Em busca do provérbio pretendido: contributos para uma análise de produtos lexicográficos de fraseoparemiologia em português europeu

May 20, 2017 | Autor: Cláudia Martins | Categoria: Lexicography, Phraseology, Paremiology
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Em busca do provérbio pretendido: contributos para uma análise de produtos lexicográficos de fraseoparemiologia em português europeu Cecília Falcão Cláudia Martins

1. Introdução O saber proverbial tem vindo a ser transmitido oralmente ao longo dos séculos, de geração em geração, assumindo a forma de repositórios escritos a partir da expansão da imprensa, mas mais particularmente a partir do século xix com o Romantismo e a emergência do nacionalismo. Entre as diversas coleções de histórias, contos, lendas e sentenças em Portugal, destacam-se, a título de exemplo, as de Almeida Garrett, D. Francisco Manuel de Mello ou Leite de Vasconcellos. Contudo, apesar de estas coleções terem quase inevitavelmente uma origem popular ou folclórica, nem sempre esta confirmação se afigura possível, tal como sustenta Funk (1996: 222). O primeiro levantamento de provérbios em línguas românicas que se conhece, da autoria de Hernán Núñes, data de 1555, segundo Díaz Ferrero (2001). Desde o século xvi até à atualidade seguiram-se novas coleções, nas quais os seus autores foram tecendo considerações sobre as unidades em estudo, a sua importância, função e natureza, a sua ordenação nas respetivas obras, as possíveis remissões, abonações e fontes. No entanto, não perseguimos o propósito de apresentar um bosquejo histórico dos produtos lexicográficos que versam esta temática, uma vez que este trabalho exaustivo foi já realizado por Díaz Ferrero (2001). Interessa-nos, antes, ter em conta as considerações dos paremiógrafos percursores que, eventualmente, possam ter tido eco nas recolhas mais recentes.

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Desta forma, o principal objetivo do nosso trabalho consiste em realizar o levantamento de produtos lexicográficos de fraseologia e paremiologia disponíveis em português europeu e publicados no período após a Revolução dos Cravos, a 25 de abril de 1974, que marcou o fim da ditadura em Portugal. Pretendemos assim colocar em evidência a produção lexicográfica portuguesa, amiúde dispersa e de difícil consulta em contexto escolar e académico, assim como dar-lhe a visibilidade que lhe tem sido negada. Este levantamento permitiu-nos ainda corroborar a heterogeneidade e complexidade de teorias e práticas lexicográficas consubstanciadas nas obras em análise, como bem refere Chacoto (2012). Este trabalho começa por apresentar o corpus lexicográfico em análise, seguindo-se-lhe a explicitação da abordagem analítica desenvolvida, e termina com alguns resultados que podemos oferecer neste momento específico da nossa investigação. Consequentemente, considerando a variedade de obras em causa, os seus diferentes formatos e objetivos, concluiremos com uma reflexão sobre as opções que nortearam os autores deste conjunto lexicográfico, de acordo com critérios linguísticos, etnográficos e didáticos. 2. Apresentação e análise do corpus lexicográfico O corpus lexicográfico que serviu de base ao nosso estudo foi selecionado em função de cinco critérios: (1) o objeto de estudo – a unidade fraseológica ou a paremiológica ou uma mescla dos dois tipos de unidades; (2) a língua – o português; (3) a variação diastrática – português europeu ou norma padrão de Portugal, excluindo recolhas de natureza exclusivamente regional; (4) a data de publicação – após 1974; e (5) o formato: somente as obras em suporte de papel. Assim, o nosso corpus compreende um conjunto de vinte e seis obras que abrange o período desde 1974 até 2008, data do último dicionário que analisámos neste contexto. A partir de uma análise do Quadro 1, depreende-se que os anos 90 do século xx foram particularmente férteis, representando

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61,5% do corpus, isto é, dezasseis do total das obras analisadas. Por outro lado, tanto os anos 70 como os 80 do século xx contam com duas e três publicações, respetivamente, ou seja, 7,7% e 11,5% do total. O século xxi fica marcado, até à data, por uns escassos 19,3%, correspondendo a cinco obras publicadas. Uma breve análise dos títulos das obras listadas permite-nos igualmente verificar que dezasseis delas se centram em provérbios, apesar da aparente confusão entre estes e outras categorias próximas que surgem frequentemente associadas no mesmo título, tais como os adágios, os aforismos, os anexins, os ditados, os ditos ou as máximas. Da mesma forma, também não é clara a distinção entre as várias instâncias paremiológicas e as expressões figuradas, as frases feitas e «outros textos» (cf. Ramos 2002). Esta desarrumação terminológica parece estar menos presente no grupo que engloba as expressões peculiares, idiomáticas ou populares e as frases feitas, num total de oito obras. As restantes duas obras abordam as regências preposicionais e uma categoria mais abrangente que considera as estruturas sintáticas, estruturais e estilísticas no mesmo dicionário. Os títulos das obras patentes no nosso corpus permitem ainda retirar outras ilações, nomeadamente quanto ao modo como se apresentam: há aquelas que se assumem formalmente como produtos lexicográficos e aquelas que se arredam desta designação ou optam por títulos mais atrativos ou criativos. Assim, os títulos mais comuns incluem as palavras dicionário (onze obras) e provérbios (catorze obras), muitas das vezes combinadas na mesma expressão. Segue-se a utilização do lexema sabedoria (três obras) – «vozes da sabedoria», «sabedoria popular» e «a sabedoria dos provérbios» – que demonstra que os autores optaram por uma designação não explicitamente lexicográfica, mas uma designação genérica que se acerca de aspetos etnográficos, alargando o leque de públicos interessados. Encontramos ainda o termo adagiário (seja relativo aos animais ou à meteorologia, com duas obras) e livro (três obras) – «o livro dos

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provérbios» e «o grande livro dos provérbios». Neste último caso, a utilização do artigo definido parece indiciar um tratamento lexicográfico exaustivo da obra. Apesar de duas destas conterem um elevado número de unidades (26 000 em Machado, 1996, e 41 697 em Parente, 2005), verificamos diversas lacunas ao nível da micro e da macroestrutura, como, por exemplo, a ausência de definição. Ocorrem ainda outras designações nos títulos, como recolha, floresta, compilação e por outras palavras. Data

Autor

Título

1974

Manuel João Gomes

Nova Recolha de Provérbios e outros lugares comuns portugueses

1974 1976

Maria de Sousa Carrusca (coordenação)

Vozes da Sabedoria (3 vols)

1985

António Jacinto Ferreira

Os animais no adagiário português

1986

Carolina Michaelis de Vasconcelos

Mil provérbios portugueses

1989

A. Martins Barata

Dicionário prático da língua portuguesa – expressões peculiares

1990

António Nogueira Santos

Novos dicionários de expressões idiomáticas – Português

1991

Orlando Neves

Dicionário de frases feitas

1992

Orlando Neves

Dicionário das origens das frases feitas

1992

Micaela Ghitescu

Dicionário Prático de Substantivos e Adjectivos com Regimes Preposicionais

1993

Guilherme Augusto Simões

Dicionário de expressões populares portuguesas – Arcaísmos, regionalismos, calão e gíria, ditos, frases feitas, lugares-comuns, aportuguesamentos, estrangeirismos e curiosidades da linguagem

1995

Fernanda Costa Franco

Sabedoria popular – Provérbios e alguns ditos

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1995

Ivone de Moura

Por outras palavras – Dicionário das frases idiomáticas mais usadas na língua portuguesa

1996

António Estanqueiro

A sabedoria dos provérbios – As pessoas e as instituições nos provérbios portugueses

1996

José Alves Reis

Provérbios e ditos populares

1996

Alberto Ferreira

1001 Provérbios, adágios e ditos populares portugueses

1996

António Moreira

Provérbios Portugueses

1996

José Pedro Machado

O Grande Livro dos Provérbios

1997

Pedrosa Ferreira

Dicionário de provérbios

1998

Orlando Neves

Dicionário das Expressões Correntes

1999

Énio Ramalho

Novo Dicionário Lello estrutural, estilístico e sintáctico da língua portuguesa

1999

José Ricardo Marques da Costa

O Livro dos Provérbios Portugueses

2000

Maria Alice Moreira dos Santos (compilação)

Dicionário de provérbios, adágios, ditados, máximas, aforismos e frases feitas

2002

Manuela Delgado Leão Ramos

Floresta de provérbios – Árvores e frutos na língua portuguesa (compilação de adágios, anexins, ditados, expressões figuradas, frases feitas, provérbios e outros textos)

2005

Salvador Parente

O Livro dos Provérbios

2006

Manuel Costa Alves

Mudam os ventos, mudam os tempos – O adagiário popular meteorológico

2008

Gabriela Funk & Mattias Funk

Dicionário Prático de Provérbios Portugueses

Quadro 1. Lista das obras que compõem o corpus lexicográfico

Para não nos quedarmos numa análise superficial, suscetível de conduzir a conclusões eventualmente erróneas, tornou-se necessário enveredar por uma análise de conteúdo das obras, para o que construímos uma grelha orientada segundo três eixos basilares: as considerações teóricas dos respetivos autores, patentes nos prefá-

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cios ou textos similares que servem de introdução às obras em causa, a macroestrutura e a microestrutura. Esta análise dos critérios de elaboração e tratamento adotados nas obras compulsadas releva de uma preocupação metalexicográfica fundamental identificada por diversos autores, e.g. Funk (1996) e Chacoto (2012). No que se refere ao primeiro ponto, começámos por verificar: (1) o modo como os autores explicitam a organização da obra; (2) como designam as unidades lexicográficas que lhe serviram de base; (3) que fronteiras foram (ou não) traçadas para estas mesmas unidades; e (4) a apresentação das fontes utilizadas para a compilação das unidades que constam do produto final. Relativamente à macroestrutura, considerámos importante identificar: (1) o facto de a obra se encontrar ou não organizada em secções/partes; (2) o número de unidades apresentadas; (3) a forma como estas foram ordenadas no corpo do produto lexicográfico e a respetiva lematização; (4) o tratamento lexicográfico das variantes; e (5) as remissões. Finalmente, quanto à microestrutura, selecionámos: (1) a definição da unidade lexicográfica; (2) os contextos fornecidos, sejam exemplos construídos ad hoc, sejam abonações de textos literários ou informativos; e (3) a identificação do corpus utilizado para a contextualização. De seguida, apresentamos quatro exemplos resultantes da análise que aplicámos ao nosso corpus, sendo que dois são produtos fraseológicos e os outros dois paremiológicos.

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Ordenação e lematização da unidade lexicográfica

Número de unidades lexicográficas





Não presente

Volume I: História e Sinonímia da Sabedoria das Nações (29 pp); Intróitos aos provérbios (3 pp); Paremiologia (19 pp); Sabedoria Universal (de abstracção a humorismo) (278 pp); Trabalhos citados (12 pp); Índice onomástico remissivo (3 pp); Índice remissivo da história (1p);Índice analítico (2 pp). Volume II: Sabedoria Universal (de idade a flamingo) (326 pp); Trabalhos citados (8 pp); Índice onomástico remissivo (3 pp); Índice analítico (4 pp). Volume III: Sabedoria Universal (de furão a zombaria) (283 pp); Adenda (8pp); Trabalhos citados (4 pp); Índice onomástico remissivo (3 pp); Índice analítico (4 pp).

Macroestrutura

Lista extensa de obras consultadas e citadas sempre no final de cada volume em 'Trabalhos Citados'.

Fundamenta-se através da apresentação das definições de dicionários e de autores clássicos relativas a adágio, aforismo, anexim, apotegma, axioma, brocardo, conceito, ditado, dito, exemplo, máxima, palavra, parémia, pensamento, princípio, prolóquio, provérbio, regra, sentença, verso/ vesso, verbão/ verbo/ vervo.

Provérbios e paremiologia (estruturas das suas frases feitas), com as seguintes características: associação vocabular natural, disjunção, cadência e rima, figuras de estilo, pausa, aliteração, arcaísmos, solecismos e sentido.

Reflexão de ordem teórica

Observações

As variantes são apresentadas a seguir à entrada

A organização é feita de forma temática e os provérbios inserem-se nas respetivas áreas temáticas. Respeitam-se as construções gramaticais peculiares da paremiologia; prescinde-se dos artigos na escala alfabética (p. xv).

Exemplos

ZELO - Conversação escandalos argue zelo danado - O mau zelo empeçonha o entendimento Variante: O mau zelo envenena o entendimento Quem compra o zelo a peso de oiro faz geralmente um bom mercado - Quem não zela não ama - O verdadeiro zelo teme o perigo e trata dos remédios - Zeloso que não sabe dar a capa não tem bom zelo. (vol III, p. 295)

Não contabilizadas. Quadro 2 (I).√Grelha de análise de Carrusca (1974-1976)



Fronteiras da unidade lexicográfica

Organização da obra em secções/partes



Designação da unidade lexicográfica





Explicitação da organização da obra

Apresentação das fontes utilizadas

Presente

Critérios de análise

Carrusca, Maria de Sousa (1974, 1975, 1976). "Vozes da Sabedoria". Lisboa: União Gráfica. (vol 1 - 354 pp; vol. 2 - 361 pp; vol. 3 - 320 pp). s/ ISBN. Problemas/ Incongruências

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Tratamento lexicográfico das variantes

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Contextos da unidade lexicográfica

Corpus dos contextos

Definição da unidade lexicográfica

Remissões





Ordenação e lematização da unidade lexicográfica

Número de unidades lexicográficas

Organização da obra em secções/partes

As fontes dos contextos apresentados surgem no final de cada abonação.

Microestrutura

Não parece haver remissões, mas existem índices remissivos para facilitar a procura.

As variantes são apresentadas a seguir à entrada principal, devidamente identificadas.

A organização é feita de forma temática e os provérbios inserem-se nas respetivas áreas temáticas. Respeitam-se as construções gramaticais peculiares da paremiologia; prescinde-se dos artigos na escala alfabética (p. xv).

Não contabilizadas.

* - Quem não arrisca não ganha. "Quem não arrisca não ganha. Zacarias Zuleima, como a pobre Rute, vai respigar ao campo, senão os pardais levantam-te o trigo." ódio Velho não cansa, vol. II, 53 Rebelo da Silva Variante: Quem não arrisca não petisca. (vol. I)

MODERAÇÃO -Nem muito ao mar nem muito à terra Variante: Nem tanto ao mar nem tanto à terra "1.º Cabo Onde estão as boas almas? As boas almas não querem saber de vivos, quanto mais condenados à morte. Pe. Fecundo Nem tanto ao mar…" Tombo do Inferno, 200. Aquilino Ribeiro

ZELO - Conversação escandalos argue zelo danado - O mau zelo empeçonha o entendimento Variante: O mau zelo envenena o entendimento Quem compra o zelo a peso de oiro faz geralmente um bom mercado - Quem não zela não ama - O verdadeiro zelo teme o perigo e trata dos remédios - Zeloso que não sabe dar a capa não tem bom zelo. (vol III, p. 295)

Quadro 2 (II). Grelha de análise de Carrusca (1974-1976)







Paremiologia (19 pp); Sabedoria Universal (de abstracção a humorismo) (278 pp); Trabalhos citados (12 pp); Índice onomástico remissivo (3 pp); Índice remissivo da história (1p);Índice analítico (2 pp). Volume II: Sabedoria Universal (de idade a flamingo) (326 pp); Trabalhos citados (8 pp); Índice onomástico remissivo (3 pp); Índice analítico (4 pp). Volume III: Sabedoria Universal (de furão a zombaria) (283 pp); Adenda (8pp); Trabalhos citados (4 pp); Índice onomástico remissivo (3 pp); Índice analítico (4 pp).

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Contextos da unidade lexicográfica

Corpus dos contextos



Definição da unidade lexicográfica

Tratamento lexicográfico das variantes Remissões





Número de unidades lexicográficas

Ordenação e lematização da unidade lexicográfica











Exemplos

enfiar um barrete ser enganado ; ser ludibridado EXEMPLO: - Custou muito cara essa máquina fotográfica? - Caríssima! E não é muito boa. Enfiaram-me o barrete. (p. 61)

dar no goto agradar; conquistar os favores (p. 50) com os azeites (estar) estar mal disposto; encolerizado (p. 22) feito num oito destruído; destroçado; encangalhado (p. 76) a toque de caixa apressadamente; a correr (p. 148)

ver um palmo adiante do nariz (não) ter dificuldade de compreensão/visão; ser ignorante (p. 157)

pôr pé em ramo verde tomar liberdades; fugir às regras; infrigir as regras estabelecidas (p. 127)

meia bola e força rápido; sem intuito de perfeição; fácil (p. 101)

a fazer tijolo (estar) morto. (p. 73)

Quadro 3. Grelha de análise de Moura (1995)

Não apresenta fonte dos contextos.

Apresenta contextos elucidativos de todas as expressões.

Definição sinonímica e explicativa.

Microestrutura

Ordem alfabética da palavra-chave: verbo, quando não é verbo de suporte, substantivo ou adjetivo; quando não são qualquer um destes elementos, figuram na ordem que corresponde ao pronome, conjunção ou advérbio que as introduzem. Os verbos de suporte figuram sempre em parêntesis no final da expressão.

620 expressões

1. Prólogo (António Telmo) (5 pp); 2. Introdução (2 pp); 3. Como consultar o dicionário (2 pp); 4. Listagem das unidades (150 pp).

Macroestrutura

Expressões e frases idiomáticas (p. 5), ou seja, o que é próprio, no sentido único e original



Reflexão de ordem teórica

Observações

Apresenta na introdução a forma de consultar o dicionário.



Não presente



Presente

Organização da obra em secções/partes

Fronteiras da unidade lexicográfica Apresentação das fontes utilizadas

Explicitação da organização da obra Designação da unidade lexicográfica

Critérios de análise

Moura, Ivone (1995). "Por outras palavras – dicionário das frases idiomáticas mais usadas na língua portuguesa". Lisboa: Edições Ledo. (163 pp). ISBN 972-677-025-4. (*) Problemas/ Incongruências

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Designação da unidade lexicográfica

Fronteiras da unidade lexicográfica

Apresentação das fontes utilizadas

Organização da obra em secções/partes

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Contextos da unidade lexicográfica

Corpus dos contextos



Definição da unidade lexicográfica

Tratamento lexicográfico das variantes Remissões

Ordenação e lematização da unidade lexicográfica





Número de unidades lexicográficas

Presente

Critérios de análise

Explicitação da organização da obra





Não presente Exemplos

bem haja: B. haja - respondi - Tomei aguardente, agora vinho (muito obrigado, muito agradecido) - Aquilino Ribeiro, O Malhadinhas, Bertrand, 67; vd. haja, bem (p. 83)

Macroestrutura

palmo a palmo: a luta que se travava era feroz e as nossas tropas iam conquistando o terreno p. a palmo (lentamente, cada palmo de terra era disputado em luta violenta) (p. 453)

Microestrutura

Surge no final dos verbetes.

Quadro 4. Grelha de análise de Ramalho (1999)

doente, cair: cerrou tanto com ela o desgosto que caiu d. (adoeceu) - Camilo, Bas. F. Enxertado, Par. A. M. Pereira, 3.ªa ed., 133. (p. 216)

Apresenta contextos para todas as unidades, servindo estas para explicitar simultaneamente o seu sentido (quando por vezes não possui veneração por: tinham por ele uma profunda v. (p. 731) definição) e uso.

A definição não parece ser sistemática, nem é o primeiro elemento a aparecer após a expressão; surge em algumas expressões consideradas de significado mais inacessível, por vezes apresentadas no final do contexto, sempre entre parêntesis.

Marca-as com a abreviatura vd.

farto de, ficar: fiquei f. deles nestes dias que estiveram em nossa casa (já não os podia aturar, estava saturado) (p. 258) Ordenação alfabética da expressão; mas a palavra de chamada pode não ser a que inicia a expressão: abrir e fechar de olho, num. Para evitar problemas ou ambiguidades na procura da palavra de chamada, o autor qualquer dia, até - até q. dia - disse o jovem à despedida (tornaremos a vernos um dia; exprime de uma forma vaga o desejo de um reencontro em data introduziu chamadas de referência (vd.). indeterminada); adeus e boa viagem! Até q. dia (espero que nos tornaremos a ver um dia). (p. 559)

1. Nota à presente edição (1p); 2. Prefácio (14 pp); 3. Compilação (783 pp).

Apresenta-as no final dos verbetes.

Necessidade de empregar corretamente as preposições, mesmo para falantes estrangeiros (com exemplos dados em inglês) - preposições que Pendor associativo de vocábulos: verbo-substantivo (grupos naturais) que precedem ao vocábulo; preposições que se apõem ao verbo; preposições formam "expressões que se vulgarizam pelo uso, esses grupos a 2 associamapostas a substantivos, adjetivos e partícipios passados (adjectivos se naturalmente" (p. xiv): cantar vitória, marcar prazo, matar saudades. verbais). (p. xi-xiii)

Problemas/Incongruências

Somente a presenta os contextos extraídos dos clássicos; as transcrições recolhidas da imprensa contemporânea não foram identificadas; consulta do dicionário de António Morais e Silva (10.ª edição).

"Os vocábulos, com a carga significativa que cada um contém (…) combinamse, ou arrumam-se em ordem a uma sequência lógica, e só ganham a sua verdadeira dimensão e significado quando inseridos num contexto que lhes sirva de suporte e os explicite" (p. ix); "fora do seu contexto, o sentido duma frase apresenta-se, as mais das vezes, vago ou impreciso." (idem)

Reflexão de ordem teórica

"grupos ou estruturas lexicais em que os vocábulos se apresentam interligados e se associam entre si como componentes de um todo, de modo a formarem expressões própias da língua" (p. vii); "expressões que foram consagradas pelo uso como sendo modos concretos de traduzir o pensamento" (p. viii); "repositórios de maneiras de exprimir que são nossas" (p. ix)

Observações

Ramalho, Énio (1999). "Novo Dicionário Lello estrutural, estilístico e sintáctico da língua portuguesa". Porto: Lello & Irmão. (783 pp). ISBN 972-48-1756-3.

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Organização da obra em secções/partes

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Definição da unidade lexicográfica

Corpus dos contextos



Remissões





Tratamento lexicográfico das variantes









Não presente

Contextos da unidade lexicográfica



Ordenação e lematização da unidade lexicográfica

Número de unidades lexicográficas



Presente

Apresentação das fontes utilizadas

Fronteiras da unidade lexicográfica

Explicitação da organização da obra Designação da unidade lexicográfica

Critérios de análise

Macroestrutura

* boletas: expressão de contrariedade; o m.q. bolas! (p. 33)

Microestrutura

SALGUEIRO * Em casa de ferrreiro espeto de salgueiro (Var.: … de amieiro; … de pau.) (p. 55) [Acompanhado de uma caixa lateral onde se encontra uma quadra (sem fonte): "O salgueiro pega de estaca / O amieiro de raiz / Não te gabes que me deixaste; / Fui eu que te não quis.".

RACHA * Sair o pau à racha. * A acha sai à racha e a Maria à sua mãe. * A pior racha é a da mesma madeira. Var.: … a da mesma cepa, do mesmo cepo, pau. * De tal acha, tal racha. (p. 25) [Acompanhado de uma caixa lateral onde define racha como cavaco de lenha, acha, cacete, varapau]

COPA * A copa da árvore é texto de quem não tem o que quer que seja, mas fugi dela quando troveja. * O tecto dos que não têm casa é a boa copa da árvore. (p. 11)

O índice temático encontra-se organizado em a) provérbios e expressões figuradas (sudividido em árvores, grupos de árvore em geral, partes da árvore; árvores, frutos), b) explicação de alguns provérbios e expressões, c) textos e d) miscelânea. Realiza também excursos deveras interessantes quanto à presença de determinadas expressões nos textos antigos.

Quadro 5. Grelha de análise de Ramos (2002)

LENHA * (fig) porrada. (p. 17)

A definição não é apresentada de forma consistente nem sistemática: * bugalhos: (fig.) testículos; dados de jogar; borlas. (p. 33) numas expressões aparece, mas na maioria não, mesmo quando estas o exigiriam devido à sua opacidade de sentido. * Secar a ameixa: não ir de férias (Univ. Coimbra)

As remissões são apresentadas através do símbolo da mão e remetem para uma página ou um tema.

As variantes aparecem no final da expressão em causa, identificadas por Var.

Exemplos

Desde os textos paremiológicos mais antigos aos mais recentes, incluindo dicionários e obras de natureza botânica.

Reflexão de ordem teórica

A ordenação é por temas, mas os temas não estão ordenados alfabeticamente. Dentro de cada tema (núcleo), as expressões que contêm esse lexema são organizadas alfabeticamente pela primeira letra da expressão, mas com exceções.

Não contabilizadas pela autora.

1. Índice temático (3 pp); 2. Compilação (55 pp); 3. Referências bibliográficas e abreviaturas (6 pp); 4. Índices (5 pp).

Extensa lista de referências bibliográficas.

Somente a patente no título e nos índices.

Observações

Ocasionalmente, apresenta a fonte das expressões (AB = Artur Bivar; DLP; NDALP = Dicionário Aurélio; TLP = Domingos Frei Vieira) e a sua origem local.

O facto de a ordenação dos temas não ser alfabética dificulta a procura, mesmo nos índices.Contudo, um aspeto positivo reside no facto de as palavras em itálico nas expressões indicarem que essas palavras se encontram presentes na obra.

Problemas /Incongruências

Ramos, Manuela Delgado Leão (2002). "Floresta de provérbios – árvores e frutos na língua portuguesa (compilação de adágios, anexins, ditados, expressões figuradas, frases feitas, provérbios e outros textos)". Lisboa: Edições Ledo. (163 pp). ISBN 972-677-025-4.

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3. Resultados da análise preliminar Na sequência da análise do corpus lexicográfico em causa, foi possível retirar um conjunto de conclusões preliminares. Numa perspetiva metalexicográfica, baseada não só nos títulos das obras mas também nos seus textos explicativos, os produtos lexicográficos assumem-se da seguinte forma: (1) como dicionários fraseológicos – Barata (1989), Nogueira Santos (1990), Neves (1991, 1992 e 1998), Ghitescu (1992), Simões (1993), Moura (1995), Ramalho (1999); (2) como dicionários paremiológicos – Gomes (1974), Carrusca (1974-1976), A. J. Ferreira (1985), Vasconcelos (1986), Estanqueiro (1996), Moreira (1996), Machado (1996), Costa Alves (1996), Ferreira (1997), Costa (1999), Parente (2005), Funk & Funk (2008); (3) ou como dicionários de caráter híbrido – Franco (1995), Reis (1996), Ferreira (1996), Santos (2000), Ramos (2002). Em termos da macroestrutura, as obras em análise variam consideravelmente de extensão, apesar de treze das obras não contabilizarem expressamente as unidades que compreendem. Após termos contabilizado as que estavam em falta, constata-se que as obras variam entre 45 unidades tratadas (Ferreira 1985) e as cerca de 50 000 (Simões 1993). Aproximadamente metade das obras versa sobre mais de um milhar de unidades. Desta análise quantitativa, depreende-se que quanto maior o número de unidades lexicográficas, menos profundos parecem ser a abordagem e o estudo das unidades em consideração. A organização das obras tende a ser semasiológica (dezanove obras), ou seja, em função da forma das unidades lexicográficas, as quais se encontram na sua maioria ordenadas alfabeticamente, quase sempre pela primeira letra, embora alguns autores omitam o artigo inicial e, em casos menos numerosos, ordenadas em função

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da palavra-chave da unidade. No entanto, contamos ainda com um pequeno número de sete produtos com uma abordagem onomasiológica, que se apresentam organizados por tópicos, nomeadamente Gomes (1974), Carrusca (1974-1976), Ferreira (1985), Estanqueiro (1996), Ramos (2002), Costa Alves (2006) e Funk & Funk (2008). Apesar de, aparentemente, a ordenação alfabética permitir mais fácil consulta, a grande vantagem da estruturação onomasiológica de uma obra desta natureza reside na identificação de grupos temáticos e na organização das unidades em torno de uma mesma lógica de sentido. Por exemplo, Gomes (1974) apresenta oito grandes temas, a saber: política, sociologia, economia, agricultura, psicologia, naturologia, linguagem e apensos. A separação entre estes temas parece ser líquida. Todavia, a título de exemplo refere-se o subtema das mulheres que aparece enquadrado não só no tema da Psicologia mas também no tema da Naturologia, sendo as mulheres apresentadas como um termo de comparação face aos animais. Vejamos outro caso: Ramos (2002) estrutura os provérbios segundo temas relativos às árvores e frutos, que coincidem com o lexema entendido como a palavra-chave da unidade paremiológica, por exemplo: racha – sair o pau à racha; a acha sai à racha e a Maria à sua mãe; a pior racha é da mesma madeira; de tal acha, tal racha (idem: 25). As variantes e as remissões constituem os aspetos que maiores dificuldades colocaram à nossa análise, exigindo uma sistematização teórica mais aprofundada. No que se refere às variantes, contam-se quinze obras nas quais os autores não identificam quaisquer variantes, apesar de estas poderem existir e algumas terem sido encontradas no decurso da nossa análise. As restantes onze obras apresentam as variantes de forma bastante diversa, apesar de ser frequente a utilização da letra itálica e dos parêntesis, quer curvos, quer retos, para as destacar. Foram identificadas as seguintes alternativas nas obras que contêm variantes:

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(1) Carrusca (1974-1976) – as variantes surgem a seguir à entrada principal, devidamente identificada; (2) Ferreira (1985) e Barata (1989) – as variantes aparecem no corpo do artigo entre aspas e em itálico; (3) Santos (1990) – surgem sem qualquer destaque no final do verbete; (4) Neves (1991, 1992 e 1998) – entre parêntesis (1991); listadas alfabeticamente no índice e com a indicação ‘Ver’ no verbete, remetendo para uma explicação única (1992); imediatamente a seguir à entrada principal com a definição marcada como ‘idem’ (1998); neste último caso, quando, por razões alfabéticas, não surge de seguida, a variante é identificada com a expressão ‘o mesmo que’; (5) Simões (1993) – identificação somente de variantes regionais; (6) Machado (1996) – as variantes não são sistematicamente identificadas, mas figuram entre parêntesis; (7) Ramos (2002) – as variantes surgem no final das respetivas entradas marcadas por ‘Var.’; (8) Parente (2005) – «as versões alternativas» (idem: 7) aparecem entre parêntesis na enunciação da própria unidade. As remissões não são, na sua grande maioria, identificadas, ou seja, apenas sete das vinte e seis obras analisadas fazem uso deste recurso, embora apenas uma (Neves 1992) remeta para expressões tanto sinónimas como antónimas – ex.: tempo das vacas magras VER tempo das vacas gordas (idem: 159). Paralelamente, apenas uma obra (Santos 1990) associa a expressão idiomática em causa a uma numeração que remete para o equivalente em inglês, num outro volume. As restantes cinco obras variam na identificação das remissões com a utilização de V, VER, vd. ou o símbolo de uma mão. Relativamente à microestrutura, o tipo de definição mais comummente encontrada é a sinonímica ou explicativa, por vezes por meio de uma paráfrase. Atente-se nos exemplos que se seguem, retirados das obras referenciadas:

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– Santos (1990) – num átimo: instantaneamente (idem: 31); fazer o sinal da cruz: benzer-se (idem: 130); de proa: frontalmente (idem: 323); – Neves (1991) – Ferrar o dente Comer (idem: 190); Não ir em cantigas Não se deixar enganar (idem: 259); – Simões (1993) – Saraça Indivíduo trapalhão, desajeitado (Transm.) Pl. Amavios mezinhas que as mulheres dão aos homens para serem amadas (Transm.) (CF) Masc. Rato (Transm.) (idem: 598); – Moura (1995) – com os azeites (estar) estar mal disposto; encolerizado (idem: 22); a toque de caixa apressadamente; a correr (idem: 148); – Neves (1998, 2000) – Pôr a cabeça num cepo – Confiar em algo ou alguém; defender algo ou alguém, com paixão (idem: 347); Vira-casacas – Pessoa que muda frequentemente de opinião ou partido. Ver Virar a casaca (idem: 447); – Ramalho (1999) – palmo a palmo: a luta que se travava era feroz e as nossas tropas iam conquistando o terreno p. a palmo (lentamente, cada palmo de terra era disputado em luta violenta) (idem: 453); – Ramos (2002) – * boletas: expressão de contrariedade; o m.q. bolas! (idem: 33); * bugalhos: (fig.) testículos; dados de jogar; borlas (ibidem). Por último, convém referir Ferreira (1985) e Neves (1992) cujas definições são apresentadas num texto explicativo do significado da unidade, fazendo igualmente excursos literários e históricos. No conjunto das vinte e seis obras analisadas, é de referir que onze não contemplam qualquer definição, dez das quais também não apresentam contextos nem o corpus de origem. Por outro lado, alguns autores fornecem somente o exemplo; outros disponibilizam um exemplo como forma de complementarem a definição, tal como se pode comprovar no Quadro 6. Tendo em conta que a compreensão das unidades fraseológicas e paremiológicas pode ser potenciada pela apresentação de um exemplo, a sua ausência cons-

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titui um obstáculo adicional, acrescido pelo facto de muitas destas unidades serem dificilmente apreendidas ou totalmente desconhecidas por parte das gerações mais jovens.

N.º

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Quadro 6. Tipologia das obras em função da definição, contexto e corpus

4. Conclusão A reflexão sobre dicionários de fraseoparemiologia reveste-se de particular importância tendo em conta preocupações pedagógicas, quer na aprendizagem do português como língua materna quer como língua estrangeira, e bem assim no apoio à prática tradutiva. Importa aprofundar e alargar o âmbito desta reflexão quanto às práticas lexicográficas relativas à fraseoparemiologia, pela importância cultural e pedagógica destas unidades e dos produtos que as apresentam, assentando também num enquadramento teórico metalexicográfico. Tendo em consideração a longa tradição histórica de coleções e repositórios escritos em que se consubstancia a sabedoria dos povos, seria expectável uma maior uniformização dos procedimentos de recolha e tratamento das unidades fraseológicas e paremiológicas. Todavia, verificámos que as obras analisadas espelham abordagens distintas e nem sempre criteriosas, sendo algumas delas meras listagens que não nos permitem «encontrar o provérbio pretendido». As próximas etapas do nosso trabalho pretendem incluir produtos multilingues e de âmbito regional, acrescentando as variedades de português do Brasil e do português africano, assim como obras em formato digital.

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Bibliografia Chacoto, Lucília (2012): «A produção fraseoparemiográfica», in María Luisa Ortiz Alvarez (ed.), Tendências atuais na pesquisa descritiva e aplicada em fraseologia e paremiologia, vol. i, Campinas, SP, Pontes Editores, pp. 157-170. Díaz Ferrero, Ana Maria (2001): «Colecciones paremiológicas portuguesas», Paremia, n. 10, pp. 57-65. Funk, Gabriela (1996): «Os adagiários que temos e os que deveríamos ter», in Actas do XI Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística, Lisboa, Colibri, vol. ii, pp. 219-227. Funk, Gabriela; Funk, Matthias (2009): «Dicionário prático de provérbios portugueses: objetivos e metodologia», Paremia, n. 18, pp. 43-51. Jorge, Guilhermina (2005): «Periplo pola fraseoloxía portuguesa: abordaxe lexicográfica», Cadernos de Fraseoloxía Galega, n. 7, pp. 119-133. Mendes, Armando B. et al. (2007): «O uso dos provérbios: uma abordagem estatística», in Gabriela Funk (coordenação), Estudos sobre Património Oral, Encontro de Cultura Popular, 4.ª ed., Câmara Municipal de Ponta Delgada, pp. 217-241. Pais, José Machado (1985): «De Espanha nem bom vento nem bom casamento: sobre o enigma sociológico de um provérbio português», Análise Social XXI, vol. xvi, pp. 229-243. Bibliografia Lexicográfica Barata, A. Martins (1989): Dicionário prático de locuções e expressões peculiares da língua portuguesa – sinonímia e interpretação, Braga, Livraria A. I. Carrusca, Maria de Sousa (1974, 1975, 1976): Vozes da Sabedoria, Lisboa, União Gráfica. Costa Alves, Manuel (2006): Mudam os ventos, mudam os tempos – O Adagiário Popular Meteorológico, Lisboa, Gradiva. Costa, José Ricardo Marques da (1999): O Livro dos Provérbios Portugueses, Lisboa, Editorial Presença. Estanqueiro, António (1996): A sabedoria dos provérbios – as pessoas e as instituições nos provérbios portugueses, Lisboa, Editorial Presença. Ferreira, Alberto (1996): 1001 Provérbios, adágios e ditos populares portugueses, Amadora, Impresse 4. Ferreira, António Jacinto (1985): Os animais no adagiário português, Lisboa, Direção Geral da Comunicação Social. Ferreira, Pedrosa (1997): Dicionário de provérbios, Porto, Edições Salesianas.

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Franco, Fernanda Costa (1995): Sabedoria popular – provérbios e alguns ditos, Tavira, Edição da Autora. Funk, Gabriela; Funk, Mattias (2008): Dicionário Prático de Provérbios Portugueses, Lisboa, Cosmos. Ghitescu, Micaela (1992, 1997): Dicionário Prático de substantivos e adjectivos com os regimes preposicionais, Lisboa, Fim de Século Edições. Gomes, Manuel João (coord.) (1974): Nova Recolha de Provérbios e outros lugares comuns portugueses, Lisboa, Edições Afrodite. Machado, José Pedro (1996): O Grande Livro dos Provérbios, Lisboa, Editorial Notícias. Michaelis de Vasconcellos, Carolina (1986): Mil provérbios portugueses, Lisboa, Edições Ledo. Moreira, António (1996): Provérbios Portugueses, Lisboa, Editorial Notícias. Moura, Ivone (1995): Por outras palavras – dicionário das frases idiomáticas mais usadas na língua portuguesa, Lisboa, Edições Ledo. Neves, Orlando (1991): Dicionário popular de frases feitas, Porto, Lello & Irmão Editores. Neves, Orlando (1992): Dicionário das origens das frases feitas, Porto, Lello & Irmão Editores. Neves, Orlando (1998): Dicionário de expressões correntes, Lisboa, Editorial Notícias. Parente, Salvador (2005): O Livro dos Provérbios, Lisboa, Âncora Editora. Ramalho, Énio (1999): Novo Dicionário Lello estrutural, estilístico e sintáctico da língua portuguesa, Porto, Lello & Irmão. Ramos, Manuela Delgado Leão (2002): Floresta de provérbios – árvores e frutos na língua portuguesa (compilação de adágios, anexins, ditados, expressões figuradas, frases feitas, provérbios e outros textos), Lisboa, Edições Ledo. Reis, José Alves (1996): Provérbios e ditos populares, Lisboa/Porto, Litexa Editora. Santos, António Nogueira (1990): Novos dicionários de expressões idiomáticas – português, Lisboa, Edições Sá da Costa. Santos, Maria Alice Moreira dos (comp.) (2000): Dicionário de provérbios, adágios, ditados, máximas, aforismos e frases feitas, Porto, Porto Editora. Simões, Guilherme Augusto (1993): Dicionário de expressões populares portuguesas – arcaísmos, regionalismos, calão e gíria, ditos, frases feitas, lugares-comuns, aportuguesamentos, estrangeirismos e curiosidades da linguagem, Lisboa, Publicações Dom Quixote.

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