

período Dinástico Primitivo (2900 – 2334 a.C), também conhecido como período PréSargônico2, nos demonstra um momento de crise e rivalidades em que tais cidades se envolveram na disputa pela hegemonia de toda a região. Com o momento centrado neste aspecto de constante disputas, temos um período no qual envolve as histórias narradas no famoso clássico A Epopeia de Gilgamesh, que nos legou bem antes de A Iliada ou A Odisséia, uma forma de narrativa épica e poética sobre as aventuras e desventuras de uma personagem heroica, no caso, Gilgamesh3. A organização política das cidades da Baixa Mesopotâmia mudou seus sistemas conforme as necessidades presentes na vida do homem sumério durante os séculos que se seguiram desde o estabelecimento das primeiras povoações, que viriam a originar suas futuras localizações urbanas. Ainda em sua forma de administração inicial, no surgimento de Uruk, em período homônimo à cidade (4000-3200 a.C), os Sumérios foram os responsáveis pelas primeiras caracterizações de assembleias que se têm conhecimento atualmente (CARDOSO, 1994, p. 65). Sobre isso, o historiador americano e especialista nos caracteres cuneiformes, Samuel Noah Kramer, comenta: Surpreendentemente, nas primitivas aldeias e pequenas cidades mesopotâmicas o governo era democrático; os membros dos órgãos dirigentes eram designados não por um só indivíduo todo-poderoso, como seria de supor, mas por uma assembléia constituída pelos cidadãos livres da comunidade. (...) Funcionários que motivassem desagrado ou desconfiança podiam ser Do acádio Sumeru, através do original sumério Ki-en-gir, literalmente, "Terra dos Senhores Nobres". (The Pennsylvania Sumerian Dictionary). Região fértil ao sul da Mesopotâmia, irrigada pelos rios Tigre e Eufrates. 1

Também chamado Proto-dinástico.

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Gilgamesh é apresentado tanto na epopeia que leve seu nome, quanto na Lista real. Ele teria sido ensi da cidade de Uruk, por volta do século XXVII do Terceiro milênio a.C e segundo a Lista, governara durante 126 anos, aproximadamente entre 2750 e 2624. Há, porém, uma diferença de sua origem paterna entre ambas as fontes, visto que no épico ele é apresentado como filho de Lugalbanda, terceiro rei após o dilúvio e segundo antes de seu domínio, enquanto que na Lista seu pai teria sido um "espírito", antigo ensi de Kulaba. Na versão da Lista comentada e analisada pelo historiador dinamarquês Thorkild Jacobsen, como personagem histórica, Gilgamesh é listado como tendo reinado sobre Uruk durante cerca de trinta anos. Kramer coloca o seu governo por volta de 2.600 a.C baseando-se em epigrafias. 3

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destituídos facilmente pela assembléia dos cidadãos, quando necessário (KRAMER, 1969, p. 36).

Nesta fase, conhecida como Jemdet Nasr (3200 – 3000 a.C)4, a urbanização foi concluída, ganhando desta forma as cidades seu contorno mais acabado. Segundo a Lista Real, fora nessa época a primeira fase de governos sucessórios no qual a "realeza desceu do céu". Tal período segue até o registro do Dilúvio5. Segundo Ciro Flamarion Cardoso: A arqueologia é a base quase única de nosso conhecimento direto da primeira época urbana, e é difícil extrair dela certezas no tocante ao poder e às instituições. Parece razoável a idéia, transmitida pela lista real (...) de que cinco cidades dominaram sucessivamente a cena política regional "antes do dilúvio": Eridu, Badtibira, Sippar, Larak e Shuruppak (CARDOSO, 1994, p. 63).

A fase seguinte, aproximadamente entre os anos 3000 e 2900 a.C, se inicia com a concentração de poderes pelo templo representado na figura de seu sacerdote. Uma das características principais na organização urbanística dessas cidades foi o simbolismo em torno do Zigurate, associando-o aos órgãos colegiados de cidadãos livres, estando tal monumento não apenas no centro da vida urbana como sendo a construção central das cidades: A evolução político-administrativa apresenta duas tendências persistentes ao longo terceiro milênio a. C.: 1) um aparente predomínio das instituições templárias e de órgãos colegiados que representam os cidadãos livres foi cedendo lugar a uma realeza cada vez mais laica e poderosa, com o surgimento do palácio como instituição independente que acabou por superar os templos no seu grau de controle sobre recursos e pessoas (...) (CARDOSO, 1994, p. 65).

De fato, os sumérios manifestavam a crença de que suas cidades seriam o lar e a residência de seus deuses, cada qual possuindo uma delas. A Uruk6 de Gilgamesh, por exemplo, seria residência de uma das mais altas entidades do panteão sumério, Anu, e também a morada de Inanna, deusa da paixão e da guerra, recorrente na epopeia. O Templo seria o local de vivência dos próprios deuses, que regiam a política, fosse ela dentro dos muros, fosse

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O nome faz referência ao primeiro tell - montes de terra que se acumulam através da erosão sobre vestígios arquitetônicos - identificado como sendo desse período, no sítio arqueológico de Jemdet Nasr. Dilúvio de Ziusudra, último rei de Shuruppak, não o narrado em Gilgamesh. Para mais informações sobre a Epopéia de Gilgamesh, ver Materiais e Métodos. 5

Uruk, nas narrativas do Genesis chamada de Erech, foi uma das cidades dominantes da região segundo a Lista Real Suméria. Segunda a Epopeia de Gilgamesh, teve suas muralhas construídas pelo próprio rei. Empresta seu nome ao Iraque. 6

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externamente, através de guerras. Não à toa, foi nos templos, com o objetivo de organizar e administrar a vida urbana e comercial, que surgiram as letras, em outras palavras, a escrita (CHILDE. 1971). Kramer diz: O templo não era apenas um inanimado edifício de tijolos e argamassa, era um lugar sacro para ser cuidado e servido dia a dia, ano após ano. Preces e hinos tinham que ser compostos, formalizados e recitados; ritos e rituais tinham de ser cumpridos, cerimônias do culto tinham de ser celebradas. E dai resultou um clero especializado, iniciando-se, decerto, com a escolha de um ou dois indíviduos apreciados por seu saber e podêres espirituais, e proliferando em número e funções através dos séculos. Pouco a pouco, o templo, com a casta sacerdotal, foi-se tornando, naturalmente, o centro intelectual de toda a comunidade. Não é, pois, de admirar ter sido ali que, mais tarde, se inventou e se aperfeiçoou a escrita (KRAMER, 1969, p. 36).

A concentração de poder temporal e religioso nas mãos do sacerdote se firma nas cidades sumérias aos menos nos três primeiros séculos do dinástico primitivo. Já por entre 2.700 a 2.600 a. C - período em que se encaixa a vida e o governo de Gilgamesh - o palácio surge como ambiente separado do templo (BOUZON. 1998, p. 21). A cidade passa a ser gerida como uma É.GAL7. As guerras, já em constante andamento, e os momentos intermediários em que as cidades se viam unificados, relatados pela Lista Real Suméria, iniciam essa profunda mudança de poder. Sobre tais aspectos, Katia Maria Paim Pozzer explica: As necessidades de guerra exigiram um maior desenvolvimento da autoridade política e militar, fazendo nascer a segunda principal instituição urbana - o palácio. As cidades mesopotâmicas passaram então, a contar com dois centros de poder: um político e militar - o palácio-, e outro econômico e religioso - o templo-, um espaço profano, outro sagrado (POZZER, 2003, p. 62).

Ao terem uma delimitação bem clara de poder real e religioso, as cidades iniciam os seus curtos períodos de predominância política sobre a região. A Lista Real Suméria8 faz claras referências sobre esses momentos, listando as dinastias e as cidades subjugadoras. Ainda que a lista aponte um total de doze dinastias pós-diluvianas9, que viriam a governar durante o período pré-dinástico, a maior rivalidade cabe as cidades de Ur, Uruk e Kish. Tem-se ainda de ressaltar

"Grande Casa". Termo sumério que significa cidade, une as palavras sumérias É - casa - e Gal Grande. 7

Vê-la em Anexo – Lista Real Suméria.

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"Depois do dilúvio ter terminado, e a realeza haver descido do céu, ela passou a Kish." (Ver Anexo – Lista Real Suméria). São listadas durante o período dinástico primitivo: I Dinastia de Kish, I Dinastia de Uruk, I Dinastia de Ur. II Dinastia de Kish, II Dinastia de Uruk, II Dinastia de Ur, Adab, Mari, III Dinastia de Kish, Akshak, IV Dinastia de Kish, III Dinastia de Uruk. 9

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que as duas últimas, Kish e Uruk, foram rivais históricas, sendo essa rivalidade um dos panos de fundo da narrativa épica de Gilgamesh. Dentre as três, Kish fora a primeira a impor seu predomínio político-religioso sobre a região (KRAMER, 1969, p. 37; JACOBSEN, 1973, p. 167). Sobre tal rivalidade entre as três cidades, Kramer comenta: Todavia, documentos posteriores indicam que o seu tempo foi de agitação política, durante a qual os governantes das cidades de Kish, Ur e Erech travaram renhida peleja tríplice pela hegemonia na Suméria (KRAMER, 1969, p. 38).

Após o domínio de Kish, o poder real sobre a região passara para a I Dinastia de Uruk10, casa da qual Gilgamesh tornar-se-ia seu quinto governante. A. Leo Oppenheim comenta sobre a influência e importância que Uruk manifestou sobre a região, mesmo antes do Proto-dinástico: In Uruk, in southern Mesopotamia, Sumerian civilization seems to have reaches its creative peak. This is pointed out repeatedly in the references to this city in religious and, especially, in literary texts, including those of mythological content; the historical tradition as preserved in the Sumerian King-list confirms it. From Uruk the center of political gravity seems to have moved to Ur (OPPENHEIM, 1977, p. 50).

Porém, em uma perspectiva contrária ao que se refere na Lista, Kramer não acredita que Kish tenha sido derrotada realmente por Gilgamesh de Uruk, mas nos transmite a informação de uma documentação que, nas palavras do próprio seria historiográfica, conhecida como a "Inscrição de Tummal". Segundo este documento, diferente do que relata a Lista e também a Epopeia, Kish teria sido derrotada por Mesannepadda de Ur, contemporâneo de Gilgamesh. Após a hegemonia de Uruk - ou durante, como sugere a "Inscrição de Tummal" - o poder passa a I Dinastia de Ur (Urim) sob seu Lugal11, Mesannepadda. Este teria sido o responsável por tomar os últimos resquícios de poder ainda nas mãos de Kish e seu último rei, Agga. Referente ao que nos informa a lista real, o último rei antes de Mesannepadda teria sido

"Kish foi derrotado com armas; e o seu trono foi levado para Eanna" (Ver Anexo – Lista Real Suméria) 10

Os títulos sumérios variam de cidades: Lu.gal foi comum em Kish e Ur, En na Uruk e Ensi em Lagash. Lu.gal é em sumério "Grande homem" e seria o termo mais próximo de rei. En seria algo como "Senhor" e fora o título usado ainda nos tempos de domínio do Templo. Ensi é algo próximo à "Governador". O que se sabe é que durante os períodos de expansão de uma cidade, seu líder se considerava Lugal de toda a região, enquanto os governadores das cidades a ele submetidas usavam a nomenclatura ensi. 11

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Lugalkitun de Uruk, descendente de Gilgamesh. Em relação a expansão de Ur, Kramer comenta: Na batalha pelo domínio da totalidade da Suméria, Mesannepadda, o fundador da Primeira Dinastia de Ur, arrebatou o controle de Nippur a Agga, o último rei da Primeira Dinastia de Kish. De facto, atacou provavelmente a própria cidade de Kish e foi diretamente responsável pela queda de Agga, o que podia explicar a razão por que Mesannepadda foi designado por "rei de Kish", em vez de "rei de Ur", na inscrição do seu próprio sinete, uma vez que o título "rei de Kish" tinha um prestígio confirmado pelo tempo (KRAMER, 1977, p. 67).

Mesannepadda parece ter sido um contemporâneo mais velho de Gilgamesh (KRAMER, 1977, p. 68), mas que seguiu posterior a esse último com seu reinado. No que diz respeito ao prosseguimento das alternâncias do poder entre as cidades, após Ur, temos o predomínio da cidade-estado de Lagash12. Segundo nos lega os documentos provenientes de lá, Eannatum13 fora um dos mais poderosos ensi de Lagash. Assim como sua vitória sobre a cidade de Umma após longa disputa territorial com esta, narrada na Estela dos Abutres, o rei de Lagash também teria sido responsável pela expulsão de tropas Elamitas14 de regiões da Suméria, e da posterior invasão de Elam (FLAMARION, 1994, p. 68). Sobre esses documentos, Kramer comenta: (...) de Lagash possuímos várias centenas de inscrições de dedicatória, e se a grande maioria é lacónica e repetitiva, há várias que têm um valor enorme para a história deste período. Isto significa, claro, que vemos os acontecimentos pelos olhos lagashitas; mas a julgar por aqueles por aqueles casos que podem ser verificados noutras fontes, os historiadores lagashitas parecem ter respeitado a verdade e narrado os factos como sucederam realmente, (...). Assim, é principalmente a partir destas inscrições de Lagash que o curso da história que vai ser esboçado pode ser reconstruído (KRAMER, 1977, p. 71).

Houve outros reis de maior importância na Dinastia de Lagash, como o sobrinho de Eannatum, Entemena15, que derrotou as forças de Ur-Lumma, então governante de Umma, este que não aceitara pagar o tributo imposto à Umma por Enannatum 16. O outro governante, Lagash foi a cidade que deixou à posteridade um dos maiores legados documentais sobre o período. A Estela do Abutres é proveniente de lá. A sua dinastia também é conhecida por registros próprios, pois não consta na Lista Real Suméria. 12

Eannatum, ensi de Lagash entre 2454 - 2425 a. C.

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Elamitas, povo que vivia na região leste da Mesopotâmia e ao sul da Pérsia. Foram um dos povos inimigos recorrentes nos documentos das cidades sumérias. Sua terra se chamava Elam e tinham como capital a cidade de Susa. 14

Ensi de Lagash entre 2404 - 2375 a. C.

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Irmão de Eannatum e pai de Entemena, impôs sobre Umma impostos humilhantes. Governou Lagash entre 2425 - 2404 a. C. 16

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Urukagina, foi responsável por encaminhar e criar reformas de cunho ético e social (KRAMER, 1977, p. 77). Porém Urukagina não dominara por muito tempo, sendo derrotado pela agora expansionista Umma, comandada por Lugalzaggesi17, rei esse que teria sido responsável pela destruição da maior parte dos templos de Lagash. Ele teria conquistado grande parte das cidades-estados sumérias, e de fato se declarava Ensi de Uruk, Lugal da Suméria e rei da Terra. Por certos períodos, subjugou também a Síria e toda a Mesopotâmia, só sendo ultrapassado pelas numerosas conquistas de seu sucessor, Sargão18 de Acad. Com a expansão de seu poderio, Sargão conseguiu a vitória contra Lugalzaggesi diversas vezes, até por fim este não ter mais chance alguma sobre o crescente exército de Acad. Sargão teria destruído as muralhas de Uruk, centro político do governo de Lugalzaggesi, bem como também fizera com as fortalezas de Umma, completando sua expansão e concretizando a soberania total de Acad na Suméria. Com isso, Sargão põe fim à característica principal da região durante esse longo período abrangido, assim como também põe fim ao próprio período, impondo à todas as cidades e seus citadinos um único domínio, um único poder e um único Lugal todo-poderoso. O poder administrativo só voltaria para as mãos dos Sumérios durante a época denominada "Renascimento Sumério", no qual a região esteve sob o governo da III Dinastia de Ur - que com seu primeiro rei, Ur-Nammu19, criou um dos primeiros códigos jurídicos da história, regido por leis fundamentadas em costumes e prescrições antigas, sendo substituído apenas pelo código de Eshnunna, esse que serviu de base para o conhecido "Código de Hammurabi". Porém, a sua influência cultural refletiria ainda por muito tempo na região, moldando e influenciando todos os outros povos que por lá passariam, responsáveis pela criação de uma cultura Mesopotâmica (GLASSNER, 2000, p. 136). Em questões mais amplas, o legado sumério seria deixado para toda a posteridade. Ainda que sua origem tenha ficado sob os

Lugalzaggesi é o primeiro e último rei da casa que ficou conhecido como III Dinastia de Uruk. Governou entre 2340 - 2316. Isto faz dele o último rei do período aqui abrangido, o Dinástico primitivo. 17

Sargão I de Acad, também Sargão, o Grande, governante de Acad, de origem semita, foi primeiro funcionário da corte do senhor de Kish, Ur-Zababa. Declarou guerra à Uruk após Lugalzaggesi ter destronado e provavelmente assassinado Ur-Zababa. Foi o responsável pela criação do que a historiografia chama de primeiro império mundial, neste caso, o Império Acadiano. 18

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Ur-Nammu é, segunda a Lista Real, fundador da Terceira Dinastia de Ur (Ver Anexo – Lista Real Suméria). Governou entre 2111 - 2094 a.C.

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escombros de tal sociedade durante milênios, suas características mais peculiares atravessariam toda a história do ocidente, em grande parte através da Bíblia, mas também pela astronomia, matemática e mesmo literatura grega. Sobre o "desaparecimento" gradual da política e cultura suméria, Kramer comenta: As duas datas-chave para a cronologia suméria são, por um lado, o fim da Terceira Dinastia de Ur, quando os Sumérios perderam a sua posição política de predominância na Mesopotâmia, e, por outro, o início do reinado de Hammurabi da Babilónia, quando praticamente deixaram de existir como entidade linguística, étnica e política. Aceita-se, geralmente, que a data deste último evento é, aproximadamente, 1750 a. C (KRAMER, 1977, p. 48).

Como é possível observar, a cidade suméria esteve no centro e foi ponto de partida das diversas crises de caráter não exclusivamente político, como também religiosos, econômicos e culturais. Uma terra árida, sem grandes propriedades minerais, com a escassez da mais comuns das pedras ou madeira e que tem como principal meio de manutenção os rios que à cerca, origina uma sociedade complexa, que por sua vez dá origem aos primeiros núcleos urbanos conhecidos como cidades, fomentando assim o que Gordon Childe viria a chamar de Revolução Urbana (CHILDE, Gordon. V. 1971, p. 36), e ao desenvolver a capacidade de dominar o curso das águas uma de suas maiores tecnologias e com isso desenvolver o câmbio com os povos vizinhos, objetivados por sua própria subsistência, vê surgir dentro de si a disputa pelas terras cruciais, mesopotâmicas, para sua sobrevivência. 2.

OBJETIVOS

Como explanado, os objetivos gerais do presente projeto é demonstrar como uma sociedade criou formas e sistemas complexos de poder, objetivados em seus centros urbanos, estes que passaram por um processo de urbanização sofisticado considerado como um dos primeiros do mundo, pelo que se conhece através da arqueologia. De que forma funcionou o processo de disputa pela dominação de uma região estratégica, não só para aqueles que lá viviam, mas também pelos que ali passavam e muitos dos quais de fato ficaram. Um processo de tentativas de centralização, em sua grande parte frustradas, mas com um ou outro curto intervalo de sucesso, legado aos dias de hoje através de importantes documentos preservados pelo tempo e reconstituídos por mãos humanas. Sendo este em sua fase inicial um trabalho de revisão documental, tem-se também o intuito de demonstrar o que a historiografia tem estudado e exposto durante o século XX, após as descobertas arqueológicas acerca de documentos que relatam o período aqui identificado. O

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papel fundamental que os estudos arqueológicos e históricos têm, no que tange ao papel que essa sociedade exerceria em períodos vindouros, trazidos à luz a partir das mesmas. O papel que uma possível influência em povos além das fronteiras da mesopotâmia pode ter exercido na construção de suas culturas. A provável influência suméria na construção da própria cultura ocidental - algo, sem dúvida alguma, à ser muito pesquisado ainda em futuros estudos sobre o tema. Buscaremos aqui identificar também como essas disputas intermináveis pelo controle total da região teriam moldado seu modo de ver o mundo - para esse povo, nada muito além do que as regiões habitadas por povos do Indo, à oriente, e o "Grande Mar" ao Ocidente - no plano religioso e político, e de que forma dentro dessa linha de sucessões reais construíram seus mitos, suas narrativas históricas e literárias, sua forma de ver o poder real como algo personificado pelos deuses. Visto que estes últimos teriam como sua própria habitação o templo da cidade, os mesmos não só influenciavam nas batalhas, mas estavam presentes nelas, defendendo sua cidade de forças externas, ou mesmo internas em tentativas de usurpar o lugar dado ao rei que era seu de direito, "a realeza que desceu do céu". Em caráter mais específico, teremos como intenção demonstrar como e por quais razões essa região fora tão disputada e de que maneira as ações das personagens descritas neste período remeteram tempos depois em outras figuras que consideravam-se seus herdeiros e em outros grupos ou indivíduos que demonstraram curiosidades históricas - por mais que a definição dessa como a conhecemos viriam milênios depois - e descreveram fatos e mitos que um dia tivera ocorrido, estavam presentas ainda, por meio da muito provável propagação oral. O por que não destas histórias servirem como forma de legitimação de algo à ser construído, o poder de um rei ou de um sacerdote ou mesmo a força de todo um grupo específico. Uma forma também de questionar e responder dúvidas que são a nós apresentadas até os dias de hoje, sua origem por exemplo. Um povo que enxerga a existência do passado durante o presente e o refletir deste no futuro. Uma sociedade que tem em suas crenças que sua origem fora em um jardim muito além do mar, reflexo talvez, de um conhecimento que se perdeu em sua própria época, questões que ainda terão um longo caminho para serem estudas, explanadas e quem sabe até mesmo, respondidas. 3.

MATERIAL E MÉTODOS

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Este estudo nos disponibilizou o uso de duas importantes fontes, que se fazem essenciais no entendimento das crenças e costumes sumérios, bem como em sua crucial organização política durante o Dinástico Primitivo. O material aqui estudado são duas fontes textuais, sendoas a Epopeia de Gilgamesh e a Lista Real Suméria, sobre as quais discorreremos então. Da primeira, foi feito o uso de uma versão compilada pelo historiador N. K. Sandars, com base na versão das tábuas encontradas na Biblioteca de Assurbanipal, em Nínive, o qual o autor traz explicações sobre diversas questões contextuais em torno da obra original. Na compilação, Sandars também incorpora duas fases do conto exclusivamente sumérias, que não foram transcritas pelos copistas assírios. São elas: "Gilgamesh e a terra dos vivos" e a "Morte de Gilgamesh". Para uso de nosso segundo material, a Lista Real Suméria, faremos uso da versão compilada e explicado pelo arqueólogo e historiador Thorkild Jacobsen, esta em que o autor atribui aos sucessivos governantes e dinastias "datas-fórmulas", método que atribuiu datas factíveis com o período histórico, diminuindo assim os períodos longos e seculares de poderio de um rei. Para o anexo, porém, optamos por transcrever a Lista da versão deixada pelo assiriólogo Samuel N. Kramer, pois essa está disponível em edição na língua portuguesa, fato que não tornou necessário a tradução da edição em inglês de Jacobsen. A Epopeia de Gilgamesh narra a história do personagem de mesmo nome, rei da cidadeestado de Uruk e herói do imaginário sumério e mesopotâmico em geral. A importância do estudo sobre essa fonte é vista em quase todo o escrito, pois nos mostra a rivalidade histórica entre Uruk e Kish e questões da relevante situação geográfica, como ainda hoje persiste, a escassez de florestas e a necessidade de ir à outras terras em busca de madeira, questão bem retratada quando Gilgamesh adentra a "Terra dos Cedros"20 e enfrenta o gigante Humbaba, designado pelo próprio deus Enlil como guardião da Floresta, para capturar suas madeiras. Ademais, em se tratado de suas características históricas, tudo indica que antes de ser um documento escrito, as partes que formariam a epopeia no futuro eram transmitidas oralmente, pouco após uma existência histórica de Gilgamesh (SANDARS, 2011, p. 27). As primeiras transcrições poéticas, na escrita cuneiforme, se deram com diferentes contos sumérios, mas todos relatando algo que ocorrerá com o ensi de Uruk, ainda no Terceiro milênio. Durante o segundo milênio, o conto se aprimora provavelmente pelas mãos de escribas babilônicos, mas somente a partir dos assírios é que a Epopeia toma uma versão definitiva, É muito provável que "Terra dos Cedros" seja uma referência as ricas florestas de cedro entre a Síria e o Líbano. 20

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quando é incorporada a narrativa diluviana, não presente na história suméria original, que teria ocorrido bem anteriormente à Gilgamesh e tinha como a contraparte de Noé outro herói, o rei de Eridu, Ziusudra. A versão encontrada na biblioteca de Assurbanipal, como um discurso literário, parece ter contado com um amplo acesso da população Ninivita, pois sabe-se que tal biblioteca era aberta para diversos grupos da sociedade assíria. Mesmo que o conhecimento das letras fosse algo passado nos templos, isto não implica no desconhecimento dessas por todos que não fossem sacerdotes. Esses fatos colocam tal versão do épico como tendo sido compilada por volta do sétimo século a. C., dois milênios posteriormente aos acontecimentos nela narrados. Já nossa segunda fonte, parece apresentar um caráter simplesmente político, pois se trata de tábuas que registram periodicamente a hegemonia, duração e derrocada de cada cidadeestado suméria, suas dinastias e seus governantes sobre o poder temporal e mesmo religioso da região. Como é um documento puramente administrativo - dividida pelas contagens sumérias de sars - 3600 anos - e ners - 600 anos - tal documento parece ter ficado restrito aos oficiais palacianos e da organização dos templos. Talvez sua autoria intelectual pertença a um grupo de escribas que a compilaram com o intuito de legitimar o poder local, mas também em apresentar a história da região, escrita bem após cerca de 1750 a.C., quando o poder da Dinastia de Isin, última casa listada, teria terminado. Ainda que quem quer que à tenha feito não levou em conta que muito dos governantes listados como posteriores uns aos outros eram, em sua grande parte, contemporâneos. Também busca o enaltecimento da figura divina do soberano, pois em sua introdução já é dito que "a realeza desceu do céu". Descobertas durante as primeiras escavações em Ur, no início do século XX, foram, assim como todos os documentos sumérios, da época ou não, registrados em tábuas de argila. Mesmo que apresente anos de reinado lendários e um possível equívoco de seu(s) autor(es), a Lista apresenta um valor histórico imprescindível. Outrossim, obtivemos o inestimável acesso ao conhecimento de tantos outros documentos materiais, literários e administrativos, encontrados nos mais diversos títulos referentes à bibliografia básica. Em um deles foi encontrado diversas transcrições destas fontes arqueológicas, inseridas em apêndices e anexos. É deste mesmo que retiramos a transcrição da Lista Real Suméria anexada ao presente projeto. Buscaremos estudar os conceitos de urbanismo e história das cidades, assim como arqueologia da paisagem, posto que nos propomos a estudar de que maneira se dava a compreensão do povo sumério em seu espaço urbano e como suas interpretações estiveram

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presentes no contexto da cidade. Embasados nestes três critérios metodológicos, nosso material será inquirido de forma que contribua em seus pormenores sobre o assunto investigado, assim como também mostra a visão daqueles que nos transmitiram tão significativa documentação política, administrativa, religiosa, econômica, jurídica e literária. 4.

PLANO DE TRABALHO

As análises aqui relacionadas correspondem a uma perspectiva preliminar da pesquisa a ser realizada, que contemplaria as seguintes etapas de trabalho I – Pesquisa documental e Tratamento de fontes 

Relações de levantamentos de fontes textuais tendo em vista a localização de documentos complementares.



Pesquisa de fontes de natureza arqueológica com índices de traçados urbanos de sítios correspondentes à pesquisa proposta.

II – Extensão de levantamento bibliográfico abrangendo publicações mais recentes que indiquem o atual estágio da pesquisa 

História política da Mesopotâmia.



Escritos sobre organização do espaço e urbanismo.



Historiografia básica atualizada sobre o período.

III – Análise das Fontes Textuais 

Leitura de método.



Aplicação dos métodos selecionados às fontes.

IV – Redação da Dissertação Nesta etapa trabalharemos a redação preliminar da dissertação ordenada nos seguintes capítulos 

Introdução, demonstraremos a proposta da pesquisa e que linha de pesquisa a mesma seguirá, dando um panorama geral da importância e do porquê de tal estudo.

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O primeiro capitulo tratará da contextualização da História, e como essa era encarada pelos povos sumérios.



O segundo capitulo trará a contextualização das fontes textuais, no caso, abordará a Epopeia de Gilgamesh e a Lista Real Suméria, e como estas foram compiladas posteriormente as épocas que narram, objetivando a legitimação de poder.



O terceiro capitulo contextualizará o surgimento da cidade na Suméria, as origens da Revolução Urbana, sua organização, as crenças de seu povo e seus valores.



O quarto capitulo abordará a cidade suméria durante o Dinástico Primitivo, sua crise e disputa política, a influência religiosa sobre esta, sua realidade regional e suas relações com os povos vizinhos. Um estudo pormenorizado sobre o relacionamento conturbado existente dentro de seu povo, bem como igualmente as relações comerciais para com a vizinhança.



As considerações finais tratarão dos objetivos alcançados e suas contribuições ao tema explorado, suas implicações teóricas, questões colocadas e respostas inqueridas

5.

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 2016

Atividades 1º Trimestre

2º Trimestre

3º Trimestre

4º Trimestre

Levantamento bibliográfico

X

X

Leitura e Fichamento da bibliografia

X

X

X

X

Leitura e análise das Fontes

X

X

X

X

X

X

X

Cumprimento de créditos e disciplinas

X

X

X

X

X

X

X

X

Orientações

X

X

X

X

X

X

X

X

Atividades Redação do Relatório de Qualificação

2017 1º Trimestre

2º Trimestre

X

X

X

3º Trimestre

4º Trimestre

X X

Correção do Relatório de Qualificação

X X

Exame Geral de Qualificação X

Redação do 2º Capítulo

X

X

Correção do 3º Capítulo

X

Redação do 4º Capítulo

X

Orientações

X

X

X

X

X

X

X

X

14

Atividades Correção do 4º Capítulo

2018 1º Trimestre

2º Trimestre

X

Redação das Considerações Finais Revisão da Dissertação

X

Defesa da Dissertação

X

Orientações

X

X

X

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FONTES DOCUMENTAIS A epopeia de Gilgamesh/Anônimo; tradução realizada a partir da versão inglesa estabelecida por N. K. Sandars por Carlos Daudt de Oliveira. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011. JACOBSEN, Thorkild. The sumerian king list. Fourth impression. Chicago: The University of Chicago Press, 1973. Lista dos Reis Sumérios. In: KRAMER, Noah, S. Os Sumérios: Sua história, cultura e carácter. Lisboa: Bertrand, 1977. BIBLIOGRAFIA ARBONIO, Mella Frederico. Dos sumérios a babel: história, civilização e cultura. São Paulo: Hemus, 1985. BOUZON, Emanuel. Ensaios babilônicos: sociedade, economia e cultura na babilônia précristã. Porto Alegre: Edipucrs, 1998. CARDOSO, Ciro Flamarion. Antiguidade oriental: política e religião. São Paulo: Contexto, 1990. ___________________. Sete olhares sobre a antiguidade. Brasília: Editora UnB, 1994. ___________________. Sociedades do antigo oriente próximo. 4 ed. São Paulo: Ática, 1995. ___________________. Uma introdução a história. 9 ed. São Paulo: Brasiliense, 1992. CARREIRA, José Nunes. História antes de Heródoto: historiografia e história na antiguidade oriental. Lisboa: Cosmos, 1993.

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The Pennsylvania Sumerian Dictionary. Disponível no site: http://psd.museum.upenn.edu/epsd/index.html. Acesso em: 14/09/2014.

ANEXO – LISTA REAL SUMÉRIA Retirada de: KRAMER, Noah. S. Os Sumério: sua história, cultura e caractér. Lisboa: Bertrand, 1977.

ANEXO – MAPA DA SUMÉRIA Retirado de: KRAMER, Noah. S. Os Sumério: sua história, cultura e caractér. Lisboa: Bertrand, 1977.

ANEXO – COMPLEXO DA DEUSA EANNA NA CIDADE DE URUK (POSTGATE, J. N. Early Mesopotamia: Society and Economy at the Dawn of History. London/New York: Routledge, 1994.)

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