ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA NO POVOADO BOM SUCESSO, NO MUNICÍPIO DE POÇO REDONDO (SE): AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE OPERAÇÃO

June 3, 2017 | Autor: Marcelo Santos | Categoria: Qualidade Da água, Abastecimento De água, Estação de Tratamento de Águas
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ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTURA PIO DÉCIMO FACULDADE PIO DÉCIMO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

MARCELO DA SILVA SANTOS

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA NO POVOADO BOM SUCESSO, NO MUNICÍPIO DE POÇO REDONDO (SE): AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE OPERAÇÃO

Aracaju 2015

MARCELO DA SILVA SANTOS

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA NO POVOADO BOM SUCESSO, NO MUNICÍPIO DE POÇO REDONDO (SE): AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE OPERAÇÃO

Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil pela Faculdade Pio Décimo.

ORIENTADORA: PROF.ª M. Sc. NEUMA RÚBIA F. SANTANA

Aracaju 2015

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

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MARCELO DA SILVA SANTOS

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA NO POVOADO BOM SUCESSO, NO MUNICÍPIO DE POÇO REDONDO (SE): AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE OPERAÇÃO

Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil pela Faculdade Pio Décimo.

Aprovado em: ____ de _______ de _____. BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________________ AVALIADOR: Prof. M.Sc. João Carlos Santos da Rocha, Faculdade Pio Décimo

__________________________________________________________________ AVALIADORA: Prof.ª M.Sc. Daniele Santana de Melo, IFS

__________________________________________________________________ ORIENTADORA: Prof.ª M. Sc. Neuma Rúbia F. Santana, Faculdade Pio Décimo.

DEDICATÓRIA

É com muito orgulho e satisfação que dedico este trabalho a toda minha família e amigos. Amos vocês. 4

AGRADECIMENTOS

Ao nosso DEUS, todo poderoso, que durante todo esse percurso sempre me protegeu e me deu forças para nunca desistir nesta jornada diária de 360,00km. Agradeço a os meus pais Basileu Cardoso dos Santos e Antônia Alves da Silva pela paciência, amor, carinho e companheirismo que sempre têm e por nunca deixarem de acreditar em mim. Aos meus irmãos que por mim nunca deixam de ser uma fonte inspiração. À minha esposa Ilka Maria Soares dos Santos, pela paciência, amor, carinho, incentivo e principalmente pela dedicação, durante todo esse tempo que nos privou de muitos momentos e por sempre estar ao meu lado. Aos meus amigos Paulo Michel da Silva do Amaral e Hélio Santos, por sempre acreditar, incentivar e me ajudar a concretizar este sonho. Ao Engº. Hildson Andrade Cruz e família, pela amizade, respeito e por sempre acreditar no meu potencial. A equipe da Administração da Prefeitura Municipal de Poço Redondo em especial a Secretaria Municipal de obras, pela compreensão dessa longa jornada. Ao Eng. Silvio M. Farias da Diretoria de Operações da DESO, pela colaboração prestada e o fornecimento de informações que subsidiaram este trabalho. A todos os professores da Faculdade Pio Décimo, do quais tive o privilégio de receber os conhecimentos necessários para minha formação profissional. A Prof.ª M. Sc. Neuma Rúbia Figueiredo Santana pela orientação plena, pelo estímulo à pesquisa, pelo exemplo de dedicação persistência e, acima de tudo, por ter confiado em meu trabalho. Agradeço a todos que fazem parte da Associação dos Universitários de Nossa Senhora Glória, por ter compartilhado os diversos momentos das viagens e resenhas tornando-a mais agradável. Aos meus parceiros amigos de infância, Igor, Rogério, Eduardinho, Fabrício, Gilmar e em especial Zé Paulo (In memória). Aos amigos, pela as ausências, mas que sempre compreenderam os motivos. E a todos que de alguma forma colaboraram para que este sonho pudesse ser concretizado. 5

“O rio atinge seus objetivos porque aprendeu a contornar os obstáculos.” (Lao Tsé) 6

RESUMO

O objetivo desta pesquisa foi a avaliar a operacionalidade do sistema de tratamento, bem como a qualidade da água distribuída para a população residente no Povoado Bom Sucesso, como o foco na água tratada distribuída ao consumidor final. A presente pesquisa foi realizada no Povoado Bom Sucesso, localizado na cidade de Poço Redondo, estado de Sergipe, onde foram aplicados questionários com perguntas pertinentes ao saneamento do povoado, foram coletadas amostras de água e encaminhadas para análise em laboratório credenciado. As amostras foram analisadas de acordo a APHA e os resultados comparados com a Portaria 2.914, de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde, que determina os parâmetros para a potabilidade da água para o abastecimento público e com os resultados dos boletins de análises solicitados formalmente realizados pela Companhia de Saneamento de Sergipe - DESO e a Vigilância Sanitária do município de Poço Redondo num período anterior de nove meses. A escolha dos locais considerou a extensão da malha da rede de distribuição ao longo do povoado dividindo em três partes e mais uma coleta na captação. Após os levantamentos de dados, constatouse que os resultados obtidos com essas amostras, apresentavam na maioria das análises está de acordo com a Portaria em estudo, sobretudo nota-se a presença de coliformes fecais e Escherichia Coli. Conclui-se que o tratamento concebido é suficiente para a população do povoado, necessitando de pequenos ajustes na sua operação e de uma melhor atenção do poder público. Palavras-chave: Abastecimento de água. Qualidade da água. Sistema de Tratamento.

7

ABSTRACT

The objective of this research was to evaluate the operation of the treatment system as well as the quality of water distributed to the population of the village Bom Sucesso, as the focus in the treated water distributed to the final consumer. This survey was conducted in the village Bom Sucesso, located in Poço Redondo, the state of Sergipe, where questionnaires were applied with relevant questions to the village sanitation, water samples were collected and sent for analysis in an accredited laboratory. The samples were analyzed according to APHA and the results compared to the Ordinance 2914 of December 12, 2011 the Ministry of Health, which determines the parameters for the potability of water for public supply and the results of the requested analysis bulletins formally made by the Companhia de Saneamento de Sergipe - DESO and Well municipality's Health Surveillance Redondo in an earlier period of nine months. The choice of sites considered the extension of the mesh of the distribution network through the village dividing into three parts and another collection in the capture. After survey data, it was found that the results obtained with these samples had most of the analyzes are in accordance with the Ruling study, especially note the presence of fecal coliforms and Escherichia coli. It concludes that treatment designed is sufficient for the village population, requiring minor adjustments in its operation and better attention from the government.

Keywords: Water supply. Water quality. System treatment

8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 01 - Ciclo Hidrológico. ....................................................................................................... 25 FIGURA 02 - Normas Regulamentadoras no Brasil. .................................................................... 26 FIGURA 03 - Esquemático da Estação de Tratamento convencional. ...................................... 35 FIGURA 04 - Etapas da metodologia. ............................................................................................ 40 FIGURA 05 - Localização do povoado Bom Sucesso.................................................................. 41 FIGURA 06 - Limite da área urbana do povoado Bom Sucesso. ............................................... 42 FIGURA 07 - Indicação da rede de distribuição e pontos de realização da coleta de água. . 44 FIGURA 08 - Localização da ETA - Bom Sucesso. ...................................................................... 45 FIGURA 09 - Coleta das amostras. ................................................................................................. 46 FIGURA 10 - Material utilizado para coleta de amostra. ............................................................. 47 FIGURA 11 - Fluxograma esquemático de sistemas de filtração direta. .................................. 51 FIGURA 12 - Doenças relacionadas com o abastecimento de água. ....................................... 53 FIGURA 13 - Captação - SAA do Povoado Bom Sucesso.......................................................... 59 FIGURA 14 - Entrada: ETA - Bom Sucesso. ................................................................................. 59 FIGURA 15 - Torre de Equilibro e Casa de Bomba: ETA - Bom Sucesso. .............................. 60 FIGURA 16 - Casa de química, bombas dosadoras de coagulante: ETA - Bom Sucesso. ... 61 FIGURA 17 - Filtro de Fluxo Ascendente: ETA-Bom Sucesso. .................................................. 62 FIGURA 18 - Reservatório de contato: ETA – Bom Sucesso. .................................................... 63 FIGURA 19 - Casa de bombas: ETA – Bom Sucesso. ................................................................ 64 FIGURA 20 - Reservatório de 80,00m³: ETA – Bom Sucesso. .................................................. 64 FIGURA 21 - Visão geral da ETA Bom Sucesso. ......................................................................... 65 FIGURA 22 - Ponto de Captação: ETA – Bom Sucesso. ............................................................ 66 FIGURA 23 - Torre de Equilíbrio: ETA – Bom Sucesso. ............................................................. 66 FIGURA 24 - Reservatório de cloração: ETA - Bom Sucesso. ................................................... 67 FIGURA 25 - Casa de Bombas - ETA – Bom Sucesso. .............................................................. 68 FIGURA 26 - Pontos de coleta de água para análise microbiológica........................................ 69 FIGURA 27 - Coleta 01: captação de água bruta. ........................................................................ 70 FIGURA 28 - Coleta 02: Residência de D. Zuleide, nº 127. ........................................................ 71 FIGURA 29 - Coleta 03: Residência de D. Lidiane, s/nº. ............................................................. 71 FIGURA 30 - Coleta 04: Bar de Amarilho. ..................................................................................... 72 FIGURA 31 - Zoneamento de Ligações Ativas. ............................................................................ 73

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TABELA 01 - Resultados de ensaios para Características Microbiológicas. ........................ 58 TABELA 02 - Resultados dos ensaios para Características Microbiológicas na rede de distribuição de água tratada, coleta realizada em 03.10.2015. ...................... 72 GRÁFICO 01 - Resultados dos ensaios das amostras coletadas em Boletim de Análise quanto a Turbidez da Água bruta do Manancial. .............................................. 49 GRÁFICO 02 - Resultados dos ensaios das amostras coletadas em Boletim de Analise quanto a Turbidez da Água tratada. .................................................................... 50 GRÁFICO 03 - Monitoramento de Doenças Diarreicas dos principais Povoado e Assentamentos do Município de Poço Redondo/SE. ....................................... 52 GRÁFICO 04 - Resultados de ensaios para Substâncias Inorgânicas. .................................... 54 GRÁFICO 05 - Resultados de ensaios para Substâncias orgânicas......................................... 55 GRÁFICO 06 - Resultados de ensaios para Substâncias Agrotóxicas. .................................... 56 GRÁFICO 07 - Resultados de ensaios para Substâncias Organolépticas. .............................. 57 QUADRO 01 - Componentes do Saneamento Básico. ................................................................ 17 QUADRO 02 - Histórico da implantação do Saneamento Básico no Brasil. ............................ 19 QUADRO 03 - Classificação da água para consumo humano. .................................................. 22 QUADRO 04 - Principais microrganismos relacionados às doenças por meio hídrico. ......... 24 QUADRO 05 - Classificação da água para consumo humano. .................................................. 29 QUADRO 06 - Principais processos e operações de tratamento de água. .............................. 36 QUADRO 07 - Algumas modalidades e características do processo de filtração. .................. 38

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LISTA DE ABREVIATURAS

a.C.

Antes de Cristo

Art.

Artigo

nº.

Número

UNT

Unidades Nefelométricas de Turbidez

VMP

Valores Máximos Permitidos

11

LISTA DE SIGLAS

ABES

Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental

ABNT

Associação Brasileira de Normas Técnicas

BNH

Banco Nacional de Habitação

APHA

American Public Health Association

CONAMA

Conselho Nacional do Meio Ambiente

DESO

Companhia de Saneamento de Sergipe

DNOS

Departamento Nacional de Obras de Saneamento

ETA

Estação de Tratamento de Água

FDA

Filtração Direta Ascendente

FUNASA

Fundação Nacional de Saúde

IBGE

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDH

Índice de Desenvolvimento Humano

MS

Ministério da Saúde

NBR

Norma Brasileira Regulamentadora

OMS

Organização Mundial de Saúde

PAC

Programa de Aceleração do Crescimento

PLANASA

Plano Nacional de Saneamento

PROSAB

Programa de Pesquisa em Saneamento Básico

SAA

Sistema de Abastecimento de Água

SE

Sergipe

SECOBRAS

Secretaria Municipal de Obras e Serviços Municipais

SESP

Serviço Especial de Saúde pública

SMS

Secretaria Municipal de Saúde

12

LISTA DE SÍMBOLOS

%

Porcentagem

ºC

Graus Celsius

µ

Mícron

cm

Centímetro

Hab./km²

Habitantes por Quilômetro Quadrado

kg

Quilograma

km

Quilômetro

km²

Quilômetro Quadrado

m

Metro



Metro cúbico

ml

Mililitro

NaClO

Hipoclorito de Sódio

pH

Potencial Hidrogeniônico

13

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ........................................................................................................................ 4 RESUMO................................................................................................................................... 7 1.

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 15

2.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 16

2.1

SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL ................................................................. 16

2.1.1 Histórico do Saneamento Básico .......................................................................... 18 2.2

ABASTECIMENTO PÚBLICO DE ÁGUA POTÁVEL NO BRASIL .................. 20

2.2.1

Classificação da água para consumo humano ............................................. 22

2.2.2

Aspectos gerais da água potável ...................................................................... 23

2.2.3

Sistema de Abastecimento de Água - SAA .................................................... 28

2.3

TRATAMENTO DA ÁGUA ..................................................................................... 31

2.3.1

Estações de Tratamento - ETA .......................................................................... 31

2.3.2

Importância do tratamento da água para consumo ..................................... 32

2.3.3

Classificação e principais processos de tratamento da água .................. 34

2.3.4

Processo de Filtração .......................................................................................... 37

2.3.4.1 Classificação do Processo de Filtração ............................................................... 38 2.3.4.2 Filtração rápida ........................................................................................................ 38 3.

METODOLOGIA ...................................................................................................... 40

3.1.

DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................................... 40

3.2.

COLETA DE INFORMAÇÕES .............................................................................. 43

3.3.

VISITA TÉCNICA..................................................................................................... 43

3.4.

COLETA DE AMOSTRAS ...................................................................................... 43

3.5.

METODOLOGIA APLICADA NA PESQUISA ..................................................... 44

4.

RESULTADO E DISCUSSÕES ............................................................................ 48

5.

CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 74

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 76 APÊNDICE A – Questionário ............................................................................................ 80 APÊNDICE B – Registro Fotográfico .............................................................................. 81 ANEXOS ................................................................................................................................. 83

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil está localizado hidrograficamente numa região com os maiores mananciais do planeta, mas nem por isso existe uma distribuição adequada desse recurso provendo atender satisfatoriamente seus cidadãos de maneira geral com o abastecimento de água em diversos usos. Um dos grandes problemas é a falta de gestão e aplicação dos recursos públicos de maneira efetiva para o atendimento da população, e, um dos grandes exemplos pode ser encontrado no Estado de Sergipe que tem sua divisa com Estado de Alagoas banhado pelo Rio São Francisco. Neste percurso, ainda em meados do século XXI, encontram-se diversos povoados de pequeno porte sem nenhum sistema de tratamento de água afetando diretamente as condições de saúde, bem como aliada a escassez de água, a eutrofização dos recursos hídricos. Segundo inciso I do Art. 2º da LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997, são objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos. O acesso à água tratada e sem risco à saúde é importante para a diminuição da incidência de doenças em todas as faixas etárias de vida do ser humano. Observando a crescente demanda de acesso à água de boa qualidade e a importância da universalização dos serviços básicos relacionados ao abastecimento de água potável, com o conhecimento amplo de sistemas de tratamentos simplificados, torna-se necessário para a igualdade social e o desenvolvimento sustentável da região. Observando a necessidade de ampliação dos serviços de saneamento este trabalho teve como objetivo principal avaliar o tratamento da água distribuída no Povoado Bom Sucesso, no município de Poço Redondo/SE, através de coleta informações da operacionalidade do sistema existente, bem como verificar da qualidade da água potável produzida e distribuída à população. A

busca

da

universalização

dos serviços

básicos

relacionados

ao

abastecimento de água como que este trabalho apresenta, tem uma grande relevância nos aspectos sociais e econômicos na sociedade. 15

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Diante da necessidade de validar o método de investigação na pesquisa, será expostos neste capítulo informações conceituais pertinentes ao saneamento, padrões de potabilidade, abastecimento e tratamento de água.

2.1 SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saneamento como o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeito deletério sobre o seu bem estar físico, mental e social. Segundo Moraes e Borja (2014), o saneamento é conceituado historicamente de acordo com a evolução da humanidade, em função das condições materiais e sociais de cada época, do avanço do conhecimento e da sua apropriação pela população. Os princípios do saneamento básico se misturam com uma virtude de relação entre o homem e natureza com conteúdos dessemelhantes ao longo das diversidades culturais e principalmente com a classe social, relacionando-se nesse caso, às condições materiais de existências e ao nível de informação e conhecimento. A preocupação com o saneamento evoluiu de acordo com as necessidades decorrentes ao crescimento populacional nas zonas povoadas, garantindo a segurança da saúde dos seres humanos através do combate de doenças com a implantação de infraestruturas e com medidas sanitárias preventivas. De acordo com Souza e Freitas (2010), o saneamento é pesquisado em torno de duas concepções diferentes, sendo uma delas voltada para a Promoção da Saúde envolvendo a instalação de uma estrutura física composta por sistemas de engenharia caracterizando com uma intervenção no meio físico incluindo um conjunto de ações voltadas à participação, educação e políticas com diretrizes determinando direitos e deveres aos usuários e prestadores de serviços, bem como um ambiente institucional integrado a outros setores que abrangem a saúde, e a outra é a prevenção de doenças.

16

A Lei Federal nº 11.445 de 05 de Janeiro de 2007, define o saneamento básico como um conjunto de serviços planejados coletivamente, contemplando infraestruturas e instalações operacionais que garantem de forma efetiva à universalização do acesso, a integralidade, a eficiência, a segurança, a orientação, a qualidade,

as

inovações

tecnológicas

e

sustentabilidade

econômica

dos

componentes conforme descritos no QUADRO 01.

QUADRO 01 - Componentes do Saneamento Básico. Componentes Descrição Constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de Abastecimento de Água Potável água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição; Constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, Esgotamento Sanitário tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente. Conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, Limpeza urbana e manejo de tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo resíduos sólidos originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas. Conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, Drenagem e manejo de águas de transporte, detenção ou retenção para o pluviais urbanas amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas. FONTE: Adaptado, Lei Federal nº 11.445, 2007 de 05 de Janeiro de 2007.

Define-se saneamento básico como todos os serviços cujas ações tenham o objetivo de maximizar a promoção e a melhoria numa forma ascendente das condições em que vivem às populações urbanas e rurais no que diz respeito a sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de doenças relacionadas com o meio ambiente, favorecendo o pleno gozo da saúde e o bem-estar (BRASIL, PROJEO DE LEI Nº 5.296, 2015). De acordo o Manual de Saneamento, FUNASA (2006), nos dias atuais, apesar de estarmos num momento em que a propagação da informação é muito mais eficaz através dos diversos meios de comunicação existentes, nota-se a falta de divulgação desses conhecimentos. 17

Nota-se que o combate de doenças relacionadas ao meio ambiente, só é efetivo com ações pertinentes aos componentes do saneamento básico, conforme mencionado anteriormente no QUADRO 01, além da prevenção utilizando informações instrutivas como fonte educacional. Kobiyana, Mota e Corsueil (2008), ressaltam que vida humana numa distribuição concentrada e baseada no modelo econômico capitalista empregado em quase todo o planeta, mostra-se suscetível a todas as anomalias pertinentes a falta de implantação, de execução, e de manutenção de um sistema eficaz de saneamento básico visando garantir uma integridade e qualidade ao meio ambiente para as atuais e futuras gerações. As políticas públicas de saneamento básico implantadas em todos os países fazem parte da interpretação dos direitos humanos, expresso e reconhecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos, no art. 25º, transcrevemos: 1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.

Apesar do saneamento básico no âmbito mundial ser amplamente discutido e regulamentado de acordo as legislações pertinentes a cada país, o que se vê, é falta do compromisso para a efetivação dessas políticas de saneamento, acelerando assim a degradação do meio ambiente e onerando cada vez mais os serviços de saúde e de recuperação ambiental.

2.1.1 Histórico do Saneamento Básico

A preocupação com o saneamento básico é vista há 10.000 anos com a revolução da agricultura e com o surgimento e expansão de pequenas comunidades às margens dos cursos d’águas que acabaram se estruturando em cidades mais complexas, tendo como principal objetivo o intercâmbio comercial ou fortificações de guerra contra inimigos.

18

Em 3200 a.C., no Vale dos Hindus, foi utilizado o primeiro sistema de águas e drenagem. [...]. Egípcios e Chineses já utilizavam métodos de perfuração para obter água do subsolo em 2500 a.C. Quinhentos anos mais tarde, a civilização egípcia utilizava sulfato de alumínio para a clarificação da água. Na Índia, haviam escritos em Sânscrito sobre os cuidados que deveriam ser tomados com a água a ser consumida, armazenamento em vasos de cobre, filtração através de carvão, purificação por fervura no fogo, por aquecimento ao sol ou pela introdução de uma barra de ferro aquecida na massa líquida, seguida por filtração em areia e cascalho grosso. Em 1500 a.C., os egípcios iniciaram o processo de decantação para a filtração da água.1

No QUADRO 02, é apresentando cronologicamente o histórico de fatores que influenciaram na implantação do modelo de saneamento básico no Brasil. QUADRO 02 - Histórico da implantação do Saneamento Básico no Brasil. Histórico Período Século XV

Século XVI Inicio do Século XIX

CRONOLOGIA

Final do Século XIX Inicio do Século XX Década de 30 Década de 40

Década de 50

Década de 70 Ano 1986

O Brasil é descoberto e com a chegada dos europeus e africanos, em registros dos jesuítas que relatavam o ótimo estado de saúde dos indígenas, ou seja, um povo nunca desbravado onde viviam em harmonia com a natureza e seus costumes. A colonização introduziu no Brasil diversas doenças inexistentes no país colonizado e que resultaram em epidemias que matavam frequentemente os índios. Saneamento teve pequeno avanço com a chegada da família real no país, sendo criadas leis que fiscalizavam os portos. Sistemas Construídos e Operados por Empresas Estrangeiras (Britânicas, Francesas e Canadenses); Movimento de Sanitaristas, companhias adquiridas pelos governos municipais e estaduais; Criação do Ministério da Saúde Criação de estruturas federais (Departamento Nacional de Obras de Saneamento - DNOS), (Serviço Especial de Saúde Pública SESP), serviços transferidos aos municípios; Surgem problemas com a degradação dos corpos hídricos, devido: ao processo de industrialização/urbanização; aos conflitos sociais e aumento da pobreza; a má qualidade de vida; a concentração populacional; a exploração contínua dos recursos naturais; Criação do Plano Nacional de Saneamento (PLANASA); Companhias Estaduais de Saneamento; Extinção do BNH e do PLANASA

PERÍODO PÓS PLANASA- Falta de Consenso de uma nova Política (Crise Fiscal do Estado, Debate das Privatizações); LEI Nº 11.445/07 – Estabelece Diretrizes Nacionais do Ano 2007 Saneamento Básico; Criação do PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO Ano 2007 PAC FONTE: Adaptado de Panorama do Saneamento do Brasil, 2007 e CAVINATTO 2003. Ano 1986 - 2007

1

http://www.aegea.com.br/portfolio/a-historia-do-saneamento-basico-na-idade-antiga/

19

O Código de Águas de 1934 é considerado um grande marco na histórica política

brasileira,

estabelecendo

prioridades ao

abastecimento

humano

e

considerou ilícito qualquer tipo de contaminação da água que prejudicasse terceiros, responsabilizando os infratores pelos danos causados (FARIA, S. A.; FARIA, R. C., 2004). Em linhas gerais, tomando-se por base a pesquisa de Pena (2015) 2 , o saneamento no Brasil não evolui no mesmo ritmo que os centros urbanos e a degradação dos recursos hídricos. Mas como já mencionado no QUADRO 02, nos últimos 20 anos a difusão dos serviços de saneamento básico no Brasil conheceu profundos avanços. Porém, ainda existem muitos problemas, principalmente relacionados com as desigualdades regionais quanto à disponibilidade de infraestruturas, um reflexo do desenvolvimento desigual do território brasileiro. Conforme o art. 2º da Lei de nº 10.257/2001, o saneamento básico é umas das características essenciais para o desenvolvimento de um país, universalizando e integrando o acesso a todos os cidadãos independente de sua classe social, atendendo padrões, normas e/ou leis pré-estabelecidas de acordo com políticas públicas que estão direcionadas na construção de ferramentas que possibilitam a ampliação da oferta dos serviços como, por exemplo, o abastecimento de água potável, garantindo assim para a sociedade informações, representações técnicas e participações aos serviços públicos de saneamento básico.

2.2 ABASTECIMENTO PÚBLICO DE ÁGUA POTÁVEL NO BRASIL

A parcela de água encontrada no planeta tem 97% de sua quantidade localizada nos mares (água salobra) e apenas 3% restantes são encontrados nas calotas polares, vapor de água, fontes subterrâneas e superficiais, dentre esse valor só 0,3% desta água é usada para consumo humano. Utilizar esta água doce para uso humano é necessário um conjunto de medidas e ações de predominância coletiva para a seleção, captação, transporte, tratamento, acondicionamento e distribuição numa forma consumível. 2

PENA, Rodolfo F. Alves. “Saneamento Básico no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em

20

A revista época (2014), afirma que o Brasil é uma potência da água, devido às grandes reservas existentes com aproximadamente 12% de toda água doce disponível no planeta armazenada em seu solo, sem contar que esta parcela se aproxima em 18% considerando a água que flui dos países vizinhos para o território brasileiro, lembrando que toda essa água é utilizada para abastecer menos de 3% da população mundial. Água na natureza foi tratada como um recurso infinito e apenas nas últimas décadas a humanidade acordou para a triste realidade sobre o mau uso proporcionado pelo homem reconhecendo que os recursos naturais estão se tornando escassos e que os recursos hídricos não são inesgotáveis. Ainda cita que a preocupação dos especialistas é originada pela redução da disponibilidade de água limpa ocasionada pelo o mau uso combinado com a crescente demanda (FUNASA, MANUAL DE SANEAMENTO, 2006). Segundo o Ministério da Saúde, Secretaria da Vigilância Sanitária em Saúde (2006), diz que a quantidade e qualidade do abastecimento público de água é um problema mundial, devido à escassez do recurso água e da degradação qualidade dos mananciais. Observa-se que o abastecimento de água é relacionado diretamente com as reservas em seus mananciais afetados através do ciclo hidrológico. Ressalta-se que para um bom aproveitamento de um sistema de abastecimento de água devemos ter um bom manancial que nos ofereça uma água bruta com custo menor no momento do seu processo de tratamento para água potável, ou seja, uma água própria para o consumo humano ou para as demais atividades que depende de recursos hídricos de boa qualidade. De acordo Tsutiya (2006), os benefícios proporcionados por um sistema de abastecimento de água à saúde vão muito além da higiene, conforto e bem-estar, funcionando também com uma total isonomia, atingindo todas as camadas de classes sociais refletindo na redução de demandas por serviços de saúde, consequentemente nos gastos públicos na área de saúde. O Manual de Saneamento, FUNASA (2006), cita os principais processos poluidores responsáveis por interferir diretamente nas características da água que são a contaminação, assoreamento, eutrofização e acidificação.

21

2.2.1 Classificação da água para consumo humano

Segundo o Instituto Trata Brasil, Manual de Saneamento (2012), a água fornecida pela natureza não é pura, ao precipitar na forma de chuva transporta impurezas do ar e ao atingir a superfície potencializa ainda mais as alterações de suas qualidades como seu grande poder de dissolução e de carregamento de substâncias. O Art. 2º, Inciso IX, Resolução CONAMA nº 357 (2005), do Ministério do Meio Ambiente, diz que através dos padrões de qualidade e determinados conjuntos de condições, classifica-se a água doce seguindo o uso preponderante, QUADRO 03.

QUADRO 03 - Classificação da água para consumo humano.

CLASSIFICAÇÃO

Classe

Destinadas

Classe especial:

a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção; b) a preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; c) a preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral

Classe 1:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado; b) a proteção das comunidades aquáticas; c) a recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; d) a irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e e) a proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.

Classe 2:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; b) a proteção das comunidades aquáticas; c) a recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000; d) a irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o publico possa vir a ter contato direto; e e) a aquicultura e a atividade de pesca.

Classe 3:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; b) a irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; c) a pesca amadora; d) a recreação de contato secundário; e e) a dessedentacão de animais.

Classe 4:

a) a navegação; e b) a harmonia paisagística.

FONTE: Adaptado de Resolução nº 357, 2005, Ministério do Meio Ambiente, CONAMA.

22

2.2.2 Aspectos gerais da água potável

2.2.2.1 Conceito de Água Potável

Heller e Casseb (1996), diz que a água para ser considerada potável, ou seja, apropriada ao consumo humano, deve atender a padrões de qualidade definido por legislação própria. A água ofertada a população através de obras de engenharia ou qualquer outro meio que possibilite o consumo desta água, deve apresentar condições satisfatória de acordo padrões, normas ou leis pré-estabelecidas, destinadas a proporcionar melhores condições de saúde e conforto. Segundo o Instituto Trata Brasil, Manual de Saneamento (2012), denomina-se água potável toda água utilizada para consumo humano que não contenham substâncias que modifiquem os padrões de potabilidade. Uma água para ser consumida deve não oferecer riscos à saúde dos humanos, estando sempre dentro dos limites exigidos no padrão de potabilidade, cujos seus parâmetros englobam aspectos microbiológicos, físicos, químicos e radioativos (FUNASA, MANUAL DE SANEAMENTO, 2006). Cavinatto (2003), afirma que a água só poderá ser consumida se não possuir substâncias prejudiciais à saúde humana, só assim é considerada de uso satisfatório. Conforme o Art. 5º, Inciso II, Portaria de nº 2.914/2011, do Ministério da Saúde, a água potável é toda a água que atende aos padrões estabelecidos de potabilidade para que não ofereça risco à saúde humana (ver ANEXO).

2.2.2.2 Qualidade da Água Potável

A importância da qualidade se dá devido à água na natureza ser o grande transmissor hídrico de doenças, segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, cerca de 80% de todas as doenças que se alastram nos países em desenvolvimento é proveniente da água de má qualidade. 23

Citamos anteriormente que a água não é pura, segundo Tsutiya (2006) as doenças podem ser provocadas por substâncias que estão dissolvidas na água como os sais e minerais, por partículas em suspensão e por microrganismos que, dependendo de suas concentrações, são os grandes responsáveis por algumas doenças como descrito no QUADRO 05, mas quando isentos desses agentes a água beneficia diretamente a saúde, além de evitar a propagação de doenças correlatas.

QUADRO 04 - Principais microrganismos relacionados às doenças por meio hídrico. Organismos Escherichia coli SalmonellaTyphi VibrioChorerae Salmonella Cryptosporidium Entamoebahistolytica Giardialamblia Adenovírus (31 tipos) Enterovírus (71 tipos) Hepatite A Rotavírus Ascaris lumbricoides Teaniasolium (solitária) Schistosoma mansoini FONTE: Adaptado Libânio, 2008.

Principais Doenças Gastroenterite Febre Tifóide Cólera Salmonelose Cryptosporidiose Disenteria amebiana Giardíase Doenças respiratórias Gastroenterite, anomalias no coração, meningite etc. Hepatite infecciosa Gastroenterite Ascaridíase Cisticercose Esquistossomoses

A classificação da água destinada para as diversas atividades do tipo comerciais, industriais, agrícolas e, principalmente ao consumo das populações humanas e de outros seres vivos e, essencial para que possa se verificar uma quantidade e qualidade desejável da água para o uso em cada uma dessas atividades (CAVINATTO, 2003). A água passa por processos de alterações nas suas características por duas maneiras, uma pelo ciclo hidrológico, visualizado na FIGURA 01, e a outra por ações humanas, provocadas pelo mau uso dos mananciais, agregado pela crescente demanda populacional das zonas urbanas, ocasionado pela falta de planejamento e execução dos serviços de saneamento básico necessário para evitar a contaminação. 24

FIGURA 01 - Ciclo Hidrológico.

FONTE: Ministério do meio ambiente (2015)*com acessado em 20/09/2015.

3

Independente da sua fonte de captação, a água unicamente pura não existe no meio ambiente, e sendo assim, para consumo humano, é indispensável que ela seja potável, ou seja, uma água totalmente segura isenta de agentes contaminantes químicos, orgânicos, inorgânicos e de bactérias patogênicas, possuindo um aspecto e sabor agradável para ser ingerida e também adequada para atividades domésticas e para maior parte das atividades industriais e agrícolas diversas (RICHTER, A.C., 2009). Observa-se na supramencionada FIGURA 01, os caminhos realizados pelas partículas d’águas até o acumulo nos mananciais, que percorrem a superfície e as camadas permeáveis mais profundas do solo, e, a partir daí, entende-se o porquê dos cuidados que o homem deve ter com suas atividades em modo geral, para que os agentes contaminantes não interfiram nesse processo natural.. A cada ano a qualidade da água vem sendo cada vez mais explorada desordenadamente e comprometida, devido à contaminação dos mananciais agravado pelos lançamentos de efluentes e resíduos gerados em sua maior parte pelas regiões urbanas e industrializadas, exigindo cada vez mais investimentos em estações de tratamento, garantindo que a água a ser consumida em geral seja de qualidade satisfatória (BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE, SECRETARIA DE VIGILÂNICA EM SAÚDE 2006). 3

*http://www.mma.gov.br/agua/recursos-hidricos/aguas-subterraneas/ciclo-hidrologico,

25

2.2.2.3 Padrões de Potabilidade

Conforme o Art. 5º, Inciso II, Portaria de nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde, define “padrão de potabilidade: como um conjunto de valores permitidos como parâmetros da qualidade da água para consumo humano, conforme definido nesta portaria”. A FIGURA 02 cita as principais normas regulamentadoras que norteiam quanto ao domínio público da água, quanto às definições e classificações dos corpos d’águas, quanto às diretrizes nacionais do saneamento básico e dos procedimentos de controle vigilância da qualidade da água.

FIGURA 02 - Normas Regulamentadoras no Brasil.

Resolução CONAMA 357/2005

Lei Federal 9.433/1997

BRASIL Lei Federal 11.445/2007

Portaria do M.S. 2.914/2011

FONTE: SANTOS, M.S., 2015.

Conforme citado por Libânio (2008), as exigências em torno de uma água com qualidade para consumo humano, só foi estabelecida no Brasil em 1977, com a publicação da Portaria nº. 56 do Ministério da Saúde, apresentando o primeiro padrão de potabilidade que determinava limites máximos para as características físicas, químicas e biológicas inerentes às águas. Os padrões de potabilidade estabelecidos, segundo Guedes e Carvalho (1997), são parâmetros que foram criados para a representação de limites máximos aceitáveis de impurezas que a água quando destinada ao abastecimento público, pode conter sem prejudicar a saúde da população. 26

Uma zona urbana atendida com um abastecimento público é possível através da potabilidade da água fornecida por este sistema, ter indicadores diferenciados sobre a qualidade de vida das pessoas que a consomem, podendo assim analisar, investigar, diagnosticar e solucionar problemas correlatos que podem surgir durante todo o processo de abastecimento (CARVALHO, 2012). A água utilizada para fins de consumo humano deve atender as seguintes características, de ordem: a) Físicas ou organolépticas: Segundo Heller e Casseb (1995), são características percebidas pelos sentidos humanos como, por exemplo, não ter gosto e odor indesejáveis; não conter cor e turbidez acima dos limites

estabelecidos

pelo

padrão

de

potabilidade

além

de

componentes que motivam desconfortos ou problemas de outra natureza, a exemplo, o ferro, manganês e sulfatos (Ver ANEXO I); b) Químicas: não conter substâncias nocivas ou tóxicas acima dos limites estabelecidos pelo padrão de potabilidade, (Ver ANEXO I); c) Biológica: Richter e Netto (1991) definem que as águas não devem conter microrganismos patogênicos tanto de origem vegetal ou animal; d) Radiológicas: não ultrapassar o valor de referência previsto na Portaria MS nº 2.914/2011, (Ver ANEXO I). Essas características também podem ser denominadas como padrões organolépticos, químicos, biológicos e radiológicos e todas as suas substâncias e seus limites permitidos, encontram-se definidos e relacionados na Portaria MS nº. 2.914/2011, possibilitando o controle, vigilância e assegurando uma água de qualidade, que não ocasione problemas com a saúde humana. A saúde humana para ser protegida deveria se conhecer teoricamente todas as substâncias químicas as quais todos os indivíduos estão expostos, bem como as quantidades máximas que cada indivíduo pode absorver durante seu ciclo de vida sem que efeitos ocorram no corpo (ABES, 2012). O

conhecimento

dessas

substâncias

pertinentes

aos

padrões

supramencionados favorece o estudo preliminar dos projetos de engenharia, necessários para a concepção dos processos de tratamentos, que são responsáveis pela potabilidade da água a ser distribuída. 27

2.2.3 Sistema de Abastecimento de Água - SAA

O Sistema de Abastecimento de Água deve atender algumas peculiaridades que influenciam nas suas características e porte de suas instalações, como o destino final da água, que podem ser pequenas comunidades ou metrópoles, e caracteriza-se em processos de captação da água nos mananciais superficiais ou subterrâneos, em seguida tornando-a potável através de tratamentos e enfim conduzida até os aglomerados humanos, sendo ofertada numa quantidade suficiente para atender as suas necessidades (INSTITUTO TRATA BRASIL, MANUAL DE SANEAMENTO, 2012).

2.2.3.1 Definição do SAA

Segundo o Instituto Trata Brasil, Manual de Saneamento (2012), o ser humano para atender às necessidades do cotidiano, necessita de água com qualidade e quantidade suficiente para lhe assegurar uma boa saúde e propiciar o desenvolvimento econômico de modo em geral. A FUNASA, Manual de Saneamento (2006), descreve dois tipos de solução para o abastecimento de água:  Solução coletiva: Aplica-se em áreas urbanas e áreas rurais com população mais concentrada;  Solução individual: Aplica-se, normalmente em áreas rurais de população dispersa.

De acordo Leal (2012), todas as soluções coletivas destinadas a abastecimento de água de uma comunidade, seja ele de pequeno, médio ou grande porte, concebido por conjuntos de unidades com o objetivo de extrair do meio ambiente volume de água necessário ao atendimento dos consumidores, numa disposição que possa adequar suas características aos padrões de potabilidade para consumo humano, e compartilhar esses volumes numa forma que não restrinja seu uso e consumo para população é caracterizado como um Sistema de Abastecimento de Água - SAA. 28

Segundo o Inciso I, do art. 3º da Lei de nº 11.455 (2007), são necessárias atividades como infraestrutura e instalações para que um abastecimento de água potável funcione de forma conjunta, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição. Toda água potável utilizada para abastecimento de uma comunidade para tais fins como domésticos, serviços públicos, consumo industrial e outros usos, deve ser fornecida por um conjunto de obras, equipamentos e serviços correlatos, denominado sistema de abastecimento de água - SAA, fornecendo em quantidade suficiente e com a melhor qualidade, respeitando os parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos exigidos por lei (NETTO, et. al., 1998). 2.2.3.2 Importância de um SAA Netto e Richter (1991) consideram 03 (três) aspectos importantes para um SAA, conforme pode ser visto no QUADRO 05.

QUADRO 05 - Classificação da água para consumo humano. Classe

Objetivos

1. Sanitária e social

 Melhoria da saúde e das condições de vida de uma comunidade;  Diminuição da mortalidade em geral, principalmente infantil;  Aumento de esperança de vida da população;  Diminuição da incidência de doenças relacionadas com a água;  Implantação de hábitos de higiene na população;  Facilidade na implantação e melhoria da limpeza pública;  Facilidade na implantação e melhoria dos sistemas de esgotos sanitários;  Possibilidade de proporcionar conforto e bem-estar;  Melhoria nas condições de segurança;  Remoção de bactérias, protozoários, vírus e outros microrganismos, de substâncias venenosas ou nocivas;  Redução do excesso de impurezas e dos teores elevados de compostos orgânicos

2. Estética

 Correção de cor, turbidez, odor e sabor.

 Aumento da vida produtiva dos indivíduos economicamente ativos;  Diminuição dos gastos particulares e públicos com consultas e internações hospitalares;  Facilidade para instalação de indústrias, onde a água é utilizada com matéria-prima ou meio e operação; 3. Econômica  Incentivo à indústria turística em localidades com potencialidades para seu desenvolvimento;  Facilitar combate a incêndios;  Facilidade na proteção de manancial que abastece a comunidade;  Redução de corrosividade, dureza, ferro e manganês. FONTE: Netto; Richter, 1991 e FUNASA, Manual de Saneamento, 2006.

29

Devido a problemas que podem acontecer na sua construção e quando operados inadequadamente, o funcionamento de um sistema de abastecimento de água não garante que a população terá a sua disposição uma água com qualidade. Servem de exemplos, alguns surtos de doenças transmitidas por meio hídrico ocasionados pela falha de operação e ou na construção das SAA, ocorridas em alguns países desenvolvidos (TSUTIYA, 2006). A descrição das unidades de um SAA depende de um conjunto de obras de engenharia para seu completo ou parcial funcionamento, sendo composto pelas seguintes unidades básicas: a) Manancial: “è toda fonte de água utilizada para abastecimento doméstico, industrial e outros fins (FUNASA, Manual de Saneamento, 2006, p.56)”; b) Captação: “Conjunto de equipamentos e instalações utilizado para a tomada de água do manancial (Heller; Moller, 1996, p.64)”; c) Adução: “É a canalização que transporta a água da fonte de abastecimento ao sistema de distribuição (Guedes; Carvalho, 1996, p.13)”; d) Tratamento: “É a unidade onde se processa o tratamento da água objetivando torna-lá própria para consumo humano. Os tipos de tratamento adotados são em função das características da água (Guedes; Carvalho, 1996, p.13)”; e) Reservação: É o compartimento de controle de vazão que garantem à alimentação da rede de distribuição em casos de emergência, atendendo os mesmos critérios necessários a manutenção de pressões na rede (NETTO, 1998); f) Rede de distribuição: Tsutiya (2006), diz que é toda parte do sistema de abastecimento formada por tubulações, acessórios, destinados a conduzir água potável aos consumidores, de forma contínua, em quantidade, qualidade e pressão projetada; g) Estações elevatórias: “São instalações de bombeamento destinadas a transportar a água a pontos mais distantes e/ou mais elevados, ou para aumentar a vazão de linhas adutoras (Heller; Casseb, 1996, p.85)”; 30

h) Ligações domiciliares: Segundo FUNASA, Manual de Saneamento (2006) descreve como a interligação da rede pública de abastecimento com a instalação domiciliar de água da residência que é feita através de um ramal predial.

2.3 TRATAMENTO DA ÁGUA

Segundo Richter (2009), um abastecimento de água eficiente depende do conhecimento da origem da água bruta e da qualidade da água tratada que se deseja fornecer, sendo os principais condicionantes na escolha dos processos unitários para tratamento da água de modo a permitir a remoção ou redução de determinadas substâncias da água bruta, produzindo uma água potável satisfatória. O tratamento da água bruta no âmbito do abastecimento público é o mecanismo que justifica todo o investimento econômico, social e tecnológico no sistema, garantindo com segurança a melhor qualidade de vida aos beneficiados, bem como um alívio nas contas públicas com a redução nas estatísticas relacionadas a doenças veiculadas por meio hídrico. Heller e Casseb (1995) citam que os detalhes das características da água bruta nos mananciais e a sua variação ao longo das estações do ano é determinante na escolha de um determinado tratamento, levando em consideração as vantagens e desvantagens de cada processo em analise. A PROSAB (2003) define que os processos e operações realizados para adequar as características físico-químicas e biológicas da água bruta encontrada nos mananciais superficiais e subterrâneos para um padrão organoléptico satisfatório, de modo que não ofereça riscos a saúde do consumidor, é denominado tratamento de água de abastecimento.

2.3.1 Estações de Tratamento - ETA

“Conjunto de unidades destinado a adequar as características da água aos padrões de potabilidade (ABNT, NBR 12.216, 1992).” 31

Segundo Heller e Casseb (1996), uma análise prévia das características físicas, químicas e biológicas da água pode determinar se o tratamento da água deverá ser parcial ou completo. E um processo composto por diversos processos de depuração da água é definido como tratamento coletivo, sendo realizado numa Estação de Tratamento de água ETA. Tratar a água para o consumo humano não se restringe apenas em potabilizar a água, os resultados da eliminação dos agentes biológicos e de outros componentes das águas de mananciais contaminadas refletem nos gastos públicos com saúde, além de uma melhor qualidade de vida ao cidadão. Netto, et al., (1998), define uma estação de tratamento como o determinado local onde é realizada todas correções necessárias para que água se torne apta ao uso comum dos consumidores, levando em conta todos os parâmetros físico, químico, biológico e bacteriológico. A crescente demanda populacional de forma desordenada ocasiona uma grande degradação nas fontes de captação de água, seja em mananciais superficiais e subterrâneos, o que justifica o investimento em unidades do sistema de abastecimento de água como as Estações de Tratamento para a purificação da água. Souza (2007) diz que a água para ser fornecida aos consumidores nos padrões de potabilidade, deverá para passar pelas unidades de tratamento que compõem um sistema de abastecimento de água. De acordo Richter e Netto (1991), existem alguns condicionantes que devem ser levados em consideração na concepção de uma Estação de Tratamento de Água – ETA para que ela seja classificada como satisfatória como a eficiência, o baixo custo, a operacionalidade econômica, a facilidade na manutenção e operação.

2.3.2 Importância do tratamento da água para consumo

Segundo Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde (2006), a adequação das características da água bruta que é encontrada nos mananciais naturais é o objetivo principal do tratamento da água, a fim de atender a padrões de potabilidade necessários a um determinado uso em geral. 32

Com o rápido e grande aumento da densidade populacional nas áreas urbanas, a contaminação dos mananciais superficiais e profundos utilizados para abastecimento é inevitável, e o uso dessas fontes somente pode ser autorizados, após tratamento adequado. O Ministério da ciência e Tecnologia, Gestão de águas Urbanas (2005), vincula a saúde pública de forma estreita com as águas, de acordo em que esta é responsável pela veiculação de diversos organismos patogênicos, prejudiciais a saúde humana. Processos crescentes de ocupação indevida associado com a falta de planejamento e infraestrutura provocam o escoamento das águas urbanas (pluviais e fluviais) que transportam esses organismos que se encontram nos esgotos domésticos, produtos químicos, metais pesados e outros elementos contaminantes para os cursos d’águas, podendo assim afetar com inúmeras doenças correlatas, supramencionadas no QUADRO 04, uma pequena, média ou grande parcela da população que é atendida com algum tipo serviços de abastecimento de água. A PROSAB (2003) define que os processos e operações realizados para adequar as características físico-químicas e biológicas da água bruta encontrada nos mananciais superficiais e subterrâneos para um padrão organoléptico satisfatório a modo que não ofereça riscos a saúde do consumidor é denominado tratamento de água de abastecimento. Apenas uma pequena parcela das doenças transmitidas ao homem, que são causadas por microrganismos e organismos de pequenas dimensões, pode ser observada a olho nu (HELLER; MOLLER, 1996). De acordo a FUNASA, Manual de Saneamento (2006), a água através da sua utilização pode afetar de várias maneiras a saúde humana: pela ingestão direta, na preparação de alimentos na higiene pessoal, na agricultura, na higiene do ambiente, nos processos industriais e nas atividades cotidianas desenvolvidas na realização de esportes e lazer. A água é considerada um veículo de transmissão de doenças, conforme já mencionado no QUADRO 04 mencionado anteriormente. As chamadas doenças de veiculação hídrica podem ser transmitidas aos seres humanos de várias formas distintas, sendo as mais comuns por ingestão e contato direto da água e picadas de insetos que dependem de água para proliferar (CAVINATTO, V. M., 2009). 33

Segundo BRASIL, Ministério da Ciência e Tecnologia, Gestão de Águas Urbanas (2005), o tratamento da água é indispensável, mesmo que a qualidade da água bruta captada nos mananciais seja satisfatória para o uso, sendo que a garantia que ela permaneça assim é com o uso do tratamento adequado, com as orientações da legislação vigente que determina a aplicação de cloro para a desinfecção de microrganismos e do flúor para a prevenção da cárie dentária.

2.3.3 Classificação e principais processos de tratamento da água

Todo processo realizado de forma eficiente que elimine ou diminua as quantidades de substâncias prejudiciais à saúde humana é considerado um tipo de tratamento, independente se sua concepção foi contemplada por uma estrutura com etapa do tipo unitária ou do tipo compostas por combinações de etapas que realizam a purificação da água tornando-a potável. Segundo Heller e Casseb (1996), o principal processo que determina a tecnologia de tratamento a ser utilizada além da qualidade do manancial, é o tipo de filtração que pode ser divididas entre as que possuem ou não possuem etapas de coagulação, floculação e sedimentação. Não se deve deixar de considerar fatores climatológicos que interferem na qualidade da água de um manancial ao longo do tempo, de acordo a época do ano e que influenciam na escolha do tratamento adequado. Os processos concebidos para as etapas de um tratamento deverão ser determinados com base nos aspectos supramencionados no QUADRO 05 e nos resultados de análise físico-químico e microbiológicos. A remoção das impurezas e substâncias microscópicas que contaminam a água, impossibilitando o consumo é realizada nas estações de tratamento de água constituído por etapas. Segundo Richter (2009), existe três modelos básicos de tratamento de água, que são as estações de tratamento convencionais, FIGURA 03, estações de filtração direta e estações de flotação a ar dissolvido.

34

FIGURA 03 - Esquemático da Estação de Tratamento convencional.

FONTE: CHP*

4

PROSAB (2003) cita que o tratamento de água se classifica em dois processos denominados convencionais, já mencionados na FIGURA 03 e não convencionais chamados também de sistemas simplificados. O primeiro se caracteriza por tratar a água bruta em um sistema completo, abrangendo os processos de floculação, decantação, filtração e desinfecção ou cloração, antes de ser distribuída à população, ainda podendo utilizar caso necessário etapas para correção do pH e fluoretação. O segundo se caracteriza por tratar a água bruta em um sistema que não contempla todas as etapas pertinentes ao tratamento convencional, abrangendo apenas os processos de clarificação de contato, tratamento em estação de tratamento de água compacta, pressurizada ou não, filtração direta; dessalinização ou simples desinfecção, antes de ser distribuída a população. Libânio (2008) informa que no processo de potabilização das águas naturais, as tecnologias pertinentes ao tratamento descrevem que os processos e operações unitárias a serem realizadas distinguem em três fases: clarificação, filtração e desinfecção.

4

* http://chp.com.br/site/index.php/saiba-como-acontece-o-tratamento-da-agua-que-utilizamos/#.VgmXOxVhHw

35

O QUADRO 06 apresenta os principais processos e operações conhecidas para tratamento de água. QUADRO 06 - Principais processos e operações de tratamento de água. Processos Coagulação

Floculação

Decantação

Flotação

Filtração

Desinfecção

Fluoração

Adsorção

Oxidação Membranas Ajuste de pH Aeração e airstripping

Troca iônica

Descrição

Tipo Mecânica (câmara de mistura), hidráulica Promove a desestabilização de partículas coloidais por meio (vertedores, calha parshall, injetores e da introdução de agentes coagulantes, atrelado a uma unidade difusores, malha de fios redondos) e especial de mistura rápida, visando a posterior formação de flocos. (misturadores estáticos e em linha) Processo que sucede a mistura rápida e consiste no Mecânica (câmara de mistura), hidráulica agrupamento das partículas eletricamente desestabilizadas, de (chicanas, meio granular, helicoidal e modo que formem aglomerados maiores denominados flocos Alabama) susceptíveis de remoção nas unidades seguintes. Decantadores (convencionais, circulares de Fenômeno físico em que, devido à ação da gravidade, as escoamento horizontal e de alta taxa) e partículas suspensas apresentam movimento descendente em clarificadores (de contato de sólidos e de meio líquido de menor massa específica. manto de lodos). Clarifica a água pela ascensão das partículas suspensas Flotação eletrostática, por ar disperso e aderidas às microbolhas de ar. especialmente, por ar dissolvido. Consiste na remoção de partículas suspensas e coloidais presentes na água que escoa através de um meio poroso. Nas Filtros rápidos, dupla filtração, filtros lentos e ETAs, a filtração é o processo final de remoção de impurezas, pré-filtros. portanto, principal responsável pela produção de água com qualidade condizente com o padrão de potabilidade. Utilizado com o propósito de eliminar ou reduzir o risco microbiológico presente na água de consumo, utilizando-se Desinfetantes químicos e físicos agentes químicos ou físicos. Consiste na adição de flúor na água de abastecimento com o Introdução de diversos compostos químicos, intuito de reduzir incidência de cáries dentárias na população, tais como: ácido fluorsilícico, fluorsilicato de entretanto, existe polêmica associada à eficiência da fluoração sódio, fluoreto de sódio e fluoreto de cálcio. e aos possíveis riscos à saúde. O processo de adsorção decorre de ações interfaciais, com as moléculas do adsorvato transferidas para a superfície do adsorvente, permanecendo aí retidas. Dois tipos básicos de Uso de carvão ativado granular ou carvão ações definem o tipo de adsorção: i) física: envolvendo ativado em pó interações eletrostáticas e forças de Van der Waals entre o adsorvato e o adsorvente e ii) químicas? Quando há reação química entre o sitio ativo de adsorção e o adsorvato. A oxidação ocorre pela transferência de elétrons e, portanto Introdução de diversos compostos químicos, sempre haverão espécies reduzidas (que receberam elétrons) tais como: peroxido de hidrogênio, cloro, e espécies oxidadas (que cederam elétrons). dióxido de cloro, ozônio, etc. Passagem de água por uma membrana porosa que segrega Microfiltração, ultrafiltração, nanofiltração, partículas e microrganismos. osmose reversa e eletrodiálise. Correção química das propriedades corrosivas e incrustantes Introdução de diversos compostos químicos. da água. Transferência de substância voláteis da água para o ar (como gás carbônico, ácido sulfídrico, entre outros) ou airstripping de Aeradores de queda por gravidade (cascata substâncias solúveis do ar para água (como oxigênio) ou e tabuleiros), por repuxo e por borbulamento. aeração. O processo é uma reação química reversível que acontece quando um íon de uma solução troca de lugar com outro de igual carga elétrica que se encontra ligado a uma partícula Diversos tipos de resinas (naturais e sólida imóvel. As resinas de troca iônica podem ser naturais ou sintéticas) sintéticas e são as responsáveis por efetuar a permuta entre íons.

Precipitação Remove a dureza da água química

Adição de cal ou carbonato de sódio

Fonte: Monografia, Carvalho, Tamires Koga de, 2012.

De acordo Netto, et. al. (1998), os principais processos utilizados para a purificação da água bruta são o micro peneiramento, aeração, coagulação e floculação, decantação e sedimentação, filtração, desinfecção, tratamento por contaminante e controle de corrosão. 36

2.3.4 Processo de Filtração

Dentre todos os processos unitários de tratamento, Richter (2009) cita que a filtração é o processo mais importante dentro de um sistema de tratamento de água, por apresentar características de redução de etapas, podendo ser o único como a filtração lenta, ou apenas procedida pela coagulação-floculação, como na filtração direta. Segundo Heller e Casseb (1996), “filtração é a passagem da água por um leito material granular, através do qual ocorre a separação das partículas presentes na água”. O processo de purificação através da filtração consiste em fazer a água percolar através de espaços vazios nas camadas de material poroso filtrante para a retenção de impurezas. Utilizam-se materiais filtrantes como o carvão duro e a granada, sendo que o mais comumente empregado como meio filtrante é a areia (NETTO, 1998). Richter (2009) descreve a filtração como um processo físico-químico e em alguns casos biológicos com uma finalidade de separar as impurezas que estão em suspensão na água através de sua passagem por um meio poroso. FUNASA, Manual de Saneamento (2006), destaca três princípios nos processos de filtração que são as ações de coar que é caracterizada pela retenção das partículas maiores nos interstícios existentes entre os grãos de areia, a sedimentar que é a reposição de partículas sobre a superfície dos grãos de areia e biológica que é a formação de certas variedades de bactérias em uma película gelatinosa que envolve os grãos de areia na superfície do leito filtrante, que por adsorção retém microrganismos e partículas finamente divididas. De acordo Souza (2007), a filtração funciona removendo as partículas e microrganismos a elas associadas que não foram extraídas na etapa de decantação, através de filtros compostos por material filtrantes. O Ministério da ciência e Tecnologia, Gestão de águas Urbanas (2005), conceitua a filtração como a principal responsável pela produção de água com qualidade atendendo os padrões de potabilidade, sendo a etapa final para a remoção de impurezas realizada em uma estação de tratamento de água.

37

2.3.4.1 Classificação do Processo de Filtração

Segundo Richter (2009) os filtros se diferenciam pela taxa de filtração com que trabalham e pelo método de limpeza e são classificados como lentos e rápidos. Souza (2007) classifica os filtros em quatro características: quanto a sua taxa de filtração, quanto ao sentido do fluxo da água a ser filtrada, quanto ao número de camadas filtrantes e quanto à pressão de operação. Segundo Norma Brasileira Regulamentadora de nº 12.216 (ABNT 1992), define a filtração como o processo destinado a remover partículas em suspensão, mesmo que a água tratada seja submetida a processos de coagulação, seguido de decantação e quando não há necessidade de coagulação tendo em vista que as partículas indesejadas que provocam a turbidez possam ser removidas pelo filtro. Heller e Casseb (1996) descrevem três modalidades e características no processo de Filtração no QUADRO 07:

QUADRO 07 - Algumas modalidades e características do processo de filtração. Modalidades

Características Utilizado como pré-tratamento para a filtração lenta, alivia essa unidade de Pré-filtro algumas impurezas, especialmente sólidas, ocorrendo também remoção da carga bacteriológica da água bruta. Uma solução simples no ponto de vista operacional, em muitos caos se limitando à existência dos próprios filtros, tendo no seu processo baixas taxas de filtração fazendo com que sua camada superficial seja praticamente Filtração Lenta responsável por quase todo processo permitindo ainda a formação de uma camada gelatinosa constituída por bactérias, algas e plâncton em geral, exercendo uma função de bactericida. Uma solução para grandes cidades que precisam de grande vazão necessita de áreas menores para as instalações, retém as impurezas de maneira a ocupar Filtração Rápida todo o meio filtrante ao longo de toda profundidade, não concentrando apenas no topo, exigindo maior controle operacional e pessoal mais qualificado. Fonte: Adaptado de Heller e Casseb (1996).

2.3.4.2 Filtração rápida

Richter (2009) cita que a filtração rápida ou direta consiste em se fazer atravessar a água previamente coagulada por um leito filtrante, podendo ser de fluxo ascendente ou descendente. 38

De acordo Richter e Netto (1991) a separação de partículas sólidas do líquido provenientes de processos físicos, químicos e às vezes biológicos de forma rápida pelas camadas filtrantes é denominado filtração rápida. Heller e Casseb (1996) classifica a filtração rápida em Filtração de fluxo descendente que consiste em fazer a água percorrer a camada filtrante de cima para baixo e em Filtração de Fluxo Ascendente que consiste em fazer a água percorrer a camada filtrante de baixo para cima, ou seja, sentido inverso do fluxo descendente, dispensando os processos de floculação e decantação aplicando apenas um coagulante antes da entrada do filtro. A eficiência desses filtros está relacionada com as características descritas a seguir: a) Características da suspensão; b) Características do meio filtrante; c) Características hidráulicas do sistema; d) Ocorrência de algas e outros microorganismos aderidos ao meio filtrante. Uma grande desvantagem dos filtros rápidos se dá pela limitação para o tratamento de água de mananciais com seu índice de turbidez elevado, necessitando de uma maior frequência na lavagem dos filtros, que inutilizaria uma quantidade de água que deveria ser tratada e distribuída ao consumidor. Segundo Manual de Saneamento, FUNASA, (2006) os filtros podem ser construído em estrutura de concreto armado, chapas metálicas e fibras especiais e ainda possuem um sistema de autolavagem, através da inversão do fluxo normal de funcionamento para a limpeza. Podendo ser de camada simples ou dupla, de fluxo ascendente ou descendente e quando a operação de filtração for bem conduzida à remoção de bactérias podem chegar de no mínimo 90%.

39

3. METODOLOGIA

A metodologia escolhida para a realização da pesquisa foi dividida em 04 partes, FIGURA 04.

FIGURA 04 - Etapas da metodologia.

DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

COLETA DE INFORMAÇÕES

VISITA TÉCNICA

COLETA DE AMOSTRAS

FONTE: SANTOS, M. S. (2015).

3.1. DEFINIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Para definição da área de estudo considerou-se 03 aspectos: 1) Residir e conhecer particularidades do Sistema de Abastecimento de Água do Município em questão; 2) Por ser o maior município do estado de Sergipe em território, com mais de 150 povoados e/ou comunidades, e, desses cerca de 50% encontra-se sem sistema de abastecimento de água; 3) Incidências de doenças hídricas relacionadas ao consumo e uso inadequado da água. O Povoado Bom Sucesso localiza-se no município de Poço Redondo/SE, na região do Baixo São Francisco, território do Alto Sertão Sergipano, com acesso pela Rodovia Estadual SE-309 a uma distância de 25 km da sede municipal, situado às margens do Rio São Francisco, FIGURA 03. As Coordenadas Geográficas são: Latitude 09º44’53.2”S e Longitude 37º31’35.0”W. De acordo a Secretaria de Municipal de Obras conta com 284 domicílios e uma população de 764 habitantes, ocupando uma área urbana de 0,31 km² (POÇO REDONDO, 2015). 40

O Povoado Bom Sucesso, segundo dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), possui um IDH de 0,529, que equivale a todo o município de Poço Redondo, sendo o mais baixo do Estado de Sergipe. Sua principal fonte de renda a atividade pesqueira e, acanhadamente, a visitação de banhistas. Carente de infraestrutura em saneamento básico não possui um sistema de esgotamento sanitário coletivo. As vias públicas parcialmente pavimentadas e com 67% dos domicílios atendido com sistema de rede de abastecimento de água potável, administrada pela concessionária Estadual, a Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO.

FIGURA 05 - Localização do povoado Bom Sucesso.

POÇO REDONDO

OC

EA

NO

AT

LÂ NT ICO

SERGIPE

IC NT LÂ AT NO EA OC

OCEANO PACÍFICO

O

BRASÍLIA

FONTE: Adaptado da SECOBRAS de Poço Redondo; Santos, M.S., elaborado em AutoCAD, 2007.

41

Na FIGURA 04, observa-se a estrutura urbana do povoado, como as vias públicas, as edificações, o Rio São Francisco e as vegetações nativas nos arredores.

FIGURA 06 - Limite da área urbana do povoado Bom Sucesso.

FONTE: Adaptado do Google Earth, acessado em 03/10/2015.

42

3.2. COLETA DE INFORMAÇÕES

A obtenção de informações foi feita através de solicitações aos órgãos competentes, conforme abaixo relacionados: a) Secretaria Municipal de Saúde de Poço Redondo/SE; b) Vigilância Sanitária Municipal de Poço Redondo/SE; c) Secretaria Municipal de Obras de Poço Redondo/SE; d) Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO.

3.3. VISITA TÉCNICA

Foram realizadas três visitas técnicas no Povoado Bom Sucesso, com o objetivo de verificar a Estação de Tratamento e Para coleta de amostras para análises microbiológicas: a) 1ª Visita Técnica: 

Entrevista com operador da ETA – Bom Sucesso;



Registro Fotográfico da ETA – Bom Sucesso;

b) 2ª Visita Técnica: 

Entrevista com a agente de saúde do Povoado;

c) 3ª Visita Técnica: 

Definição dos pontos de coleta;



Coleta de amostras;



Encaminhamento do material coletado.

3.4. COLETA DE AMOSTRAS

Foi realizada após definição dos 04 pontos de coletas, conforme mostrado na FIGURA 07, e em seguida encaminhadas para um laboratório credenciado para a realização de análises microbiológicas: 43

FIGURA 07 - Indicação da rede de distribuição e pontos de realização da coleta de água.

FONTE: Adaptado do Google Earth, acessado em 03/10/2015.

3.5. METODOLOGIA APLICADA NA PESQUISA

A presente pesquisa foi realizada com uma metodologia voltada à análise quantitativa, iniciando-se com uma pesquisa de coleta campo investigativa. A obtenção de dados foi o passo inicial para a pesquisa, foram protocolados ofícios solicitando informações a órgãos públicos em duas datas, uma sendo em 28 de agosto de 2015, na SMS - Secretaria Municipal de Saúde e SECOBRAS Secretaria de Obras e Serviços Municipais ambas do município Poço Redondo/SE, e a outra em 09 de setembro de 2015 na Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO. No dia 03 de Outubro de 2015, no período matutino visitou-se a Estação de Tratamento de Água (ETA) Bom Sucesso, FIGURA 08, unidade ligada a Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO), localizada na rua da caixa d’água no Povoado Bom Sucesso, na Zona Rural do município de Poço Redondo/SE, com o objetivo principal de conhecer: a estrutura física, a captação, o tipo de tratamento utilizado, a operacionalidade do sistema e de seus principais componentes, a distribuição, bem como, a satisfação dos moradores beneficiados pela Estação. Toda a visita teve o acompanhamento do operador responsável pela unidade, onde foram levantados questionamentos pertinentes ao objetivo principal da visita, que também foi registrada com material fotográfico e anotações de diálogo informal. 44

Utilizou-se ainda um roteiro de campo que norteou as buscas pelas informações sobre o sistema, ver o APÊNDICE A. . FIGURA 08 - Localização da ETA - Bom Sucesso.

ETA BOM SUCESSO

FONTE: Adaptado do Google Earth, acessado em 03/10/2015; Santos, M.S. fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

Em tempo, visitou-se também a residência do agente de saúde, a fim de obterem-se mais informações sobre as ocorrências de doenças causadas por transmissão hídricas na localidade, sendo que no presente momento, por ser um dia de sábado, não tivemos acesso aos arquivos na unidade básica de saúde do povoado, marcando assim para o dia de 07 de outubro a segunda visita para aquisição dessas informações. Foi realizada no dia 07 de outubro de 2015 a segunda visita técnica, no período vespertino, visitando as dependências da unidade básica de saúde com a presença da técnica de enfermagem e o agente de saúde, a fim de coletar informações referentes aos dados mais recentes sobre a população, as edificações, quantitativos de ocorrências de doenças, bem como as soluções para prevenção e combate de doenças de origem hídricas utilizadas no povoado. Utilizou-se ainda, um roteiro de campo que norteou as buscas pelas informações, ver o modelo no APÊNDICE A.

45

No dia 19 de outubro de 2015, após orientação de um dos funcionários da vigilância sanitária do município de como proceder para a realização da coleta de água, realizou a terceira visita técnica ao povoado às 16h00min para obtenção da coleta da água distribuída após o tratamento e também na captação, FIGURA 09. Todos os recipientes com a água coleta foram encaminhados no período da manhã do dia 20 de Outubro de 2015 para um laboratório credenciado para os devidos ensaios microbiológicos. As coletas realizadas foram registradas com material fotográfico, conforme pode ser visto nas figuras seguintes.

FIGURA 09 - Coleta das amostras.

FONTE: SANTOS, M. S. Fotos obtidas durante a coleta da água para a pesquisa, 2015.

Durante a coleta teve-se o cuidado necessário para que a água coleta não fosse contaminada por qualquer substância externa de acordo orientações recebidas. O tempo de cada coleta foi aproximadamente em torno de 05 minutos desde a separação do recipiente, coleta, confinamento até o acondicionamento final do material coletado numa caixa térmica, tomando-se o cuidado para não ocorrer variações térmicas que interferisse nas características da água até a entrega no laboratório para a realização das análises microbiológicas.

46

FIGURA 10 - Material utilizado para coleta de amostra.

FONTE: SANTOS, M. S. Fotos obtidas durante a coleta da água para a pesquisa, 2015.

Todo material utilizado na coleta foi fornecido pelo laboratório responsável pelas análises microbiológicas, que ainda forneceu folheto com instruções de todos os procedimentos necessários para a realização das coletas.

47

4. RESULTADO E DISCUSSÕES

Conforme os resultados, a Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO é a única responsável por manter e operar o sistema de tratamento de água no Povoado Bom Sucesso. Sendo que no município de Poço Redondo a DESO é responsável por 05 (cinco) sistemas ativos, (Bom sucesso, Curralinho, Povoado Cajueiro e Assentamento Cajueiro), este último se encontra sem operação devido a problemas nas instalações. As estações de tratamento de água no município de Poço Redondo utilizam basicamente um mesmo conjunto de processos de tratamento, composto por coagulação, filtração e desinfecção. A ETA - Bom Sucesso utiliza três processos de tratamento da água bruta pertinentes a tipo de filtração direta, compreendendo os processos de coagulação, filtração e desinfecção, sendo que se utiliza o processo de filtração direta ascendente – FDA, composta por um filtro rápido ascendente. O processo de desinfecção é realizada com a aplicação do NaClO (hipoclorito de sódio) após a água em tratamento passar pelo filtro ascendente, e o processo de coagulação é realizado após a passagem da água bruta na torre de equilíbrio com a aplicação de AI2(SO4)3 (sulfato de alumínio) em situações quando a água extraída do manancial se encontrar com a presença de sólidos acima dos valores máximos permitidos (VMP), determinados pela portaria de nº. 2.914 de 2011 (ANEXO). Segundo o operador, a operação do sistema de abastecimento do povoado é realizada todos os dias com uma duração de 8 horas diárias. Netto e Richter (1991) citam que os FDA são conhecidos como filtros russos, e é utilizado como unidades completas de clarificação e seu processo de filtração possui uma vantagem, onde a disposição dos grãos mais grossos para os mais finos no leito filtrante segue o sentido de diminuição da porosidade, com o emprego de um único material filtrante (areia), promovendo dois processos simultâneos: a remoção de partículas da água sobre a influência de forças moleculares de adesão e a remoção de partículas previamente presas provocadas pelas forças hidrodinâmicas do escoamento pelo aumento da velocidade.

48

Segundo Richter (2009), a filtração direta é muito utilizada principalmente por serem de baixo custo com a eliminação dos tanques de decantação, suportando cargas de 50-60 UNT. Considerando este parâmetro, a água bruta extraída do manancial que abastece o povoado Bom Sucesso encontra-se com as cargas UNT abaixo do máximo exigido na portaria de nº 2.914 de 2011, em que o processo de filtração direta suporta, conforme pode ser visto no GRÁFICO 01.

GRÁFICO 01 - Resultados dos ensaios das amostras coletadas em Boletim de Análise quanto a Turbidez da Água bruta do Manancial.

5 4,5 4

UNT

3,5 3 2,5

Ensaios

2

VMP

1,5 1 0,5

18.06.015

14.05.015

0

DATA DA COLETA FONTE: Adaptado do Boletim de Analise da Gerência de Controle e Vigilância da qualidade DESO, 2015; Relatórios de Ensaios da Secretaria Municipal de Saúde de Poço Redondo, 2015.

Os dados fornecidos pela concessionária vêm certificar a qualidade da água bruta, extraída no Rio São Francisco para o abastecimento do povoado, e ainda podemos dizer que o tratamento escolhido para a ETA em questão é apropriado para o presente manancial. Souza (2007) informa que a turbidez é uma das características que devem ser considerados para análise de qualidade da água, sendo identificada pela existência de bactérias, protozoários, plâncton e partículas de matéria inorgânica, compostos por flocos com diâmetros maiores que 1 µ, assim fazendo parte de conjunto de análise para a escolha do melhor tipo de tratamento. 49

O GRÁFICO 02, apresenta o resultados das análises da água após o tratamento e distribuída para os habitantes do povoado, dentro de um período de 11 meses anteriores a presente pesquisa.

GRÁFICO 02 - Resultados dos ensaios das amostras coletadas em Boletim de Analise quanto a Turbidez da Água tratada. 5 4,5 4 3,5

UNT

3

ENSAIO

2,5

VMP

2 1,5 1 0,5 20.10.14

18.11.14

22.12.14

21.01.15

12.01.15

27.02.15

16.03.15

20.04.15

13.04.15

14.05.15

18.06.15

20.07.15

20.08.15

20.09.15

0

DATA DA COLETA FONTE: Adaptado do Boletim de Analise da Gerência de Controle e Vigilância da qualidade DESO, 2015; Relatórios de Ensaios da Secretaria Municipal de Saúde de Poço Redondo, 2015.

Observa-se que durante esse período, os dados apresentaram em apenas uma amostra os índices acima dos VMP. E comparando com os resultados das amostras

da

água

bruta

nos mesmos

períodos

coletados,

apresentaram

significamente um índice estável. Essa variação que ocorreu nos ensaios pertinentes a turbidez da água tratada no supramencionado GRÁFICO 02, pode ter sido provocada por ocorrências de chuvas torrenciais que é bastante comum nesta região, confirmado nos relatos dos entrevistados, que informaram a vicissitude na água tratada fornecida ao povoado durante o período dessas chuvas. A PROSAB (2003), afirma que a filtração direta empregada no tratamento de água para abastecimento baseia-se em três configurações, apresentado de forma esquemática na FIGURA 10 mencionada anteriormente. 50

FIGURA 11 - Fluxograma esquemático de sistemas de filtração direta.

FONTE:

PROSAB, Filtração comunidades, 2003.

direta

aplicada

às

pequenas

O povoado Bom Sucesso possui uma localização privilegiada pela grande abundância de águas no seu único manancial o Rio São Francisco, sendo que a população até meados de 1997 utilizava essa água de forma in natura e até esse período, de acordo informações do agente de saúde responsável pela área, o povoado contabilizava inúmeros casos de diarréias provocadas pelo consumo de água não tratada. Após a construção da ETA Bom Sucesso a comunidade vivência uma melhor qualidade vida comparando com a época anterior à construção. A escolha do tipo simplificado de tratamento, ou seja, uma filtração direta ascendente, beneficiada por uma água bruta de boa qualidade, conforme supramencionado no GRÁFICO 02, foi essencial para propiciar essa melhor qualidade vida, transformando os corriqueiros casos de doenças, em pequenas incidências estatísticas. A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (2006) cita que a maioria das enfermidades transmitidas para o ser humano é causada por microorganismos e dentre dessas destaca-se as enfermidades de veiculação hídrica a exemplo da diarréia que tem seu agente causador os organismos patogênicos, transmitido pela via feco-oral, mas que podem ser amenizada pela adoção de práticas adequadas de saneamento a exemplo do tratamento de água, etc. 51

Na busca de informações do povoado a Secretaria Municipal de Saúde nos forneceu dados referentes a casos de diarréias identificados na Clínica de Saúde da Família Erionaldo Correia Pereira, que atende todo o município, conforme pode ser observado no GRÁFICO 03, apresentando o percentual de casos de doenças diarréicas nos principais povoados e assentamentos do município de Poço Redondo que são abastecidos com água tratada através de Sistemas de abastecimento de Água ou com carro pipa.

GRÁFICO 03 - Monitoramento de Doenças Diarreicas dos principais Povoado e Assentamentos do Município de Poço Redondo/SE.

Monitoramento de Doenças Diarreicas Período: Jul/2014 à Ago/2015

11% 23% 10% 4% 8%

18% 8% 4% 4%

2%

1% 4%

2% 1%

Assentamento Barra da Onça Assentamento Cajueiro Assentamento Flor da Serra Assentamento Jacaré-curituba Assentamento Lagoa das Areias Assentamento Queimada Grande Povoado Areias Povoado Bom Sucesso Povoado Cajueiro Povoado Curralinho Povoado Pedras Grandes Povoado Riacho Salgado Povoado Santa Rosa do Ermírio Povoado Sítios Novos

FONTE: Adaptado da Secretaria Municipal de Saúde de Poço Redondo, 2015.

As localidades mencionadas no GRÁFICO 03 contemplam cada uma um tipo de abastecimento de água, sendo por carro pipa e/ou por S.A.A e observa-se que comparando os dados do Povoado Bom Sucesso com outra localidade com o mesmo número aproximado de habitantes como Assentamento Flor da Serra, que é abastecido através de carro pipa, possuem uma mesma incidência de doenças diarreicas, apesar que o assentamento estaria mais propício a esse tipo doenças. No processo de acompanhamento e fiscalização da qualidade da água fornecida ao povoado, a concessionária e a vigilância sanitária do município se encarrega de realizar analises mensais da água distribuída analisando diversos parâmetros que estão estabelecidos na portaria de nº 2.914 de 2011, conforme pode ser visto nos gráficos a seguir. 52

O FUNASA, Manual de Saneamento (2006), cita que os números casos de enterites, diarreias infantis e doenças endêmicas / epidêmicas podem resultar em casos mortais, provocados pelos principais agentes biológicos encontrados em águas contaminadas que são as bactérias patogênicas, também encontradas em alimentos, sendo a principal fonte de morbidade e mortalidade no nosso meio, vírus e parasitos, conforme pode ser visto na FIGURA 12.

FIGURA 12 - Doenças relacionadas com o abastecimento de água.

FONTE: Manual de Saneamento, 2007; adaptado de Saunders, 1976.

Os aspectos sanitários e sociais são responsáveis pelo direcionamento das ações voltadas ao controle e a prevenção dessas doenças supramencionada na FIGURA 12, que apresenta 04 tipos de modo para transmissão, associados pelo mesmo veículo transmissor a água. A

seguir

apresentaremos

resultados

de

análises

realizadas

pela

concessionária do sistema em operação no Povoado Bom Sucesso, que vai mostrar dados pertinentes aos padrões de potabilidade, quanto aos parâmetros químicos e organolépticos. O GRÁFICO 04 apresenta dados pertinentes aos parâmetros característicos às substancias químicas que não podem ser gerados por seres vivos, denominando assim no meio científico como substâncias inorgânicas.

53

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0

Coleta em Jul/14

Urânio

Selênio

Nitrito

Nitrato

Níquel

Mercúrio

Fluoreto

Cromo

Cobre

Cianeto

Chumbo

Cádmio

Bário

Arsênio

Coleta em Fev/15

Antimônio

VMP (%)

GRÁFICO 04 - Resultados de ensaios para Substâncias Inorgânicas.

PARÂMETROS - Substâncias Inorgânicas FONTE: Adaptado dos relatórios de ensaios da DESO, 2015; SANTOS, M. S., 2015. NOTA: Os valores máximos permitidos (VMP) de todas as substâncias foram transformados em percentual para melhor visualização.

Conforme visto, os valores dos ensaios realizados de todas as substâncias apresentam uma quantidade inferior aos VMP exigidos na portaria de nº. 2.914 de 2011. Apesar dos valores estarem abaixo do VMP, que é o ideal para o consumo desta água tratada, se deve preocupar com os valores mais acentuados das substâncias como o cádmio, chumbo e mercúrio, visto que estas substâncias (metais pesados) são microcontaminantes que podem danificar sistemas biológicos e provocam alguns efeitos maléficos na saúde dos seres humanos, respectivamente como, distúrbios gastrointestinais ou intoxicação aguda, interferência nos processos genéticos ou cromossômicos e febre, cefaléia ou diminuição da visão. Necessitaria de um estudo mais abrangente para que pudéssemos analisar de forma mais minuciosa, os possíveis efeitos na saúde dos moradores e a origem das substancias com as quantidades mais elevadas, presentes nos resultados das análises físico-químico, apresentadas no supramencionado GRÁFICO 04. O GRÁFICO 05 apresenta dados pertinentes aos parâmetros característicos às substancias químicas que podem ser geradas pelos seres vivos e que podem ocasionar possíveis efeitos adversos à saúde, denominada assim no meio científico como substâncias orgânicas. 54

GRÁFICO 05 - Resultados de ensaios para Substâncias orgânicas. 80 70

VMP (%)

60 50 40 30 20

Coleta em Jul/14

10

Coleta em Fev/15 Tricloroeteno

Triclorobenzenos

Tetracloroeteno

Tetracloreto de Carbono

Pentaclorofenol

Estireno

Di(2-etilhexil) ftalato

Diclorometano

1,2 Dicloroeteno (cis+trans)

1,1 Dicloroeteno

1,2 Dicloroetano

Cloreto de Vinila

Benzo[a]pireno

Benzeno

Acrilamida

0

PARÂMETROS - Substâncias Orgânicas FONTE: Adaptado dos relatórios de ensaios da DESO, 2015; SANTOS, M. S., 2015. NOTA: Os valores máximos permitidos (VMP) de todas as substâncias foram transformados em percentual para melhor visualização.

Conforme visto, os valores dos ensaios realizados de todas as substâncias apresentam uma quantidade inferior aos VMP exigidos na portaria de n 2.914 de 2011. Apesar dos valores estarem abaixo do VMP, que é o ideal para o consumo desta água tratada, se deve preocupar com os valores mais acentuados das substâncias como o benzopireno, cloreto de vinila e triclorobenzenos, visto que estas substâncias provocam alguns efeitos maléficos na saúde dos seres humanos, respectivamente como, anemia aplastica ou intoxicação aguda, perda de memória ou hepatoxidade e alterações anatômicas e funcionais do fígado e rins. Necessitaria de um estudo mais abrangente para que pudéssemos analisar de forma mais minuciosa, os possíveis efeitos na saúde dos moradores e a origem das substancias com as quantidades mais elevadas, presentes nos resultados das análises físico-químico, apresentadas no supramencionado GRÁFICO 05. O GRÁFICO 06 apresenta dados pertinentes aos parâmetros característicos às substancias química agrotóxicas que segundo Neto e Sarcinelli (2009) são na maioria contaminantes químicos, utilizados com a finalidade de combater a ação danosa de seres nocivos à agricultura, pastagem, proteção de florestas e em outros ambientes, mas que em seu uso excessivo pode acarretar problemas na saúde humana de que utiliza os mananciais atingindo. 55

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0

COLETA Jul/14

Terbufós

Trifluralina

Simazina

Tebuconazol

Profenofós

Permetrina

Pendimentalina

Molinato

Parationa Metílica

Metolacloro

Mancozebe

Metamidofós

Glifosato + AMPA

Lindano (gama HCH)

Endrin

Diuron

Endossulfan (α β e sais)

DDT+DDD+DDE

Clordano

Clorpirifós+ clorp.-oxon

Carbofurano

Carbendazim + benomil

Atrazina

Aldrin + Dieldrin

Alaclor

Aldicarbe

Fev/15

2,4 D + 2,4,5 T

VMP (%)

GRÁFICO 06 - Resultados de ensaios para Substâncias Agrotóxicas.

PARÂMETROS - Substâncias Agrotóxicas FONTE: Adaptado dos relatórios de ensaios da DESO, 2015; SANTOS, M. S., 2015. NOTA: Os valores máximos permitidos (VMP) de todas as substâncias foram transformados em percentual para melhor visualização.

Conforme visto, os valores dos ensaios realizados de todas as substâncias apresentam uma quantidade inferior aos VMP exigidos na portaria de n 2.914 de 2011. Apesar dos valores estarem abaixo do VMP, que é o ideal para o consumo desta água tratada, também se deve preocupar com os valores mais acentuados das substâncias como o aldrim+dieldrim, lindano e simazina, visto que estas substâncias provocam alguns efeitos maléficos para o sistema nervoso central humano e deletério a saúde. Por ser uma região agrícola a contaminação do manancial ocorre de forma difusa, que dificulta a adoção de medidas que impeça a contaminação. Necessitaria de um estudo mais abrangente para que pudéssemos analisar de forma mais minuciosa, os possíveis efeitos na saúde dos moradores e a origem das substâncias com as quantidades mais elevadas, presentes nos resultados das análises físico-químico, apresentadas no supramencionado GRÁFICO 06. O GRÁFICO 07 apresenta dados pertinentes aos parâmetros característicos às substancias identificadas por afetar propriedades percebidas pelos sentidos humanos, como exemplo a cor, o odor, a textura, e o sabor, denominando assim no meio científico como substâncias organolépticas. 56

GRÁFICO 07 - Resultados de ensaios para Substâncias Organolépticas. 80 70

VMP (%)

60 50 40 30 20

Xilenos

Zinco

Turbidez

Tolueno

Sulfato

Surfactantes (LAS)

Sólidos diss. totais

Sódio

Monoclorobenzeno

Ferro

Manganês

Etilbenzeno

Dureza total

1,4 diclorobenzeno

Cor Aparente

1,2 diclorobenzeno

Coleta em Fev/15

Cloreto

0 Amônia (NH3)

Coleta em Jul/14 Alumínio

10

PARÂMETROS - ORGANOLÉTPICOS FONTE: Adaptado dos relatórios de ensaios da DESO, 2015; SANTOS, M. S., 2015. NOTA: Os valores máximos permitidos (VMP) de todas as substâncias foram transformados em percentual para melhor visualização.

Conforme visto, os valores dos ensaios realizados de todas as substâncias apresentam uma quantidade inferior aos VMP exigidos na portaria de n 2.914 de 2011. Apesar dos valores estarem abaixo do VMP, que é o ideal para o consumo desta água tratada, também se deve preocupar com os valores mais acentuados das substâncias como o alumínio e o manganês, visto que estas substâncias em excesso provocam alguns efeitos maléficos à saúde, respectivamente como, dificuldades cognitivas ou doenças neurológicas degenerativas e problemas de memória ou doenças de Parkinson. Necessitaria de um estudo mais abrangente para que pudéssemos analisar de forma mais minuciosa, os possíveis efeitos na saúde dos moradores e a origem das substâncias com as quantidades mais elevadas, presentes nos resultados das análises físico-químico, apresentadas no supramencionado GRÁFICO 07. Outra característica a ser analisada é o microbiológico que de acordo o Manual de Saneamento, FUNASA (2006) toda a água existente é habitada por microorganismos de vida livre e não parasitária que utilizam a água como meio de veiculação, causando doenças. Preferencialmente utilizam-se teste de avaliação qualitativa, para identificação de bactérias do grupo coliforme devido a grande dificuldade para identificação dos vários organismos patogênicos. 57

Segundo o Ministério da Saúde, Secretaria da Vigilância Sanitária em Saúde (2006), para a constatação dos mais importantes microorganismos patogênicos na água, adota-se a técnica de verificação da presença de organismos indicadores, que é um processo escolhido pela comunidade internacional, diferente dos outros que reúnem características de conveniência operacional e de segurança sanitária, sendo que este identifica a ausência de indicadores na água significa a garantia da ausência de outros patogênicos. A TABELA 01 apresenta resultados de ensaios pertinentes dos parâmetros estabelecidos para as características microbiológicas quanto ao indicador de contaminação do grupo coliformes, entre um intervalo de tempo de 09 meses, atendendo os requisitos exigidos na Portaria 2.914 de 2011 necessários para interpretação.

TABELA 01 - Resultados de ensaios para Características Microbiológicas.

Data da coleta

Parâmetros Coliformes Totais Escherichia Coli

29/10/2014 Ausência Ausência 18/11/2014 Ausência Ausência 22/12/2014 Ausência Ausência 12/01/2015 Ausência Ausência 21/01/2015 Presença Presença 27/02/2015 Presença Ausência 16/03/2015 Ausência Ausência 13/04/2015 Presença Ausência 20/04/2015 Ausência Ausência 14/05/2015 Ausência Ausência 18/06/2015 Ausência Ausência 20/07/2015 Ausência Ausência 20/08/2015 Ausência Ausência 20/09/2015 Ausência Ausência FONTE: Adaptado dos relatórios de ensaios da DESO, 2015; Relatórios de ensaios da Secretaria Municipal de Saúde, 2015; SANTOS, M. S., 2015. NOTA: Valores máximos permitidos a cada 100 ml.

No dia da 1ª visita técnica ao Sistema de Abastecimento de Água – SAA do Povoado Bom Sucesso, encontramos o sistema operando normalmente, conforme podemos ver a seguir através de fotos que apresentam todas as etapas da SAA através de figuras subsequentes, contemplando desde a captação da água bruta até a distribuição da água tratada para os moradores.

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Na FIGURA 13, observa-se a captação da água bruta no manancial superficial (Rio São Francisco), composta por um conjunto motor bomba e interligada a ETA – Bom Sucesso pela adutora de água bruta. FIGURA 13 - Captação - SAA do Povoado Bom Sucesso.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

Na FIGURA 14, vê-se a entrada da ETA – Bom Sucesso e o Reservatório Elevado de 80m³, utilizado para a distribuição da água tratada por gravidade. FIGURA 14 - Entrada: ETA - Bom Sucesso.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

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Pode ser visto na FIGURA 15, 04 etapas pertinentes ao funcionamento do tratamento da ETA – Bom Sucesso que segue relacionado desta forma: 01 – Adutora de água bruta; 02 – Torre de Equilíbrio; 03 – Ponto de aplicação do coagulante e 04 – Casa de bomba.

FIGURA 15 - Torre de Equilibro e Casa de Bomba: ETA Bom Sucesso.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

Na FIGURA 14, observamos internamente a casa de química e as bombas dosadoras de coagulante e desinfetantes, sendo que o AI2(SO4)3 (Sulfato de Alumínio) é o coagulante utilizado na operação deste sistema. Conforme relatado pelo operador da ETA é utilizado 2 Kg de hipoclorito de sódio (cloro) granulado durante as oito horas de operação por dia. No dia da visita, o coagulante Sulfato de Alumínio estava em falta, mas conforme descrito pelo operador, raramente utiliza-se o coagulante por causa da boa qualidade da água do manancial, como pode ser visto no GRÁFICO 01 mencionado anteriormente, que apresenta percentual do índice de turbidez abaixo do VMP. 60

Na FIGURA 16, observamos internamente a casa de química e as bombas dosadoras de coagulante e desinfetantes, sendo que o AI2(SO4)3 (Sulfato de Alumínio) é o coagulante utilizado na operação deste sistema. Conforme relatado pelo operador da ETA é utilizado 2 Kg de hipoclorito de sódio (cloro) granulado durante as oito horas de operação por dia. No dia da visita, o coagulante Sulfato de Alumínio estava em falta, mas conforme descrito pelo operador, raramente utiliza-se o coagulante por causa da boa qualidade da água do manancial, como pode ser visto no GRÁFICO 01 mencionado anteriormente, que apresenta percentual do índice de turbidez abaixo do VMP.

FIGURA 16 - Casa de química, bombas dosadoras de coagulante: ETA - Bom Sucesso.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

Segundo Richter (2009), para pequenos sistemas de tratamento o hipoclorito de sódio é a alternativa mais adequada devido a sua fácil aplicação e por causa das normas rígidas de segurança e praticamente inofensivo bem dosado. 61

A aplicação do hipoclorito de sódio é considerada satisfatória porque não é nocivo ao homem na dosagem requerida, age efetivamente nos microorganismos patogênicos presentes na água, é econômico, não altera outras qualidades da água quando utilizado, é de fácil aplicação, deixa resíduos ativo na água e sua ação continua depois de aplicado e é tolerado pela grande maioria da população (MANUAL DE SANEAMENTO, FUNASA, 2006). O filtro de fluxo ascendente, FIGURA 17, de acordo Richter (2009) são conhecidos como clarificadores ou filtros russos, seguem constituídos por um leito filtrante composto nas camadas inferiores de material filtrante mais grosseiro e nas camadas superiores de material filtrante mais fino, facilitando a diminuição dos espaços vazios. O processo de limpeza do filtro se dá com uma corrente de água no mesmo sentido da filtração e com uma velocidade que não desconforme a camada filtrante.

FIGURA 17 - Filtro de Fluxo Ascendente: ETA-Bom Sucesso.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

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Podemos observar na FIGURA 18 o ponto 01 onde é aplicado o hipoclorito de cloro, dando início a etapa do processo de desinfecção e o reservatório de contato na indicação 02 onde ocorre a mistura efetiva do hipoclorito de sódio, ressaltamos que este é o único processo de desinfecção utilizado e em funcionamento durante a visita na ETA.

FIGURA 18 - Reservatório de contato: ETA – Bom Sucesso.

Fonte: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

Na FIGURA 19, vê-se a área interna da casa de bombas com suas respectivas bombas, interligadas ao reservatório de contato para que através da adutora de água tratada também interligada, transportar a água tratada para o reservatório elevado de 80,00m³ FIGURA 20, para em seguida ser distribuída por gravidade para o povoado.

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FIGURA 19 - Casa de bombas: ETA – Bom Sucesso.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

FIGURA 20 - Reservatório de 80,00m³: ETA – Bom Sucesso.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

Na FIGURA 21, são visualizadas a sequencia de todas as etapas da Estação de Tratamento de Água ETA - Bom Sucesso, exceto o reservatório elevado, conforme descrito a seguir: 01 – Adutora de água bruta; 02 – Torre de equilíbrio; 03 – local de aplicação de coagulante; 04 – Filtro rápido ascendente; 05 – Ponto de Aplicação de cloro; 06 – Reservatório de contato e 07 – casa de bombas. 64

FIGURA 21 - Visão geral da ETA Bom Sucesso.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

Como todos os tipos de sistema, seja para sistemas de abastecimentos de água e/ou, por exemplo, sistemas de esgotamento sanitário que possuem etapas sequenciais pré-determinadas, se deve ter o cuidado para que a concepção desses sistemas que contempla desde as instalações, equipamentos, materiais, operação, manutenção, controle e qualidade do serviço ofertado, esteja funcionamento conjuntamente, validando os estudos e o tipo de processo concebido para tais fins. Durante as visitas podemos constatar que falhas que coincide com relatos dos entrevistados e que influencia no processo de purificação da água, mais que estão sendo até o presente momento morosamente ignorado por parte da concessionária responsável como vamos explicar a seguir. Condicionar a água tratada em local apropriado e transporta lá de forma adequada e livre de quaisquer contaminações até a reservação final do consumidor são etapas essenciais para que o tratamento utilizado funcione de forma eficaz e satisfatória. Na FIGURA 22, demonstra uma falha, apresentada no dia da visita, na localização do ponto de captação no manancial, onde o flutuador se encontra a menos de 1 m de distância da margem e com a válvula de pé com crivo a menos de 2 m de profundidade baixa do rio São Francisco, podendo interferir diretamente no tratamento utilizado. 65

FIGURA 22 - Ponto de Captação: ETA – Bom Sucesso.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

A vulnerabilidade dessa proximidade com a margem do manancial é um grande risco que pode ser ocasionado pela lixiviação, a proliferação de plânctons e microorganismos, o acúmulo de partículas sólidas e por atos de vandalismo. Outro problema identificado (FIGURA 23) mostra o topo da estrutura da torre de equilíbrio sem fechamento adequado, exposto a quaisquer elementos externo.

FIGURA 23 - Torre de Equilíbrio: ETA – Bom Sucesso.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

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No dia da visita observamos que na fase final do tratamento, que se dá do reservatório de cloração, onde ocorre à desinfecção da água, também se encontrava sem seu fechamento (tampa) adequado, sendo que a água estava exposta a contaminação por qualquer elemento externo (FIGURA 24).

FIGURA 24 - Reservatório de cloração: ETA - Bom Sucesso.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

A FIGURA 25 mostra um problema operacional na casa de bombas, onde uma das bombas, conforme indicado, se encontrava no dia da visita com defeito, assim sem uma bomba reserva para suprir o revezamento no funcionamento do transporte

da

água

tratada

para

o

reservatório

elevado,

provocaria

um

desabastecimento no povoado, caso se a única bomba em operação também parasse de alguma forma de funcionar, até que as providências necessárias fossem realizadas.

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FIGURA 25 - Casa de Bombas - ETA – Bom Sucesso.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

É inevitável também a urgência do conserto da bomba hidráulica danificada, pois uma estação de tratamento como a ETA - Bom Sucesso que funciona 8 horas por dia, é necessário que a operação de bombeamento seja revezada entre as bombas. A maior preocupação é porque a se a única bomba operante também parar de funcionar, o povoado estaria de certa forma retrocedendo para o período anterior à implantação da ETA, pois todas as residências abastecidas por este sistema de abastecimento ficará sem fornecimento, que é um risco a saúde e forçaria os moradores utilizarem a água direta do manancial consumindo-a na forma in natura ou passaria pelo processo de fervura e ou por filtração pelos filtros cerâmicos, conhecido popularmente no Brasil como filtros de barro. As falhas já mencionadas podem estar relacionadas com as variações apresentadas nos resultados das análises supramencionadas nos gráficos. Com todos os materiais recebidos da concessionária e da secretaria municipal de saúde de Poço Redondo, conforme citados e demonstrados anteriormente e com o conhecimento da estação que foi concebida para o povoado, foi necessário à realização de análises microbiológicas dividida em trechos da rede de distribuição para que pudéssemos comparar os resultados dos ensaios com os dados obtidos em questão, bem como as falhas já mencionadas provenientes pelas falta de planejamento. 68

Em tempo foi solicitado ao departamento de Vigilância Sanitária do município que realizassem a coleta desse material. Mas devido a dificuldades de transporte no setor, o técnico da vigilância não conseguiu realizar a coleta das amostras. Mediante isto mim prontifiquei a realizar as coletas com as devidas orientações necessárias, para a realização dos procedimentos pelo mencionado técnico, a fim de garantir a validação das informações adquiridas durante a pesquisa. Assim, todas as coletas foram realizadas por mim com orientação do técnico mencionado. Conforme autorizado e orientado pelo técnico da vigilância sanitária do município realizou-se as coletas nos pontos conforme a distribuição visualizada na FIGURA 26.

FIGURA 26 - Pontos de coleta de água para análise microbiológica.

FONTE: Adaptado do Google Earth, acessado em 03/10/2015; SANTOS, M.S., 2015.

Foi distribuída a coleta do material no sistema de abastecimento em 04 pontos, sendo 03 pontos na rede de distribuição de água tratada no ramal de abastecimento de maior extensão, coletando a amostra no início, intermediário e final do ramal e o outro ponto na captação de água bruta, conforme apresentado na supramencionada FIGURA 26. Todos os procedimentos necessários para a realização das coletas foram registrados com material fotográfico, conforme pode ser visto nas figuras subsequentes. 69

A FIGURA 27 mostra o flutuador onde se localiza a bomba de sucção da água bruta, local este onde foi realizada a coleta 01.

FIGURA 27 - Coleta 01: captação de água bruta.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

Durante a realização da coleta 01 no ponto de captação teve-se o cuidado de esterilizar os equipamentos com o álcool etílico hidratado 70ºC e colocou-se a 20 cm de profundidade com o gargalo do recipiente virado para baixo para que não entrasse no recipiente, sólidos ou partículas provenientes da superfície da água. Enfim ao retirar lacrou-se e foi acondicionado num caixa de isopor resfriada para que não sofresse com oscilações de temperatura. De acordo a orientação recebida, as coletas foram realizadas a partir do horário estabelecido, conforme já mencionado, para que as mesmas não sofressem quaisquer tipos de alterações nas suas características, até a entrega ao laboratório para a realização da análise microbiológica. Na coleta da amostra nos pontos de coleta 02, 03 e 04, localizados nas residências interligadas a rede de distribuição da água tratada, recebeu os mesmo cuidados para a extração da amostra, sendo que a torneira ligada direta com a rede de distribuição foi esterilizada e ficou 1 minuto com seu registro aberto para que resíduos e/ou as incrustações que estavam dentro da tubulação fossem removidos, para então se fazer à coleta com o recipiente. (FIGURA 28, 29 e 30). 70

FIGURA 28 - Coleta 02: Residência de D. Zuleide, nº 127.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

Observam-se nas figuras, que as torneiras se encontram na área frontal das residências, mostrando assim, que a água tratada coleta para as amostras, vem direto da rede de distribuição da S.A.A. sem passar antes em reservatórios domiciliares.

FIGURA 29 - Coleta 03: Residência de D. Lidiane, s/nº.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

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FIGURA 30 - Coleta 04: Bar de Amarilho.

FONTE: SANTOS, M.S., fotos obtidas durante a coleta de informações, 2015.

Todas as amostras foram coletas a partir das dezesseis horas, as informações necessárias tais como locais, o número de cada amostra e o tipo da amostra, foram identificadas sendo entregues ao laboratório credenciado para a realização da analise no dia posterior, no horário matutino. Os resultados dos ensaios realizados na pesquisa estão apresentados na TABELA 02 a seguir.

TABELA 02I - Resultados dos ensaios para Características Microbiológicas na rede de distribuição de água tratada, coleta realizada em 03.10.2015.

Nº da Amostra

Parâmetros Coliformes Totais

Escherichia Coli

01 Presença Ausência 02 Ausência Ausência 03 Ausência Ausência 04 Ausência Ausência FONTE: Adaptado dos relatórios de ensaios da DESO, 2015; Relatórios de ensaios da Secretaria Municipal de Saúde, 2015; SANTOS, M. S., 2015. NOTA: Valores máximos permitidos a cada 100ml.

Os resultados obtidos com os ensaios apenas identificaram a presença de coliforme na água bruta coletada no manancial superficial (Rio São Francisco) enquanto as amostras com a água tratada distribuída no povoado se enquadraram dentro dos padrões de potabilidade, conforme pode ser visto em anexo. 72

Outro fato relatado pelo agente de saúde, durante a visita da coleta das amostras de água para análise microbiológica, foi que das 284 famílias residentes no povoado só 180 possuíam ligações prediais ativas, ligadas de forma regular a rede de distribuição da concessionária, enquanto 104 possuem ligação irregular, sendo que as maiorias dessas ligações irregulares estão conectadas a rede de distribuição (FIGURA 31).

FIGURA 31 - Zoneamento de Ligações Ativas.

FONTE: Adaptado do Google Earth, acessado em 03/10/2015; SANTOS, M.S., 2015.

73

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio de evidências objetivas e factuais, verificou-se que o tratamento concebido na ETA - Bom Sucesso e a água tratada distribuída aos moradores do povoado pela concessionária (DESO), devido ao funcionamento parcial dos processos de operação, do descaso do acondicionamento e distribuição. Um dos grandes fatores que propiciam bom funcionamento do Tratamento encontra-se na água fornecida pelo manancial que apresenta ótimos resultados quanto aos seus índices organolépticos, facilitando o processo parcial de clarificação realizado na ETA. Ressalto que, é necessário mudar os equipamentos pertinentes ao processo de captação da água no manancial para uma localização no rio onde a superfície do fundo seja bem mais profunda que os 2 m onde hoje se encontra flutuador com a respectiva bomba. Para evitar um transtorno social e higiênico de forma generalizada no povoado, é necessário o conserto da bomba hidráulica presente na casa de bomba da ETA. Existe um controle de análises físico-químico realizadas mensalmente, que confirma os resultados do tratamento demonstrados na pesquisa, mas é visto a ocorrência intercalada de variações nos índices que comprovam a presença de bactérias acima dos limites estabelecidos pela legislação e quando ingeridos pelo ser humano, se proliferam, provocando doenças diarreicas. Entretanto é necessário que a concessionária disponibilize à ETA o coagulante utilizado para a separação das partículas sólidas da água, que conforme relatado pelo entrevistado não está sendo fornecida, e para que em caso de mudanças nas características física da água no manancial, que ocorre pela proximidade da captação às margens do rio e por eventos repentinos como a exemplo de chuvas torrenciais, que afetam diretamente a turbidez, o operador possa ter condições de realizar o processo de coagulação que facilitará a etapa seguinte de filtração. O cuidado com acondicionamento da água não é visto durante as etapas de tratamento, já que a torre de equilíbrio e o reservatório de cloração encontram-se sem seus dispositivos de fechamento, deixando vulnerável a qualquer ação do meio externo. Continuando assim possibilitará a ocorrência de outras doenças.

74

Portanto, quando a estação de tratamento de água funciona com todas as suas etapas, este pode oferecer condições permitindo que a água bruta a ser tratada possa atender todas as características físicas, químicas, biológicas e microbiológicas dentro dos limites estabelecidos pela legislação. Este processo possibilitará o aumento da qualidade de vida da população, bem como a diminuição de gastos do governo com a saúde, dentro de aspectos predominantes para o desenvolvimento sustentável das cidades.

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REFERÊNCIAS ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12.211: Estudo de concepção de sistemas públicos de abastecimento de água. Rio de Janeiro-RJ: ABNT, 1992. ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12.216: Projeto de estação de tratamento de água para abastecimento público. Rio de Janeiro-RJ: ABNT, 1992.

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BRASIL. Lei Federal nº. 10.257, de 10 de Julho de 2001. Regulamente os arts. 182 e 183 da Constituição federal. Estabelece diretrizes gerais da política urbana e da outras providências. Publicado no DOU, Brasília-DF, Seção I, p.1, 11.07.2001.

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79

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO Pesquisa sobre Saneamento Básico no Povoado Bom Sucesso 1. DADOS DO INFORMANTE PONTO __________________ Nome: _____________________________________________ Telefone:_____________________ Endereço:________________________________________________________________________ _ Idade: _____ Sexo: _____ Estado Civil: ______________ Naturalidade: __________________ Escolaridade: _____________ Trabalha? ________ Qual atividade? _____________________ Renda Familiar:_______________ 2. POVOADO Quanto tempo mora no domicílio:_______ Numero de pessoa que moram no domicílio:___________ Quantos habitantes há no povoado:______________ 3. SANEAMENTO BÁSICO Abastecimento de Água é feito por: ( ) rede pública (DESO) ( ) poço ( ) outro: qual: ______________ Se poço: ( ) artesiano ( )convencional ( ) freático, qual a profundidade? _________________ m. Se água da DESO: ( ) tem problemas com falta de água ( ) não tem problemas com falta de água Para usos diversos utiliza: ( ) água da DESO ( ) poço Para beber: ( ) água da DESO ( ) poço ( ) Água mineral ( ) outros (rios, lagos, canais, etc.) Se DESO ou poço, cuida antes de beber: ( )fervida ( )filtrada ( )outros_________________________ Esgotamento sanitário é feito por: O domicílio possui instalações sanitárias: ( ) sim ( ) não O sanitário é: ( ) dentro do domicílio ( ) fora do domicílio Qual o tipo de construção: ( )madeira ( )alvenaria Como é feito o esgotamento sanitário: ( )fossa ( )esgoto ( )direto no curso d’água Se possuir poço e fossa, qual a distância entre os mesmos:_________________________________ Utiliza serviços de secar fossa? ( ) Sim ( ) Não Quantas vezes por ano? _______________________ Disposição de resíduos Como é feita a coleta de lixo: ( ) diária ( ) dias alternados ( ) semanal ( ) não há coletas O lixo doméstico é: ( ) queimado ( ) enterrado ( ) jogado em áreas vagas. 4. OPERACIONALIDADE DA ETA-BOM SUCESSO Tratamento: Qual o tipo de tratamento utilizado:_____________________________________________________ Volume do Reservatório Elevado: _____________________________________________________ Qual o tempo de funcionamento_______________________________________________________ Tempo necessário para realizar a lavagem do dispositivo de tratamento_______________________ Quais os problemas que prejudicam a operação do tratamento:______________________________ Qual substância é utilizada no processo de coagulação:____________________________________ Qual tipo de filtro utilizado:___________________________________________________________ Qual substância utilizada no processo de clarificação:______________________________________ A concessionária é assídua com entrega dos produtos químicos: ( ) sim ( ) não A população é satisfeita com a água que é distribuída: ( ) sim ( ) não Quais principais problemas de operação da ETA:_________________________________________ 5. SAÚDE No povoado já apareceram casos de:_ ( ) Dengue ( ) cólera ( ) Diarreia ( ) Giardíase ( ) Doenças respiratórias ( ) Esquistossomoses ( ) Alergias Outras doenças: __________________________________________________ Quando adoece, qual serviço de saúde procura: ( ) Posto de Saúde ( ) pronto socorro ( ) trata em casa Responsável:______________________________________________

Data: __ / ___ / _____

80

APÊNDICE B – REGISTRO FOTOGRÁFICO Sistema de Abastecimento de Água do Povoado Bom Sucesso

Manancial – Rio São Francisco

Captação

Torre de Equilíbrio

Filtro de Fluxo Ascendente

Filtro de Fluxo Ascendente

Filtro de Fluxo Ascendente

Casa de Química

Casa de Bomba 81

Coleta de Amostras para Análises Microbiológicas

Coleta 01

Coleta 02

Coleta 03

Coleta 03

Coleta 04

Coleta 04

82

ANEXOS

83

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