ESTRATÉGIAS DIFERENCIADAS DE ENSINO PARA ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES: QUAIS AS POSSIBILIDADES?

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ADRIANA BARBOSA RIBEIRO
LAIS DE MOURA MILHOMENS
LARISSA CRISTINA DE SOUZA ABRANTES












ESTRATÉGIAS DIFERENCIADAS DE ENSINO PARA ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES:
QUAIS AS POSSIBILIDADES?













MACAPÁ
2013



RESUMO

Existem muitos mitos relacionados as altas habilidades/superdotação entre
eles, de que esses alunos não precisariam de suplementação dos educadores
para seu desenvolvimento, além de que muitas outras representações sociais
acerca de altas habilidades/superdotação são errôneas. De forma que muitos
professores e demais profissionais da área da educação tem uma dificuldade
em identificar alunos superdotados e aplicar métodos de ensino
especializado, assim, muitos alunos com altas habilidades acabam sendo
prejudicados, por estar em um ambiente não estimulante, restringindo o
desenvolvendo de suas habilidades. O objetivo desta pesquisa é verificar
quais os métodos e estratégias de ensino que estão sendo utilizadas com os
alunos com altas habilidades na rede de ensino estadual. A amostra será
realizada com os profissionais da NAAH'S (Núcleos de atividades de altas
habilidades/superdotação) e com professores do atendimento educacional
especializado da rede de ensino público, específico da escola que o NAAH'S
indicar. A coleta de dados será feita através de entrevistas e
questionários. Estes dados serão transcritos e analisados, relacionando-os
as discussões sobre altas habilidades, inteligências múltiplas e educação
inclusiva. A pesquisa é de cunho exploratório e abre demandas para
diferentes contextos de pesquisas na área.

Palavras-chave: Altas habilidades, superdotação, educação.























SUMÁRIO



1 INTRODUÇÃO
04

2 REFERENCIAL TEORICO 09

3 OBJETIVOS 11

3.1 OBJETIVO GERAL
11

3.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS 11

3.3 METAS 11

4 METODOLOGIA
12

4.1 PARTICIPANTES 12

4.2 INSTRUMENTOS E MATERIAIS 12

4.3 PROCEDIMENTO 12

4.4 ANÁLISE DE DADOS 12

4 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES 13

5.1 RECURSOS NECESSÁRIOS
14

6 RESULTADOS
15

REFERÊNCIAS 16















1 INTRODUÇÃO

No Brasil, observa-se que as ideias e as representações sociais que
norteiam o termo altas habilidades/superdotação referem-se a indivíduo
superdotado, gênio, isto é, aquele que demonstra um desempenho
extraordinário e singular em uma determinada área do conhecimento, vista
como destaque pela sociedade. Para alguns, seria um jovem inovador, para
outros, o melhor aluno da sala ou a criança precoce, que adquire
conhecimentos sozinho, ou que surpreende pelos interesses e indagações de
uma criança mais velha (ALENCAR, 2001).
Alencar (2001) propõe que há um estereótipo do indivíduo com altas
habilidades/superdotação, de um tipo franzino, do sexo masculino, de classe
média, com grande interesse voltado para a leitura. Devido a este estigma,
garotas e sujeitos de famílias de baixa renda geralmente têm as suas
habilidades e talentos especiais ignorados e desvalorizados. Em razão da
carga cultural, foi criada uma expectativa elevada aos alunos comparado às
alunas. Havendo um incentivo maior para que estes se empenhem e se
destaquem. Possivelmente por isso, o número de estudantes do gênero
masculino é superior aos do gênero feminino em programas para alunos com
altas habilidades/superdotação.
Muitos documentos oficiais tem sido realizados com o propósito de
definir as características e os traços comuns ao indivíduo com altas
habilidades/superdotação. No Brasil, o artigo 5º, inciso III, da Resolução
CNE/CEB N° 2, de 2001, que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação
Especial na Educação Básica (BRASIL, 2001), define sujeitos com altas
habilidades/superdotação como aqueles que demonstram facilidade de
aprendizagem, o que os leva a dominar rapidamente conceitos, atitudes e
procedimentos.

O Ministério da Educação atribuíram traços comuns aos superdotados em
sua série de Adaptações Curriculares, saberes e práticas da inclusão
(BRASIL, 2004), publicado pela Secretaria de Educação Especial do
Ministério da Educação, que são: alto grau de curiosidade; boa memória;
atenção concentrada; persistência; independência e autonomia; interesse por
áreas e tópicos diversos; facilidade de aprendizagem; criatividade e
imaginação; iniciativa; liderança; vocabulário avançado para sua idade
cronológica; riqueza de expressão verbal (elaboração e fluência de ideias);
habilidade para considerar pontos de vistas de outras pessoas; facilidade
para interagir com crianças mais velhas, ou com adultos; habilidade para
lidar com ideias abstratas; habilidade para perceber discrepâncias entre
ideias e pontos de vista; interesse por livros e outras fontes de
conhecimento e alto nível de energia. (FLEITH, 2007)

Para Piechowski (1986), superdotados demonstram constantemente muita
facilidade para se expressar nas áreas psicomotora, intelectual,
imaginativa, emocional e da percepção, por exemplo: rapidez na fala, ações
impulsivas e agitação motora. Possuem uma forma mais intensa e delicada de
vivenciar seu desenvolvimento.

Segundo Silverman (1993), Neihart, Reis, Robinson e Moon (2002), as
principais características presentes em diferentes transições no aspecto
emocional do superdotado, são: o perfeccionismo; a perceptividade; a
necessidade de entender; a necessidade de estimulação mental; a necessidade
de precisão e exatidão; o senso de humor; a sensibilidade e empatia; a
intensidade; a perseverança; a autoconsciência; a não conformidade; o
questionamento da autoridade; e a introversão.

Percebe-se, no cenário nacional e internacional, uma compreensão da
necessidade de se investir em programas para alunos com grande potencial,
inclusive expandir informações relevantes sobre altas
habilidades/superdotação e das condições que favorecem o reconhecimento das
demandas do superdotado, a serem incluídas nas propostas educacionais
(ALENCAR & FLEITH, 2006).

Em 2005, a Secretária de Educação Especial do Ministério da Educação
implantou os núcleos de atividades de altas habilidades/superdotação em
todos os estados do Brasil. Os núcleos tem como objetivo: colaborar para a
formação de professores e outros profissionais da área, especificamente no
que diz respeito ao planejamento de ações, métodos de ensino, técnicas de
pesquisa e recursos necessários para o acolhimento de alunos; oferecer
oportunidades educacionais que atendam as questões acadêmicas intelectuais,
emocionais e sociais, estimulando o pensamento crítico e criativo,
cultivando seus interesses e habilidades; prover a família do aluno
informação e orientação sobre altas habilidades/superdotação e formas de
desenvolvimento do potencial superior (BRASIL, 2005).

No ponto de vista de Fleith (2007) é imprescindível destacar a
consideração crescente de que uma educação de qualidade para todos não
significa uma educação igualitária. Devido este reconhecimento, tem sido
acentuada a necessidade de um educando estar pronto para favorecer o ensino
apropriado, respeitando as diferenças individuais e encorajando o
desenvolvimento de aptidões e capacidades variadas. Os estudantes com altas
habilidades/superdotação vem criando o interesse de educadores de diversos
países que vem implementando propostas educacionais, gerando melhores
condições para identificação, progresso e expressão desses alunos. As
propostas, de fato, exibem políticas educacionais que proporcionam
orientações para ação, resultando no apoio ao ensino necessário para que o
potencial deste aluno seja expandido.

A literatura indica a importância de identificar o quanto antes o
indivíduo com altas habilidades/superdotação, de forma a prevenir
dificuldades de desajustamento, desinteresse e baixo rendimento escolar
(MCCOACH & SIEGLE, 2003).

De acordo com Reis & Renzulli (2004), tem se propagado a ideia de que
o encaminhamento para programas especiais criaria no aluno vaidade, uma
atitude de superioridade e arrogância. Porém, o que a prática tem mostrado
é que o atendimento especializado ao superdotado de boa qualidade, gera
estudantes mais satisfeitos academicamente, empolgados com as propostas
curriculares, mais ajustados social e emocionalmente.

Fleith (2007) aponta uma ideia que predomina em nosso meio, a de que
o superdotado dispõe de recursos suficientes para desenvolver o seu
potencial, sendo prescindível um ambiente especial, em termos de instrução
diferenciada, apoio e oportunidades, dadas as suas condições privilegiadas
em questão de inteligência e criatividade. Devido a isso, observa-se que
nem todos que se caracterizam por altas habilidades tornam-se adultos
produtivos. A maioria deles, em função de características pessoais somadas
ao do seu contexto familiar, social e educacional apresentam um desempenho
baixo. Nesse sentido, é necessário salientar a relevância de propiciar um
meio favorável ao crescimento do aluno com altas habilidades, a fim de
atentar as suas demandas educacionais, que estimulem e favoreçam o alcance
de seu potencial, respeitando seu ritmo de aprendizagem.

Historicamente, grande parte dos alunos superdotados não é
identificada. Eles sempre foram matriculados nas escolas regulares, sendo
determinado conforme sua idade cronológica e colocados em turmas não
especializadas. Poucos são os alunos reconhecidos, alguns até conseguem o
acesso ao ensino diferenciado, mas ainda é preciso professores
especializados para as salas de aulas regulares e para o atendimento
educacional em salas com recursos ou programas de aprofundamento Fleith
(2007).

Segundo a literatura, os instrumentos de identificação mais usados nos
programas de atendimento aos alunos com altas habilidades/superdotação tem
sido: testes psicométricos; escalas de características; questionários;
observações de comportamento; entrevistas com as famílias e professores.
Com relação aos testes padronizados, Benczik, (2000) discorre que o escore
em um teste não pode certificar que uma criança é ou não superdotada, e de
forma alguma predizer as habilidades futuras que o sujeito irá desenvolver.
Escalas e testes não são diagnósticos, contudo, são ferramentas essenciais
e servem de rastreamento, pois fornecem dados objetivos e relevantes para
avaliação, intervenção e pesquisa.

Fleith (2007) acentua que a identificação do aluno com altas
habilidades/superdotação engloba diferentes categorias, entretanto, é dado
uma ênfase ao aspecto cognitivo. É comum, tanto no Brasil quanto em outros
países, adotarem a abordagem multicategorial na definição de superdotados,
a prática de apurar alunos para os programas especiais, baseando-se somente
em escores de testes de inteligência ou na combinação destes resultados com
o alto rendimento escolar.

Dentre os estudiosos cujas pesquisas têm sido reconhecidas, destaca-se
Renzulli (1986, 2002), das quais contribuições teóricas se relacionam as
práticas de reconhecimento e programas que vem sendo implementados em
diferentes países. O autor destaca dois tipos de superdotação. O primeiro
seria a superdotação do contexto educacional e o segundo de criativa
produtiva. Ele considera que ambos são relevantes e que há inter-relações
entre eles e que devia implementar programas para estimular os dois tipos.
A superdotação do contexto educacional é representada por aqueles
indivíduos que apresentam um nível de compreensão rápido e mais elevado,
sendo eles, os que costumam ser convidados para participar de programas
especiais para superdotados. O segundo tipo está relacionado a criatividade
e originalidade.

Colangelo e Davis (1997) afirmam que grande parte dos alunos são
prejudicados, rotulados e considerados superdotados com baixo rendimento
acadêmico, por consequência de falhas no processo de identificação de suas
potencialidades, e sugere que no sistema de avaliação sejam incluídas
atividades que averiguem habilidades diversas como a aritmética, espaço-
temporal, de sequência lógica e resoluções de problemas relacionados a vida
cotidiana. Renzulli (1986) acrescenta que a avaliação tem que ir além das
habilidades apontadas nos testes de inteligência, aptidão e desempenho. O
autor sugere que a ênfase seja para as observações colhidas por 'juízes''
que possam acompanhar o desempenho e habilidades quando a criança estiver
entretida em alguma atividade de seu interesse. Alencar e Fleith (2001)
complementa que essas observações valem para a avaliação da criatividade,
que pode ser feita por meio de estudo dos seus produtos criativos, além dos
testes de criatividade.

Após a avaliação, o encaminhamento apropriado deve ser efetuado, com
o objetivo de estimular as habilidades apresentadas e fornecer uma formação
extensa ao indivíduo de acordo com suas especificidades. De acordo com a
legislação, os estudantes com altas habilidades/superdotação precisam
receber atendimento que estime respeito a suas necessidades acadêmicas
distintas quanto a talentos, aptidões e interesses. Sendo assim, é no
sujeito com altas habilidades/superdotação que o preparo e fundamentação de
programas educacionais deve se estabelecer. (FLEITH, 2007)

Tomlinson (2005) resume toda a complicação nela contida, chamando
atenção para a impossibilidade de se apurar formulas e alertando para a
heterogeneidade estabelecida em qualquer grupo de alunos com altas
habilidades/superdotação. As probabilidades de combinação de fatores são
diversas, levando em consideração a variedade de aptidões e talentos, as
mudanças na amplitude das altas habilidades e as diferenças de nível
socioeconômico e cultural. É imprescindível considerar o ritmo de cada um,
a falta ou não de dificuldades de aprendizagem ou de outras necessidades
especiais, além da maturidade e da independência.

Novaes (1979) relata sobre uma discussão em um simpósio na Genebra,
que tratava sobre metodologia de ensino, foi perguntado a Piaget qual era o
melhor método, respondeu que não existia o melhor método, nem o pior, mas
apenas um tipo de método – o adequado. A respeito dos alunos com a altas
habilidades/superdotação, esse método adequado de ser adquirido ou
alcançado por meio de uma série de combinações entre as alternativas de
atendimentos possíveis.

O papel dos programas específicos para os superdotados, segundo Fleith
(2007), é o de prover e complementar seus anseios, possibilitando seu
crescimento pessoal e trazendo oportunidades para que descubram desafios de
acordo com suas habilidades.

Fleith (2007), relacionou alguns aspectos relevantes a serem
considerados no planejamento de intervenções para esse grupo, que podem
contribuir com o trabalho de professores, pedagogos, psicólogos e outros
profissionais; que devem atentar para atividades que favorecem a produção
criativa, como atividades científicas tecnológicas, artísticas, de lazer e
esporte, entre outras. Os alunos são privilegiados tanto das modalidades do
ensino formal como do não formal e alcançam seu maior potencial por meio de
um ambiente estimulante que aumenta seus interesses. Para isso, precisam
encontrar desafios que girem ao redor de temas importantes e de valor,
expandindo seu conhecimento e proporcionando oportunidades para aumentar
seus horizontes, criar objetivos maiores e desenvolver senso de
responsabilidade e independência intelectual. Precisam também buscar uma
metodologia adequada a sua rapidez de raciocínio e grande facilidade de
abstração, através de um processo dinâmico de aprendizagem.

As pesquisas demonstram que os professores possuem dificuldades em
identificar alunos com indicativos de altas habilidades e superdotação e na
realização do atendimento educacional especializado. O que, prejudica o
aluno com altas habilidades. Em Macapá, não foi encontrado nenhuma pesquisa
na área, o que seria importante, para auxiliar professores e demais
profissionais que trabalham com crianças com altas habilidades e
superdotação.

REFERENCIAL TEÓRICO

Em 2002, o Ministério da Educação do Brasil, por meio do documento
"Adaptações Curriculares em Ação: desenvolvendo competências para o
atendimento às necessidades educacionais de alunos com altas
habilidades/superdotação" (Brasil, 2002), já apresentava diferentes
alternativas de atendimento aos alunos com necessidades educacionais
especiais. Segundo este documento, os alunos com altas
habilidades/superdotação devem cursar, como os demais alunos, a escola
regular comum, nos diversos níveis de escolaridade, em turmas não muito
numerosas, a m de facilitar o atendimento a suas necessidades, bem como
sua inclusão escolar.
Pérez, Rodríguez e Fernández (1998) propõem uma intervenção educativa
para alunos superdotados, através de sistemas de agrupamento específicos e
de intervenção na sala de aula regular. O primeiro trata-se de agrupamento
em centros exclusivos, em aulas específicas em escolas regulares e
agrupamento parcial/temporal, flexível. O segundo visa a
flexibilização/aceleração, seja por meio da entrada precoce na escola,
dispensa de cursos ou por um programa de estudos acelerados flexíveis no
ritmo, tarefas e/ou áreas de conhecimento; também busca o enriquecimento
dos conteúdos curriculares: através de adequações ou acréscimos
curriculares (verticais/área específica, horizontais/interdisciplinares,
individuais ou com grupo de participação tutorias específicas, monitorias).

Pérez, Rodríguez e Fernández (1998), ressaltam também a importância de
incluir no currículo regular: programas de ensino de pensamento produtivo e
crítico; realização de projetos independentes e em pequenos grupos;
atividades de exploração em diferentes áreas do conhecimento; organização
de atividades baseadas nos interesses dos alunos; resolução de problemas
reais e antecipar problemas futuros; oficinas de invenções; concursos de
ciências, letras, artes visuais e plásticas; aulas de música, interpretação
ou artes visuais; colóquios com especialistas; estudos aprofundados sobre
temas específicos; adaptações curriculares; projetos de investigação e
participação em programas extracurriculares.
O "Modelo de Enriquecimento Escolar", proposto por Renzulli & Reis
(1997), prioriza a prática e as propostas pedagógicas em desenvolvimento na
escola, integrando e expandindo os serviços educacionais, com o intuito de
aprimorar as habilidades dos alunos de forma ordenada; Proporcionar um
currículo diferenciado, no qual os interesses, modos de aprendizagem e
habilidades sejam prioritariamente relevados; Excitar um desempenho
acadêmico de excelência por meio de atividades produtivas e significativas;
Introduzir uma cultura colaborativa na escola, de forma que direção, corpo
docente e discente, outros componentes da equipe escolar, família e
comunidade possam cooperar para a realização de oportunidades e tomada de
decisão sobre as atividades escolares, gerando, assim, uma extensa rede de
apoio social no desenvolvimento dos talentos, entre outras propostas.
Para a efetização deste modelo em plano institucional, alguns quesitos
precisam ser tomados, com o objetivo de buscar o apoio dos atores escolares
e provocar plausíveis transformações da estrutura escolar. Alguns passos a
serem tomados são: junção de toda a comunidade escolar na elaboração de
atividades que envolvam a inserção e sua posterior admissão na proposta
pedagógica da escola; inclusão de metas, prioridades e alvos a serem
atingidos com a prática do modelo; composição de banco de dados para
interessados em orientar projetos dos alunos.
Segundo Freeman e Guenter (2000), há diferentes formas de aceleração,
como: entrada mais cedo na seguinte fase do processo educativo – do
nível da Educação Infantil em diante; promoção para séries seguintes,
pular séries escolares; acompanhar séries mais adiantadas em determinadas
matérias; classes mistas, com grande variedade de idades e séries, de forma
que os mais novos possam trabalhar com os mais velhos e mais avançados;
cursos especiais que ofereçam mais conhecimentos em áreas específicas;
estudos paralelos; estudos compactados; planos de estudos, para que os
alunos desenvolvam atividades ou projetos de seu interesse enquanto espera
o resto da turma terminar suas atividades; trabalho com um mentor e cursos
paralelos.

As propostas acima, em geral, são bem sucedidas, porém, deve-se
atentar aos critérios, aos cuidados específicos que devemos estar
permanentemente atentos. Com relação às atividades de enriquecimento, por
exemplo, deve-se evitar a sobreposição de conteúdos que serão ensinados em
séries posteriormente, caso contrário, estaremos apenas adiando o problema
de desmotivação e de falta de interesse destes alunos. Não podemos, também,
sobrecarregar a criança com uma grande variedade de tarefas, pois assim ela
estaria sendo penalizada por suas altas habilidades (Guenther, 2000).
















2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar os métodos e estratégias de ensino que estão sendo utilizadas
com os alunos com altas habilidades e superdotação, na rede de ensino
estadual.


2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar como ocorre a identificação do aluno com altas
habilidades/superdotação;

Investigar métodos e estratégias de ensino para crianças com altas
habilidades/superdotação;

Caracterizar os métodos usados na rede de ensino estadual para crianças
com altas habilidades/superdotação;

Apontar os métodos de ensino adequados para crianças com altas
habilidades/superdotação.


2.3 METAS

Apresentar os resultados em congressos científicos da área;
A partir do conhecimento adquirido pelos resultados, promover projetos
de extensão conforme às necessidades dos profissionais pesquisados,
sobre o atendimento educacional especializado ao aluno com indicativo de
altas habilidades/superdotação;
Apresentar os resultados obtidos em um seminário interno (Colóquio), e
outros eventos, tais como: congressos, palestras e revistas científicas.










3 METODOLOGIA

3.1 PARTICIPANTES
Será realizada entrevista com questionários voltados para dois grupos
de profissionais. Os profissionais do NAAH/S (Núcleo de Atividades de Altas
Habilidades/Superdotação) e um segundo grupo será de professores do
atendimento educacional especializado e demais profissionais que trabalham
com Altas Habilidades/Superdotação, de uma escola da rede pública de Macapá
que seja apontada como referência no atendimento pelo NAAH/S.

.
3.2 INSTRUMENTOS E MATERIAIS
a) Questionário sobre meios de identificação e estratégias de ensino
com aluno com altas habilidades - Será utilizado questionário com o
intuito de analisar os métodos e estratégias de ensino que estão sendo
utilizadas com os alunos com altas habilidades e superdotação, na rede de
ensino estadual.

b) Entrevistas com educadores referência – organização de entrevista
semi-estruturada com os profissionais que desenvolvem trabalhos
diferenciados com alunos que possuem altas habilidades e superdotação,
visando estabelecer orientações e referências quanto a ensino/aprendizagem
dos alunos com altas habilidades.


3.3 PROCEDIMENTO
Ocorrerá um contato inicial com a NAAH/S para obtenção de autorização
para o desenvolvimento da pesquisa. Após a submissão e parecer favorável do
comitê de ética, será realizada uma segunda visita a instituição para
apresentação do projeto, reconhecido com autorização e implicações éticas a
serem expostas devido a pesquisa ser realizada com seres humanos. Os
responsáveis do NAAH/S que indicarão os participantes da pesquisa no âmbito
da rede de ensino pública estadual.
Depois de haver o contato e o esclarecimento dos objetivos da pesquisa
com a instituição, será marcada os encontros com os profissionais para
apresentar a proposta e retirar quaisquer dúvidas. Na escola determinada,
ocorrerá as entrevistas e aplicação de questionários para obter dados de
quais os métodos de ensino que os professores estão oferecendo aos alunos
identificados com altas habilidades e como efetuam a identificação dos
alunos no contexto escolar. Caso concordem em participar, os instrumentos
serão conduzidos individualmente, em local conveniente para os
participantes, com a assinatura do termo de livre e esclarecido.


3.4 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados de natureza quantitativa serão gravados, transcritos e
submetidos a Análise, mediante a técnica do discurso do sujeito coletivo de
Lefévre (2005). Essa técnica desenvolvida pelo autor acima permite
categorizar os dados de acordo com as ideias centrais dos sujeitos, sendo
separado então o ideário do grupo de participantes em categorias.






























4 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Atividades "Julho "Agosto "Setembro "Outubro "Novembro "Dezembro "
"Levantamento bibliográfico "X " " " " " " "Submissão ao comitê de ética "X
"x " " " " " "Visita a Instituição "X "x "x " " " " "Treinamento dos
discentes " "x " " " " " "Coleta de dados " " "x " " " " "Análise dos dados
" " " "x " " " "Preparação de artigos científicos " " " " " "x "
"Participações em congresso " " " " "x " " "Criação do projeto de extensão
" " " " "x "x " "Preparação do relatório final " " " " " "x " "

4.1 RECURSOS NECESSÁRIOS

-Questionário (Para o NAAHS)
Identificação do
profissional:_____________________________________________________
1-Qual o trabalho realizado pelo NAAHS?
''Nós somos coordenadores pedagógicos. Nós estamos a frente da unidade de
atendimento ao professor. O NAAHS ele é divido em três unidades: unidade
de atendimento ao professor, que eles chamam, que é a coordenação
pedagógica, unidade de atendimento ao aluno, que é um grupo de
professores por área e a unidade de atendimento a família, que é composto
pelo que a gente chama de atendimento psicossocial, que são as psicólogas
e as assistentes sociais, e hoje uma fono, nós temos uma Fonoaudióloga
também.''

2-Como é realizado o trabalho multidisciplinar do NAAHS?
3- Quais os referenciais teóricos usados para o atendimento dos alunos com
altas habilidades? Existe um indicativo do MEC?
4- Qual o objetivo/importância do acompanhamento dos alunos com altas
habilidades/superdotação?
5- Após identificação, quais os procedimentos adotados no NAAHS e o que é
recomendado para a escola? Por quanto tempo ocorre o atendimento?
6- Quais as estratégias teórico-pedagógicas indicadas para o atendimento
dos alunos com altas habilidades?
7- Existe uma ação diferenciada para a atuação do professor ensino regular
e o do professor do Atendimento educacional especializado?
8- Quais as escolas em Macapá que trabalham com crianças com indicativos de
altas habilidades/superdotação? Qual o diferencial que estas escolas tem
para receber recomendação?

- Questionário (Para os professores)
1-Como vocês identificam uma criança/adolescente com indicativos de altas
habilidades/superdotação?
2-Quais as principais características do aluno com indicativos de altas
habilidades/superdotação?
3-É realizada alguma intervenção educativa para alunos com indicativos de
altas habilidades/superdotação?
4-Qual a intervenção realizada no ensino regular e no ensino do AEE?
5-É oferecido alguma oportunidade de aceleração para os alunos com
indicativos de altas habilidades/superdotação?
6-Quais as estratégias utilizadas para desenvolver a potencialidade dos
alunos com indicativos de altas habilidades/superdotação?
7-Há algum projeto na escola voltado para crianças com indicativos de altas
habilidades/superdotação?
8- A escola tem colocado em prática o modelo de enriquecimento escolar
proposto no MEC?
9- Existe uma aproximação da família com relação ao acompanhamento do
aluno?










RESULTADOS


No âmbito do NAAHS verificou-se que o trabalho está dividido em três
frentes que abarcam a atuação direcionada para o professor do AEE, para o
aluno e para a família. O Núcleo estabelece o assessoramento com o
professor do Atendimento Educacional Especializado orientando para a
descoberta das altas habilidades e para o desenvolvimento de projetos que
possam potencializar a capacidade do educando. Destacam, que muitas
escolas ainda tem dificuldade tanto no aspecto da identificação deste
aluno, quanto em lidar com o desenvolvimento de suas capacidades no ensino
regular.
O trabalho ocorre pela ação do professor do Atendimento Educacional
Especializado, contudo, a aproximação com o professor do AEE acontece
apenas nas escolas que houve identificação de aluno com Altas Habilidades.
É necessário ressaltar que os profissionais do Núcleo apresentam um perfil
para o professor do AEE, como alguém criativo e com capacidade de
pesquisador, apesar de que a maioria dos professores não teve a formação
com foco na pesquisa. Isso gera dificuldades para uma ação diferenciada e
para o interesse do aluno se manter em atividades do AEE. Em entrevista com
professora do AEE, a profissional relata que o trabalho diferenciado ocorre
voltado para os projetos na área das altas habilidades, mas apenas do
horário do atendimento, pois é inexistente um trabalho do professor do
ensino regular. Para um trabalho diferenciado com alunos com altas
habilidades, percebe-se que, antes de tudo, precisa haver um debate sobre
como lidar com a heterogeneidade nas salas de aula, uma vez que os alunos
não são iguais em seu processo de aprendizagem e que há muitos mitos e
estereótipos com relação as inteligências e altas habilidades.
É imprescindível Para um trabalho diferenciado com alunos com altas
habilidades, percebe-se que, antes de tudo, precisa haver um debate sobre
como lidar com a heterogeneidade nas salas de aula, uma vez que os alunos
não são iguais em seu processo de aprendizagem e que há muitos mitos e
estereótipos com relação as inteligências e altas habilidades.






















REFERÊNCIAS

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