Entre Corpos e Ecrãs – Identidades e Sexualidades dos Jovens nos Novos Media (Resumo)

May 31, 2017 | Autor: Daniel Cardoso | Categoria: Gender Studies, Media Studies, New Media, Youth Studies, Sexuality, Gender and Sexuality
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ENTRE CORPOS E ECRÃS – IDENTIDADES E SEXUALIDADES DOS JOVENS NOS NOVOS MEDIA

DANIEL DOS SANTOS CARDOSO

RESUMO

A presente tese de Doutoramento estuda quatro usos sexualizados dos novos media: consulta de informação sobre sexualidade e saúde sexual, participação cívica, consumo de pornografia e sexting. O trabalho realizado parte de uma abordagem foucauldiana em que se reflecte sobre o papel das pessoas jovens no contexto do dispositivo de sexualidade e sobre como os próprios participam do mesmo através de estratégias de governamentalidade, bem como sobre o papel dos novos media na constituição das suas subjectividades sexuais. O ambiente considerado pornograficado do contexto mediático contemporâneo e o papel da sexualidade na regulação dos media e da juventude é também abordado em profundidade, a partir de uma perspectiva feminista e da teoria queer. É feito uma contextualização sociohistórica do ambiente cultural português em que a investigação decorreu. Metodologicamente, recorreu-se a um inquérito por questionário online, com amostragem por bola de neve feito através de redes sociais e de instituições colaboradoras do estudo, focando-se em jovens residentes em Portugal, entre os 16 e os 19 anos; foram recolhidas 183 respostas válidas. As respostas foram submetidas a análise estatística descritiva e correlacional. Em seguida, os respondentes autopropostos a entrevista face-a-face foram contactados para efectivar as entrevistas. Deste processo resultaram 11 entrevistas face-a-face, em profundidade, sobre as experiências de jovens com os novos media, focando-se especialmente nas quatro actividades assinaladas. Os resultados dos inquéritos por questionário mostram a predominância, na amostra não-representativa, das práticas de consulta de informação sobre sexualidade e saúde sexual e de consulta de pornografia, mas níveis baixos de participação cívica e de sexting. A partir das entrevistas, é possível compreender que as pessoas jovens negoceiam constantemente o seu lugar enquanto sujeitos sexuais nos seus espaços de sociabilidade, e que um componente dessa dinâmica passa pelos novos meios de comunicação social. As pessoas que participaram neste estudo avaliam comportamentos sexuais como normais ou desviantes, avaliam a posse ou não de determinados saberes como falhas pessoais, e o mesmo se aplicando a saberes ou competências de literacia digital e mediática. Nesse contexto, constroem-se moralmente enquanto sujeitos sociais e sexuais que respondem perante uma injunção discursiva e de governamentalidade de si, que implica também o governo das outras pessoas, e a sua inscrição dentro dos seus esquemas de subjectividade moral.

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Ao mesmo tempo, os contextos e lacunas ao nível de educação, de apoio familiar e de pares tornam-se variáveis centrais que modulam a forma como as e os jovens interagem com os novos media. Uma das variáveis que mais marcou as entrevistas foi a orientação sexual apresentada: esse elemento, ao enquadrar as pessoas jovens em sistemas macrossociais de exclusão, tingiu a relevância que os media tiveram na vida das pessoas não-heterossexuais, bem como a forma como essa interacção foi feita. Deixam-se sugestões para novas formas de investigação com os media e jovens no contexto da sexualidade e do género, a partir das lacunas identificadas a nível nacional. PALAVRAS-CHAVE: jovens, sexualidade, género, Foucault, pornografia, sexting, informação, saúde, activismo, participação cívica, internet, Portugal, feminismo, teoria queer

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