EFEITO DA ADUBAÇÃO MINERAL COM NPK + MICRONUTRIENTES NO MUNICÍPIO DE SALGADO DE SÃO FÉLIX-PB SOBRE A QUALIDADE DA FIBRA DO ALGODÃO

June 30, 2017 | Autor: Gilvan Ferreira | Categoria: Textile industry, Field Experiment, Soil Fertility, Mineral Nutrition, Indexation
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EFEITO DA ADUBAÇÃO MINERAL COM NPK + MICRONUTRIENTES NO MUNICÍPIO DE SALGADO DE SÃO FÉLIX-PB SOBRE A QUALIDADE DA FIBRA DO ALGODÃO José Pires Dantas (UEPB / [email protected]), Magna Maria Macedo Ferreira, Gilvan Barbosa Ferreira (Embrapa Algodão). RESUMO - Com o objetivo de estudar a qualidade da fibra do algodão em função da adubação mineral, foi instalado um experimento de campo, onde foi adotado o delineamento em blocos ao acaso com três repetições e estudados os tratamentos gerados pela Matriz Baconiana com quatro doses de N (0, 30, 60 e 100 kg/ha), P2O5 (0, 40, 80 e 120 kg/ha), K2O (0, 30, 60 e 120 kg/ha) e três níveis de micronutrientes. Os resultados permitiram as seguintes conclusões: 1) A adubação mineral aumentou o peso médio de capulhos, o índice micronaire e a maturidade das fibras, no entanto, diminuiu a uniformidade e o índice de fiabilidade; 2) O P melhorou a maturidade das fibras; 3) O K afetou negativamente o comprimento e o índice de fiabilidade; entretanto, este elemento melhorou a resistência das fibras; 4) O P e o K, aplicados conjuntamente, melhoraram a resistência da fibra do algodão; 5) O N não alterou a qualidade do algodão; 6) Os micronutrientes aumentaram no algodão a uniformidade, a maturidade e o grau de amarelo das fibras, mas diminuiram o comprimento e o índice de fiabilidade; e 7) As variáveis relacionadas à qualidade das fibras foram consideradas adequadas pela indústria têxtil. Palavras-chave: Gossypium hirsutum L., fertilização do solo, nutrição mineral. EFFECT OF THE MINERAL FERTILIZATION WITH NPK + MICRONUTRIENTS IN MUNICIPAL DISTRICT OF SALGADO DE SÃO FÉLIX-PB ON THE FIBER QUALITY OF THE COTTON ABSTRACT - With the objective of studying the quality of the cotton fiber in function of the mineral fertilization, a field experiment was installed, where it was adopted the experiment in randomized blocks with three repetitions and studied the treatments generated by the Baconiana Head Office with four doses of N (0, 30, 60 e 100 kg/ha), P2O5 (0, 40, 80 e 120 kg/ha), K2O (0, 30, 60 e 120 kg/ha) and three micronutrients levels. The results allowed the following conclusions: 1) The mineral fertilization increased the medium weight of bolls, the micronaire index and the maturity of the fibers, however, it reduced the uniformity and the spin ability index; 2) P improved the fiber maturity; 3) K affected the length and the spin ability index negatively; however this element improved the fiber resistance; 4) P and K, jointly applied, they improved the fiber resistance of the cotton; 5) N didn’t alter the cotton quality; 6) The micronutrients increased in the cotton the uniformity, the maturity and the degree of yellow of the fibers, but they had reduced the length and the spin ability index; and 7) The variables related to the fiber quality were considered appropriate for the textile industry. Key words: Gossypium hirsutum L., soil fertilization, mineral nutrition.

INTRODUÇÃO A cultura do algodão herbáceo (Gossypium hirsutum L. raça latifolium Hutch.), realizada em condições de sequeiro, destaca-se como uma das mais importantes para a região Nordeste, em especial para os pequenos e médios produtores, tendo assim importância social e econômica muito elevada para o agronegócio nordestino, sendo que esta região é, na atualidade, um dos maiores pólos de consumo industrial de algodão da América Latina, junto com o estado de São Paulo e o México (EMBRAPA, 2003). A fibra do algodão é, entre as fibras naturais, a mais consumida pela indústria têxtil nacional e mundial, em razão dos méritos indiscutíveis de suas características físicas: comprimento, uniformidade de comprimento, finura, maturidade, resistência, alongamento, cor, brilho e sedosidade, as quais se transferem para o fio, tecido e confecção, dando-lhes diversidade de aplicação, beleza e sensação de bem-estar a quem as usa (SANTANA e WANDERLEY, 1995). Uma das grandes vantagens da cotonicultura é que mais de 75% do custo de produção é com mão-de-obra, o que significa ocupação para milhares de trabalhadores rurais. O algodão produzido pelas pequenas propriedades na região Nordeste é todo colhido à mão, o que proporciona, quando esta operação é bem feita, a obtenção de um produto de elevada qualidade. Os pequenos produtores de algodão herbáceo no Nordeste têm grande tradição com o cultivo desta malvácea e utilizam muito pouco fertilizantes inorgânicos, tendo um potencial de produção bem menor do que, por exemplo, o do Mato Grosso, condições de cerrado com grandes produtores (EMBRAPA, 2003). O algodoeiro é uma planta originária do Sul do México, evoluída sobre um solo calcário rico em nutrientes. Melhorado para maximizar sua produtividade, o algodoeiro tem alta demanda de nutrientes para que possa obter produções rentáveis. A planta extrai do solo 156 a 212 kg de N, 32 a 61 kg de P2O5, 118 a 197 kg de K2O, 62 a 168 kg de CaO, 32 a 47 kg de MgO, 10 a 64 kg de S, 320 g de B, 18 a 120 g de Cu, 123 a 2.960 g de Fe, 47 a 250 g de Mn, 2 g de Mo e 3,42 a 116 g de Zn para produzir 2.500 kg/ha de algodão em caroço (ou aproximadamente 1.000 kg/ha de pluma), porém essa quantidade varia intensamente na dependência das condições de clima, solo, manejo, variedade utilizada e produtividade alcançada (STAUT e KURIAHARA, 1998; THOMPSON, 1999). O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da adubação com NPK + micronutrientes sobre a qualidade da fibra do algodão cultivado no município de Salgado de São Félix-PB, visando aprimorar os sistemas de fertilização da cultura na agricultura familiar do estado da Paraíba. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido ao nível de campo, na Fazenda Bom Sossego, município de Salgado de São Félix - PB, em conformidade com as recomendações técnicas vigentes. As precipitações pluviométricas no município vizinho, Itabaiana, segundo dados da SEMARH (2005), foram de 115,5; 166,7; 115,3 e 18,5 mm nos meses de abril, maio, julho e agosto de 2004, respectivamente. O total de chuvas neste ano foi de 854 mm. Segundo SUDENE (1990) citada por SEMARH (2005), médias de, no mínimo, 30 anos, no mesmo município, são: 38,9; 60,0; 106,4; 117,6; 116,9; 112,5; 93,3; 48,7; 28,1; 12,0; 13,4 e 21,9 mm, de janeiro a dezembro, respectivamente, sendo a média anual de 770,6 mm. A área foi preparada com as correções, arações e gradagens necessárias para a implantação da cultura, que ocorreu no dia 26 de abril de 2004. A condução

pretendeu evitar limitações do crescimento potencial do algodoeiro cv. BRS 8H por estresses bióticos e abióticos possíveis. O experimento foi conduzido em regime de sequeiro. A adubação básica foi realizada de acordo com os resultados da análise de solo (Tab. 1) e com os diferentes tratamentos estudados no experimento. Tabela 1. Análise do solo da Fazenda Bom Sossego, município de Salgado de São Félix - PB Profundidade (cm) 0-20 20-40 pH em água (1:2,5) 5,7 4,8 Ca++ 16,0 6,0 Mg++ 7,0 13,0 Complexo Sortivo Na+ 0,7 0,7 3 (mmolc/dm ) K+ 2,8 2,5 S 26,5 22,2 H+Al 12,7 18,3 T 39,2 40,5 % V 68 55 mmolc/dm3 Al3+ 1,0 4,5 mg/dm3 P 7,3 2,2 g/kg M.O. 8,3 5,9

Os tratamentos foram montados num delineamento em blocos ao acaso e arranjados numa Matriz Baconiana com os seguintes fatores e doses: N (0, 30, 60 e 100 kg/ha), P2O5 (0, 40, 80 e 120 kg/ha), K2O (0, 30, 60 e 120 kg/ha), e três níveis de micronutrientes. Os 14 tratamentos, repetidos três vezes, compuseram um total de 42 parcelas experimentais. A parcela experimental foi constituída de uma área de 5,4 m de largura x 6,0 m de comprimento, resultando em uma área total de 32,4 m2. O espaçamento adotado para o algodoeiro foi o de fileira simples de 0,9 m x 0,2 m. A adubação com nitrogênio e potássio foi feita em plantio e em cobertura (60 dias após a instalação dos experimentos), utilizando-se metade da dose recomendada no plantio e a outra metade em cobertura. A adubação com os demais nutrientes foi feita toda no plantio. Os adubos utilizados no plantio foram: Sulfato de Amônia (S.A., 20% de N); Superfosfato Simples (SSP, 18% de P2O5); e Cloreto de Potássio (KCl, 60% de K2O). Para alcançar os níveis desejados de micronutrientes, foram utilizadas 1, 2 e 3 vezes a mistura de 9,0 kg de Bórax + 4,0 kg de Sulfato de Cobre + 5,0 kg de Sulfato de Ferro + 4,0 kg de Sulfato de Manganês + 5,0 kg de Sulfato de Zinco. Os adubos utilizados em cobertura foram Uréia (45% de N) e KCl. Para a distribuição dos adubos de plantio, no campo, fez-se uma medida de cada adubo utilizado e aplicou-se diretamente na cova de plantio aberta a 10 cm de profundidade. Fechou-se a cova e dispôs-se a semente de algodão 5-10 cm ao lado e acima do adubo, evitando-se o contato do mesmo com a semente, que foi coberta com aproximadamente 3-5 cm de terra. Na adubação de cobertura, aplicou-se o adubo em linha cavada a 5 cm de profundidade, distanciada 30 cm do caule das plantas. As variáveis referentes à qualidade da fibra do algodão avaliadas foram: peso médio de capulho, comprimento, % de uniformidade, índice de fibras curtas, resistência, % de alongamento à ruptura, índice micronaire, maturidade, % de reflectância, grau de amarelo e índice de fiabilidade, tomadas de 36 amostras (capulhos) retiradas ao acaso entre as plantas úteis da parcela.

Os dados foram submetidos às análises de variância e de regressão pelo programa SAEG 5,0 da Universidade Federal de Viçosa. Na análise de regressão, foram ajustados modelos relacionando-se as variáveis dependentes acima citadas às doses de N, P2O5 e K2O, e aos níveis de micronutrientes utilizados. Os modelos de regressão testados foram: lineares, quadráticos e cúbicos. Escolheu-se o modelo com base no significado biológico; na significância dos coeficientes de regressão a 10; 5; 1 e 0,1% de probabilidade, pelo teste F; e no maior coeficiente de determinação (R2). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados referentes ao efeito da adubação mineral com NPK + micronutrientes no município de Salgado de São Félix - PB sobre a qualidade da fibra do algodão cv. BRS 8H encontramse nas Tabelas 2 e 3. Tabela 2. Análise de variância (valores de quadrados médios) dos dados referentes ao efeito da adubação mineral com NPK + micronutrientes no município de Salgado de São Félix - PB sobre a qualidade da fibra do algodão cv. BRS 8H. Fator GL PMC UHM UNF SFI STR ELG MIC MAT Rd +b CSP Bloco 2 0,046 0,910 2,3588 0,352 4,750 1,159 0,084 1,143 6,315 1,563 2762,7 Tratamento 13 0,307* 0,582 1,0796 0,184 3,475 0,857 0,063 0,500 2,771 0,573o 4366,5 Adubação vs. test.

1

1,540**

0,132

0,1202 0,011

6,682

0,085 0,226* 0,808 4,046 0,142

6597,8

Efeito do N Linear Quadrático Cúbico

3 1 1 1

0,083 0,019 0,059 0,172

0,650 0,145 0,393 1,411o

0,0008 0,0002 0,0006 0,0017

0,286 0,013 0,832 0,012

5,210 0,111 5,672 9,846

0,386 0,015 0,068 1,075

0,063 0,000 0,016 0,174o

0,889 0,219 0,030 2,418*

1,203 1,984 0,006 1,620

0,174 0,225 0,077 0,221

1387,6 1596,0 388,7 2177,9

Efeito do P2O5 Linear Quadrático Cúbico

3 1 1 1

0,275 0,104 0,301 0,338

1,432* 1,536 0,030 2,731*

0,7364 0,7042 0,8008 0,7042

0,069 6,403 0,171 0,504 0,003 2,168 0,033 16,538*

1,405 1,148 1,688 1,380

0,049 0,972 0,003 0,817 0,013 2,083o 0,131 0,017

1,420 1,014 0,163 3,083

0,183 0,088 0,441 0,020

3210,3 120,4 10,1 9500,4o

Efeito do K2O Linear Quadrático Cúbico

3 1 1 1

0,110 0,057 0,208 0,064

1,540* 0,010 4,058** 0,552

1,6031 0,2059 3,2922 1,3110

0,183 4,641 0,000 1,961 0,520 11,252o 0,291 0,709

0,157 0,176 0,146 0,279

0,131o 0,064 0,044 0,285*

0,528 0,060 0,312 1,212

2,721 2,453 1,909 1,683

0,192 0,001 0,063 0,512

8008,7* 2860,0 12086,1* 9080,0o

Ef. micronutrientes Linear Quadrático Cúbico

3 1 1 1

0,150 0,204 0,141 0,104

1,134o 2,0764 0,096 3,585 0,417 5,7042o 0,048 0,580 1,920* 0,0208 0,101 0,008 1,067 0,5042 0,140 10,168

0,667 0,384 0,653 0,963

0,081 0,972 0,113 0,417 0,120 2,083o 0,011 0,417

1,121 0,384 2,253 0,726

1,292* 7299,6* 2,166* 1118,0 1,470o 19764,1** 0,241 1016,8

Resíduo

26

0,143

0,441

1,190 0,052

1,4019 0,389

3,730

0,528 2,600 0,381

2406,9

Média 6,42 28,70 83,97 3,34 26,40 8,16 4,46 88,50 77,61 11,46 2089,81 S 0,38 0,66 1,18 0,62 1,93 1,09 0,23 0,73 1,61 0,62 49,06 CV(%) 5,88 2,31 1,41 18,67 7,32 13,36 5,11 0,82 2,08 5,39 2,35 PMC: Peso médio de capulho, em g; UHM: Comprimento da fibra, em mm; UNF: Uniformidade da fibra, em %; SFI: Índice de fibras curtas, em %; STR: Resistência, em gf/tex; ELG: Alongamento à ruptura, em %; MIC: Índice micronaire, em µg/in; MAT: Maturidade, em %; Rd: Reflectância, em %; +b: Grau de amarelo; e CSP: Índice de fiabilidade.

Significância: o: 0,05 < F < 0,10: 10% de probabilidade; *: 0,01 < F < 0,05: 5% de probabilidade; **: 0,001 < F < 0,01: 1% de probabilidade. Tabela 3. Médias dos dados referentes ao efeito da adubação mineral com NPK + micronutrientes no município de Salgado de São Félix-PB sobre a qualidade da fibra do algodão cv. BRS 8H. Fator PMC UHM UNF SFI STR ELG MIC MAT Rd +b CSP Sem adubação Com adubação 5,73 28,50 84,17 3,40 27,83 8,00 4,20 88,00 78,73 11,67 2135 6,48 28,72 83,96 3,34 26,28 8,17 4,48 88,54 77,53 11,44 2086 ** * Sem N 30 kg/ha 6,37 28,53 83,87 3,07 26,07 8,23 4,57 88,67 77,17 11,13 2068 60 kg/ha 6,03 28,77 83,83 3,60 25,53 8,70 4,40 88,00 76,17 11,13 2074 100 kg/ha 6,37 27,70 83,87 3,57 28,10 7,90 4,73 89,33 76,83 11,63 2026 6,37 28,50 83,87 3,03 25,13 8,57 4,47 88,67 75,77 11,40 2047 Sem P2O5 40 kg/ha 6,03 28,67 83,13 3,43 27,53 8,90 4,60 88,00Q 77,00 12,13 2044 80 kg/ha 6,73 29,30 84,30 3,60 24,77 7,27 4,47 89,00Q 77,93 11,60 2099 120 kg/ha 6,37 27,70 83,87 3,57 28,10 7,90 4,73 89,33Q 76,83 11,63 2026 6,43 28,13 84,00 3,80 27,03 7,77 4,47 88,67Q 78,23 11,87 2078 Sem K2O 30 kg/ha 6,63 29,27Q 84,77 3,03 26,17Q 7,73 4,40 88,67 79,03 11,70 2140Q 60 kg/ha 6,60 28,67Q 83,23 3,30 27,10Q 7,43 4,23 88,33 78,57 11,13 2131Q 120 kg/ha 6,37 27,70Q 83,87 3,57 28,10Q 7,90 4,73 89,33 76,83 11,63 2026Q 6,83 29,17Q 84,70 3,07 25,20Q 7,93 4,50 88,67 77,93 11,50 2109Q Sem Micronutrientes Nível I 6,87 28,87Q 82,97L 3,13 26,70 9,03 4,57 88,33Q 78,30 10,30Q 2115Q Nível II 6,37 27,70Q 83,87L 3,57 28,10 7,90 4,73 89,33Q 76,83 11,63Q 2026Q Nível III 6,50 28,67Q 83,93L 3,33 25,43 8,50 4,57 88,67Q 77,33 11,63Q 2060Q 6,43 29,10Q 85,00L 3,40 26,93 8,30 4,33 88,00Q 77,60 11,57Q 2133Q Média S 6,42 28,70 83,97 3,34 26,40 8,16 4,46 88,50 77,61 11,46 2089,81 CV(%) 0,38 0,66 1,18 0,62 1,93 1,09 0,23 0,73 1,61 0,62 49,06 N.C/P: Número de capulhos/planta; ØC: Diâmetro do caule, em mm; ALTP: Altura da planta, em cm; Stand: Stand final das plantas, em número de plantas remanescentes/parcela; PROD: Produtividade, em kg/ha; e %F: Percentagem de fibras. **,*: Significativos a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F. L: Efeito Linear; Q: Efeito Quadrático.

A adubação de um modo geral afetou significativamente apenas o peso médio de capulhos e o índice micronaire, melhorando-os (Tabs. 2 e 3). O comprimento médio, a uniformidade alta, o índice muito baixo de fibras curtas, o alongamento muito alto, a resistência forte, a finura média, a maturidade considerada muito madura, a tonalidade ligeiramente amarela e o índice de fiabilidade superior a 2000 são considerados adequados pela indústria têxtil (SANTANA e WANDERLEY, 1995). As doses de N não afetaram significativamente os índices de qualidade das fibras do algodoeiro, porém as doses de P2O5 melhoraram a maturidade, com alcance de valor máximo na dose de 61,67 kg/ha (Tabs. 2 e 3). As doses de K2O aumentaram a resistência das fibras do algodoeiro até a dose de 55,17 kg/ha, porém reduziu o comprimento das mesmas até alcançar um mínimo em 57,50 kg/ha e também afetou negativamente o índice de fiabilidade até um mínimo de 70,94 kg/ha de K2O (Tabs. 2 e 3).

O aumento dos níveis de micronutrientes no solo reduziu o comprimento das fibras do algodoeiro, aumentou linearmente a uniformidade e quadraticamente a maturidade e o grau de amarelo, com valores máximos encontrados nos níveis de 1,30 e 2,05, respectivamente; no entanto, influenciou negativa e quadraticamente o índice de fiabilidade, o qual atingiu o valor mínimo com o nível de 1,39 (Tabs. 2 e 3). CONCLUSÔES 1. A adubação mineral aumentou o peso médio de capulhos, o índice micronaire e a maturidade das fibras do algodão, no entanto, diminuiu a uniformidade e o índice de fiabilidade das mesmas. O P melhorou a maturidade das fibras; 2. O K afetou negativamente o comprimento e o índice de fiabilidade das fibras do algodão; entretanto, este elemento melhorou a resistência das fibras; 3. O P e o K, aplicados conjuntamente, melhoraram a resistência da fibra do algodão; 4. O N não alterou os componentes de qualidade da produção do algodão, com exceção da % de fibras, que tendeu a diminuir com o aumento das doses no solo; 5. Os micronutrientes aumentaram no algodão a uniformidade, a maturidade e o grau de amarelo das fibras, mas pioraram o comprimento e o índice de fiabilidade; 6. As variáveis relacionadas à qualidade das fibras foram consideradas adequadas pela indústria têxtil de algodão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EMBRAPA ALGODÃO. Cultura do algodoeiro herbáceo na agricultura familiar: Adubação. 2003. Disponível em: http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Algodão/AlgodaoAgriculturaFamiliar/index.h tm. Consultado em: abril de 2005. SANTANA, J. C. F.; WANDERLEY, M. J. R. Interpretação de resultados de análises de fibras, efetuadas pelo instrumento de alto volume (HVI) e pelo finurímetro-maturímetro (FMT2). Campina Grande: Embrapa-CNPA, 1995. 9 p. (Embrapa-CNPA. Comunicado Técnico). SEMARH. Monitoramento das chuvas. 2005. Disponível semarh.ufcg.edu.br/meteoro/chuvas.shtml. Consultado em: maio de 2005.

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STAUT, L. A.; KURIHARA, C. H. Calagem, nutrição e adubação. In: EMBRAPA – CPAO. Algodão: informações técnicas. Dourados: Embrapa - CPAO; Campina Grande: Embrapa - CNPA, 1998..p. 57. (Embrapa - CPAO. Circular Técnica, 7). THOMPSON, W. R. Fertilization of cotton for yields and quality. In: CIA, E.; FREIRE, E. C.; SANTOS, W. J. Cultura do algodoeiro. Piracicaba: Potafos, 1999. p. 94.

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