Escrituras Sangradas ~ Ave de Arribaçã ou a propósito de Viena e outros Ondes

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ESCRITURAS SANGRADAS Livro #2

Ave de Arribaçã ou a propósito de Viena e outros Ondes

Civone Medeiros

Civone Medeiros [c.m] 2009 Esta obra está sob Licença CREATIVE COMMONS 2.5 Brasil (www.creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br) Você pode: copiar, distribuir, exibir e executar a obra; criar obras derivadas. Sob as seguintes condições: Atribuição – Você deve dar crédito ao autor original, da forma especificada pelo autor ou licenciante. Uso Não-Comercial – Você não pode utilizar esta obra com finalidades comerciais. Compartilhamento pela mesma Licença – Se você alterar, transformar, ou criar outra obra com base nesta, você somente poderá distribuir a obra resultante sob uma licença idêntica a esta. Para cada novo uso ou distribuição, você deve deixar claro para outros os termos da licença desta obra. Qualquer uma destas condições podem ser renunciadas e/ou negociadas, desde que Você obtenha permissão da autora. Fale com Ela [email protected] Allan Talma Capa Goulven Jagot Ilustração Camila Loureiro Revisão

Realização Colaborativa

Instituto Cultural e Audiovisual Potiguar FICHA CATALOGRÁFICA Medeiros, Civone, 2009 Escrituras Sangradas – Livro #2 – Ave de Arribaçã ou a Propósito de Viena e outros Ondes / Civone Medeiros. – 1ª Ed. – Natal/RN: Coleção POETIGUARES, 2009/10 132 p. 1.

Poesia. 2. Literatura Brasileira. 3. Poesia Potiguar. www.naredecomcivone.blogspot.com

Dedico... À meu Pai, por sê-lo! À Bianca Medeiros, minha filha, por me retribuir a vida. À Nalva Melo, Ceiça Lima, Ana Guimarães, Goulven Jagot, Allan Talma, Ana Lúcia Fernandes, Edilson Pessoa, Camila Loureiro, Eduardo Alexandre, Rosane Félix, Lenilton Lima, Glória Góis, Paulo Lima, Sânzia Pinheiro, Marcelo Veni, Lola Raves, Paulo Augusto, Michele Ferret, Luiz Gadelha e Múcia Teixeira pela crença, apoio e amor incondicional a mim; a recíproca é macro-verdadeira – lembrando que a amizade é o amor que nunca morre. À Natal, que tanto amo e quiçá um dia aprenda, apreenda-me e se permita me amar.

Homenagem à... Otávio Augusto Barbosa (in memoriam) por tudo que foi, que é, e sempre será em nossas vidas, para além da inspiração. Gratidão e vida eterna à tua presença criativa e amorosa entre nós.

Intróito Uma escrita Civônica O aspecto dessacralizador inscrito no texto de Civone é confessional e, nisso, coloca-se ao lado do que muito se produziu, nas décadas de 70 e 80, no descolado âmbito da poesia marginal. Para ela, essa "poesia incontida" só pode escoar como um desabafo: "Sou uma velha de mais de trinta e tantos anos/E uma criança de milhões de eras". É a anti-revelação porque não ambiciona subir aos céus do cânone potiguar ou de qualquer outro céu das letras universais. É uma sangria da escritura que se dá em jatos, aluviões, jet-pororocas. "Tecer com as veias", eis o lema da escritura que não é canônica, que não se pretende sagrada, uma vez que está misturada a todas as potencialidade que a linguagem pode oferecer. O texto escrito, sangrado na página, dialoga com a performance, com o corpo solto no texto das ruas, do cotidiano, do beco, do mundo. O caminho buscado pela Escritura Sangrada é o do desvio, pois não imita o estilo limpo, preciso, o padrão estético consagrado. Trata-se de uma escritura suja, parida do caos, explodida do eu incontido. Essa é a linguagem de Civone Medeiros. A expressão de uma amazona traduzida, de uma fêmea híbrida. João Batista de Morais Neto

À guisa de um roteiro salteado: Dedico... > Homenagem à... > Intróito > Proêmio > INTRO » ARBÍTRIO > PEARL > A D E N T R O > Destino içou velas > Ofertório > Zugvogel oder Apropos... > Ave de Arribaçã ou a Propósito... > ad.vertência: > Tão à Toa > ESPREITA > Remoto controle remoto > Geração Dinamite > Carta à minha Amada > DE VIDA > Canto > Caliente > InfoMAR > Para tanto... Para > Mix > Cantilena ao Sereno > alívio: > 17.01.2002 (LUTO) > Ave! > Construção (des-troços) > CONFISSÃO > A’VENTURA > Cantiga Breviária > Carta ao amado > Arte da Esquina do Brasil > UMA’EU > extrogênia > que Mera > Volatile > Arremedo de Mundo > Recomendações à posteridade > Cicuta > Extemporânea > HUMANA AMBIÇÃO > ARREDIA > IDADE da POETA > A VIDA É UMA FESTA > graxa > LEVEZA > SACADA SACANA... > Atiçada > d'EU > Indecisão de Cemitério > À risca > LIQUIDEZ > Impar > BATE BEAT BATICUM > N a t a l d ' I [n] s t a n t e > OCEANOS FLUÍDOS > Afeita... > Quem? > s E M A N A > NASCIMENTO > Ser > Sem Saída > DesaGostos > Veneno da Nata > Zeitgeist > Vuco-vuco > Kilogramas > IVONE > Essa > A n ú n c i o > SI NAL > Amai-Ame-Amem > BADALADEIRA > Mulher-Peixe > FEMINA > Ecce Femme > A Tal > E c o s do B e c o > Bamba > Vendaval > CAÇA-PALAVRAS > ODE às XANANAS > Ascensão pro nosso Amor > PASSADA > h a j a m a r > Vou-me > Aquela... > É dando que se recebe... > Esboço d'um Poema ~ Ébauche d'un Poème > A felicidade não me inspira > Uma'zinha (DeCORAÇÃOdeLATÃO) > (minha) Língua > Inferno Astral > DADO BIOGRÁFICO > Bela Estranhêz > E–X-P-O-S-T-A > Entre-Tempo > Aliciamento > A’Crítica > ENTERRA/da > GÊNESIS > Amo e sou amada > Sina de Zila > Ela, a Praça D’alma > E... > O Potengi me Tange > Vulv’Ars poética > Febril/Cantos Undécimos > Enfant Terrible > | “BONUS TRACK” » 9 Fragmento do Livro de Theta: AL MARE! > ANDARILHA > TENTÁCULOS > ESCRITOS PÉTREOS > PARADOXO > FIXAÇÃO > A CALHAR > IDA > TORNA-VIAGEM. + 5 Xtras-Postais... Epílogo > Agradeço à...

Intro » AQUELA PROMESSA FLORESCEU E QUE BUQUÊ!!! —Laércio Bezerra de Melo, sobre a poeta das Escrituras Sangradas.

"Eu Preciso Destas Palavras Escritas!" —Artur Bispo do Rosário

>ARBÍTRIO< Vim aqui ditar uma bíblia Quem quiser que lembre Quem quiser que esqueça Quem quiser leia Quem Quem Quem Quem

quiser ignore quiser aclame quiser reclame quiser odeie

Quem quiser ame

PEARL Como Janis Joplin... Não me atiro aos porcos Oferto Pérolas Aos poucos...

Epigrama #1 Adentro Eu não estou à frente de minha poesia, eu não estou dentro da minha poesia. A verdade é que eu sou a minha poesia.

“Si desmorono ou si edifico, si permaneço ou me desfaço, — não sei, não sei. Não sei si fico ou passo.” — Cecília Meireles, Viagem

Destino içou velas Desatracada âncora ...O caminho é sempre mais importante que o porto Correntezas, correntes de ar - atlântico Corta entre - mares / afluentes Avoei... Trem de pouso... Nem o Danúbio nem o Potengi são azuis As Veias = os Rios Rios Grandes Espaçosos em minha memória Guardo a imagem de crepúsculo sobre o Potengi ... As valsas de Tonheca Dantas Céu de âmbar flamejante Cinza verde lodo Danúbio Dúbio prazer em vê-lo ora Outonal ...Céu d’azul luzente ...Valsas vienenses Um porto... Taça de “Sekt”, beijo espumante Sina, emoções fluentes, cheias de sangue veias, ventos nas costas andejas... Estratégias de xadrez, pulsação d’amor, dados do gamão jogados... Respiração, inspiração, transpiração E a discreta Primavera do lado hemisférico de Natal ...Aportei ora e finco ramas por Österreich, o “Reino do Leste” Venho com sangue quente, brilho nos olhos, coração ardente, a rima que me segue... E a velha inquietude latente...

Ofertório A o Ca fé Sa lã o Te ofereço meu café amargo Pra você distinguir o agridoce de meus beijos cálidos Te ofereço minha ebriedade Pra você gozar de minha lúdica lucidez Te ofereço meu orgasmo silente Pra você ouvir os gemidos e gritos estridentes de minh’alma Te ofereço minhas lágrimas de gozo Pra nosso sexo ser humano, animal, romanesco e prazeroso Te ofereço do meu vinho um trago Trago do cigarro Te ofereço um pouco Trago um desejo louco De sorver-te... Não posso me dar toda Te ofereço de mim um pouco Te ofereço um trago do meu corpo Um trago, um halo Te ofereço meu olhar venenoso Pra você descobrir a cura no meu riso solto Te ofereço minha displicência Pra te lembrar que nem sempre as boas coisas da vida guardamos Então, te ofereço uma chance: Receba o que te ofereço E de quebra, Não me esqueça!

Zugvogel oder Apropos... Die Bahn fährt immer Hin und zurück Ich gehe Immer Hin und her und zurück und hin... Ich gehe Ich bin Die vier Jahreszeiten sind Ich Ich bin wie die Bahn Ich bin wie trockene Blätter Ich bin wie der Winter Ich bin wie der Blut Ich gehe und gehe und fliege und gehe... Ich lebe Ich liebe Ich fliege Immer Von mir für die Welt Ohne Ende... Ich bin wie das Zink Ich bin wie das Wasser Reise um die Welt Wiener Spielzeit Ich bin wie der Winter Ich bin alle Zeit Ich bin wie das Wetter Ich gehe in Zickzack Ich bin eine Gestalt ...und ich fliege und gehe und fliege und gehe immer

"Tem sangue eterno a asa ritmada." —Cecília Meireles, Viagem

Ave de arribaçã ou a Propósito... O trem anda sempre Ida e volta Eu vou Sempre Ida e ida e volta e ida... Eu vou Eu sou As Quatro Estações eu sou Eu sou como o trem Eu sou como folhas secas Eu sou como o vento Eu sou como o sangue Eu vou e vou e vôo e vou... Eu vivo Eu amo Eu vôo Sempre De mim para o mundo Sem fim... Eu sou como o zinco Eu sou como a água Volta ao mundo Vienense temporada Eu sou como o vento Eu sou todas as horas Eu sou como o tempo Eu vou em ziguezague Eu sou um vulto ...e eu vôo e vou e vôo e vou sempre

ad.vertência: Poemas Soltos Para Guardar. Atente... Esguarde -os Enlace -os No tato Na visão No faro No palato Na audição Ou seja: Na alma Na mente No coração.

"Muitas palavras que já morreram terão um segundo nascimento, e cairão muitas das que agora gozam das honras, se assim o quiser o uso, em cujas mãos está o arbítrio, o direito e a lei da fala." — Horácio, Ars Poetica

Tão à Toa ando tão à flor das folhas que outonal já estou a cair dos galhos... ando tão à toa que esvoaço-me folha pelas ruas, links, bosques, sites, praças, atalhos... ando tão virtual e sinto simultaneamente as européias quatro intensas estações... converso mouse-a-mouse, poeto em html consulto minha bússola pessoal... ando tão on-line que até me esqueço de almoçar lembro de beijar minha filha amada rabisco meus web-passos e e-mails de saudade quase me fazem chorar...

Geração Dinamite sou estrela sou forte sou rocas sou reis sou beco sou quintas sou meio sou ribeira sou mito sou verdade sou a bola "da vez" do Norte o rio grande Rio Grande sem limite apesar do elefante sem memória sou pólvora sou atrito sou explosão sou dinamite sou a tal fatal Natal Poetiguar sou a Natal dos artistas sou a morte do limite da geração sou dinamite

Carta à minha Amada Querida, Quanta saudade de tua luz à minha volta. Da sensação única de teu entorno, de teu calor em minha tez e alma, tuas curvas e quinas, teus lábios multicor, teu dialeto em meus ouvidos, teu brilho em minha retina, teu sorriso de criança, de apenas quatro séculos, tão menina... Ah, como amo teu amor! É uma saudade danada. Diluída em lágrimas. Ah, como você me faz falta! Vivo mutilada sem te ter. Você dentro de mim. Eu dentro de você. Sabe? Sinto teu olor em minhas narinas, a tua brisa. Sonho com você a cada noitedia... Minha musa, minha diva. Você meu ar, você meu fogo, você minha água, você minha terra, você meu amor. À você minha amada Natal, todo meu ardor, todo meu amor. Tua amante, ternamente sempre, Civone.

Epigrama #2 BADALADEIRA Da Baladeira Atiro Estrelas Na Ribeira Badaladeira Puxo a Toada Canto Natal

Epigrama #3 NASCIMENTO Assim nasceu a Vênus de Natal: Com o coração exposto... Imenso... E já mulher adulta... Das espumas atlânticas abaixo do cálido equador... Na esquina do Brasil... Nasceu uma das Vênus de Natal...

Epigrama #4 >DE VIDA< A poética inspira A poeta aspira A poética transpira A poeta pira!

Epigrama #5 AVENTURA de Ser... Demasiada Humana... Mundanazinha e de ser uma... Extasiada Onda... entre tantas... Pedras!

Canto Viscerais Entranhas De mente e coração Sem canto neste mundo Me canto imunda Sideral Pólibo sem rumo Pensante nessa terra Mal-passada Revelo-me Desencanto Desenovelo-me Por pântanos e Edens E raro me encontro Século vinte passantes Sinto-me sem era e sem surpresas com o devir... Que venham passadas vidas outras E m’atentem à incógnita filosofia Amoral que de mim brota – e que nem tenho ainda!

Caliente I Ao pó o que foi pó À ética o que é étnico À poética o que é cético e lépido E, à chuva meu menstruo cálido II Ao sol o que é nós À étnica o que é ético À poética o que é lépido e trépido E, à vida meu riso cálido... III Aos nós o que foi só Ao amor o que é ardor À poética o que é etílico e lépido E, às noites meus beijos ávidos e cálidos

InfoMAR Ah, Professor Bolshaw! e n t r [ans] e o c e a n o s que nos separam és um infoMar [& Céus] eu, um peixinho saltitante - navegante entre co rr e ntes & cabosóticos por teu Mar a me esbaldar... ciclone - ciborgue - civone [sua aluna à revelia]

Epigrama #6 GRAXA A chave achava que acharia a chuva pouco encharcada A chave estava engraxada A chuva estava mesmo encharcada e ainda achou graxa A chuva ficou engraxada A chave engraxada tinha razão do que achava Era tudo graxa

Epigrama #7 LEVEZA Quando em sono profundo Sinto a imensa paz de não ter corpo

ATIÇADA A lua frecha a janela A cancela está aberta A gazela sai e salta brasas A clareira é que delata A lua é uma escancarada [mas a gazela não está mais em casa]

"Avec mes souvenirs J´ai allumé le feu Mes chagrins, mes plaisirs Je n´ai plus besoin d´eux! Balayés les amours Et tous/avec leus trémolos Balayés pour toujours Je repars à zéro..." —Edith Piaf, Non, je ne regrette rien

Essa. A noite. Uma mulher. É uma mulher. Essa. Que deixa d'outro lado o dia'mante dormente a'cor'dado na cama menino. Tão lindo. E sai por aí. E cai em si. A noite. Sai pelos bailes, botecos, galerias, bares. Faz alardes. Sedenta se embriaga de olhares. De olhares e focos disformes. E copos tragados como corpos. Beija os amigos na boca. A noite. Essa louca. Abraça como quem parte. Como quem morre. Morde a rosa e o nome das horas. Presenteadas. Deixa as bagas, as taças rasas, os pratos mornos, os risos fátuos para a madrugada irmã. Essa. Qual Piaf. Cadela em cio latente. A pele frisante e os passos rotos em zigue-zague. É a festa. Ou tempestade. Gozo. Ou lamúria. A noite é ela. Fêmea andrógina. De pêlos nas axilas e salto encarnado alto. Como não lembrar da Ribeira à beira dessa noite tanta... Essa que sonha estar nela. E é no remoto aqui que está. Tão longe do mar. Oceano potiguar. Chuvosa em lépido lamento azul marinho essa noite hoje chora. Ora ora. Mais que nove horas. Mulher chorosa. Que este choro tal qual o de Alice se arvore em mar e a trague de volta às margens de casa, bem na beira. A qual nem disse quando vai tornar. Outra noite será. Mais alegre, assim contente... E sempre outra é. É uma mulher. Noite qualquer. Essa.

Indecisão de Cemitério Não sei se por fim Vou ao Bom Pastor Ou à tal Morada da Paz Ou fico aos pés do Tirol Ou se vou pro da Saudade Gostaria mesmo é de arder Em chamas E célere tornar ao pó Poeirar-me Entre as margens do Potengi Meu berço etéreo... ...Enquanto vida:

Mistério.

Epigrama #8 LIQUIDEZ Por vezes olho "as coisas" como se fossem tudo Virtual e imaginário E felizmente me sinto líquida e fluídica nestes momentos Vários

Epigrama #9 A VIDA É UMA FESTA

Quem nem liga é quem curte Quem se importa é quem entorta

Para tanto... Para... Para olheiras: Brilho. Para olhos secos: Lágrimas. Para alegria: Sorriso. Para o frio: Agasalhos. Para dor ou euforia: Grito. Para distâncias: Notícias. Para desejos: Encontros. Para saudade: Abraços. Para boca sedenta: Saliva. Para seres soltos: Laços.

Epigrama #10 HUMANA AMBIÇÃO Não quero uma obra que tenha valor de mercado. Quero que tenha valor de expressão.

Epigrama #11 ARREDIA A rede Arredia Que arremedo Me arrima À riba!

Remoto controle remoto Morangos mofados. Na corzinha da cozinha. Cinza inverno jan'ela. Inventos. Palavras-frases na mente. Sementes. Gotas serenas. Matar a sede com lágrimas. Tomar o pulso. Engolir sal. Subir pressão. Escrever por impulso. À dista o lusco-fusco. O que não tem luz também ofusca. À dista o quintal. O galo. O povoado. O mar à vista. Não-vista. Maremoto. Remoto controle remoto.

"Os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo" — Ludwig Wittgenstein

Mix SAUDA DÁDIVA DOCH DOR DISTANZ ESPELHO SPIEGEL OUTRO ANGST ASTUTA ANGÚSTIA TREMOR DE TEZ, ERSATZ GUTE GOTA SERENA ACALENTA LUST MEU PRANTO BLUT & ESTA MISCHUNG DE LÍNGUAS NADA APACENTA NICHTS.

Cantilena ao Sereno Sereno me acalenta apascenta o meu pranto nesta cantilena serena a saudade do meu canto Sereno me serena seiva meu amor e com teu sumo me apascenta Sereno em cantilena como à flor me acalenta mesmo ardente de amor me faz serena...

alívio: pro funda tris \ teza Tesa / impotência humana à tona infeliz de ser /tão sub e urbana / tão subterrânea entre excepcional /medíocre banal ...estou abaixo /destes muros nem meio / nem mensagem nem eco / nem trunfo / nem nada página /em branco câmera /sem filme pincel /sem tinta pedra /sem mãos música / sem acordes / sem som escrito sem título crônica sem estória e-mail sem texto ensaio sem tesão prosa sem conversa história sem função pessoa sem visão nem tato / nem faro sem fato / sem tratos sem margens / nem imagens sem sangue / sem transfusão coração sem convulsão sem brios / nem ebriedade sem coro / sem conclusão demasiada mundana / vadia/ vazia sem traços / nem passos / nem expansão.

“Não sabe ninguém que rio, que rio de luto circunda a terra profunda que piso e que sou" — Cecília Meireles, Viagem

17.01.2002 (LUTO) Ao telefone, minha mãe me chama de casa no longe e, ofegante e espaçada fala: - E-u--p-r-e-c-i-s-o--d-i-z-e-r--a-l-g-u-m-a--c-o-i-s-a-? Atônita e só, sem chão nem pai nem mãe, respondo em pranto e horror e grito: - N-Ã-O-! Quebro na parede o telefone, a ligação. Reluto! Luto enérgica contra a voz que ecoa sem cessação. As paredes e elos da casa inteira comprimem-me, me desterram, moemme como rolo-compressor e eu asfalto sem vão... Luto e reluto contra a constatação inexata da má comunicação. A destempo. Desterrada. Estilhaça em mim metade de minha imagem e semelhança... Oh! Patri-amado! "Devo-te o modelo justo: sonho, dor, vitória e graça." Passamento, Passamento... Pensamento vai e não. Ele não sai nem em passamento do meu coração. E eu luto desterrada e revolta luto sem findação. De súbito e mais ávida vêm-me a filopatridomania - que fui entender no Houaiss -, mais abrupta inda. Inicio meu retorno e revolta aos poucos ao meu entorno Natal, meu chão. Revolta. Reluto. "São dois rios os meus olhos” )LUTO(

Ave! Avia! Havia Arriba Sã... Abatida Na bacia Agonia Caça insana Predatória Nos açudes de Açu, cercanias Seridó e alhures... Pena nada Depe nad a À venda Em cada esquina Entre vermelho-roxo Salgada como o mar Como banhada em lágrimas

Cessado voar

...E, inspirada em Frida Khalo:

Nunca escrevi meus sonhos. Escrevo minha própria realidade!

Construção (des-troços) Ress_urgir Re_lançar-se De_senlaçar-se nó Dançar-se tonta pronta na afronta De_cantar-se em catarse Jogar-se ao terreiro mundano Se re-fazer do tombo Re_criar-se das cinzas Dos restos que simulei não me pertencer/nem me ser Adornar-me de meus sonhos e visões Desembaçar as lentes, meus olhos e os desejos Re_maquiar minha face e meu corpo Re_textar meu contexto E me desfazer de pretextos de escape Encarar minhas vísceras E jorrar-me em gozos por todas as angulações e formas De expressões que se dá como arte. (...minha pretensão = meu alívio!)

Epigrama #12 [CONFISSÃO] C o n f e s s o que r e n a s c i!

Cantiga Breviária I Pétala cai Açucena acena Urge outono II Brota do cacto Equinócio tal qual cio Lilácea flor III Grão qual lágrima O sêmem que orvalha Aí cai êxtase

Carta ao amado Faltam palavras / Sobram para criar. O que existe, o que há. O olhar sobre a tez. O ocre que mancha cores. Agridoce suave abrupto sabor saliva a boca. Fel lágrimas / Secreção vulvar. Nuvem esparsa sobre denso mar. Verde íris me faz saudade toda. Relva orvalhada, travesseiro d'alma. Lusco-fusco o piscar do tempo moroso avançado. O extremo espaço sideral quilométrico mundano, geográfico gráfico que ilha terras nem tão próximas, nem tão distas tanto... Ósculos escaldantes apimentados. Ardor em entranhas e aura. Latina crueza escaldada romanesca. Essa minha linguagem parda. Quente verve de escavar, cavucar, rasgar e abrir o quase sempre ou por vezes mesmo árido coração maroto, fértil, absorto... A busca do possível impossível possível de ser perpétuo, terno e eterno esse milenar, extemporâneo amor. Amor d'almas par? Destino esse que revolve, espinha, envolve, afaga, ata e separa? E ata, afaga, envolve, espinha, revolve qual esse destino? Que esse desígnio desejo destino destile em desvelo certo encontro, cerrado, concreto, corpóreo, etéreo, emancipado, aventurado, unido, aprazível, inteiro, luminar... Ah! Amor, incondicional amor! Tudo conspira a favor. A barrancos e trancos não estanco nem me estilhaço... Este destino sim, já disse a que veio... Me faz amar.

Arte da Esquina do Brasil De quina No Brasil A esquina ferve Ninho tórrido do sol Manto noturno ao léu da brisa, ah! Mar... O sangue dos artistas Da esquina ardem Os nervos dos artistas na esquina Queimam Os artistas explodem Da esquina Naturalmente Viram luz! Iluminam E ampliam horizontes Jamais serão artistas apenas Da esquina. Raios de farol De alcance longo Terras tantas Vastos palcos Galerias dos humanos O destino É O mundo!

“como pode re i dize r s enão timidam ente as sim: a vida se me é . A vida s e me é , e eu não entendo o que digo. E então adoro. - - - - - - -“ —Clarice Lispector

poética a gosto se arrasta embora embora o verão que já ensaia o adeus o até nem tão logo meses a fio / cio da terra / ciclos a fio setembrios inda é encanto outubroutono frutos colho invernal hiberno ao frio espreito mesmo é a bela e lépida primavera floresço

…Toutes les Femmes, c'est moi!

FEMINA Fé menina Menina fel Céu menina Menina véu Femina Humana Germina Menina mama Mina menina Menina sol Sal menina Humana Germina Femina Mar menina Menina amor Lida menina Menina sina Germina Femina Humana Menina dádiva Dor menina Menina cálida Lépida menina

Ecce Femme Tecer com as veias Pintar com sangue e saliva Lavar com lágrimas e seivas orgásmicas Traçar as trilhas com olhos e língua Volver as vísceras artísticas E ser-me outra a cada dia Fragmentária Contínua ¿ Pronta jamais ¿ Satisfeita nunca ¿ Realizada jamais ¿ Terminada nunca Incontida poesia Tecer com sangue e saliva Pintar com lágrimas e seivas orgásmicas Lavar com olhos e língua Traçar as trilhas com as veias Volver outra a cada dia E ser-me Contínua Fragmentária as vísceras artísticas Pronta quem ¿ Satisfeita quando ¿ Realizada onde ¿ Terminada porquê ¿ Poesia incontida

Kilogramas Sento com meu caderno de poemas nas ruas, nas praças, nas gramas... E me vêm quilos de palavras!

IVONE, Fêmea que me deu nome Parceria com Cícero, meu pai querido Mãe amada gentil Traços étnicos ricos Beleza em templo nobre Em Picuí nasceu Cresceu entre Parelhas e Caicó Entre o oriente e o ocidente Seridó E em Natal deu à luz Genitora de crias ramas imãs Sertaneja O bordado nas veias Acordes no sangue E a poética nas letras Materno e fraterno amor transbordante... Tu sim és mãe gentil! Com imenso amor, tua filha... cIVONE...

Palimpsestos ...d’Asas de Papillon Casulo Cedo Cede Ao Mundo Seco E Umedece a Sede Sátiras Bóreas Trama Cetim Seda Tez Drama Carmim Cedo o Vôo Tarde o Fim

Epigrama #13 UMA’EU PRAXDA A_RAINHA É GUE(IXA)RRE.IRA PER SPELHO D’oUTR ‘EU IN REMOTEMPO ei CarNA_DA Spiral al PerpéTUo Fátuo D ser Uma eU (que) EnTE Q nem sEI DE OnDe sai

extrogênia Nas Escrituras, a minha poesia Não é / nem é só feminina Nós temos muita testosterona Ilimitada de gêneros Temos muitos hormônios Somos um píton no corpo d'uma pomba Somos um pavão no corpo d’uma fêmea dragão

que Mera Nesta vida mera de escrivã... Meses Vem. Meses Vãos. A Gosto para tanto. Pulsiva criatura. Impulsiva escritura. Pura escrição. Janeiros sins e nãos. Fevereiros bissextos. Bissextos sentidos. Signos repetidos. Arvora reticente palarva. Ciclos em aberto e outros sãos. Quimera sim. Lume clarão. Julho féria à fera ócio. À vera. Úmidos cílios e cios dóceis. À feira fraseia pela esquerda mão. Essa besta bela escriva verve. Por Pulsão Trans Fusão. Dias sins. Anos sóis. Luas cheias e as nada novas... Nova que oculta face. Minha-Nossa. Silentes em transparente caos-lual. Meses sins menstruação. Vis papéis vãos. Esboço d'esforço creação. Na boca do poço vão. Povo vão. Imprópria Orígenes. Idioleto em dilatação. Passa o Hades e torna-viagem... Hipocampo. Transborda à bombordo a saudade. Minha Ítaca-Natal. Esse imenso amor tão. Vis à Vis. Reflexo chão. E mares e olhos e poros. Espalho-me espantalha desta plantação. Frangalho sensação. Sentição faisão. Estilhaços e desvãos di visão devisão. Misteria caminhos rotos e quimeras. Desta mera escrivã. Escrivã de novidade nada. Nem alguma nem dua. Agulha afiada da vontade de não ser sã. Neste mundo tão. Enfiada na cor coração. Encarnada. Sagra de cor e salteado. Zambê Reisado. Mulher maracatu. Mulher bailado. Essa ruma de rima que arriba cerebral. Por esta mão esquiva a risca arisca. Cerebelo bélico. Esquerda esquina. Esquema tece no terreiro e cisca. Terreiro de palimpsestos. Incesto d'amor próprio. Esborra do cesto esbórnea. O celeiro transborda culturação. No terreiro de palimpsestos toscos que suportam impressões-inscrições... Tão tão tão desta Civone escrivã.

Arremedo de Mundo A rede é minha teia Minha ilha, minha vida Arremedo de Mundo A poesia é a minha linha Minha veia, minha trilha Minha língua, meus punhos Varando noites, varando dias, varandas vias... Dessa rede não arredo Armador que se agüente Na rede da poética Desnudo inventos pessoais Devaneios e planos e utopias Balanços d'um lado ao outro ziguezague Sementes à mente Calma à alma Porto ao corpo Sono e sonhos e sons de balanços A poesia é a minha rede Até titubeio sobre muros retos Sigo imaginadas vias Num grão de areia tropeço Me agarro em minha língua A poesia E dessa rede não arredo É minha!

“Recomendações à posteridade ou a simples ausência; à imortalidade” ...Que a morte ou minha ausência sirva para bá-fá-fás picantes, controvérsias estéticas, étnicas, éticas... Que deflagre conspirações... No caso d'um funeral, que estimule a dança, o sexo e a bebedeira... [como gosto disso tudo!] Que apareçam as dívidas e se escancarem as dúvidas Que faça rir em vez de lamúria E que sejam enumerados: - meus delitos e escritos - meus porres e vôos rasantes - meus amantes e minhas fomes - meus escândalos - meus cactos e os abortos - meus cabelos e as máscaras - meus portos, selos e sufocos - minhas menstruações e as secas flores - meus esmaltes e saltos - minhas echarpes e beijos dados - meus cigarros e baseados - meus gritos e os sussurros - meus gestos e trejeitos - minhas carreiras, trajetos e projéteis - meus anéis - meus anelos e os desafetos - meus tambores e mulheres - meus filhos, filhas e ilhas - minhas cicatrizes e tatuagens - meus diamantes e homens - minhas nuvens e sonhos - minha arte, arteirices e artimanhas E finalmente, que enumerem minhas últimas mortes.

ANÚNCIO Estou grávida. Chego a pensar que tenho vários úteros... Com a barriga pela boca... E a alma fluída entre meu coração e meu ventre. A mente solta pelo mundo... A luz é para várias crias... Umas quadrigêmeas ou mais... De sexos vários e cheias de dedos, poros, olhos... Os escritos são outras crias. São hinos que me embalam... Enquanto estou prenhe d'outras crias. Chego a sentir que tenho vários úteros... Estou grávida.

VENDAVAL Não tenho palavras Apenas para dizer Que não as tenho E quem as tem? Palavras encharcadas Levas de lavas Me escapam tal qual lágrima tal qual rio tal qual parto tal qual volta tal qual vinho tal qual cio Tenho palavras para dizer não tenho E quem? Palavreia pulsa im/pulsa Latejante saudade Lajedo Soledade Hipocampo avança Atiça a teia e tece Palavravulsa veia a veia Amor qual vendaval Meu amor Vênus, Natal Amor, me aquece!

“Eu sei dizer sem pudor que o escuro me ilumina. É um paradoxo que ajuda a poesia e que eu falo sem pudor." —Manoel de Barros

Volatile Pouso No casulo No ninho De meu eu mais claro'bscuro Tendo pensamentos por muros } Obscuridade > Potencializa < Luz { E sensações de futuro - espelho Meus olhos nos olhos a luz Esmerilhando-me Depenando-me Desmembrando-me Descabelando-me Desmanchando-me Inteira E renova Pronta para {+} um emergir {+1} Evoé Voar Resguardada {&} Recreada Forças Para o suporte Quando Novamente estiver {Quando} Fora de mim Mundana como {1} qualquer uma E tão frágil E tão volátil E tão arisca E tão alheia E tão Phoenix Neste mundo sem fronteiras De dentro {&} De fora De mim Fiat Lux!

Vuco-Vuco ...Luiz tinha uma banca no Vuco-Vuco. Vendia de um tudo e simpatia era de graça. Eu tinha quatorze anos; estudava lá perto e o visitava toda tarde em mil novecentos e oitenta e seis no Grande Ponto. A praça Gentil, a Ferreira era um labirinto estimulante no Alecrim. Um grande bazar de tudo-tudo sem fim. – A diversidade diverte – Luiz é sorridente, um brejeiro urbano com a eterna alma do campo. Assim como Cícero. O Vuco-Vuco mudou de canto; foi lá para a Avenida Quatro e sem encantos Luiz o largou. – O movimento é fraco! Dizia Luiz sem ânimo. O lusco-fusco do Alecrim dia-e-noite lhe era melhor. Ele, Luiz. O irmão de Cícero, meu pai. Meu tio Luiz tinha uma banca no Vuco-Vuco...

Zeitgeist Oh, espírito do tempo Que fazes ao me dar como vista um vale de nuvens e picos e rochas Dolomíticas? Oh, espírito do tempo Que fazes de mim Outsider Contra-Mola Biela Acelerador Embreagem Madeira Torta Vias Curvas Contra-Corrente Arame Farpado ...de Porcelana só alguns Dentes Oh, espírito do tempo Que me fazes tão ninguém como tão bem sou! Que faço-me ícone do meu signo peixes para eu própria não me esquecer contigo Oh, afã... Oh, espírito do tempo Que me venta alhures e fazes de mim forasteira em minha própria morada Que me fazes alheia ao pouco que quase me pertence Que me fazes ranger com tu mesmo que passa e sempre e sempre Oh, tempo que passa... Oh, café frio que embebo, com sua "ína" que me atina a sair... Em carreira, a ser beijada pela chuva choro celeste que escorre do despenhadeiro saudade De Tu... Do que passa... Saudade essa dos minutos de bem poucos segundos atrás Oh, tempo! Oh, Zeitgeist!

Mulher-Peixe Quartos Salas Solos Batentes Soleiras Saladas Embriões Taperas Palacetes Sozinha Cozinha Placentas Sopa de Veias e Vísceras Baleia / Gréia Arraia / Cerra / Enguia Atum / Tubarão Guelras Antenas Mulher peixe de Atlan Atenta Por oceanos Rios Contracorrente Mediterrâneos Opostos pólos Oriente e tal Glacial Equador Eco d'amor Dessa mulher peixe Salmão e avoador

A Tal ÉS

Q U I N A

Que me fascina És a tal! Natal Cidade menina.

T AL

SI NAL. Amar Elo. Amare lo d’Es pera. A mar e lo Lou ro. Louc o. Amar elo Am bar. Pês sego. Amarel o So l. Am ar elo Gir as so l. Ama re l o d’Ate n ç ão. A ma relo d’Ou ro. A m are l o Gem a. Ma nga. Caj ú. Ca já. A mar el o Out ro. Ou so. A m ar e lo Lin guaj ar. Ama r elo Sol uçã o. A marel o Lar anjal. Citro n al. Amare lo Ser tã o. So lid ão. Am arel o Saud ade. A sina la. Car t ã o A mar elo Nó/s. A nel o/s. Amar e l o Só/s. Elo Ama relo. Am ar el o So rris o. A m a r e l o Pis ca. SIN AL.

Amai-Ame-Amem Amemo-nos Umas aos Outros Outros aos Outros Umas as Umas Outros as Umas Umas às Outras Amemo-nos Uns às Outras Outras as Outras Uns aos Uns Outras aos Uns Uns aos Outros Amem!

Minha saliva É minha cicuta... Minha língua Meus gens Meu veneno ...Não mata A mim Mesma

EXTEMPORÂNEA Não tenho compromisso com o tempo Nem suas marcações Principalmente religiosas e artísticas Meu compromisso é com a vida Precisamente a fluência da minha e meus envoltos entes Reais e imaginários... Futuro-Presente-Passado

Epigrama #14 IDADE da POETA Sou uma velha de mais de trinta e tantos anos. E uma criança de milhões de eras.

Epigrama #15 D'EU Escrevo Escrevo Escrevo Escrevo

torto por linhas certas aberto por linhas rotas roto por linhas abertas certo por linhas tortas

Delírios Afins Sexo verbal faz meu estilo Lírico e erótico Como um lírio Destilo Todo meu Text-Appel Orgasmo e salivo Delírio

À RISCA ...Quando eu era pequena ouvia de minha avó e minha mãe uma imperiosa recomendação Elas diziam assim: "menina, tenha estilos!" [Fui ao dicionário descobrir o que enfim elas queriam dizer, e gostei!] Aí, o tempo passou e ao poucos cresci Hoje sou uma mulher assim à risca, cheia de estilos

IMPAR ...sou esta mulher par tida ao meio ex / es face. . .lada ladra ~ lava ~ larva ~ lavra mil faces e nós ...é nos olhos que guardo os ases os laços... e é nós!

BATE BEAT BATICUM "As vezes parece um tambor mas não é tambor nem nada, é o coração" —Djavan

TRUE REAL WIRKLICH TRAUM SONHO DREAM SÓ ALONE ALEIN BATIDA SCHLAG DRUMM HERZ CORAÇÃO HEART BATE BEAT BATICUM PALAVRAS SOLTAS NUM CADERNO REPETECOS, TELECOS-TECOS... À TONA NA TÔNICA ATÔNITA D'UMA NOITE TAMANHA COMO TODAS AS EMOÇÕES IN/ POSSÍVEIS TONS SONS CORES CARAS PERSONAS SERES PESSOAS AMORES LIEBE LOVE DONS... E APÔIS? SER DOIS É DOM! MEIN HERZ SÓ BATE EM MIM! BATICUM!

BATICUM!

BATICUM!

N a t a l d ' I [n] s t a n t e escuras-noites-em-claro olhos-ilhas-pares ilhas de lágrimas desejo dispara olhos d'água salgada saudade não pára olhos em chamas fogo-fátuo-farto ventania de pestanas areias-meteoros-ciscos na apara das sobrancelhas desarmadas mentar amada cidade ama mentar crias d'amor e lacrimar de ardente saudade feito orvalho em flor em f lor de ar dor de am or de ar do r torpor de sol am or s em dor or va lh o em f lor

Epigrama #16 OCEANOS FLUÍDOS Rios afluentes em Veias fluentes de Mares influentes Fruições...

Afeita... Tenho Afeição Pela Beleza da Imperfeição

Quem? Quando estava germinando Saí do chão E fui-me Me replantei em terra alheia E tão distante do solo Potiguar Estou brotando... Não são maduros nem tão doces Mas quem quer provar Meus frutos? Minhas flores?

sEMANA Sexta-Feira da Paixão Sábado d'Aleluia Domingo de Ramos Segunda de Graças Terça de Carnaval Quarta-Feira de Cinzas Quinta-Feira de Fênix Vendaval da carne Carnação com aval Amém Arre!

SER Não sou uma artista especialista Sou uma mulher par Não sou uma artista impar Não sou uma mulher singular Quer saber? Sou um ser assim: plural!

desagostos I desenho do desejo do desgosto. desdesenho des-desdenho. desgostar a desdizer o amor. dissimular o gosto e o prazer de se ser. desamor mor. decifrar a alma de me ser assim. despertar a ser-me mim sem ninguém. nem você. agosto triste. alegre e feliz pode ser. mas cadê eu mesma? cadê minha vida? cadê a música? cadê a luz? cadê o gosto do mar? cadê meu rosto? o teu? cadê você? ah! esse desagosto. desassossego. desassossego do meu coração. sei que é lá. lá onde não está você. onde não está teu rosto. onde está o gosto do mar. onde está a luz. onde a música está. onde está minha vida. mas onde? será mesmo que tão longe? será que não aqui? bem perto e dentro de mim? onde está eu mesma. onde? II um gosto assim / sem sal / sem sol / sem luz / sem lua / sem pimenta / nem azedo / sem açúcar / sem tempero / foge de mim / escapa-me sem triz / desassossega-me / desacelera-me / dilacerame / destempera-me / esfacela-me / assim... assim. III acabou. é o fim. acabou de mesmo. sei que é o fim. o fim ao fim. enfim? sei que não é isso que quero escrever. nem dizer. nem viver. mas é assim. e que de nada adianta desgastar palavras tantas. sei que sou uma anta. sei que quero ser santa. meu coração é só dor. e que eu nem devia escrever uma carta assim querendo que seja de amor. e escrever carta assim, sei que não sei. perdi você e assim mesmo, me perdi um pouco de mim. isso está errado. não posso me perder de mim assim. repercebi que o amor é que é maior e, quando ele existe é maior sim. eu me desapercebi no erro em errar com tal amor de mim à fora. sei também que sequer vai ler ou ouvir isso aqui. e se acaso ler ou ouvir, nada compreenderia. afinal nunca falamos a mesma língua, não é? e que nada nem apascenta nem suplanta. não é hora essa hora. a esboçar uma carta de amor. ora, ora. não traz nem leva a nada a essa hora. nonada, no tempo em que o amor é desamor e não ardor. não mais temos tempo. nosso tempo já era. nem há mais fulgor. d’amor. pois é... acabou.

Sem Saída Não Não há Não há luz Não há luz no Não há luz no fim Não há luz no fim do Não há luz no fim do túnel Sim há Sim há Sim há Sim há Sim há Sim há Sim

luz no fim do túnel luz no fim do luz no fim luz no luz

Fosfórea... Fiat Lux!

Veneno da Nata O soro A santa Qualhada O azedo A doce Picada O soro O amargo A cura Poros envenenados contém a cura também Se já não és puro - Que tal inalar meus poros? É da nata É picante É salgado Trago na boca, nos dentes, na língua e nos grandes lábios a saliva e a seiva com veneno e soro - O que queres? - A cura?

E C O S do B E C O ...Pelo curto tempo em que você sumiu... Tenho meia hora, meio agora, meio fio, meio rio Tenho meia vida, meia linha, meio segundo, meio mundo Pra pegar o beco, pra re’voltar estar em Natal, a minha cidade–sina, essa dos meus olhos, menina Ouço ecos do Beco e da Ribeira e é bem isso qu’almejo, esse balacobeco Baco, bacante potyguara qual soul, bacanas ribeirinhas bacantes que somos Quero o sentimento vivo, semente vida, de re-conhecimento. Do mundo? Não! Dele quase nada sei! Mas do uni’verso que é Natal, meu berço Canto em terços essa ladainha, d’amor e acalanto, e em imagens fantásticas, no tapete da minha vida, a teço e canto E insisto: não careço ser conhecida, não quero fama, me basta a lama e a boniteza de quem ama, e o que eu quero é fazer versos e estar, por dentro e por perto... De Natal, da Ribeira e do Beco da Lama

Bamba Q u e b a m b a, m e u c or a ç ão n a c or d a b am b a. . . A lua e o asfalto e as nuvens passantes no alto, cheia lua maré cheia e cá em baixo os fios e os fios e os rios, fio do asfalto e eu no meio fio Tudo minha alma nada, qual bamba, que bamba, meu coração na corda bamba... Bem bam-bam-bam faz meu coração quando te sente, quando você passa, quando eu chego e você chega e me abraça, bem assim meu bem: sem bamba e bambo você me encontra no bambo... Você assim sem mango nem samba, no mangueiral, solto as mangas, sou tua, sou tua manga, sei que somos bambas, que bamba, meu coração só quer saber de samba... Meu coração na corda bamba... Quando você samba, quando você aponta, na rua na minha direção do seu coração, na minha onda... Ah, quando você apronta, eu fico é tonta e pronto, também apronto! Quando o que eu quero mesmo é que você se deixe, cale a boca e me beije... E faça nosso chão rodar... E que o sol, as estrelas e a lua se deleitem e me faça brilhar, feito um feixe e tu a brilhar como um feixe... Ah! Esse nosso coração radar... Seres bamba, se você não está pronto eu fico na corda bamba, vem cá benzinho, vem cá pro meu samba! Meio fio de razão pro nosso rio d’emoção... Fios tantos que se ligam... Se liga! Vamos fazer uma liga? Deixa a lua beijar o mar, o asfalto, o mato, o que há... O devir. Que virá... Que bamba, meu coração na corda bamba... Vem cá com seu bamba All Star e eu de chinelas Havanas, vem cá meu bamba, vêm! Vamos fazer uns sambas!

CAÇA-PALAVRAS ESTOU DE SACO CHEIO / DESSAS PALAVRAS / QUE NÃO AS TENHO / E QUE SÃO MINHAS / E À VERA / SÃO SÓ PALAVRAS / EMPRESTADAS / IMPRESTÁVEIS PALAVRAS / USADAS // TOU ME LIXANDO PRA SER BOAZINHA / SER AGRADÁVEL OU SER AGRADADA // JÁ ATIREI NO ESMERIL / A MINHA ALMA // SOU CAÇADORA / E A MINHA CAÇA / DILETA / É A PALAVRA // LEVANTE / PALAVRAS EM LETRAS DE OURO OU DE FOGO / EM LETRAS DE SANGUE // LEVADA PALAVRA LAVADA / LEVADIÇA / LEVIDADE / LEVITADA / PERVERSA / LEVE E DENSA / EMPENADA E TENSA / PERDIDA / DESMANTELADA / INDECISA // EM BUSCA DA PALAVRA LEVIANA / EXCESSIVA / HONESTA / DESLAVADA // PALAVRA LUXÚRIA / DILETANTE / CANALHA // LETAL / INJÚRIA / FATAL / AMBÍGUA / CAOS / DESFOCADA / ESCASSA / ESCROTA / PIEGAS - UM DITO LIBELO // PALAVRA MALANDRA / ARDIL / PEDREGULHO / SABOTAGEM / LIBIDINAGEM / SUFOCO / ANCORAGEM // PALAVRA COVARDIA // CAVIDADE DA PALAVRA / ILÍCITA / CÍNICA / SÓRDIDA / POSSESSA // LIGA / LIGEIRA / FAJUTA / LUZIDIA // PALAVRA LIMA / AZEDA E CERTEIRA / CORROSIVA E ESMERADA // FULEIRA // PALAVRA DE PALAVRA // PALAVRA VADIA / PROVOCAÇÃO / ABUSADA // PALAVRA VAZIA // MASSA-BRUTA / AMÁLGAMA // BUSCO UMA ESCRITA QUE SEJA INSCRITÍVEL / E SEU CONDÃO // SANTAS PALAVRAS / ENTRECRUZADAS // EMPENHADA PALAVRA / PEDIDA / PEGADA / GRITANTE / CALADA / PENSADA / GALANTE / MOLHADA / CORTADA // TRAUMA // LUTO // PALAVRACHAVE / DE CADEIA // CADELA / ZUADA / TOANTE / ENRASCADA – UM "MOTE JUSTE" / PR'ESSAS ESCRITAS SACRADAS // PROCURO LETRAS / FONEMAS / VOCÁBULOS / MIGALHAS DE RADICAIS / LIVRES / NAS METRALHAS / NA LAMA / NAS CALÇADAS / NAS ALMAS / BUEIROS / ESCAPES / RUAS / JANELAS / OLHARES / BURACOS / BECOS / BARES / LARES / PARABÉM // PALAVRA SUOR / LEXEMA / TININDO / TOCANDO EM CARBURETO // CONTA-GOTAS / DE LETRAS / DILACERADAS / A GOTA SERENA / ENVENENADA / REMEDIADA / NONADA // BARRA PESADA / LIMÍTROFE E SÔFREGA / ZONZA / EMBRIONÁRIA E ESTÉRIL / FOSCA / ESTETA / EXÍGUA / BÊ-A-BÁ / BEAT E BEATA / GONZA / BÊBEDAAA / DE SENTIDOS: QUE NÃO HÁ

PALAVRA / QUE MANIFESTE / EXPRIMA / SIGNIFIQUE.

ODE às XANANAS Xananas são exóticas, xananas são albinas, xananas são comuns. Xananas são radiantes, são lenhosas, são bacanas. Xananas são belas e são banais. Xananas são singelas, são sugestas, são factuais. Xananas são fuleiras, são lascivas, são esplêndidas, são substantivas e são substanciais. Xananas são xamãs, xananas são alheias, xananas são danadas, são estóicas, são turneráceas. Xananas são ulmifolias, são estanques, são sacanas, são solares. Xananas são daninhas, são suntuosas, são extemporâneas, são bucólicas, são vulgares. Xananas são tinhosas, são luzentes, são capsulares. Xananas são sagradas, são urbanas, são extáticas, são solitárias. Xananas são pentâmeras, são reiêiras, são rebeldes. Xananas são poéticas, são ornamentais, são descuidadas, são malditas, são tribais. Xananas são emocionais, são malandras, são selvagens, são medicinais. Xananas são Chananas e mais que tais.

Ascensão pro nosso Amor Ao ascender Me apago Pra te acender Incendeio Ao ver você brilhar A trilhar o caminho do amor Até a mim E de nós dois, sermos um, Um sentimento raro e comum E nosso desejo incendiar Pro nosso amor crescer E ascendermos juntos E sermos uns...

PASSADA ...nasci atrasada Sou para esquecer Sou pra não ter Nasci para não ser Não miro nada Tudo me acerta Não vejo além Do umbigo Da minh'alma Desdentada Da minha venta Desgrenhada Não tenho nada Não sou nada Pr'além disso: Sonho em ter Uma boa alma Dormir calada E em outra era Ter sido uma bruxa E não uma fada Eu não digo: nada Tudo me cala Tudo me fala Quando meu grito É faca Não cheguei a tempo Sou atrasada Nessas aulas / Levei falta Eu nasci pra ontem E / Para / Cada / Hoje... Cheguei... P-A-S-S-A-D-A!

"Por onde anda? No abismo. Dada ao vento..." —Cecília Meireles, Viagem

hajamar Dentro de mim a terra acaba E o mar me começa sem fim Em mim o mar deságua Arde dentro de mim o fogo das torrentes Maré cheia, cheia lua Mulher cheia de ondas, marolas, água-com-areia... Praia passeia Mulher praieira, os meus amores... Encandeia o farol do de-dentro de mim, a fora, à forra O mar começa em mim e me descerra E o que te peço é que não me meça Vê se não tropeça mar-a-mar Eu não tenho fim M'entreteço em teus veios Me começa mares sem-fins Mar-de-dentro Ondulações, sacramentos, alusões mar-em-moto-contínuo mente-corpo-coração Mulher forjada nas espumas d'águas do mar e areias salgadas O mar me arrebenta Benze-me mar Alma sagrada Em sacrofício de pertencer a seres marinhos Mergulhos, nadadas... Mulher-peixe-sereia-golfinho

Vou-me V ou me desf a zer de mim A o s p e d a ço s P r a r e cr i a r - m e i n t e i r a A os laç os V ou me despe dir d e m im A o s p e r ca l ç o s P r a r e e n co nt r a r - m e i n t e i r a A os p as sos E s p e l h o C o m p a s s o V ou me desl umbra r de mi m Eu vou Eu p as so ] t e m p o [ e s p a ço E u v o u m e d e s l u m b ra r Eu busc o Eu ac h o E s p a ç o ] te m p o [ A d e u s à m i m A b r a ç o s V ou me desprov i de mim A o s e s t i l h a ço s Pr a esb ar r ar - me in t eir a A o s t ra ço s V ou me desc r iar de mim A os laç os P r a r e f a z e r -m e i n te i ra A o s p e d a ço s

Aquela... A qu e gos ta D e b e b i d a s F o r t e s E x ta s i a n te s D e em oç ões A r re b a t a d a s E n t r e g u e s E n c a n ta d a s D e ca fé a m a r g o M e m ó r i a q u e é A cr e e d o c e E t e n ra D e pens a me nt os E x t á t i c o s Co m p l e x o s E n l e v a d o s D o d evi r E x t ra o r d i n á ri o I n e s p e r a v e l m e n t e A p r a z í v e l D e des ej a da Ten t aç ão O u o v ic e- ver sa D a p o e si a V i v i d a A r d e n te C o m e n ca n to s D e vívida P r á x i s M a r a v i l h a d a De s l u m b ra n te D os s ent i m ent os M a i s f o r t e s E né rg i co s T o r p e s D e ca l o r A p t o a i nt e n s a r I n t e nt o s t a n t o s A m o r o s o s P o is é S o u Ci v o n e E d e s d e s e r A q u e l a .. . S o u e st a Ê x t a s e I n t e ns a E x tr a E u s o u só V e e m e nt e M e n t e O rd i ná r i a Só, só E x t ra , e x t ra ! E m b e v e ci d a E u s ó . .. S o u a q u e la .

É dando que se recebe... eu dou sub sídio p r a voc ê sa ber de mi m eu dou pista p r a voc ê c o r re r pra mim eu dou b a nd e i r a p r a voc ê f l a na r por mim eu dou as a p r a voc ê v o ar pra mim eu dou lin h a p r a voc ê v o l t ar pra mim

"Eu te esperei todos os séculos, sem desespêro e sem desgôsto, e morri de infinitas mortes guardando sempre o mesmo rosto." —Cecília Meireles, Viagem

ESBOÇO D'UM POEMA ~ ÉBAUCHE D'UN POÈME pour Goulven

j'imagine... TEU SORRISO, MÁGICO QUAL PARAÍSO

la lumière de tes yeux... QUE ME INCENDEIAM COMO SILÊNCIOS QUE FALAM

quando estamos juntos quando não estamos quando você está comigo apenas no pensamento quando você está por perto bem dentro A TODA HORA

você entra e sai e entra nos meus pensamentos sentimentos de nós je sens... MIL EMOÇÕES, SENSAÇÕES

e sorrio sozinha, à flor da pele a qualquer hora, lembro, sinto, vejo PAISAGENS DO TEU BELO

joli coeur... BRUMAS, MAR, LUAS, SÓIS

Encontrar você, "chéri"... É tão bom, me faz tão bem Sinto-me leve como pluma, como pétala como sementes ou flor ao vento planando sobre mapas de desejos, emoções, enchantement... Ah! Mon Coeur! Como é doce quando eu lembro, de você, de nós DOS LAÇOS FEITOS DE NÓS...

d'encontros, encantos, quantos...

A felicidade não me inspira confiança de faiança forte feito pomba-gira erma feito pedestal de estrada torta, reta, rota andeirices duma escrota cidade sina em cio

UMA'ZINHA (DeCORAÇÃOdeLATÃO) Eu sou uma Porca Com um coração De Humana Ou inversa E Vice-versa Eu sou uma Forca Com coração De Leão Eu sou uma Horta Com coração De Melão Eu sou um Pavão Com coração De Galinha Eu sou uma ‘zinha’ Com coração De Latão

(minha) Língua Filha da Mátria... Da rua, da Bandalheira Flor do Ócio e da Labuta Da Lama e do Sacrilégio Ser Lótus e Lilith Escrota, Inteira... Devassa e Banguela Bêbeda... Passageira... Filha do Trapo Linguaruda Sibila... Estricnina Destrato... Non-Grata Nitrato Venérea... Ácido Feérico... Muriático Gástrico Orgasmal... Cicuta Simulacro Ferina Faceira Venéfica Filha da Juta... Tola... Rota... Fuleira... Fajuta... Rêieira...

Inferno Astral VOU PERVERTER O INFERNO EM PARAÍSO VOU DESCER AO INFERNO E re'VOLTO EM CHAMAS SEM JUÍZ NEM JUÍZO VOU FAZER SOL NO INVERNO E CHOVER NO INFERNO VOU FAZER DO MEU INFERNO UM PARAÍSO!

Epigrama #17 DADO BIOGRÁFICO CONFESSO (E NÃO-CONFESSÁVEL)!

Nã o Te n ho PAC Iên cia pAr a Nã o Se rE U!

Epigrama #18 SACADA SACANA... Não tenho um pau pra matar um gato! Mas tenho uma buceta!

Epigrama #19 BELA ESTRANHÊZ Vi uma Nuvem ...Estranha & Bela! E quem disse? Que nuvem? É ela?

EX'POSTA Sou esta... mulher posta partilha de peixe em posta E–X-P-O-S-T-A com um coração que por pouco é só uma hóstia profana prolixa profusa sou esta mulher: posta vivo fluente de torpor com um coração à porta um coração impostor

Entre-Tempo Entre Profeta e Tradutora de meu Tempo Sou só Poeta Entre Profetizar o Presente e Traduzir o Passante Nosso Tempo É só o agora E não chega a vir e nem chega a ir Embora…

"Ser pedra é fácil, o difícil é ser vidraça." —Provérbio chinês

Aliciamento Sou sofrível Qual minha escrita E também sou Feliciável

"Há dois modos de escrever. Um, é escrever com a idéia de não desagradar ou chocar ninguém. Outro modo é dizer desassombradamente o que pensa, dê onde der, haja o que houver - cadeia, forca, exílio" — Monteiro Lobato

“Ich bin sicher eine Flamme!” —F. Nietzsche

A’Crítica Minha escrita é sofrível Maliça, m’atiça M’alicia, alicia e vicia Lamentável, dilacerante Meleagro e maleante Malhada, melindrável Manjável, maloqueira Mancomunada, maltrapilha, mulamba Malandra, muamba, Malcriada, despudorada, malcozida, mal-dotada Mambembe, malsoante, manifesta Mamãe-e-papai, manhosa, meia-nove, mantença Malouvida, malsinada, manda-chuva Mamária, metamorfose Metida, macrobiótica, metralha Malafamada, maldosa, factóide Daninha, chanana, chumbrega Morfêmica, metropólita, sinonímica Bucólica, urbanóide Malbarata e mercável Então? O que fazes com tudo isso sob teu julgo? Larga-me!

“É possível que eu te sirva. Gostaria de saber como te servir. Eu só quero te servir. Talvez com a minha ausência...” —Paulo César Peréio,

ENTERRA/da Esse chão está e é enraizado em mim Em terra... Da minha Paixão Nasci para cantar Natal Quem sabe, um dia, madrugada, noite, manhã Ela ceda aos meus cantos E ceda à minha paixão Ao meu vexame, a minha sedução Eu a pertenço Quer ela saiba, queira, deseje ou não! Porque, se isso nunca acontecer, Já que sou dada à ela Certeza é, que eu vou penetrar no seu chão.

GÊNESIS Eu também tive a sorte, de não ter nascido máquina.

A minha arte é minha imagem e semelhança Amor-Mundi Que "da costela" que nada! Eu sou é de sangue Éter e sopro vital Sou só de coração Alma pulsante Meu ser é integral.

AMO E SOU AMADA Por Tudo Por Mim Com Tudo Amo e Sei Amar Aprendo, Apreendo, Liberto Amores Presentes, Passados, Futuros Os Sem-Passados e os Sem-Futuros Amores Presenciais, Passantes e Futurados... Sou Amada e Amo Amada por Meus Amos, Amas e Bem-Quereres Meus Bens-Amados Meus Ex-Amados Amo e vou Sempre Assim – Voando, à Pé, aos Nados: Amando e Sendo Amada!

Sina de Zila “Pudessem meus olhos vagos ser ostras, rocha, luar ficariam como as algas morando sempre no fundo do mar” — Zila Mamede

...E na vida, essa mina. Essa sina. Zila é mar. Que permaneço e passo. E repito com gosto: Zila além de sina é meu asilo e compasso. Alfa-Ômega minha. M’acolhimento, vento, leito, ninho. Alento, contra-veneno, encontro e contraste. Mama Mamede m’aninha em teu leito, teus veios, braçadas, abraços. Dá-me de mamar de teus dons, teu néctar. M’embala em teus navegos, verve, trilhas, traços, ecos. Desregra-me, desgarra. Com teu EXERCÍCIO DA PALAVRA... Brota em mim tua ROSA DE PEDRA; hoje tu és mais ostra, rocha, coral. SALINAS minh’alma; tu és mais algas. Cultiva O ARADO em nós; tu, oh, arad’alma. Minha-Nossa... Em exercícios – infindos – da palavra, não-nadas? Teu CORPO A CORPO, alma a alma... Entregue ao mar, absoluto porto... Qual lual... Sina c’alma; e também fez-se um silêncio tão grande... “que se ouviam nascer açucenas” Ser’tão Deusa que virou mar. Será Sereia? Yemanjaz? M’amor, o mar ficou mais musa depois que você se entregou em seu mergulho de virar Algas. És a primeira poeta-ponte entre Forte e Redinha... Ironia? Nadadora exímia? Paisagem, inspiração, luar, miragem, jangada, entrega, baldeação... A ponte ficou mais poema depois do teu onde, teu quando, não-nado. Trilha do sertão bruto – ardume, fértil, fonte – da Nova Palmeira pro Forte e então Redinha imensa d’embalos... Teu canto? A sina de Zila é a travessia, a ponte é o Potengi, qual nosso destino é a barra, a beira, o fundo, o denso, a brisa. A sina de Zila é o mar. Mar-a-mar... O mar é Zila. É mar...

O POTENGI ME TANGE Os barcos do Potengi navegam meu olhar. Quando embarcam, em barco com eles. Quando tu embarcas, meus olhos marulham. M’embaçam. Molham-me de água de rio. Ou é por esses olhos que o rio corre, decorre. M’esqueço que outras, tantas vezes, sou eu quem vai. Vôos, passeios. Navegos e voltas. Avenidas dos contornos. Você sempre torna, me volta. Retornos. Qual abelha, eu também, estou sempre no entorno. Corre-corre. Pra boca da barra, que sou. Corre da boca do rio de você. E m’atiça, desperta os cios. Beija-me, me descerra. E me descobre. Revê-lo, desanuvia, me revela. Descubro teus véus, talos e flores. Afloro. Xananas, Acácias, Buganvílias, Mangabeiras. Flor de Jambo no chão, qual tapete róseo. Vemme tudo à mente. As imagens mais belas. Minhas carícias sem defesas. Amo como quem não teme. Rósea a flor desperta, entre pernas que te beija. A espada de santo é tua. E vem ao templo, intensa, com leveza. Teus em mim, semens sementes. Protege-te Potengi, em meu rio ventre. Aflui fluente e me molho de teus molhos e manhãs. Lambuzo-me desse rio. Banho-me e m’esbaldo. Te como a tarde, de noite, na madrugada, na manha. Nem sei onde me ser, ou me estar. Como te ser Star. Me ser-estar. Qual não me ser, qual estar. Quero você, meu anelo de strass. Rio sozinha, a nós – Potiguar, atlante – ou rio-me com tua presença; e mesmo quando ausente... Saudade é isso, que não se explica. Então é sodade. Sodade, sodade... E banzo não se benze. Só bate. E que às vezes nem existe, se inventa. Ou é verdade, ou é um intento de ausência. Pra sentir mais, o que se sente. E escrever quiçá, um poema. Me pressa o rio sem presas. Preza-me o rio sem pressa. Potengi não é Danúbio, Sena. Ganges, Guaíras nem Tejo. É o meu leste-oeste-sul e norte. É do Norte, o Grande. E é o rio que amo e prezo. Desrepresa-se um rio inteiro. De amar, d’ardor. Fitar você é transe. Trance de olhares em flamas. É transa, corpos em trança. Beija-me, a cidade, correnteza. E esse amor de mililitros, m’embriaga, me néctar. Navego com ele. O crepúsculo me leva longe. Fico sem saber onde é onde. O não-seionde. Onde eu te encontre, encante você me cante. No quando, num quarto, de horas, num canto. Às vezes a dista é dentro. Nem é nos longes. Onde encerro meus pés, o agora e os ontens. Onde o finito me horizontes. Infindos. Na terceira margem, do rio, das visagens. Todos amanhãs, que me encontrem. Até nas tangentes, nos passos, esparsos. Onde minhas mãos, me escorrem, m’escapam. Artimanhas sensações. O Potengi me é porto e ponte. Aporte dos sentires e quereres. É da vida, cenário, inventário, roteiro, mirante. Alma cheia de braços e mangues. Navega-me pros teus ondes. Flagrantes, vazantes. O Potengi, amor... Pois é, ele me tange.

Ela, a Praça D’alma ...Penso numa praça, ou melhor, começar assim: lembro de uma praça. Na praça que intervém com freqüência entre os olhos da minha memória. Imagética. Visional. Sei que é só lembrança, semi-desconexa, déjà vu. Mas, a sinto tanto... Sei de seus cheiros, cores e vazios explícitos. Sei que essa praça arquivada quiçá aleatoriamente na memória, vivencialmente não a conheço; nem sei em que lugar pode ser que esteja. Especulo sua locação. Imagino-a aqui perto de casa, mas não há praças por perto. Pode ser no limite de um precipício ou a beira-mar. Pode ser aos pés de uma montanha ou serra, mas não posso precisar onde e, pode ser nas cercanias da província onde nasci, mas lá não tenho certeza que haja praças como essa; a que vejo dos olhos da memória. Pode ser que a criei com traços e linhas de praças outras por onde passei. Gosto de praças assim como de oásis e ilhas. É agradável essa praça; agradável ao olhar transeunte e aquietado por entre ela. Praça que tem um “quê” de aprazível, algo de turbulência de tufão, algo de abandonada, como um quintal de casa e também calmaria solene e silente de cemitério; tem um toque de bosque virgem, daqueles que se penetra apenas com os olhos e a alma e jamais com pés e mãos. Está claro! Essa praça é só imaginação. Nessa imaginação tem árvores tantas inclusive Baobás; trilhas ariscas, bancos alheios e mesas de madeira; tem fontes e canteiros muitas vezes floridos, um ambiente que atiça lúdicos espíritos; tem capins selvagens e espalhadas pedras tão mais velhas que a memória humana; quando chove em choro o céu formam-se poças-espelhos; tem muitas sombras e muita sombra e também clareiras e cantões; pássaros vários passam por ela, a praça, a imaginação. É ordenada e naturalmente caótica; verde bucólica; ventos ventam entre suas árvores frondosas; é tão ampla como um coração amoroso e, à guisa de passos, vasta como a palma de um pé. Essa praça é e está sitiada pela urbe. É poética e boa para prosa. Telúrica. Praça que tem alma própria. Ela é só imaginação. Ela é uma praça.

E... Ela chorava compulsiva. Quando ele tocava-lhe, tocava-lhe o corpo. Inteiro. O amor era de longos e longos dias. Centenas e centenas deles. Há dias estava propensa a lacrimar. Estava tocada. A saudade não era dele corpo presente, tão somente. Ele sempre tão presente. Opção mútua. Amor de ambos. A saudade era dos sentidos ativos, atiçados e era seu motivo de chorar. Dias foi bem preso o choro, pois sabia ela que eram cachoeiras que se armavam no curso de seus olhos. Quando não pudesse sustentá-las sabia que assim seria. Compulsiva. Foram horas ininterruptas de choro na madrugada de tempestade sob cobertores mornos. Trovões que apavoram. Relâmpagos que encantam tanto. Ele com sua tendência fácil para compreensão, dizia impulsivo: chore. Chore querida. Alivia. Alivie-se. Eu te amo, já sabia? Eu te amo, repetia. Cada palavra que carinho envolvia, a cada a’morosidade mais ela chorava e chorava e chorava. Ela imaginava por imaginar que ele fazia outra idéia do que ela por ele sentia. No quarto não havia luz elétrica acesa. Apenas a grande janela de vidro transparente com lágrimas externas do tempo e esporádicos clarões que lembravam a todo seu tempo que tempestades estavam às voltas. Está claro. Seu obstáculo em compartilhar sentimentos naquele momento a levou a demonstrá-lo d'outro modo que não a fala clara e franca. Chorava cada vez mais manso. Já estava amenizando a compulsão até que ela decidiu desligar a televisão antes de assistir o contínuo disso. Foi à cozinha preparar um café e em seguida folhear um livro no banheiro, enquanto sentava-se confortavelmente no vaso. Passa tempo. Passa. A planta do lado estava com poeira e a pequena estante estava abarrotada a ponto de despencar tudo. Isso só porque recentemente ela está levando quase sempre mais um livro a cada ida ao banheiro. Quando não tem necessidades e lhe sobra vontade de continuar um capítulo iniciado, corre novamente ao banheiro para mais uma sentada nas folhas do livro anterior. Ah! Que prazer reservado! Imenso! O sino da catedral sete horas anunciou e naquela estação e hemisfério, era bem a hora para suceder o pôr-dosol. Ela foi sem pressa passear após o café passado. Queria mesmo era ver a lâmina fina do astro já rotando pr'outra face da terra e com calma e tempo que lhe sobrava nas segundasfeiras, deliciar olhos e alma com o crepúsculo âmbar e seus matizes. Tem esse fascínio e bem estar nestas horas. Foi num crepúsculo que nasceu. E gosta por demais disso. De ter nascido. A foto saiu desfocada. Pudera! O bonde estava em movimento. A ansiedade tanta para captar aquele gosto, aquele roxo, aquele rosto foi o bastante para nem cuidar do desempenho ótimo da máquina. Lembrou que já há dias pensa em escrever aquela carta que pensa e que bem podia ser agora, embora breve, pois os pensamentos estavam como nunca multiplicados em diversas ordens e direções. Não seria agora extensa como pensa. O pão em casa estava pouco. Era hora de variar. Aproveitar a passagem para comprar roscas doces, mangas verdes e pão mais integral. As flores frescas a sacar ficariam para o fim do caminhar. Quando secas tão bem belas são. Fazia tempo que não desejava um banho quente assim e, que acima, nas montanhas sempre lhe dava a imprópria vontade de voar. Voa pensamento e a montanha é agora por milhas só memórias assim com a praia. Outro dia que virá é que por uma delas vai tornar. O brinco na orelha é só em uma e à esquerda; a barba por fazer enquadrava o estereótipo de menino marginal, bandido. Os lábios límpidos é que contradiziam. Não fosse a tarja nos olhos alguém diria que era o Jim Morrison passeando em Paris. Em verdade é bem mais belo ao todo que o morto. A tarja nos olhos fui eu que pus. Aquele deus transeunte era demais para que pudesse assim simplesmente fitá-lo nos olhos naquele momento. Passa, e é isso que nem queria com ele ao lado. O tempo. A foto é em frente da porta do quarto. O bonde chamado passa. Segue mulher! Vai-te! Vem! Chego cheia de flores, balangandãs e comida. Como. Chá-lá-lá... Chá-lá-lá-lá-lá... Lá-lá-lá... Chá-lá-lá... Lá-lá... Eita! O rádio ficou ligado. Aquela estação. O céu é bem estrelado e o noticiário avisa que à direção do ponto cardeal sul vai ter chuva de meteoro. De vez em quando, de tempos em tempos estrelas trocam de lugar. Os olhos extáticos em brilhos ao lembrar a vez anterior que viu este lindo espetáculo. Há tempos! Foi numa aldeia alheia sem luz de artifícios. Na cidade vai ser difícil enxergar. Luminosidade em excesso ofusca o lustre de estrelas distantes. Em movimento então, tão mais. Tão distante estava então o lápis e o moleskine de sempre para inscrever os afazeres e prazeres de amanhã. Os escritos dos ontens e os desejos do agora até o porvir. Deitada, não queria agora desgrudar o corpo da cama. Do cheiro duo da cama. Ele telefonou. Disse que volta. E... Logo! Quiçá depois de amanhã. Tempos idos sem ouvir de verdade de perto, bem ao labirinto e a tez, palavras simples assim: amor, tesouro, deusa, querida... Antes estava contente. Agora estava feliz. Lembrou de antes. De como tudo começou. Ela chorava compulsiva.

Vulv’ars poética. Sacra. Sacra é a sua. Sacra é a Mãe. Sacra Vulva da Vovó. Matri, Mundi, Female, Mutter. Sacra Nana, Yoni, Oyá, Yansã. Mamã. Sacra é d’Início, Cio e o Feminino Princípio e o fim em Si. Sacrae. Sacra é a Prenhe que te Pariu. Sacra Vulva a Sua, a Minha e a da nossa vizinha. É Sacra a da sua Irmã, sua Tia e sua Filha. Sacra a Vulva das fêmeas donde todos os Seres se Geram-Germinam. Sagrado o Eterno Feminino sim. Ser Sacral. Sangue Semente. Sem fim. Sacra é a Mulher. Minha. Sua Mulher. Namorada, Amante, Esposa. Cria, Neta, Enteada, Sobrinha. Fêmea Sacra Sim Senhor. Vênus Mamilo de Milo Potengi. Sacra Matri, Mama Mia. Sacra é a Mãe! Minha. Sacre Coeur Vulvae Mon’Amour. Sacra Vulva Sim. M’amor! Sacra Vulva Nêga, Bia, Bianca. Mana, Mãinha. Liberta, Sacra Deva. Dinvindade. Divina Diva. Sacra em Culto. Sacra Ísis. Maria, Lilith Baubô. Tonatian, Ruth, Adonia. Ci, Diana, Rea. Kundalini, Suna, Athena. Iara, Demeter, Mistérios de Ci. Oxum e a Árvore da Vida. Viva Vulva / Vulva Viva. Nanã, Nefertiti, Phoenix. Femina Ave, Mãe Terra. Amaterasu, Madonas Neras. Flôr de Lótus e Mãe do Céu. Sacra Sangra Sangue Azul. Sacra Poiésis, Cuore Hard – Suave. Sangue de Vulva tem Poder. Hosansa! Oh, Anas. Sacra Origem do Mundo. Sacras Deusas Vulvares. Sacra Brigid, Kali, Ixtel, Durga. Sacra Maeve, Pele, Sekmet. Shakti, Tara, Yemanjá. Sacra Vulvae. Rama Raiz. Nu Kua. Afrodite, Rhianon, Nut, Gyhldeptis. Sacra Freya, Hekate, Maya. Sacra Haltor, Sedna, Coatlicue, Pachamama Mãezinha. Sacra Vulva Arte Arde. Aleluia Oxalá Mulher. Mujer, Frau, Woman, Donna. Sacra Civ Atlan One. Tulipa Vulva Negra Pérola. Lírio, Lábia Sacra. Vulva, Sacred Woman. Heilige Frau Vulva. Mamiferantropofágica Eu-Mãe. Gema d’Ovo Sacra Deusa Criação. Sacra Eva, Vulva Veia. Sacra Pura Inspiração. Artéria, Artemis, Cibele, Sereia. Sacr’Amor Mundi, Around The World. Sacra Ômega Alfa Vulva. Amem. Amem. Eis a Mulher: Ecce Femme. Sacra Vulva: Amém. Amem. Amém.

Vulv’ars poética.

>>> Febril/Cantos Undécimos
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