EU NÃO FAÇO MARQUINHAS

July 24, 2017 | Autor: André Bomfim | Categoria: Graphic Design, Branding, Publicidad, Marcas
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Eu não faço "marquinhas" Que existem coisas que só se vê na Bahia, todo mundo já sabe. Mas existem algumas das peculiaridades do repertório de excentricidades baianas que estão diretamente ligadas ao trabalho do publicitário e do designer gráfico. É a velha história do cara que está abrindo uma empresa, seja lá de que for e num clima de intimidade instantânea e também tipicamente baiana, dirige­se a algum destes profissionais e pergunta em tom de camaradagem: "Pô, bicho! Como é pra você fazer uma marquinha pra minha empresa que tá começando agora. Mas assim na manha, uma coisa simples, mas bonita, de impacto... E, é claro, com um precinho de bróder, hehehe..." Quem tem pelo menos um par de anos no mercado sabe que, infelizmente, o diálogo acima não é nenhuma alegoria ou hipérbole perto das "cantadas" que a gente ouve no dia­a­dia da profissão. Sim, é a pura realidade. Mas entre o festival de equívocos e malandragem embutidas em uma frase dessas, o malandro já começa enganando a si mesmo. Porque se ele está começando, já começou errado. Errado por não reconhecer que uma marca é a própria imagem da sua empresa, produto ou serviço. E que o trabalho do profissional por ele abordado, vai além da escolha de uma fonte e de uns grafismos no Corel Draw. Pois, o profissional de verdade não faz marquinhas. Cria identidades visuais. A criação da Identidade Visual é um trabalho de design. A publicidade e o marketing entram depois, trabalhando esses símbolos visuais na mídia e através de ações promocionais, por exemplo. Se você, leitor, já concorda que uma marca é muito importante, o que dizer então da Identidade Visual de uma empresa? A marca é apenas uma das peças desse verdadeiro mosaico de itens que compõem um projeto de Identidade Visual Corporativa. Podemos definir Identidade Visual, de uma forma básica, como o conjunto de elementos e signos que expressam a personalidade de uma organização, seus valores, perfil e sua atitude. Cores e sua psicodinâmica, tipografia, semiótica e sintaxe da linguagem visual são apenas alguns dos

conhecimentos específicos necessários para desenvolver projetos consistentes, desses que atravessam gerações, como o símbolo da Shell, por exemplo. Por outro lado, é necessário um profundo conhecimento da empresa, seus produtos e serviços, valores e posicionamento de mercado. Tudo isso deve estar implícito, subjacente, ali naqueles sinais visuais. Mas, para não deixar sombra de dúvidas sobre a importância de uma marca, vamos falar sobre números. Uma marca pode ter tanto valor quanto o capital de giro, o imobilizado ou o patrimônio líquido de uma empresa. Os ingleses inventaram um sistema de avaliação de marcas chamado "brand equity", em que eles avaliam esses símbolos gráficos sob diversos parâmetros, desde seu recall à confiança e respeito que inspiram nos consumidores. Quer um resultado impressionante? A marca "Coca-cola" vale mais do que todo o patrimônio da fabricante do refrigerante mais consumido no mundo inteiro. Ou seja, se a Coca-Cola juntasse todas as suas fábricas, frotas, máquinas, matérias-primas etc, não arrecadaria um valor equivalente ao da sua marca. Pense então em quanto vale o "M" amarelo da McDonald"s, a curvinha da Nike ou a maçã mordida da Apple!

08/04/2015

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