Escola sem PREconceitos I Roteiro I Pedro Nunes 2012

September 27, 2017 | Autor: Pedro Nunes | Categoria: Bullying, Homofobia, Preconceito, Escola Diferencial
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||| Roteiro |||

Direção | Pedro Nunes

Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Ação sobre Mulher e Relações de Sexo e Gênero – NIPAM Núcleo de Estudos em Mídias Audiovisuais, Processos Digitais e Sexualidades – DIGITAL MÍDIA Projeto Aprender em Paz | Educação para a Prevenção a Violências na Escola UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA APOIO Ministério da Educação Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão

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Créditos de Abertura do vídeo - Equipe Técnica Fotos - lápis cera | Lápis de Cor| Mãos Animação Gráfica | bullying | | Escola sem PREconceitos | Estudante caminha em direção à escola. Passa por muros com grafites. Apresentação do Colégio Lyceu Paraibano, entrada principal e movimentação interna dos alunos e alunas.

PAPEL DA ESCOLA Profº. Everaldo Vasconcelos (UFPB) - O papel da escola deve ser, primeiramente, antenar-se com o mundo em que vivemos e tentar enxergar a criatura humana com toda a sua diversidade, com todo o seu colorido, com todo o seu potencial. Se você não consegue redefinir o papel do ser humano, redefinir o jeito em que o ser humano deve ser visto, se você continua pensando que a criatura humana tem que ser igual ao que se fez há séculos passados, então agente nunca vai conseguir encontrar um caminho de entendimento. Profª. Norma Lima (UFPB) | - O papel da escola, na contemporaneidade, é de todo um processo onde a escola não só hoje é um lócus onde existe toda uma prática de transmissão de todo um conhecimento sistematizado. Hoje a escola tem um papel bem mais amplo, pelas próprias condições que a sociedade impôs para a própria escola porque hoje a tradição que nós tínhamos da família como base da educação doméstica, esse papel que a família assumia, hoje foi transferido para a escola. E a escola, hoje, ela tem um papel bem mais amplo porque ela não tá só com o seu grande propósito que é o de fazer um trabalho de socialização de conhecimento. Profª. Virgínia Oliveira (UFPB) | - Se antes era a igreja que era uma instituição que todo mundo tinha que ir, sem o quê estaria condenado ao inferno, hoje em dia, com o advento da modernidade, a escola que virou esse papel institucional e que você deve passar com seu filho, enfim, com seus familiares pela escola. Todo mundo deve passar pela escola. Quem não passa pela escola o responsável é acionado

Escola sem PREconceitos – Direção: Pedro Nunes Projeto Aprender em PAZ – Gloria Rabay

Escola é dominada por preconceitos, revela pesquisa Jornal Estadão PB – Cresce a violência nas escolas Correio da Paraíba Alunos têm dificuldade em lidar com Direitos Humanos, diz ENEM Folha .com Pesquisa revela que 41% dos alunos não toleram colegas gays ou lésbicas na escola UNESCO Agência Brasil Aluna lésbica teve os direitos violados BBC Brasil Professor agride aluno que se recusou desligar o celular Último Segundo “Não me arrependo” diz aluna que agrediu professora em Porto Alegre O Globo Homofobia aumenta casos de evasão escolar. Brasil é o país mais homofóbico Portal UH News Aluno chuta e ameaça de morte a diretora de escola Portal 180 Graus Após morte de aluno em sala de aula, escola de Cajazeiras promove caminhada pela PAZ Click PB

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juridicamente para colocar seu filho, ou o menor pelo qual zela pela responsabilidade, dentro da escola. Então a escola tem esse papel de atravessar todas as pessoas e aí ela tem esse caráter informativo muito importante e desperdiçado muitas vezes, o que é lastimável, volto a repetir. Adneuse Targino ( Ativista LGBT) | - A escola pode fazer diferente e deve fazer diferente. Ela como instituição onde se educa as primeiras letras à universidade. A escola é, talvez, até uma primeira casa, uma segunda casa onde se vive mais tempo. Profª. Ana Paula Romão (UFPB) | - Hoje em dia se fala muito em projeto político pedagógico da escola, que seria esse momento de envolver pais, mães, alunos, professores, gestores, comunidade, pra discutir os problemas da escola, e aí essa escola, ela precisa, acima de tudo, valorizar o respeito às diferenças. O respeito às diferenças culturais, as diferenças dos mais variados tipos possíveis com relação a orientação sexual, com relação ao respeito das religiosidades, das relações de gêneros, das relações geracionais, entre tantas outras.

Abertura de novo Bloco Repper Elvis Expressando acompanhado pelo beat box Mr. Low com imagens de cobertura de escola Escola sem preconceitos Viva a diversidade Queremos respeito Chega de maldade Escola sem Violência Paz Paciência Pai respeite seu filho Tenha consciência Escola prá educar e ser educada Autoritarismo, grosseria não leva a nada.

O QUE É PRECONCEITO Profª. Norma Lima | - Preconceito são todas aquelas atitudes de intolerância gerada pela falta de conhecimento. A partir do momento que as pessoas passam a criar estereótipos elas passam a exercer atitudes preconceituosas. Fernanda Benvenuty ( Ativista LGBT) | - Prá mim, o preconceito é algo que tá pré-estabelecido na cabeça das pessoas, esse é o conceito geral, mas pra mim vai, além disso, é a forma como as pessoas externam o preconceito. Porque eu posso ser uma pessoa preconceituosa e não externar o preconceito. A externação desse preconceito é que é ofensivo porque atinge a outra pessoa com a proporção de que quem pratica o preconceito talvez não tenha noção da dor e do sofrimento que causa ter preconceito ou ser uma pessoa preconceituosa e externar esse preconceito. Profº. Alcemir Freire ( Ativista LGBT) | - Prá mim preconceito é quando você tem uma ideia, geralmente errada, sobre uma determinada coisa.

Escola sem PREconceitos – Direção: Pedro Nunes Projeto Aprender em PAZ – Gloria Rabay

Profª. Norma Lima | - Então, é a partir da elaboração do projeto político pedagógico da escola que ela começa a fazer a diferença.

Profº. Everaldo Vasconcelos | - Então o preconceito é você julgar comportamentos, você julgar ações e ideias baseadas nessas crenças que, inclusive, completamente fora do ambiente da escola.

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Profº José Baptista Neto (UFPB) | - A nossa sociedade é uma sociedade heteronormativa, é uma sociedade machista, é uma civilização, aquilo que costumo dizer, a civilização judaico-cristã ocidental, ela cria estereótipos que você não pode correr em nenhuma conduta “desviante”. Na hora que você corre em condutas desviantes, você foge ao padrão do estereótipo, então você vai ser objeto de discriminação.

PRECONCEITO NA ESCOLA

Profº. Fernando Andrade (UFPB) | - Na escola, o preconceito envolve todas as pessoas que, sendo diferentes, são minoritárias. Gilberta Santos Soares ( Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana – Paraíba) | - Então se você vê, por exemplo, uma pessoa, um jovem que tem um desejo por uma pessoa do mesmo sexo, uma menina que deseja a menina, mas ela não expressa isso na escola, ela tá na invisibilidade porque ela não expressa, ela não demonstra e ela não transgride as normas de gênero, ela vai ter uma tendência a ser aceita porque também tá fazendo o jogo da invisibilidade, o jogo da dupla moral, mesmo que ela viva aquilo escondido só pra ela, ou que ela guarde aquilo e que até sofra por isso. Profº. José Baptista Neto | - O que acontece na escola é muitas vezes a reprodução do preconceito que a gente vive na sociedade. As diretorias de escolas, as direções das escolas, os professores e professoras não tem coragem de enfrentar o tema e muitas vezes corroboram com o preconceito. Profº. Alcemir Freire | - Não adianta a gente achar que escola e sociedade tão diferentes. Eu acho que é um recorte, pequeno, mas existe. E na escola, o preconceito, ele acontece desde as formas mais explícitas de violência entre os alunos... De aluno com aluno, aluno com as alunas, de alunos negros, de alunos brancos, de alunos pobres... Isso tudo acontece. De professor com aluno, aluno com professor. Profª. Norma Lima | - Nós temos um contexto escolar onde a escola foi preparada para atender a criança dita normal. Então, as nossas escolas não estão preparadas para o processo de inclusão social, principalmente para as crianças que tem problema de deficiência física e deficiências visuais, entre outras. Porque essa criança, ela chega na escola e, muitas vezes, nem um banheiro acessível ela tem. Passagem | Fotos de Paulo Fernandes ( Cadeirante)

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Profª. Gloria Rabay (NIPAM |UFPB) | - A escola, ela geralmente reflete a sociedade em que vivemos. Então, nós vivemos numa sociedade machista, racista, elitista e, mesmo sem pensar, a escola inclui esses valores preconceituosos no seu currículo, que a gente chama do currículo oculto, aquilo que não está explicitamente planejado para ser ensinado aos alunos, mas que na prática, nas atitudes, no comportamento a escola acaba reproduzindo esses valores para os seus estudantes. Então eu diria que além dos preconceitos na escola, visíveis, que envolvem violência física, a escola, ela reproduz violências na sua forma de ensinar, de lidar com os diferentes. Então eu poderia dizer a escola reproduz violência contra a mulher, reproduz violência contra os negros, violência contra os homossexuais.

Solange de Oliveira Freitas ( Técnica de Enfermagem) | - O Paulo é portador de paralisia cerebral do tipo espástica. Ele começou a trajetória dele numa escola especial, que é a APAE, que foi um grande berço pra ele. [...] Começando pela questão da acessibilidade do transporte pra ele chegar na escola é a primeira barreira que a gente encontra. Como chegar até a escola? A questão do transporte para levá-

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lo a escola, no caso do meu filho que é cadeirante. A questão de chegar, de se movimentar lá dentro da escola. Como é que ele vai de uma sala pra outra, pra biblioteca, e pra um lugar, e pra outro, sem estar só dependendo da ajuda dos colegas. Agora neste momento que ele está cursando o ensino médio a grande dificuldade que nós estamos encontrando, ele principalmente, é a questão dos cursos que a escola oferece. [...] Eu acredito se há inclusão, se a escola vai receber esses portadores de necessidades especiais, eles também deveriam ter cursos elaborados de tal forma que desse condições para que ele fosse até o fim sem tantas dificuldades porque vai ter que abrir mão de algumas coisas. Paulo Fernandes ( Estudante do Ensino Médio)| - Quem teve receio foi ela. Eu sempre quis ser normal. Eu vim pra evoluir e mostrar a gente pode fazer tudo, só basta querer e não se deixar vencer pelas dificuldades.

Fernanda Benvenuty | - É complicado a gente entender que na escola existe preconceito, mas, infelizmente, ele existe e é gritante. Haja vista que um grande número ou a maioria das travestis não estão na sala de aula não porque elas não querem, é simplesmente por conta do preconceito. É o preconceito na acolhida, é o preconceito na hora da chamada, é o preconceito na convivência com o corpo docente e com o corpo discente da escola. Quer dizer, esse preconceito é o que atrapalha nós termos os homossexuais, principalmente as travestis na sala de aula. Para o menino que é homossexual muitas vezes isso aí até pode passar batido porque o homossexual masculino, ele, não necessariamente, precisa ter trejeitos femininos, a lésbica que não é estereotipada, da mesma forma, mas já a travesti é diferente porque a travesti, ela passa por uma transformação corporal e essa transformação corporal é que provoca muitas vezes o ódio, a raiva, a aversão que as pessoas têm a essa pessoa por ter transformado o seu corpo. Então pra travesti o preconceito na escola, ele é muito mais gritante e ele é muito mais prejudicial porque a travesti não tem como disfarçar, tá no corpo e tá na cara. Ela pôs a cara na sala de aula, todo mundo já identifica a sua orientação sexual ou a sua identidade de gênero. Então esse preconceito na escola é o que afasta muitos homossexuais, afugenta. E pode ser que algumas pessoas até nem tenham noção disso, mas o homossexual que deixa de frequentar uma sala de aula, deixa de estudar, deixa de querer crescer culturalmente como pessoa, como cidadão, ele não deixa muitas vezes porque ele quer, é a frustração da não aceitação da sua orientação sexual ou da sua identidade de gênero na escola. Sthefanie Caroline B. de Brito ( Estudante do Ensino Médio)| - Tem um aluno na minha sala que ele é homossexual e os outros alunos apontam “ai, seu gay”, “ai, isso”, “ai, aquilo”, apontam. Isso é muito constrangedor, acredito, pra ele e até para nós, as meninas da sala e os outros alunos não se sentem bem. Esse aluno homossexual pediu pra professora “professora, eles tão me xingando de gay, me xingando de viado” e enfim a professora não soube como reagir. Joyce Hítala de Sousa ( Estudante do Ensino Médio) | [...] - O que o colégio poderia fazer? [...] eu acho que poderia ouvir mais os alunos, que tenha esse negócio de... Assim: existe homossexual? Existe. Existe roqueiro? Existe. Existe metaleiro? Existe. Existe a lésbica, o transexual, o bissexual? Existe. Mas, assim, ninguém nunca chegou pra conversar com a gente pra saber o que acontece ou o que não está acontecendo.

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Profª. Norma Lima | - A questão da mudança da atitude com relação as diferenças é que vai fazer com que a escola possa, realmente, assumir uma postura de inclusão social, onde os alunos serão acolhidos enquanto seres humanos que têm direitos a participar desse processo.

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- Eu estudava numa escola onde eu saia de um bairro da cidade, do Bairro dos Estados para o Centro, bem dizer ali em Tambiá, para escola que eu estudava, e eu começava a sofrer essa discriminação a partir momento em que eu saia de casa. Era empregada doméstica e eu saia pra ir pra escola e eu não podia andar de ônibus. Quer dizer, eu ia pra escola a pé. Não porque eu não tinha o dinheiro pra pagar a passagem, mas porque o preconceito, a discriminação nessa cidade era tão grande que ao entrar no ônibus, o fato de eu ser travesti, eu era escorraçada, eu era achincalhada, eu era insultada, provocada e até violentada, então eu tinha medo de ir de ônibus. Eu atravessava bairros e bairros pra ir pra escola porque eu tinha vontade de estudar. E quando eu chegava na escola eu me deparava com outro problema bem maior do que aquele. Maior por quê? Porque pra mim, a escola era um lugar que eu deveria me sentir segura, quer dizer, o preconceito não poderia estar lá. Mas ao chegar na porta do colégio, sempre que eu chegava tinha um grupo de meninos que só entrava na sala de aula depois que eu chegava. Então eu entrava no colégio, quando eu subia a escadaria, subiam todos atrás de mim. Isso era provocando, era insulto, era provocações de todas as formas. E eu entrava na sala de aula, quando eu sentava, que eu sentava nas primeiras carteiras da frente já com medo do professor chamar meu nome, que eu não tenho vergonha nenhuma de dizer, chamar Elisiário Benvindo da Silva, e eu pra responder “presente” eu ficava ali porque eu respondia baixinho “presente”. Quer dizer, o nome social já me atrapalhava na sala de aula porque eu tinha esse receio do professor chamar meu nome masculino e eu ter que responder lá de trás, então eu me sentava na frente como estratégia. E os meninos ficavam na porta, chutavam a porta, iam pra janela, soltavam piadas, ficavam o tempo todo me provocando, me insultando e atrapalhando a aula. E aí é onde a gente vê que um único professor que teve a atitude de abrir a porta da sala e convidar os meninos pra sentarem do meu lado pra assistir a aula já que eles estavam o tempo todo ali atrapalhando a aula e tirando a minha concentração, porque eu não fui pra ali pra ouvir esse tipo de coisa, eu fui pra ali pra aprender, pra me concentrar na aula. Então o professor chamava os meninos “senta aqui se vocês querem assistir...”, educadamente abria a porta, eles fechavam a porta e eles abriam então o professor chamava pra sentar. Até isso levou um ano. Durante um ano eu não conseguia sair durante o intervalo pra circular dentro do colégio, dentro da escola, a não ser o banheiro que eu conhecia, eu só ia quando tava tendo aula, quando os meninos estavam todos dentro da sala de aula, já com medo de ir ao banheiro na hora do intervalo. Na hora do intervalo eu nunca fui. Então eu não conhecia a cantina da escola, eu não lanchava na escola porque eu ficava presa na sala de aula com um grupinho de duas ou três meninas que ficavam o tempo todo ali conversando e a gente debatendo sobre a aula. Ou muitas vezes, até mesmo a curiosidade delas de saberem sobre a minha vida, mas isso ficava ali porque eu não podia sair pra fora da sala e nos corredores participar da vida ativa do colégio. Eu só chegava na sala de aula, ia ao banheiro e dali voltava porque não tinha uma Direção que barrasse esse tipo de discriminação, esse tipo de violência que eu sofria. E a violência era tanta que pra mim aquilo era normal. Eu era a pessoa que me sentia estranha ali por ser travesti, por estar vestida com roupas femininas, por estar maquiada. Eu aceitava essa culpabilidade, quer dizer, o preconceito era deles, mas eu era que me sentia um ser estranho, pra mim era eu quem estava provocando esse alvoroço na frente da escola. Então um único professor que teve essa atitude começou a mudar esse círculo de efervescência de violência que tinha em relação a minha pessoa. Segundo ano as coisas já mudaram porque a “maioria dos alunos já estavam” na escola, os novatos que chegavam iam se adaptando. Terminei, passei os três anos nessa escola e graças a Deus consegui vencer esses preconceitos, mas são coisas muito difíceis e muito traumatizantes pra quem é homossexual enfrentar isso na sala

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Fernanda Benvenuty | [com imagens de cobertura – Retratos do cotidiano de Fernanda].

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de aula porque tinha dia que eu dizia assim “hoje eu não vou pra escola” porque moralmente, emocionalmente eu não aguentava enfrentar aquela cena todos os dias. Profª. Norma Lima | - Na escola o preconceito, ele é muito arraigado nas relações entre professores e alunos, alunos e alunos. Nós identificamos muitas atitudes preconceituosas. Uma das discussões que nós temos mais presente na escola hoje é a aceitação da diferença. Então, a partir do momento que você trabalha com a diferença você precisa construir espaços de discussões e diálogo que permitam a convivência com essa diferença, que esse espaço de discussão, ele tem que permitir, inclusive, a desconstrução de determinados comportamentos, determinadas atitudes que vão levar, exatamente, a uma atitude de aceitação e respeito ao outro e as suas diferenças, o que não está acontecendo dentro do espaço escolar.

Repper Elvis Expressando - O que foi que eu fiz para sofrer assim Eu quero ser feliz, não bate mais em mim. Eu sou travesti, e não sou doente Nós somos diferentes, eu também sou gente. Eu não quero sofrer mais, não me xingue mais. Tudo o que eu quero é viver em paz. O que eu quero, é uma escola Que não me obrigue a brincar de bola. Eu quero ser livre, quero liberdade Deixe que eu escolha minha sexualidade. Lutando dia e noite, lutando noite e dia Juntos no combate à Homofobia. Escola de verdade, com responsabilidade Implementando Projetos de Acessibilidade. Eu sou Deficiente, mas não sou incapaz Mereço respeito e Aprender em Paz. Sociedade diferente, como eu queria Que não me julgasse mal por vir da Periferia. Escola aberta, sem muro nem grade, interagindo com a comunidade. Diretor educador. É isso o que eu quero Professor com preconceito, seu conceito não está certo. Inspetor educador. É isso o que eu quero Aluno com preconceito, não está no caminho certo. Aprender em PAZ. Escola sem PREconceitos.

HOMOFOBIA NA ESCOLA Profº. Alcemir Freire | - A homofobia é um sentimento de ódio que as pessoas têm em relação aos homossexuais. A gente chama de homofobia esse tipo de ódio, de raiva inexplicada, porque geralmente não tem um motivo aparente, contra os homossexuais. E aí, costuma-se classificar essa homofobia dependendo do homossexual: se for uma lésbica que sofreu algum tipo de violência ou de discriminação, a gente vai chamar de lesbofobia, se for uma travesti ou uma transexual a gente vai chamar de transfobia.

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Lucas Carvalho O. Silva ( Estudante do Ensino Médio) | - Eu acho que esse respeito, respeito a diferença, “respeito a homossexualidade”, respeito a qualquer tipo de coisa que fuja do padrão parte de cada um de nós. Se a gente parar pra pensar um pouquinho em como o outro tá se sentindo, em como o outro pensa eu acho que a gente vai viver em um lugar um pouquinho melhor do que a gente vive hoje.

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Profº. José Neto | - Homofobia é a forma maior de negação do outro. Homofobia é quando eu não sou capaz de ver o outro, e de aceitar o outro, e de incentivar o outro. Nós entendemos que todos nós devemos ser iguais. Nós não devemos ser iguais. A diversidade e a diferença são essenciais à condição humana do ser. Profº. Everaldo Vasconcelos | - Homofobia é o ódio aos homossexuais. Mas é algo muito mais sério do que isso, não é só um ódio aos homossexuais, mas é um ódio a possibilidade de que sua sexualidade possa, também, ser daquela maneira. MANCHETE - Homofobia na escola. “Meninos agridem mais outros alunos gays e são muitas vezes estimulados pelos professores. Muitas vezes os professores não apenas silenciam, mas colaboram ativamente na reprodução de tal violência.” Fonte: UNESCO

Profº. Fernando Andrade | - Por exemplo, alunos mais afeminados, mesmo que não sejam homossexuais, mesmo que tenham orientação heterossexual, são alvos de homofobia. Meninas que participam de jogos que são considerados mais masculinos, que tem atividades consideradas mais masculinas, mesmo que não sejam lésbicas, necessariamente elas não são, elas serão, possivelmente, alvo de homofobia. Profª. Gloria Rabay |[ ...] - Uma das professoras, ela veio contar que tinha uma criança com jeitos mais afeminados, mais afetados do que o comum e que ela se preocupava muito com aquela criança e tinha feito de tudo com aquela criança: botado de castigo, já tinha dito que aquilo não era coisa de homem, que ele se comportasse como homem, que ele não podia agir daquela forma. Não dando jeito, essa professora recorreu a coordenadora, não dando jeito recorreu a diretora, continuou sem dar jeito porque o menino continuava afeminado, então ela chamou os pais da criança, obviamente que os pais da criança também não deram jeito. E a professora, no final das contas, disse que diante daquele problema tão grave, que a criança não tinha jeito de se comportar como homem, ela teve que chamar o Conselho Tutelar. Então eu fico pensando: o quê que o Conselho Tutelar pode fazer numa situação dessas. Ou seja, são casos que mostram o total despreparo da escola e do professor em lidar com as questões da sexualidade. Camila Noelly Santos Falcão (Aluna do ensino médio) - Os profissionais têm que ser capacitados a tratar a diversidade como uma coisa normal. Nós vivemos num mundo globalizado em que tudo é diferente, então os alunos pra entrar nesse mundo, entrar nesse mercado de trabalho e saber respeitar todas as diferenças que eles vão achar fora do mundo estudantil. Profª. Norma Lima | - A criança ou o adolescente homossexual tem que ser acolhido pela escola e tem que ser aceito como ele é. É uma questão de respeito à individualidade dele. Isso tem que ser trabalhado em sala de aula e não só com os alunos, mas, também, com o professor. Porque o preconceito com relação ao homossexual, tanto masculino quanto feminino, ele também estar muito arraigado no professor. Então, às vezes, atitude do professor pode gerar um preconceito muito maior. Em lugar de fazer a mediação pra que não ocorra esse tipo de atitude, um gesto do professor pode fortalecer um comportamento preconceituoso de um aluno com relação a esses alunos. Então é uma questão muito séria que precisa ser

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Profº. José Neto | - Eu não assumo que eu sou um machista, não assumo que eu tenho preconceito étnico-racial, eu não assumo que eu tenho preconceito em razão da origem, ou do local, ou da idade. Mas no que se fala da homofobia, a questão é diferente. Eu tenho que assumir que eu sou homofóbico. Porque se eu não assumo que eu sou homofóbico, minimamente as pessoas vão pensar que eu sou homossexual.

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trabalhada enquanto uma prática pedagógica que vá, realmente, propiciar exercícios de convivência com as diferenças, com o respeito ao outro. MANCHETE - “Na minha classe certo professor se referia as lésbicas como sapatonas, machos e etc. Um dia cheguei pra ele em particular e disse que aquilo me ofendia. Nunca mais ele falou.” NIKE

Profª. Francisca Vânia – (Gestora do Lyceu Paraibano) [...] É crucial essa questão da homofobia porque aceitar o diferente não é fácil. [...] porque essa cultura de não aceitar lésbicas, homossexuais é uma tradição machista que a cultura brasileira reproduz. [ cobertura com imagens de rapazes estudando] Então os nossos alunos são produtos dessa sociedade machista, mas no Lyceu esse grau de violência contra lésbicas, homossexual, por incrível que pareça, é mínimo. Nós temos vários alunos homossexuais, lésbicas não, elas se escondem. Às vezes a gente tem algum problema com meninas nos banheiros, [ cobertura do depoimento com imagens de banheiro] quando descobrem é porque alguém... o inspetor, um funcionário viu e a gente descobre esse caso. As meninas são muito mais camufladas, digamos assim. Elas não demonstram nunca essa sua preferência sexual por medo, por esse tabu. Já os meninos não, eles se soltam mais e chegam já com a sua maneira própria de ser. Mas, assim, o alunado, eu não vejo, assim, tanta resistência no Lyceu nesse aspecto. Até acho que os funcionários pela idade, até certos professores talvez o preconceito seja bem maior do que os próprios colegas. Não sei se pela vivência em sala de aula, que o menino faz o primeiro ano, o segundo ano e o terceiro e cria esse laço de amizade. Violência nesse aspecto de criar atrito, de proibir menino de usar banheiro, de ter de mudar de classe porque a preferência sexual dele é a mesma, porque ele é homossexual, a gente nunca teve. ... E a gente conversa no sentido de preservar a escola, não é no sentido de preconceito. Essa escola é local sagrado, você tem todas as suas opções, você é livre, mas se você quer namorar, aqui não é lugar de você namorar. Você tem toda liberdade de namorar fora do Lyceu. O Lyceu está aqui pra apoiar você nas suas necessidades educativas, de cidadania, de formação. A gente sempre leva pra esse lado da orientação. [...] A gente nunca tenta resolver um problema dessa natureza sozinho. Por quê? Porque vai compartilhando as experiências, vai conversando. Quer trazer aquele jovem pra perto de você e não criar uma distância. Jamais excluí-lo, ao contrário.

VIOLÊNCIA NA ESCOLA

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Gilberta Santos Soares | - No caso a menina tava sendo xingada de sapatona, de mulher macho, então, são xingamentos que provocam humilhação. Então é interessante o fato de que essa menina, especialmente, ela teve coragem de procurar o professor e dizer que aquele xingamento a ofendia e o professor também teve a sensibilidade de não continuar repetindo [... ]Mas me parece que essa não é regra, me parece que na maioria das vezes, as meninas, as jovens, elas não falam que aquilo ofende porque na medida que fala, ela se denuncia que ela tem alguma coisa a ver com aquilo, que ela gosta de meninas. Então a tendência é ficar calada, não se revelar. Isso faz parte do código da invisibilidade lésbica que uma coisa muito presente e tem a ver com a socialização das mulheres esse fato de se manter no lugar da submissão, de não falar, de não denunciar.

Profª. Glória Rabay | MANCHETE “Inaceitável. Homofobia também é bullying.” Portal Teen 180. - A manchete diz “inaceitável”, é inaceitável que pessoas possam ser, possam sofrer, sofrer violência porque escolheram viver uma vida diferente, porque escolheram, porque tem uma orientação sexual diferente e porque não querem ser igual aos outros. É inaceitável que, nos dias de hoje,

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homossexuais, mulheres, negros, enfim, qualquer diferente especialmente no ambiente que deveria ser de aprendizado.

sofra

agressão,

Profª. Virginia de Oliveira | - Em português permanece com essa expressão inglesa, o bullying, embora nas outras línguas neolatinas tenha a tradução para intimidação. Em francês, em espanhol, em italiano o bullying é considerado uma intimidação. No Brasil não pegou a palavra intimidação e permaneceu a expressão em inglês, bullying, o que dificulta, muitas vezes, professores, alunos, a sociedade em geral, compreender do que se trata o bullying. [...] [ Cobertura de Imagem com Manchete: “Senado aprova projeto de combate ao bullying na escola” Paraíba.com ] Recentemente, [...] saiu uma pesquisa dizendo que a Paraíba era, dos estados do nordeste, o que mais sofria com o processo de bullying ou de intimidação, o que é um dado muito relevante, nós temos nove estados no nordeste e a Paraíba é o estado que mais tem registro nesse tipo de intimidação acontecendo, sobretudo, nos espaços escolares. Profº. Fernando Andrade | - O cyberbullying é uma situação específica de bullying que tá sendo estudada mais recentemente. É um bullying que se caracteriza pelo recurso às tecnologias e a sua repetição não se dá ao longo de uma relação presencial a médio e longo prazo, mas sim pela possibilidade do repetido acesso de diferentes pessoas a mesma cena de humilhação seja física ou verbal, de humilhação, de agressão física ou verbal. O que caracteriza o cyberbullying, então, são dois aspectos: a forma de acesso a cena, que é sempre através de algum recurso tecnológico, a internet, o celular... Profª. Norma Meireles (UFPB)| - Se antes esse bullying ficava restrito ao ambiente escolar, ele se amplia, se amplifica na internet. Se coloca o bullying psicológico, então, essa, digamos, pressão sobre uma pessoa, prá todo mundo. Quer dizer, se espalha de uma maneira fenomenal pela internet, não mais só no grupo escolar. Isso ultrapassa fronteiras, então é uma coisa séria que deve ser tratada por educadores, educadoras, pais, mães, pela família, pela sociedade, pra que, realmente, a gente combata esse tipo de atitude. Intervenção Cênica de Naiara Misa | – Conversa por celular - Alô, Juliana. Oi mulher, tudo bom? Você recebeu o meu email? Pois é mulher, acredita quem eu vi saindo do banheiro, ontem ? A Fernanda. Ela saiu toda descabelada, toda amarrotada. E quando eu entrei no banheiro, quem estava lá dentro, a Roberta, mulher! É! Mulher, aquela sapatão. É , aquela sapatão, lá do colégio. E eu aposto que elas duas estavam lá se agarrando, num amasso só. Eu aposto. Hã! Se eu vi elas se agarrando? Eu não as vi se agarrando, não, mulher. Não, eu não as vi se agarrando, não. Mas elas saíram toda... a Roberta, aquela menina lésbica, quando ela me viu ficou toda desconfiada. Foi...ficou toda desconfiada e foi logo prá pia lavar as mãos. Mulher, eu não tenho certeza, não mulher se elas estavam se agarrando. Mas ela ficou muito desconfiada. Ochê! Você está defendendo elas? O que é que você tem a ver com isso, mulher?.

Escola sem PREconceitos – Direção: Pedro Nunes Projeto Aprender em PAZ – Gloria Rabay

Profº. Fernando Andrade | - O bullying é uma situação de violência entre pares, repetida, sistemática ao longo de algum tempo. O bullying não pode ser confundido com uma situação isolada de agressão física ou verbal, ele, pra se caracterizar, precisa de um certo tempo. É um processo de média e longa duração, ele não se caracteriza por uma agressão uma ou duas vezes, mas ela precisa acontecer por meses, anos às vezes, na escola. Essa é a situação de bullying e ela acontece sempre entre pares.

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Eu mandei um email prá todo mundo. Disse prá toda escola. Como? É! Você também deve manda para sua caixa de email inteira. Eu não quero nem saber. Mulher... aquela lésbica... Ui ... não gosto nem falar... quando eu vi elas...ui Vou falar prá toda escola ... e você mande pro Facebook, pro Orkut ... diga prá todo mundo. AH!! Mas não diga que foi eu, não viu. Não Diga que fui eu. É em of. Ela não é a queridinha, a preferida... a mais popular da escola. Pois pronto, ela que descubra, tá bom!. Tá certo. Tchau, tchau, abraços, tem alguém me ligando. Beijos!

Profº. Everaldo Vasconcelos - Tem um videogame que os meninos brincam chamado GTA em que você ganha pontos se você fizer coisas ruins, então se você matar uma velhinha, quatrocentos pontos, se você matar, por exemplo, uma criança pequena vale mil pontos. E por ai vai. Quer dizer, esses videogames todos, essa cultura de violência que nós temos naturalmente espalhada, as pessoas acham tudo muito normal. Aí depois querem controlar o bullying na escola. Ora, é algo muito mais grave, é uma doença na alma humana muito mais grave, é uma espécie de hipocrisia geral. Então, só há uma forma de você trabalhar o bullying. Primeiro começar a se voltar a escola para ela mesma no sentido de recuperar-se enquanto manancial de cultura humana. David de Sousa Lima ( Estudante de ensino médio) | - Uma vez pegaram o celular de uma menina, aqui, aí pegaram as fotos dela, tal, e botaram aí no site. Escrevendo coisas que ela não fazia, ou que ela fazia, ou deixava de fazer, não interessa a ninguém. Saíram falando da vida dela e já fizeram site, aqui, falando da vida de todo mundo. Profº. José Neto | - Nós tivemos um caso aqui em João Pessoa, onde terminou por uma ameaça divulgada na rede mundial de computadores, em uma grande escola, em uma das maiores escolas, mais conceituadas escolas do nosso município. E descobriu-se que aquela ameaça vinculada na rede mundial de computadores se deveu a uma adolescente que era vítima do bullying na escola, e que a escola nunca fez nada pra combater. A lei não muda sociedade. E as pessoas precisam entender que a sociedade não vai ser mudada por vez. A sociedade vai ser mudada por práticas. Essas práticas que precisam ser aprendidas e trabalhadas desde a mais tenra idade. Daí a grande importância de a gente começar a trabalhar o respeito aos direitos humanos, o respeito à diversidade desde a rede básica de ensino.

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Profª. Norma Meireles | - Pessoalmente eu vivenciei uma situação de cyberbullying no ano passado, envolvendo uma das minhas filhas. [...] Uma delas passou por uma situação, no ano passado, de cyberbullying, inclusive, uma outra colega foi que avisou a ela e eu fui, junto com ela também, observar a situação na internet. Então, foi uma situação que aconteceu numa rede social, no Twitter, em que uma garota tinha quatro perfis e num desses perfis, num perfil falso, ela começou a falar mal da minha filha e de uma outra colega. Então ela começou e falava horrores dentro do espaço da internet. Então eu vi isso tudo, documentei e levei até a escola, mostrei prá escola, estive lá conversando, e a escola, embora inicialmente, tenha dito que não tinha muito “a responsabilidade não tava na escola porque era uma situação que acontecia fora da escola”, a escola também refletiu e disse que sim, a escola também tinha alguma coisa a ver com aquilo porque a relação entre as duas se dava no ambiente escolar, eram pessoas que se conheciam ali. Então, a própria escola provou com uma discussão em sala de aula, sem citar nomes dentro da sala, e isso gerou uma reação da pessoa que praticou o bullying e a família foi até a nossa casa se desculpar, pedir desculpas, se retratar.

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Ficção – Cenas de agressão a aluno de escola sendo gravadas por celular Naiara Maria Pereira Fagundes ( estudante do ensino médio) | [..] Já entrando nessa questão da violência na escola é algo ainda mais comum porque eu já presenciei uma cena aqui ano passado de uma menina que começou a gritar aqui no meio da escola chamando a outra de Maria Sapatão. Gritou, gritou, gritou, a menina se controlou até o ponto que ela não aguentou e partiu pra cima. As pessoas que estavam na hora, como eu estava, se tivessem deixado ela tinha matado a que primeiro teria xingado porque ela enforcou a menina a ponto de foi preciso um homem tirar ela de cima. José Roberto Evangelista (estudante do ensino médio) | Acredito, de modo geral, se a escola falasse mais sobre isso, os alunos tivessem mais respeito por si poderia dar mais respeito aos colegas, porque nós não podemos dar o que nos não temos. A violência vem porque nós não queremos conviver com as pessoas que são diferentes de nós. Se respeitássemos mais elas e elas respeitassem mais nós, com certeza melhoraria, a violência diminuiria e a educação crescia mais e mais e isso é para o nosso bem. Se nós conseguíssemos e conseguir respeitar as pessoas que são diferentes de nós, acredito que será muito melhor para cada um de nós.

MANCHETE “Trinta por cento de professores do estado da Paraíba já sofreram agressão”. Correio da Paraíba Profª. Francisca Vânia – Gestora do Lyceu Paraibano [...] É um fato consumado, uma pesquisa séria revelada na Correio, da qual eu tenho conhecimento, e geralmente esse tipo de violência, porque a violência não é só a violência física, tem a violência moral por enes motivos, de roubar coleguinhas em sala... Acontece no Lyceu Paraibano, também, de se alguma turma sai pra educação física e deixa celular, já desapareceu celulares, dinheiro, passe estudantil, o passe de recarga e assim por diante. É assombroso, mas não posso negar que esse fato também ocorre na escola, esse tipo de violência. Porque quando se fala de violência, geralmente o povo toma violência como agressão física, quando, no entanto, tem outros tipos de violência mais agressivos ainda: a moral, a desrespeitosa, a que não respeita a questão de gênero, a diversidade e assim por diante. Camila Noelly Santos Falcão | - Os alunos estão cada vez mais influenciados por toda essa conjuntura da sociedade e acabam ficando muito violentos e destacando essa violência pra todos ao redor, os seus colegas e seus professores. E é preocupante porque nós vemos esse tipo de agressão entre alunos de sete anos de idade e até adultos. MANCHETE “Preso suspeito de agressão em escola.” O aluno suspeito de quebrar os dois braços da coordenadora pedagógica de uma escola técnica de Enfermagem, em Porto Alegre, se apresentou a polícia. Globo.com Profª. Virgínia de Oliveira | - Já tive a experiência de trabalhar numa escola privada, de ensino fundamental, em que um aluno quebrou o braço de uma professora de matemática. Ele trincou, imprensou o braço dela na porta e chutou a porta deliberadamente com a intenção de machucá-la. O braço dela foi quebrado em dois lugares e ela, pra não perder o emprego, disse a coordenação da escola, a direção da escola que o aluno agiu sem querer e que ele não tinha noção da força que ele tinha. Quem estava no corredor viu tudo. Viu como ele processou, viu que ele tinha a intenção, que ele tinha a vontade de machucá-la, e ela disse isso para evita perder a vaga no colégio. Então, a violência da escola ela ultrapassa meramente como as pessoas costumam acreditar que é só na escola pública, não, ela está disseminada, é

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Agressão a Professores da Paraíba

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uma sociopatia, ultrapassa a questão de classe econômica dos alunos, origens dos alunos. Essa escola é uma escola privada, como já falei, é da zona sul do Rio de Janeiro, e nada teria a ver com um processo redutor explicativo de classe econômica. Gabriel de Ferreira Lopes Lira ( Estudante do ensino médio) - O fato que a sociedade em que vivemos hoje é uma sociedade violenta, então quer dizer que os alunos acabam absorvendo isso. No dia-a-dia é normal a gente ver programas de polícia passando mortes, assassinatos. Então o aluno absorve isso e na maioria das vezes ele descarrega no professor, quer dizer, há uma falta de tolerância entre aluno e professor, um diálogo maior entre as famílias, entre a escola. Isso acaba ocorrendo, essa violência gratuita que tem nas escolas, não só nas escolas, mas na rua também.

Profº. Everaldo Vascocelos | - Eu acho que tá no momento de se repensar a questão da escola, a questão de como se encara a diversidade dentro da escola. E quando eu estou falando de diversidade eu não to falando apenas das coisas mais flagrantes, mas como um todo. Por que é que uma pessoa não tem o direito de se vestir diferente? Ou de pensar diferente? Ou de fazer um cabelo diferente? Ou pintar o cabelo de cor diferente? Ou as unhas de cor diferente? Ou calçar um tênis de forma diferente? Ou ter o seu jeito de ser de forma diferente? Nós temos uma escola que reproduz valores extremamente hipócritas. MANCHETE “Professor tem ataque de nervos e espanca aluno no colégio” YOUPODE.COM Gilberta Santos Soares | - A gente percebe esses abusos que têm acontecidos na escola, de agressões, e é totalmente condenável, totalmente absurdo [...] Esse professor não deve ter mínima condição de ser um educador porque ser professor não é só transmitir conhecimento, mas é ser formador, formador de opinião, formador de personalidade. E é num momento muito importante em que os professores, na verdade, são referências. Profº. Pedro Mismel Melo ( Instituto de Educação da Paraíba) | Em geral essa é uma realidade preocupante hoje em dia, a violência na escola. Isso tem que ver com muitos fatores, com muitas razões. Uma delas é, digamos aquilo que de modo habitual a televisão passa. Filmes violentos e que o jovem absorve e, muitas vezes, absorve de forma acrítica sem fazer uma reflexão. O jovem vai absorvendo toda essa violência toda essa cultura, esse caldo de violência. Como que a escola pode ter um papel para reduzir essa violência mesmo dentro dela escola, violência entre os jovens, promovendo os valores da dignidade humana, do respeito pela outra pessoa, tomando consciência que a minha liberdade acaba onde começa a liberdade da outra pessoa e tomando consciência de que, os outros, as outras pessoas são tão seres humanos quanto eu, e que eu não tenho o direito de usar de violência seja violência psicológica ou física para com outra pessoa isso é inumano. Eu só me realizo de forma humana, eu só tenho autenticidade na minha vida, na minha existência respeitando o outro, respeitando as outras pessoas, ouvindo o outro, aceitando, respeitando as ideias do outro, aquilo que são os pensamentos do outro e o outro também para comigo. Só assim é possível a paz, uma cultura de paz, quer na escola, quer fora da escola, na própria sociedade em geral.

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MANCHETE “Adolescente é agredido na escola e morre por causa do corte do cabelo.” Núcleo de Notícias

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Profº. Fernando Andrade | - E a primeira observação a ser feita é que casos como esses, se são chocantes, não são frequentes, são mais raros. Essas situações extremadas, essas situações limite, elas são bem mais frequentes. E elas são, segundo o resultado, muito geralmente, um processo longo que muitas vezes não é enxergado, é invisível. Quando um aluno chega a esfaquear um professor é preciso pensar no quanto esse aluno, previamente, apresentou comportamentos considerados antissociais, inadequados, e não foi reconhecido, não teve essa conduta reconhecida, observada, enfim, não recebeu atenção dos adultos dessa escola. Segunda coisa. É em cima, também, desse ponto sobre o cuidado com as relações que é preciso, também, dirigir pra esse ponto o olhar. Em que sentido? Uma situação trágica como essa e profundamente indesejável é um resultado de um processo longo que pode ser evitado se as pessoas têm, por exemplo, a possibilidade de falar das suas insatisfações ou do que as gratifica no processo de ensino aprendizagem. É importante que os professores e as professoras criem hábitos e ocasiões pra que os alunos possam falar pra que eles possam dizer o que pensam da situação de ensino aprendizagem, pra que os professores também possam falar de como se sentem, de como percebem na relação com os alunos e até que eles também tenham fóruns pra que eles possam discutir entre si. Professores discutem entre si, alunos discutem entre si, professores e alunos discutem em comum pra que, em última instância, a palavra se sobreponha ao gesto agressivo. Que a palavra substitua a ação violenta. Então, em resumo, uma situação dessas, é minoritária, não deve alimentar qualquer tipo de fantasia fóbica a respeito de uma situação sem controle. Sempre é possível fazer algo na escola, sempre é possível alterar o curso indesejável da situação; e segundo, esse curso indesejável é alterado graças a intervenção de professores e professoras, do corpo técnico, da direção, que criam ocasiões pra que eles e elas, juntamente com o alunado, possam conversar sobre os seus conflitos, sobre as situações que aparecem na escola vindas do exterior, mas também produzidas no interior da instituição.

ESCOLA DIFERENCIAL Fernanda Benvenuty | [...] - Eu vejo e espero que um dia a gente consiga ter uma escola que respeite os homossexuais como seres, como cidadãos e cidadãs, como pessoas entre aspas, as que se consideram normais, os heterossexuais, como seres humanos, como seres produtivos, como seres pensantes, como pessoas que tem capacidade de sair da sala de aula e poder mudar o mundo em sua volta. Profº. Fernando Andrade | - A minha concepção de escola ideal é a escola que recebe todos a partir de suas diferenças, permite que todos contribuam pra convivência, que todos enriqueçam, com suas individualidades e suas relações, o diaa-dia, o processo de aprender e o processo de ensinar. Profª. Glória Rabay | - A escola, ela tem que pensar formas de ampliar o debate. A gente não pode mais se convencer, se contentar com aquela escola que não discute isso. Porque, embora ela diga que não discute a homossexualidade, a sexualidade, as questões de gênero, o racismo, na prática essa omissão é uma forma de discutir porque isso está no cotidiano de alunos, de professores, de toda a comunidade escolar. Então, não discutir é uma opção política. É preciso que a escola esqueça essa opção e faça uma outra, uma opção que amplie o debate, que traga novas questões, que escute os alunos, que escute a comunidade, enfim, que possa trazer temas polêmicos – polêmicos porque ocultos na vida das pessoas -, temas que fazem com que as pessoas sofram porque não são discutidos, não são debatidos, porque

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| MANCHETE | “Jovem mata professor com facadas em Belo Horizonte”. Jornal O Globo. Local do assassinato: Instituto Metodista Isabela Hendrix, Belo Horizonte. Nome do professor: Cássio Vinícius. 39 anos. O Estado de São Paulo

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não há compreensão, porque não há entendimento, porque é tratado como um tabu, como um pecado, como uma coisa suja. É preciso, então, que a escola amplie a sua visão, inclua esses temas pra que ela seja, de fato, um espaço de construção da cidadania, um espaço de democracia, um espaço de construção de um mundo melhor.

Profº. José Neto | - Escola ideal seria primeiro, aquela que os muros que contornam os terrenos da escola existissem apenas pra delimitar qual é a área geográfica de inserção da escola, mas que não passasse disso. A escola é onde os muros e os portões estivessem abertos à comunidade. A escola que sai de dentro do ambiente geográfico dela, daquele terreno, daquele solo e vai interagir com a comunidade e vai ouvir a comunidade, ouvir os anseios da comunidade e vai trabalhar com a comunidade na qual ela está inserida [...] as pessoas que trabalham nas escolas precisam ser trabalhadas e se trabalhar, também na perspectiva do respeito do outro, na perspectiva do respeito aos direitos humanos, a integridade da pessoa humana, a dignidade humana. Eu não sou digno mais, digno menos digno porque a minha pele é negra ou a minha pele é branca, porque eu sou homossexual ou porque eu sou heterossexual, ou porque eu tenho um grande ou um pequeno poder econômico. Eu sou digno porque eu sou um ser humano. Profº. Pedro Nunes (UFPB) | - A escola tem um papel tão importante na formação dos sujeitos sociais que eu considero a escola enquanto um templo do conhecimento porque parte significativa da nossa vida nós passamos na escola. Então eu até ouvi também uma diretora se referir a escola enquanto um templo sagrado eu compreendo também a escola nessa perspectiva seja qual for o seu estado, com um laboratório superequipado, com bons professores ou mesmo aquela escola do interior, em dificuldades, mas que ela vai ter assim, digamos assim, uma interferência no processo de formação dos sujeitos sociais. Então nós devemos caminhar pra uma escola que trabalhe com a bandeira da igualdade, com a bandeira do companheirismo, com a bandeira da solidariedade, com a bandeira da emancipação dos sujeitos sociais, que é essa escola crítica, essa escola que movimente a reflexão, essa escola que também caminhe no sentido da libertação dos nossos preconceitos porque você lidar com preconceitos é extremamente difícil e muito complexo. Sthefanie Caroline B. de Brito - O recado que eu queria deixar é que os professores buscassem... Todos dessem as mãos, todos os profissionais da escola, tanto os inspetores, como os diretores, orientadores. Os professores, principalmente, que são aqueles que estão na sala de aula. Eu gostaria que todos eles se unissem e buscassem um conhecimento em relação a esse tipo de preconceito a entender o lado desses alunos que são essas vítimas. Eu gostaria que eles orientassem esses outros alunos também, os que acusam, os que julgam. Eu gostaria que os professores, a escola em geral dessem as mãos e se unissem pra combater todos esses tipos de preconceitos contra Emos, Lésbicas, Gays,

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Gilberta Santos Soares | - Precisa ser uma escola que acolha, uma escola que entenda, que respeite a autonomia dos alunos, do corpo discente e docente também. Precisa ser uma escola que respeite essa diversidade, que entenda de uma vez por todas que as pessoas não são todas iguais, as pessoas, pelo contrário, são diferentes. Elas têm raça, etnia, idades, e orientação sexual e gênero diferente, capacidades diferentes e que isso precisa ser respeitado e entendido dentro do processo pedagógico. Uma escola que entenda isso é uma escola que precisa ter uma compreensão do processo pedagógico participativo, onde haja um processo de interação entre aluno e professor; onde haja participação do corpo discente que está ali para aprender, para crescer, para formar, mas de forma ativa, de forma dinâmica.

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Roqueiros, enfim eu gostaria muito que eles dessem as mãos, se unissem, buscassem conhecimento mais aprofundado sobre isso.

Profº. Everaldo Vasconcelos | - Eu já comentei que esse vídeo vai ser censurado em muitas escolas e vai ser uma raridade você ter esse vídeo sendo exibido, inclusive, para todos os professores. Em algumas escolas eu acho que até o diretor vai assistir trancado na diretoria prá eles poderem ver que partes do vídeo podem ser exibidas ou não. Até porque esse vídeo pelo seu caráter libertário vai mexer com essas discussões. Então, pra você que está assistindo o vídeo agora, se vocês estão assistindo o vídeo na sua escola com todo mundo junto, então, palmas pra vocês. Vocês são aqueles que podem mudar a realidade da discussão dentro da escola, da busca de uma nova educação. Uma educação que esteja antenada com esse mundo que estamos vivendo, que aponte para esse novo humanismo. Porque nós somos uma comunidade global, então há necessidade de entender a humanidade nessa perspectiva global. Então parabéns prá você que consegue ver o seu vídeo nessa escola, sabendo que esse vídeo foi censurado em outras, com certeza. Clipe com imagens dos bastidores de realização do vídeo. SOM - Escola sem Preconceitos – Remix Angelis Sanctus | feat Elvis Expressando “Ninguém é IGUAL a ninguém. Todo ser humano é um estranho ÍMPAR.” Carlos Drumond de Andrade CRÉDITOS FINAIS ||| Escola sem PREconceitos |||

Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Ação sobre Mulher e Relações de Sexo e Gênero – NIPAM Núcleo de Estudos em Mídias Audiovisuais, Processos Digitais e Sexualidades Projeto Aprender em Paz | Educação para a Prevenção a Violências na Escola UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA Ministério da Educação Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão Projeto Educação para Promoção do Reconhecimento da Diversidade Sexual e Enfrentamento ao Sexismo e a Homofobia

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Profª. Francisca Vânia | - A escola ideal, a escola cidadã, que trabalha todo o contexto social, seu entorno e as necessidades, uma escola completa que prepare para a vida é uma escola que antes de tudo tenha a figura do professor preparada. Uma figura que seja vista com dignidade. Esse professor tem que ter políticas públicas direcionadas para a formação do professor porque não pode existir uma escola de qualidade onde não tem uma formação continuada. O professor precisa de apoio. A escola prá trabalhar a questão da violência, da diversidade, da questão de gênero. O professor tem direito a políticas públicas diferenciadas que o valorizem, porque a questão da violência vai passar pela vida do professor, também, pelas necessidades que ele passa. [...] ( Imagens de cobertura com o cotidiano da escola) Enquanto a escola pública não tiver uma política diferenciada tanto para o trabalho de capacitação, de formação, de salário, de tecnologias, na escola ela não vai mudar. É engodo, é mentira. Ela vai continuar essa escola tradicional que cansa o aluno e que não avança.

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Direção do Vídeo | Pedro Nunes Coordenação do Projeto Aprender em PAZ | Gloria Rabay Produção Executiva | Elton Bruno Pinheiro Direção de Fotografia e Edição | Aderaldo Gomes Júnior Animação e Design Gráfico | Diego Gomes Brandão Assistentes Técnicos | Marcelo Quixaba Gonçalves | Ítalo Sostenes C. Hipolito Argumento e Roteiro Aberto | Pedro Nunes Transcrição: Eloá Alves de Amorim

Trilha Sonora Dj Angelis Sanctus – Aka Claudio Manoel DUARTE Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Escola sem PREconceitos | Repper: Elvis Expressando ( Elvis Baptista Costa) Beat Box: Mr. Low (Ítalo Lucas E. dos Santos) Making of: Marcelo Quixaba Gonçalves Ensaios Fotográficos: Pedro Nunes | Lápis Cera | Lápis de Cor | Mãos | Acessibilidade e Palhaços na Escola | Ensaio Palhaços na Escola PDA Estrela da Manhã – Visão Mundial Vivianne Sousa, Ana Raquel Nunes Diniz, Vinnícius Sousa, Alcimar Costa Campos, Maria Ivana Maia de Almeida, Jonathas Nunes Pereira, Danielle Nunes Vieira de Melo, Eliane Nunes, Rude Rosse Martins, Amanda Costa Campos, Raisla Naiany Da Silva, Kaio Felipe Rodrigues Albuquerque Alves, Françuênia da Silva Sousa, Jussara Gomes Galvão, Sivirina Cosmo da Silva Neta, Tarcisio Horácio Barreto Junior, Fernanda Borges Coelho, Francisco Moisés Silvestre Linhares, Cícero Silvestre da Silva, Alexsandro Mendes Silvestre); Ensaio Mãos (Ubirajara Ferreira da Silva, Allef Felipe de Sousa Gomes, Lucas Coelho Domingos da Cunha, Larissa Hellen Coelho de Souza, Ana Maria Coelho de Souza, Agda Aquino); Ensaio Acessibilidade (Solange de Oliveira Freitas e Paulo Roberto Cunha Fernandes) Entrevistados Universidade Federal da Paraíba Everaldo Vasconcelos | Norma Maria de Lima Glória de Lourdes Freire Rabay | José Baptista de Mello Neto Norma Maria Meireles Mafaldo | Virgínia de Oliveira Silva Fernando Cézar Bezerra de Andrade | Pedro Nunes | Ana Paula Romão de Souza Ferreira Associação das Travestis da Paraíba Fernanda Benvenutty Movimento do Espírito Lilás - PB Alcemir Freire Grupo de Mulheres Maria Quitéria - PB Adneuse Targino Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana – PB Gilberta Santos Soares

Escola sem PREconceitos – Direção: Pedro Nunes Projeto Aprender em PAZ – Gloria Rabay

Estagiários Anna Lucena de Oliveira Mello | Luciano Anselmo Gonçalves | Gracielle Bezerra de Araújo | Daniel do Nascimento Rosas | Marília de Mesquita Ferreira Intervenção Cênica Naiara Misa da Silva Cavalcanti | Ítalo Sostenes C. Hipolito | Rodrigo Sobreira de Meneses | Luciano Anselmo Gonçalves | Daniel do Nascimento Rosas

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Agradecimentos Equipe do Colégio Lyceu Paraibano Francisca Vânia Rocha Nóbrega | Gestora Manoel Geraldo da Costa | Gestor Adjunto Geraldo Jorge de Lima | Professor Instituto de Educação da Paraíba Francisca Vanilda | Gestora Maria José de Souza Martins | Professora Equipe do PDA Estrela da Manhã | Visão Mundial Elvis Baptista Costa | Repper Elvis Expressando Ítalo Lucas E. dos Santos | Beat Box - Mr. Low Claudio Manoel Duarte | DJ Angelis Sanctus | UFRB | Maria Eulina Pessoa de Carvalho | UFPB | Victor Bijos Braga | UFPB |

PARCERIAS | APOIOS

Paraíba | Brasil | 2012

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Colégio Lyceu Paraibano Francisca Vânia Rocha Nóbrega Instituto de Educação da Paraíba Pedro Mismel Melo de Almeida ||| Estudantes do Ensino Médio ||| Paulo Roberto Cunha Fernandes | Sthefanie Catarine B. de Brito | Gabriel de Ferreira Lopes Lira | Joyce Hitala de Sousa | Naiara Maria Pereira Fagundes de Lima | Lucas Carvalho Gonçalves Silva | Camilla Noelly Santos Falcão | José Roberto Evangelista | David de Sousa Lima Solange de Oliveira Freitas ( Mãe do aluno Paulo Roberto Cunha Fernandes)

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