EDUCAÇÃO DE SENSIBILIDADE CREPUSCULAR: ESCREVIVENDO A CAPOEIRA Elni Elisa Willms1, Fabio José Cardias Gomes2 RESUMO Este trabalho se refere ao universo sensível e simbólico da capoeira. É fruto de atividade interinstitucional e da tripartição (extensão-pesquisa-docência) do projeto LIBERARTE da UFMA - Imperatirz. Converge os vieses da educação de sensibilidade e do imaginário. Reapresentamos a capoeira como caminho de autoeducação e analisamos os resultados a partir dos nossos referenciais teóricos convergentes: a poética de Guimarães Rosa (1984; 2001) e o crepusculário de Marcos Ferreira-Santos (1998; 2012). O objetivo principal foi ampliar compreensão sobre a capoeira em negligenciadas dimensões pedagógicas: a sensível e a simbólica. Foram feitas observações de aulas e entrevistas de histórias de vida com um mestre de linhagem, um contramestre e um professor. Os relatos foram retirados de Diário de Campo e as entrevistas foram realizadas em 2012, no Recôncavo Baiano e em São Paulo. Os jogos corporais que descrevemos estão carregados de subjetividade porque o relato se fez sob o signo do encantamento: o primeiro olhar sobre algo novo. Tecemos que, sobre o espaço-tempo vivido, no brincar o corpo em movimento, crianças e adultos, fiaram vínculos afetivos de pertencimento e de coparticipação ao apropriam-se aos poucos de um repertório intenso e profundo. Como escreviver o movimento, o silêncio, a dança e o clima destas vivencias? Palavras não nos alcançam! Por ser da ordem do encantamento, situação embrionária que nos engravida de sentido, torna a capoeira uma prática de educação de sensibilidade, portanto crepuscular, no sentido que lhe dá Ferreira-Santos: (1) O entardecer pedagógico, (2) O amanhecer mítico e (3) A crepuscularidade ancestral. Concluímos, entretanto, que na capoeira reconhecemos o percurso interpretativo do ser, ou a jornada interpretativa- sensível da pessoa, em relação com a contribuição dos que vieram antes, da ancestralidade.
Palavras-chave: sensibilidade – crepuscularidade - capoeira
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Professora Adjunta do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Campus de Rondonópolis-MT.
[email protected] 2 Professor Adjunto, Psicólogo Educacional e Coordenador do Projeto LIBER-ARTE da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Campus II – Imperatriz-MA.
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