Encanto das Trovas Tomo VIII - Trovas Sem Fronteiras - Vol.1

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O Encanto das Trovas . . . Tomo VIII vol. 1 – Trovas Sem Fronteiras......... Página | 1

SUMÁRIO

Antonio Manoel Abreu Sardenberg (São Fidélis/RJ) ............................... 3 Aparício Fernandes de Oliveira(Rio de Janeiro/RJ) ............................... 7 Clevane Pessoa de Araújo Lopes (Belo Horizonte/MG) ......................... 12 Maria Cristina Cacossi Capodeferro (Bragança Paulista/SP) ................. 16 Elisabete do Amaral Albuquerque Freire Aguiar (Mangualde/Portugal) . 20

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Antonio Manoel Abreu Sardenberg

1 A chuva que cai agora, não é lá do céu que vem... É do meu olhar que chora de tanto lhe querer bem!

2 Amor é brisa suave, é aconchego, é carinho, é vôo saudoso da ave indo em busca do seu ninho. 3 Ao receber seu adeus eu pude, então, perceber que todos os sonhos meus perderam a razão de ser. 4 A verdade nos maltrata nesta lição contundente: - Saudade que não se mata, aos pouquinhos mata a gente. 5 A vida é um laço apertado que nos tortura sem dó; e quanto mais amarrado, mais atado fica o nó!

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6 A vida segue de arrasto, do sonho nada me resta… E o que sentia tão vasto, vejo agora que não presta. 7 Creio na crença do crente que crê, que doa, que ama, a mostrar a toda gente que o amor é luz e chama.. 8 Da quadra fiz a poesia, canto a beleza da rosa; nem que seja por um dia, gosto de vê-la bem prosa. 9 E de repente te vejo tal qual meu sonho te vê: Musa...Mulher...e Desejo... e me deságuo em você!

10 É hiper minha saudade, é super minha emoção; tão grande é minha vontade, que quase perco a razão! 11 Eu quero ser o seu vinho, o cálice que inebria; ser seu parceiro no ninho, ser madrugada, seu dia! 12 Lua cheia, lua nova, lua minguante ou crescente, é sempre musa da trova, de um trovador envolvente. 13 Mulher é sopro de vida, é brisa terna e envolvente, aragem leve, sentida, roçando o corpo da gente.

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14 Nascemos com o passaporte com visto para a partida, mas só de pensar na morte, sinto saudade da vida! 15 Na vida do vai e vem vejo meu tempo passar qual passageiro de um trem sem ter hora de chegar. 16 Nessa vida de desordem, procuro evitar tropeço... Ela pensa que dá ordem e eu finjo que obedeço. 17 No silêncio de minh’alma, recolhido no meu canto, busco a fé que traz a calma no soluço do meu pranto.

18 O homem mostra a grandeza quando se faz pequenino e doa toda pureza de um coração de menino. 19 O velho, a velha afagando, fita triste a vela acesa, ao ver o fogo apagando no castiçal sobre a mesa... 20 Para você, mãe, a prece deste filho agradecido que na terra não se esquece de tanto amor recebido. 21 Por detrás daquele pico, eu juro: é fato, é vero! Tem um velho tico-tico que imita um quero-quero.

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22 Procura longa e constante, num sempre querer achar… Um sonho louco e distante, impossível de alcançar… 23 Quem resistir à saudade, que faz doer tanto assim, por favor, por caridade, mande a receita pra mim. 24 Quero de novo aprender para depois ensinar como se deve viver conjugando o verbo amar. 25 Quero ser seu alimento, provisão de cada dia; ser o seu pão, seu sustento... ser sua noite de orgia.

26 Se temos paz, temos tudo, pois ela nos satisfaz! Conheço gente, contudo, que tem "tudo", menos paz! 27 Sina, sino, sentimento, sonoro som a tanger, tristeza, dor e lamento... louquinho por te querer! 28 Você é meu sopro de vida, é brisa terna e envolvente, aragem leve, sentida, roçando o corpo da gente.

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Aparício Fernandes de Oliveira Acari/RN (1934 – 1996) Rio de Janeiro/RJ

1 Ah! Se eu morresse, querida, sentindo os carinhos teus, teria, na morte, a Vida que em vida pedi a Deus!

2 Amor - mistério profundo que não se pode explicar. Mesmo, assim, pobre do mundo se ninguém soubesse amar… 3 À noite, ó rua, constatas, em teus silêncios tristonhos, que, enquanto um cão vira latas, eu vou virando os meus sonhos! 4 Cartas de amor, esquecidas, contendo um pouco do Céu! Dois corações, duas vidas resumidas num papel! 5 Conheço um tipo de fome que não se farta de pão: fome de amor! Eis o nome da fome do coração!...

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6 Conselhos, desde menino, muita gente me quis dar, mas a cruz do meu destino quem me ajuda a carregar? 7 Das culminâncias da serra ao mais profundo grotão, trago viva a minha terra, dentro do meu coração! 8 De falhas ninguém se esquiva, por isso, afirmo sem susto: há censura construtiva e muito elogio injusto! 9 Desce a lágrima insistente, e há sempre alguém que a maldiz! Mas a verdade é que a gente chora até quando é feliz!...

10 Desconfio das vitórias que neste mundo colhi. - Se as coisas são ilusórias, quem garante que eu venci? 11 Desta saudade, o vazio parece até que traduz um velho teto sombrio filtrando um raio de luz! 12 Enquanto os olhos acusam o desespero de amar, as nossas vidas se cruzam como dois barcos no mar! 13 Eu formulo esta sentença como um libelo à tolice: antes cego de nascença do que cego de burrice!

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14 Foi sempre assim! Escondida no engodo que a desvirtua, a Verdade anda vestida quando a Miséria está nua! 15 Guarda bem isto na mente, se a mentira te norteia: mais cedo ou mais tarde, a gente colhe aquilo que semeia!... 16 Hoje tratam de "Excelência" quem deixa o povo com fome. Ou no mundo há só demência, ou ladrão mudou de nome!... 17 Lá se vão os retirantes! Deixam seus campos... seus bois... - O coração morre antes! - O corpo morre depois . . .

18 Liberdade, em ti se encerra o ideal do poeta aflito que tem os pés sobre a Terra e o coração no Infinito! 19 Meu coração sente frio! - A saudade o transformou no leito triste e vazio de um rio que já secou… 20 Nesta angústia indefinida, penso, cheio de amargor: de que vale o bem da vida, quando falta o bem do amor? 21 Nome dos mais esquisitos, que, aliás, não foi bem posto; há na Rua dos Aflitos uma calma que faz gosto…

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22 No sonho estavas sorrindo, mesmo assim fiquei tristonho: - de que vale um sonho lindo, se dura apenas um sonho? 23 Nos trilhos da ferrovia, ela, brincando, caminha. - Até que afinal Maria resolveu andar na linha... 24 Os noivos fazem questão de ter as mãos sempre unidas. - É fácil unir as mãos... difícil é unir as vidas! 25 Ó velho mar, são singelas as tuas fúrias humanas, comparadas às procelas do mar das paixões humanas!

26 Para a seca exterminar no meu Nordeste escaldante, eu sugiro represar o pranto do retirante! 27 Partiste, sim, mas ainda, por ironia ou maldade, ficaste muito mais linda vestida nesta saudade! 28 Pensando, na tarde calma, logo me ocorre à lembrança que a própria vida tem alma, e a alma da vida é a Esperança! 29 Posso entender o martírio da pureza junto ao mal, vendo a solidão de um lírio no lodo de um pantanal.

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30 Poucos sabem que não sabem tudo o que dizem saber. Maiores saberes cabem nos que sabem sem dizer. 31 Quando adormeço tristonho, vejo-te em sonhos, querida!... E a vida fica mais sonho, e o sonho fica mais vida! 32 Quanto mais a mulher jura gostar de homem erudito, tanto mais ela procura um tipo burro e bonito!... 33 Se observo os homens de perto e analiso os animais, fico sem saber, ao certo, quais são os irracionais...

34 Tornam-se mais encurvados os ombros de um ancião, quando suportam, cansados, o peso da solidão! 35 Um sonho às vezes enfeita o meu destino tristonho. - Ah, se tu fosses perfeita como és perfeita em meu sonho! 36 Vejo em teus olhos, criança, docemente refletida, uma inocente esperança sorrindo aos males da vida! 37 Ver-te em sonhos me complica, não quero ver-te, meu bem! - O sonho apenas duplica a saudade que se tem.

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Clevane Pessoa de Araújo Lopes

1 A empregada, despedida, sai triste, trouxa na mão… Leva no ventre, uma vida que é do filho do patrão…

2 Ajudando a toda gente amando sem distinção é que ganha o presente de ter céu com pés no chão… 3 A minha alma, em plenitude, cheia de luminosidade faz-se bela, na quietude do amor que se faz saudade… 4 Amo com tal amplitude que nem tempo, nem espaço reduzem a completude transmitida quando abraço. 5 Ao bom Deus, Mariazinha pede para devolver sua Santa mamãezinha que morreu pra ela nascer…

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6 Ao ver as meias, coitado o vovô pensa: “Já sei! Essas, dei no ano passado no retrasado, as ganhei…” 7 A primeira vez da gente é gravada por demais! Mas é como estrela cadente que ao céu não volta jamais… 8 Às vezes, o Amor, querida, pode matar a ilusão… O sol, que dá luz e vida traz desgraças ao sertão… 9 Ciúme é flor que não se cheira por mera premonição. — Ainda assim, erva traiçoeira envenena o coração

10 Com lucidez peculiar quantos “doidos” são mais certos, que os que pensam acertar julgando-se muito espertos… 11 Deixe o orgulho, minha gente… Abandonem tal pecado! — No acerto, é ficar contente! No erro, entender o recado!… 12 Dentro de mim, choro tanto — E sorri tanto, o meu rosto! — Em riso, torno meu pranto, para ocultar meu desgosto… 13 É minha mãe quem me inspira os versos do coração: De seu amor, sonora lira, eu tiro qualquer canção…

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14 Em vão espera um brinquedo um menininho de rua… Risca no chão, com um dedo, um foguete e vai prá lua… 15 Eu fico presa, extasiada, nas folhas daquele galho, pois amo o que é quase nada como o cristal do orvalho… 16 Fui “bruxa”, ou fada, sabendo com as ervas curar doentes, bebês à luz, vim trazendo fiz brotar muitas sementes… 17 Gato pardo e belicoso arqueia o corpo robusto, projeta as unhas, raivoso vira um puma no seu susto.

18 Gatos à noite são bardos e miam versos para a lua. Dizem que então ficam pardos, parecem da cor da rua… 19 Há gente que vale nada, touba ideias, trai amigos, fazendo os outros de escada, ocupando seus abrigos… 20 Jamais terei um presente qual o que desejo mesmo: a presença que está ausente porque no céu caminha a esmo… 21 Mentiste sempre, é verdade — Nunca me amaste, afinal!… Mas não quero a realidade, mente mais, que não faz mal!…

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22 Meia dúzia de gatinhos, uns nos outros, enroscados, são novelos bem quentinhos parecem interligados. 23 Meu canto é de Amor e Paz — Sou humilde passarinho que trovas, num leva-e-traz sai espalhando, de mansinho… 24 Meu mar de amor é abissal insondável, pois profundo: — Esconde-me assim do Mal e das invejas do mundo… 25 Minha rua, que se aclara com a luz do sol, nascente, à tardinha se prepara e vai dormir com o poente…

26 Nada é somente difícil, tudo, mesmo, pode ser. O impossível só é incrível até quando acontecer… 27 Não há mulher que não minta, nos diz um velho refrão… Tem gordura sob a cinta e diz “sim” quando diz “não”… 28 Não tendo, medo de nada, vivo porém escondida, ocultando essa espada que faz-me sangrar a vida… 29 Nossos erros nos apontam novas trilhas nos caminhos, e os acertos só despontam se afastamos os espinhos.

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Maria Cristina Cacossi Capodeferro

1 Acredite, há vida nova! Ela traz perfume e cor... Eu lhe mostro linda prova: eis a primavera em flor!..

2 Água - oxigênio doado a nós pela Providência... Misericórdia, cuidado e amor com nossa existência... 3 Ah ! Desafios sempre há ! O legal mesmo é enfrentá-los ... Alegrar-se cá .. acolá ... Deixar a vida "abrasá-los". 4 À moda "Gilberto Gil", quero fugir com você ... Ir para lugares mil, sem perguntar o porquê ... 5 Capturamos aventuras registramos amizade ... Por entre belas molduras vemos eterna saudade ...

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6 Carimbar no coração o dom – autenticidade é levar à multidão um selo de qualidade! 7 Desliza o trem; vai fogoso pelas estações da vida ... Mas, no apito estrepitoso desnuda minha ferida ... 8 Do céu vem terno clamor: - Ame, lute por justiça! Não ponha nesse penhor nenhuma falsa premissa ... 9 Educação verdadeira nos traz real liberdade; ela abre toda fronteira a gestos de humanidade!

10 Eis na taça levantada coragem jovem, da luta travada na caminhada pela justiça absoluta ! 11 Eis tomada de atitude: para poder transformar-se, cercar-se de magnitude é preciso mutilar-se! 12 Elo profundo entre seres a família favorece ... Com presença, com dizeres, com amor ... superaquece !… 13 É preciso atravessar, assistir, ouvir e ver. Após a ponte, encontrar ... e a vida reescrever.

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14 É preciso ser como eles : "buscar o eterno saber". Acertam rumos, aqueles que em seu líder ousam crer ! 15 Espaço que dá saber, que abole manipulados, e estimula o bem-querer: - escola - abre cadeados ! 16 Felicidade: ei-la aqui, aponta pra cima a seta. Basta que todos daqui entendam essa indireta! 17 Lindo arco-íris de pele com seis tons encantadores! Intenso amor se revele desses braços multicores...

18 Milagre ... grata surpresa! De um Francisco a outro Francisco desce a pomba - que beleza trazendo a paz ao aprisco!! 19 Mora no pequeno pé sonho de paz, igualdade... deposita sua fé num jogo de humanidade... 20 Natureza ameaçada, imersa na poluição; tenta um ser do alto da escada salvar o Sol, seu coirmão! 21 Nesse voo colorido sinto uma leveza n'alma ... Pairo, pois, estarrecido voejando nessa calma ...

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22 Nesse mundo equilibrado há obrigações : - ser feliz, de amigos ser rodeado, ser dono do seu nariz!.. 23 O mundo está em nossas mãos" : eis a ideia a refletir ... Porém, são somente os sãos que conseguem assumir ! 24 Onde há verdadeiro amor há também cumplicidade ... Mesmo estando ante o temor, surgirá serenidade ... 25 O relógio possui frestas, que permitem espiar certas culpas tão funestas ... que o tempo tenta apagar ...

26 Palavras são qual sementes: - uma vez disseminadas abraçam sonhos das mentes, levando-os pelas estradas... 27 Perante um elo partido um paradoxo subsiste: - é sonho que foi rompido ou liberdade que insiste... 28 Romantismo sempre existe, transporta épocas, idade... ele ao amor não resiste, fazendo cumplicidade !

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Elisabete do Amaral Albuquerque Freire Aguiar

1 Andar por ínvios caminhos buscando a Felicidade é como colher espinhos na Rosa da Eternidade.

2 Atritos, perdas, cuidados que a vida te patenteia são despojos naufragados que agora jazem na areia. 3 A vida é feita de nadas, enganando muita gente que julgando águas paradas vai ao sabor da corrente. 4 A vida é uma mesa posta com diversas iguarias; se de amargores não gosta, ponha doçura em seus dias. 5 Batem três horas na torre, é já tempo de dormir... mas a noite corre, corre, e eu fico a vê-la fugir...

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6 Boa trova não troveja, não faz barulho ou ruído: doce música de igreja a consolar-nos o ouvido. 7 Com canto combate o pranto e a treva em que a Terra jaz; em cada canto e recanto cante-se a Visão da Paz! 8 Das mil palavras que li, cada letra foi um beijo que, alado, voou pra ti, no sonho de ser arpejo. 9 Desenhar passos incertos, ao sabor da multidão, é navegar em desertos em busca de água ou de pão.

10 É fácil ser um herói com uma espada e armadura; mas é quando a alma dói que se revela a bravura. 11 É na noite tenebrosa, quando os astros vestem dor, que uma estrelinha teimosa persiste em parecer flor. 12 Gente anônima e distante, que comigo cruza a rua, é também meu semelhante na cruz que a vida insinua. 13 Há zeros a mais na conta! Milionário,tem cuidado. Na tua conta, desconta o amor que tu não tens dado.

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14 Mais alto que o Céu profundo, mais vasto que o imenso mar, é o Amor que envolve o Mundo e o faz pra Luz caminhar. 15 Meu amor é como um hino que eu muito bem sei cantar. nos gorjeios do destino o poderás escutar. 16 Muita riqueza fugaz o homem que corre a buscar; é mais rico se é capaz de a ver partir sem chorar. 17 Na corda bamba da Vida, o futuro sempre em vista, sou criança divertida brincando de equilibrista.

18 Não adies nunca o Amor para outro dia ou momento; pois o vento embala a flor sem pedir consentimento. 19 Não deixes que um pensamento fortuito,vil e malsão, ensombre com seu lamento a Luz do teu coração. 20 Não quero correr Contigo, mas a Teu lado correr, p’ra correr com o perigo que corre p’ra me vencer. 21 Não te espantes da mudança, tudo voa e vai no vento; ou prendes bem a lembrança ou voa com o pensamento.

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22 No meu livro de memórias, guardo, com todo o recato, as mil saudosas histórias que conta o nosso retrato. 23 Ó linda Mãe-Natureza, tão pródiga e salutar, perdoa a cega vileza do homem, quando te queimar! 24 "Para o alto e sempre em frente" - mostra o guia da cidade; sigo o rumo e, de repente... "Bem-vindo a Felicidade!" 25 Passo a vida passo a passo, com receio de espantar com o ruído que faço a Vida, em mim, a cantar.

26 Pela semente do Amor que lançaste no meu peito, faz que eu, vá aonde for, saiba viver satisfeito. 27 Pinheiros, carvalhos, vinhas, das cores mais variadas, são coros de ladainhas p'rás almas angustiadas. 28 Por muito que a gente mude e busque amor a seu jeito, um só salva e nunca ilude: o de mãe -Amor-perfeito! 29 Porque a vida tem escolhos, não hesites na jornada; a rosa tem seus abrolhos mas deixa a mão perfumada.

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30 Por ser estreito o Caminho, cada qual vai como pode; mas não empurre o vizinho... Se cair, ele lhe acode! 31 Quando a mente se alimenta de daninha nutrição, corta o joio da tormenta e semeia um novo pão. 32 Quando chega, quando parte, do cais que esta vida é, aceita, pois que faz parte do bailado da maré. 33 Rumoreja o pinheiral uma conversa secreta entre os pios de um pardal e a doce brisa discreta.

34 Subiu ao topo da vida nas asas de um furacão; descuidou-se na descida... estatelou-se no chão. 35 Um concerto a uma só voz reverbera em céu e terra, contra a mágoa e dor atroz que um peito humilhado encerra. 36 Um coração sempre aberto, um sorriso sempre à mão, fazem jorrar no deserto águas de Paz e Perdão. 37 Vozes de aves nas ramadas, em harmonia de irmãs, são como missas cantadas no silêncio das manhãs.

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NOTA As trovas foram obtidas em livros, boletins de trovas, jornais, trovas enviadas pelos trovadores e em alguns sites, como www.falandodetrova.com, www.poesiasemtrovas.blogspot.com.br, www.singrandohorizontes.blogspot.com.br Biblioteca J. G. de Araújo Jorge, as Mensagens Poéticas enviadas pelo falecido trovador potiguar Ademar Macedo, etc. Montagem da Capa da Revista sobre imagem obtida na internet, não foi encontrada a autoria. Caso perceba uma trova errada, seja por razões várias, por favor, entre em contato com [email protected], para que possamos corrigir a tempo ou fazer uma errata no próximo número. Esta revista não pode ser comercializada em hipótese alguma, sem autorização de seus autores ou representantes legais. Pode ser copiado, desde que se coloque o autor das trovas, caso contrário pode ser caracterizado como crime e ser enquadrado nas sanções legais. Respeite os direitos do autor. O Encanto das Trovas . . . Tomo VIII vol. 1 – Trovas Sem Fronteiras......... Página | 25

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