Ética e Moral: primeira nota sobre uma diferença

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18/06/2015

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Ética e Moral: primeira nota sobre uma diferença

nota sobre uma diferença Por Pedro da Conceição Ou por que o vício nos libera da moral rumo à ética Universal Por Pedro da Conceição    Caro leitor cristão, as passagens que seguem são chocantes, obscenas e escandalosas, sobretudo as de Kant. Se for o caso, melhor ir direto ao texto. “ Entramos. O cara que comeu Chabert fazia dele uma mula, e o próprio abade fora bem atendido: o meu cu tinha deixado os dois exaustos. Eu prometi a Chabert que o encontraria e fugi tão logo pude entre os quartos onde os estímulos que recebi me deixaram em chamas. Depois de dar por mais de três horas nos quartos dos homens, fui para os das mulheres. Eu ardia por descer nesses buracos enfiados na terra, entre duas paredes e nos quais parece que a gente chegou ao fim do mundo. Levei até lá duas meninas, de cinco ou seis anos, e nunca tive tanto prazer. Gritávamos, perdíamos a razão, tocávamos a campainha, lá, o tanto quanto desejamos; antípodas nos ouviram melhor que os habitantes do nosso hemisfério. E depois dos horrores dos quais vocês apenas duvidam sem que eu tenha de demonstrá­los, eu voltei sozinha, apesar de termos descido as três.” – Tradução livre –   Marquês de Sade.[1]  “Ela [a mulher] não exige do homem a abstinência antes do casamento; já para ele, trata­se de uma questão infinitamente relevante. Durante o casamento as mulheres soam intolerantes (sobretudo acerca de ciúmes de seus homens); mas é apenas uma piada; neste assunto, na verdade, as mulheres não casadas tem um juízo ainda mais rigoroso. Com que se importa a mulher estudada: ela precisa de um livro assim como precisa de um relógio, é importante que carregue um, para que seja vista com ele e para que vejam que ela possui um; mas geralmente não está funcionando ou não é posto ao sol.” – Tradução livre –  Anthropologie in pragmatischer Hinsicht – Immanuel Kant [2] “Ainda que a sociedade de cidadãos se depare com a perda de todos os seus membros (por exemplo, o povo de uma ilha decidisse deixa­la e se dissipar no mundo), deveria o último prisioneiro condenado por homicídio receber o seu julgamento, para que cada um receba pelo que valeram seus atos, e a culpa do sangue não caia sobre o povo, o qual não aderiu à punição; para que não seja visto como partícipe dessa ofensa pública à justiça.” – Tradução livre – Die Metaphysik der Sitten – Immanuel Kant [3] Quando o Marquês de Sade (1740­1814) escreveu seus dois principais “romances” (como esse nome soa irônico), Juliette e Justine, ele não imaginava que seu próprio nome encarnaria um fetiche sexual catalogado internacionalmente como parafilia (Sade, donde sádico, sadismo – catalogado sob o código F03.800.800.600.700) ou que o erotismo se transformaria em porno­à­porter, no pior estilo Playboy, pornografia on line e cinquenta tons. Tudo isso é fichinha frente à mistura violenta entre sexo e terror que acontece páginas a fio, quase sem descanso, no decorrer de qualquer obra do Marquês. Seu antípoda seria, justamente, o contemporâneo seu e até hoje queridinho dos juristas (reis da ascese sexual): Immanuel Kant (1724­1804). Kant foi o filósofo da crítica, sim, seu criador – Kant deu nome à toda crítica que lhe é herdeira ao mostrar como os limites são importantes, talvez mais que os conteúdos. Mas Kant foi também o filósofo da razão pura, e da razão pura prática, que transcende a ideia de teoria do conhecimento (Erkentniss Theorie) e se move ao chamado ético para responder à pergunta “was soll ich tun” (que devo fazer?). A resposta de Kant, seu famoso imperativo, é categórica porque da ordem das categorias do próprio entendimento. Por essa razão a ética de Kant é verdadeiramente uma ética: aplicável a todo e qualquer momento, independentemente das circunstâncias, como bem nos lembra o famoso “exemplo da ilha”. Minha tese aqui é, na esteira de Lacan, Adorno e Horkheimer: Sade e Kant são duas moedas do mesmo sistema monetário e redigiram os textos fundamentais da ética moderna, que vivemos ainda hoje. Vejamos, então, como se relacionam os antípodas. O sexo, na vida de Kant, é sua obra, ainda que sua obra seja praticamente muda sobre o assunto. Grandes estudos de biografismo e psicologia, bem como uma interseção forte entre obra filosófica e vida pessoal se abriram com o filósofo do quid juris da razão. A pacata metódica da vida de Immanuel teria refletido um ego e um super­ego violentíssimos em um jogo de gozo e castração que se realiza ao longo de sua vasta obra e se condensa nos cortes e recortes das três grandes críticas. Na sequência das críticas Kantianas, o começo já é um ato de castração, um não­do­Pai (o Deus de Kant) que nos informa não termos acesso a nada: é a Crítica da Razão Pura. Estamos distantes do próprio mundo, das coisas­em­si, mas somos enganados pelo nosso próprio entendimento. Não obastante, precisamos agir e fazer acontecer – mas isso ainda não basta, é preciso ter boa vontade. Boa vontade e boas intenções são sempre necessárias como critério de justiça e para que esta se torne Universal (ou seja, verdadeira Justiça). Trata­se, agora, da ordem do Pai (aja de modo que sua ação seja sempre boa): é a Crítica da Razão Prática. Por fim, somente, parece que voltamos à Mãe: à Mãe­Natureza, certamente, mas também à Mãe psicológica, aquela que nos abraça e nos mostra o sublime e nos permite sonhar, com a coisa­em­si e não nos exige nem conhecer bem, nem fazer certo, mas dá a nós o ‘poder’ de julgar, conforme o gosto. É a Crítica da Faculdade do Juízo. Aqui, vamos ficar com a segunda crítica – já que os juristas geralmente não se dignam a ler as outras. O escrito tardio que realiza a Crítica da Razão Prática, “A Metafísica dos Costumes”, é de onde tiro a citação trágica http://justificando.com/2015/06/16/etica­e­moral­primeira­nota­sobre­uma­diferenca/

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e sintética do exemplo da ilha que resume, de modo fenomenal, toda a ética Kantiana. Ética que, com seus deveres (Pflichte – do famoso reino do Sollen, o dever­ser) opõe­se radicalmente à Estética, e às suas faculdades (Kräfte) – essa oposição, por sua vez, é a imagem perfeita do jogo de proibição­violação que alimenta a psicanálise de Kierkegaard a Freud, de Freud a Bataille. Percebam que a solução Kantiana, na ética, é: siga a instrução, desde que ela seja perfeita[4]. E por perfeita, entenda­se, racional e universal. “Racional” significa, aqui, tanto a relação entre meios e fins, quanto o princípio da não contradição. Ocorre que a regra ética Kantiana precisa ser tão perfeita a ponto de ser sempre executada e não admitir exceção, o que nos leva forçosamente ao caráter universal do imperativo categórico. Se ele sempre é coerente internamente, ele nunca é diverso de si mesmo e, logo, ele nunca aceita o oposto: ele é universal. Os poderes que o homem recebe para acessar o sublime somente existem na medida em que não invadem o terreno dos deveres éticos do homem, ou, justamente, na medida em que o invadem porque são diferentes dele, porque a proibição em si jamais poderá gerar o sublime, mas a beleza do sublime depende da frieza da proibição. Não à toa que após Kant muitos foram buscar no calor da estética algumas orientações de ordem prática para como agir no mundo[5]. É um pouco a ideia de que o final de semana não seria tão bom, não fossem os dias da semana. Melhor que o final de semana, porém, é viver um dia de final de semana durante a semana. Basta, portanto, enxergar o sexo na obra de Sade não como um conteúdo, mas como uma forma, que logo se percebe que sua obra é perfeitamente ética, em termos Kantianos. A obra de Sade é, na realidade, uma extensão infinita do exemplo da ilha. Mas antes de vermos, no nosso excerto, como o terror erótico de Sade é, no fundo, apenas um exemplo da ética de Kant, precisamos entender que Sade se relaciona com Kant não apenas pela sua ética, mas também por meio de sua antropologia esquizofrênica. Se Kant é o protótipo do machismo de sua época, ele também joga com papeis e poderes de gêneros (que parecem estar tão em voga, apenas hoje) ao fazer afirmações e trocadilhos do tipo die Frau will herrschen que pode ser traduzido simplesmente como ‘a mulher quer mandar/dominar’, mas o radical herr, que significa senhor, também reflete, ao mesmo tempo, um papel tipicamente masculino o qual é estranhamento alocado como algo da “essência” da mulher. Sade mostra (não intencionalmente) como a ética e a antropologia Kantiana casam. A Mulher quer ser uma dama porque não é uma dama – assim também Juliette aprende com outras “damas” como aderir à sua libertinagem. Esse é seu papel, não sua natureza (por isso o ponto de vista de Kant se intitula pragmático). Se Kant escrevesse hoje, diria­se performático e mandaria metade das feministas relerem suas críticas. No começo do livro Juliette, a personagem que da nome ao romance é levada de uma vida de castidade no convento ao mundo de abusos e libertinagem. Foi levada, porém, sem sair do lugar. A narração de Sade tende a mostrar que, de certo modo, os desejos posteriormente despertados já estavam sempre lá e são simplesmente naturais (principes de la nature, que, logo, são universais) e mais: tudo aconteceu nos entornos do convento, o qual ela nunca realmente deixou. A responsável, inclusive, pela sua apresentação à sociedade libertina foi a própria “madre superior”[6]. Não à toa, é a Madre quem “deflora” a jovem Juliette e, quando os “trabalhos” vão começar, eis a surpresa: “Un moment, dit­elle, tout en feu ; un instant, mes bonnes amies, mettons un peu d’ordre à nos plaisirs, on n’en jouit qu’en les fixant” – traduzindo: Só um momento, disse ela, em chamas; um instante, minhas amigas, coloquemos um pouco de ordem nos nossos prazeres, só podemos gozá­los ao fixá­los. As ‘falácias’ religiosas deixam a cena para que as verdadeiras regras surjam e permitam que o sexo se universalize. Ou seja, ao mesmo tempo que o sexo, em sua expressão mais cruel, violenta e aparentemente desmesurada é apenas a expressão de um principe de la natur, ele é afixado por regras que estabelecem uma ordem (a própria ordem do natural, uma ordem universal) que passa a ser seguida ao longo de todo o livro. De pronto, não se trata de exprimir uma regra simples, como uma regra de jogo, mas de apresentar à jovem Juliette uma filosofia, cuja base é a afronta à opinião pública. No mesmo sentido, em Was ist Aufklärung? (O que é o Esclarecimento?) Kant afirma que Der öffentliche Gebrauch seiner Vernunft muss jederzeit frei sein (o uso público da sua razão deve sempre ser livre), contra a opinião pública (a qual dizia, sempre, não pense, apenas obedeça, creia, pague seus impostos, etc.), e essa é a porta para o esclarecimento, também Sade guia o leitor pelos limites de Juliette, mostrando que o uso público do seu sexo deveria ser sempre livre e isso leva a um jogo de limites (ao antigo sexo, à castração, ao casamento, etc) e a novas liberações: a libertinagem (ética) universal. A forma do Esclarecimento é: pense, em Kant, e faça sexo, em Sade. Por isso a libertinagem de Sade deve se estender e não respeitar nenhuma regra impeditiva: família, religião, ou, como no nosso excerto, “verdade” e “idade”. A “verdade” é uma ideia impeditiva, pois existiria uma obrigação entre dizer e fazer o que se diz. Juliette diz, no excerto citado, que irá retornar aos seus parceiros masculinos – ela foge, porém. Foge dos quartos dos homens e vai para os das mulheres: ela mente. E ela mente para se divertir com duas meninas jovens (5 anos, 6 anos) que descem – mas não sobem de volta. Essa passagem é quase a inversão da caverna de Platão: é na sombra e no silêncio que se descobrem os segredos capazes de unir dor e prazer e não na idade da razão; é sem a ajuda do rei­filósofo, mas desde a mais tenra idade. O fato de romper com o casamento, com a diferença entre os sexos (nas obras de Sade há orgias verdadeiramente pansexuais), com a família, com as ordens eclesiásticas, com o limite etário: é isso que permite que o sexo (enquanto a forma geral e universal do relacionamento humano) atinja um patamar verdadeiramente Universal, verdadeiramente ético. ‘Nu Universo‘ de Sade, somente quando todas as regras impeditivas forem abolidas e todos fizerem sexo com todos e desfrutarem dos limites das dores e dos prazeres, então … então o quê? Se o sexo é forma, qual é o conteúdo? O que Sade pretende alcançar com a libertinagem universal? http://justificando.com/2015/06/16/etica­e­moral­primeira­nota­sobre­uma­diferenca/

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O mesmo que a ética Kantiana: autonomia. Trata­se da ideia de que a verdadeira liberdade reside na submissão voluntária a uma regra que me é própria, que não me foi apresentada como “boa”, “justa”, “certa”. Mas haveria autonomia em um estupro (porque há vários estupros em Juliette). Oras, o estupro é, ele mesmo, uma regra impeditiva e, portanto, antiética. A minha vontade de dizer não ao sexo é uma regra impeditiva (típica dos casamentos, dos contratos, das famílias, das promessas, etc.) e atravanca o conteúdo universal de um sexo sem restrições. Estupro é um senso comum, da opinião pública. Kant poderia ter denunciado a fala do clero: não pense, creia; não pense, não­estupre. Há uma simetria entre a ordem da crença e da proibição do estupro, uma simetria anti­ética. Que razão é essa que se opõe à autonomia ética Kantiana ou Sádica? É uma razão de conteúdo, o que chamei, aqui, de regras impeditivas: trata­se da moral. Parece óbvio que a obra de Sade é imoral, mas não pelos motivos óbvios e sim pelos mesmos motivos que a ética de Kant é imoral: ambas se opõem às regras impeditivas que são, sempre, regras externas, que nos são apresentadas e impostas e impedem o uso de uma autonomia e, portanto, da Liberdade no sentido moderno do termo. O desafio da modernidade, desde então, tem sido desenvolver uma moral que não limite a autonomia individual. Mas a ética Kantiana, assim como a Sádica, são tão formais, tão necessitadas de Liberdade e tão avessas às regras proibitivas que a tarefa se torna absurda. De tão absurda a tarefa está se desmantelando o modelo de autonomia da ética moderna (adotada em nosso direito) e da própria Modernidade, levando às modernidades líquidas, ultramodernidades, hiper e pós­modernidades e outras quimeras da nossa indecisão. É nesse contexto que o Holocausto e os Genocídios em geral, as Ditaduras, as Guerras (seus mortos), Maio de 68, a Fome, a Aids, e todas as demais desgraças que convivem pacificamente com a ética Kantiana em paz universal (assim como o estupro convive com o sexo em Sade) têm sido chamados como simulacros de uma Ética que nos tornou escravos de nossa própria Liberdade, de nossa autonomia decisória, iludindo­nos e nos fazendo escravos sem senhores (não temos nem mesmo contra quem nos rebelar). Afinal, se Hitler pode ser chamado de monstro, está longe de ser O responsável pelo Holocausto. Mas quem é esse responsável? Não há. Contra a diluição ética Universal, a localidade das pequenas responsabilidades morais? Talvez. É possível fazê­lo sem ser reacionário? Talvez. No próximo texto, uma nota sobre conteúdos morais e sobre a dificuldade de concitá­los com o império da ética Universal. Pedro da Conceição é Mestrando em Direito pela Universidade de São Paulo, advogado. Autor do livro “Mito e Razão no Direito Penal” (2012). Filósofo nas horas vagas. [1] “Nous entrons. Le fouteur de Chabert l’avait comme un mulet, l’abbé lui­même était fort bien muni : mon cul les épuisa tous deux. Je promis à Chabert de le retrouver, et m’esquivai bientôt dans les sérails, où les stimulants que je venais de recevoir me firent entrer tout en feu. Après m’en être fait donner trois heures dans celui des hommes, je fus me chercher des victimes dans celui des femmes. Je brûlais de descendre dans ces trous pratiqués sous terre, entre les deux murs, et dans lesquels il semblait que l’on fût au bout du monde. J’y conduisis deux petites filles de cinq ou six ans, et n’ai jamais eu tant de plaisir. On criait, on déraisonnait, on battait la campagne, là, tant que l’on voulait : les antipodes nous eussent plutôt entendues que les habitants de notre hémisphère. Et après des horreurs dont vous vous doutez sans que je sois obligée de vous les peindre, je remontai seule, quoique nous fussions descendues trois.” [2] “Sie frägt nicht nach der Enthaltsamkeit des Mannes vor der Ehe;        Ihm aber ist an derselben auf Seiten der Frauen unendlich viel gelegen. In der Ehe spotten Weiber über Intoleranz (Eifersucht der Männer überhaupt): es ist aber nur ihr Scherz; das unverehlichte Frauenzimmer richtet hierüber mit großer Strenge. – Was die gelehrten Frauen betrifft:        so brauchen sie ihre Bücher etwa so wie ihre Uhr, nämlich sie zu tragen, damit gesehen werde, daß sie eine haben; ob sie zwar gemeiniglich still steht oder nicht nach der Sonne gestellt ist.”  [3] “Selbst wenn sich die bürgerliche Gesellschaft mit aller Glieder Einstimmung auflösete (z.B. das eine Insel bewohnende Volk beschlösse, auseinander zu gehen, und sich in alle Welt zu zerstreuen), müßte der letzte im Gefängnis befindliche Mörder vorher hingerichtet werden, damit jedermann das widerfahre, was seine Taten wert sind, und die Blutschuld nicht auf dem Volke hafte, das auf diese Bestrafung nicht gedrungen; weil es als Teilnehmer an dieser öffentlichen Verletzung der Gerechtigkeit betrachtet werden kann“  [4] “Handle nur nach Grundsätzen von denen du sollen kannst, dass sie weltwit ein allgemeines Gesetz werden” – Aja conforme princípios os quais você possa desejar que se tornem leuis universáveis aplicáveis a todos. [5] O exemplo clássico continua sendo a ideia de “educação estética” de Schiller, mas no recente e excelente “A Estetização do Mundo: viver na era do capitalismo artista”, de Lipovetsky e Serroy (São Paulo, Companhia das Letras, 2015), os autores mostram que quem mais desfrutou dessa orientação voluntarista da estética foi o Mercado, que levou o consumo de massa á ordem do agradável, do entertainment e do transitório. [6] Veja o que diz ela sobre suas práticas: “Ô Juliette, Juliette ! mon libertinage est une épidémie, il faut qu’il corrompe tout ce qui m’entoure” – Ò Juliette, Juliette, minha libertinagem é uma epidemia, é preciso que corrompa tudo que me cerca – tradução livre. Perceba­se que a libertinagem, assim como a ética só existem e permanecem na medida de de sua universalidade. Nota: Euphrosine, que chamo aqui de madre superior, não é descrita com esse título em Juliette, mas exerce um papel similar.

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