#FALANDO_SOZINHO: Uma análise do comportamento outlier nas postagens sobre a campanha presidencial das páginas de mídias tradicionais no Facebook

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- Internet e Eleições 2014 I Workshop da Linha de Pesquisa Comunicação e Comportamento Político, Novas Mídias e Opinião Pública Programa de Pós-graduação em Ciência Política da UFPR. Curitiba - PR, 9 e 10 de abril de 2015

#FALANDO_SOZINHO: Uma análise do comportamento outlier nas postagens sobre a campanha presidencial das páginas de mídias tradicionais no Facebook1 Jaqueline Kleine Buckstegge2 Ricardo Dantas Gonçalves3 Bruno Washington Nichols4 Sérgio Roberto Serafim Tramujas5

RESUMO Entender os espaços criados pelas redes digitais como novas arenas para o debate público implica em compreender quem são os atores presentes na interação. O presente trabalho buscar analisar como internautas altamente participativos reagem à campanha presidencial de 2014 a partir do agendamento feitos por alguns medias tradicionais selecionados em níveis nacional e regional. Foram analisados 82.281 comentadores das páginas do Facebook de onze jornais durante os meses de julho, agosto e setembro de 2014 e destacados 456 outliers. A hipótese testada e verificada foi de que tais comentadores não detém nenhum tipo de estratégia discursiva e apenas induzem uma impressão de “clima geral” do debate, majoritariamente em favor de algum dos candidatos.

Palavras-chave: debate online; Facebook; eleições presidenciais; comportamento político.

Trabalho apresentado no Workshop “Internet e Eleições 2014”, desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP), da Universidade Federal do Paraná. 2 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Paraná. Bolsista CAPES e pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (PPGCP-UFPR), [email protected] 3 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Paraná. Bolsista CAPES e pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (PPGCP-UFPR), [email protected] 4 Graduando do Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná. Bolsista Fundação Araucária e pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (PPGCP-UFPR), [email protected] 5 Graduando do Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná e pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (PPGCP-UFPR), [email protected]. 1

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- Internet e Eleições 2014 I Workshop da Linha de Pesquisa Comunicação e Comportamento Político, Novas Mídias e Opinião Pública Programa de Pós-graduação em Ciência Política da UFPR. Curitiba - PR, 9 e 10 de abril de 2015

1. Introdução A análise do debate público em relação à esfera política, em especial em períodos de campanha eleitoral quando a temática ganha maior visibilidade nas diversas dimensões informacionais, torna-se cada vez mais multifacetada conforme criam-se ferramentas para o acompanhamento da opinião eleitoral on e off-line. A distribuição de conteúdo também se complexifica e não é mais possível isolar os media tradicionais da construção na web. Ainda existe resistência, no entanto, para considerar a produção na internet como parte real do debate público off-line. Como destaca Marques (2006), no entanto, não é possível descartar a produção de opinião feita na web pela simples justificativa de “irracionalidade” presente nos discursos. O autor afirma que Se são diversas as ressalvas à internet enquanto esfera pública, por outro lado não se pode negar que muitos debates só se concretizam por causa do advento desta modalidade de comunicação. (...) o debate racional entre cidadãos comuns, por exemplo, se não acontece na internet, também não parece acontecer rigorosamente fora dela. Em outros termos, deve-se considerar que, funcionando mal ou bem, pelo menos o ambiente digital abre a oportunidade para a exposição de opiniões e formação de arenas conversacionais, instâncias antes pouco prováveis ou mais difíceis de se realizarem (MARQUES, 2006, p. 183)

Opinião pública, dentro do debate contemporâneo, deve ser entendida como a soma de conjuntos de indivíduos que não se conhecem entre si, mas levam em consideração a possibilidade de que a opinião ou a ação do outro, sobre temas públicos, seja próxima à sua. (CERVI, 2013, p.80). Tal afirmação pode encontrar matriz nas causalidades sóciopsicológicas apresentadas por Noelle-Neuman (2003) que explica a formação, alteração e continuidade da opinião pública, bem como seus efeitos e funções a partir de três premissas: i) a sociedade ameaça com isolamento e exclusão os indivíduos que se desviam do consenso; ii) os indivíduos, por sua vez, têm medo, em grande parte subconsciente e provavelmente com causa genética, de serem isolados; iii) este medo do isolamento faz com que as pessoas tentem constantemente mensurar quais opiniões e comportamentos – o clima de opinião – são aprovados ou desaprovados pelo seu meio social.

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Nesse sentido, os indivíduos que percebem sua opinião como sendo a da maioria as expõem com confiança. E, na contramão, os que se percebem em minoria expressam-se com cautela ou se colocam em silêncio, desse modo, reforçando a opinião como fraca até que, em última instância, ela desapareça ou sobre apenas a um “núcleo duro” de indivíduos que se agarrem a tal opinião. Na lógica de Noelle-Neuman a opinião pública tem muito poder advindo da própria natureza social do homem – i.e o medo do isolamento. E assim, a característica forte do fenômeno é a de controle social, que tem como fim garantir um nível suficiente de consenso social sobre os valores e objetivos comuns à sociedade criando um laço entre o indivíduo e a sociedade. De outra maneira, para que a coesão do sistema seja mantida, a sociedade ameaça com o isolamento aqueles que violam o consenso social que a mantém viva. (NOELLE-NEUMAN, 2003) Temos, portanto, que o debate público se coloca como momento em que os participantes do público “medem” suas opiniões frente às dos demais. Ou seja, o espaço de debate é um ambiente de interação usado para expor, medir proximidade e reformular posições (CERVI, 2013). A opinião pública, segundo Cervi (2013), é um fenômeno de caráter transitório depende de comportamentos próprios e dos outros, de sentimentos e percepções. Nesse sentido, mudanças nos elementos do debate, tais como a divulgação de novas informações sobre o tema, tem poder de alterar a opinião pública (CERVI, 2013, p.80). Esse ponto da discussão sobre a opinião pública é especialmente relevante para este estudo, que busca nas divulgações digitais de resultados de pesquisas eleitorais analisar o comportamento dos debatedores, aqui entendidos como comentadores das páginas oficiais dos media tradicionais.

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2. Materiais e Métodos Para a análise do comportamento dos comentadores das páginas de mídias tradicionais no Facebook, foram coletados postagens e comentários de três jornais nacionais (Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e O Globo) e oito regionais (A Tarde/BA, Correio Brasiliense/DF, Correio do Estado/MS, Diário do Pará/PA, Gazeta do Povo/PR, O Estado de Minas/MG, O Povo/CE, Zero Hora/RS). Foi utilizado pela coleta o software gratuito de indexação automática Netvizz, que extrai bancos de dados a partir de páginas do Facebook em períodos pré-determinados pelo coletador. O Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP/UFPR) realizou coletas semanais, de 07 de Julho a 09 de Novembro de 2014, resultando em dois bancos de dados principais. O primeiro, das postagens, totalizou 34.618 entradas de posts das páginas prédefinidas. O segundo, que utiliza os comentários como unidade de análise, soma mais de onze milhões de textos comentados dentro das respectivas postagens. Como forma de especificar a pesquisa, foi selecionado o tema “campanha eleitoral” dentre as postagens, considerando apenas a eleição presidencial, e a partir deste corte, foram definidos como objeto apenas os comentários que mencionam explicitamente alguma das três campanhas. Isso reduziu a coleta inicial a 2.595 postagens. Para compreender a produção dos debatedores no espaço online objeto da pesquisa, os comentários foram analisados a partir de duas dimensões: (i) forma do comentário

(ex.:

elogio

ou

crítica)

e

(ii)

reflexividade

(progresso,

persuasão,

radicalização). O terceiro nível de análise, criado posteriormente para este trabalho, é o dos comentadores6 – os “donos dos comentários” – que citam um dos três candidatos principais em seus textos. Somam-se, nessa categoria, 81.825 debatedores com frequência de comentários que variam entre 1 vez e 847 vezes. Com uma produção muito mais intensa, foi criada uma categoria de comentadores classificada como “outliers”, que engloba indivíduos que postaram de 52 a 847 comentários. Como recorte temporal para análise de comentários e comentadores, o trabalho delimitou o intervalo do primeiro como entre os meses de julho e setembro. A partir destas três bases (postagens, comentadores e comentários), os dados foram analisados através 6

Definimos como “comentador” o perfil pessoal de Facebook, coletado como variável “dono do comentário”. 4

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de software estatístico, buscando testes que se adequassem às variáveis categóricas e contínuas encontradas.

3. Análise dos dados Uma vez considerado como base de análise as postagens sobre a campanha presidencial de 2014 e seus respectivos comentários, dentro do intervalo do primeiro turno, foi possível resumir o banco de dados a 25.318 publicações, com 82.281 comentadores e 262.017 comentários que citam pelo menos uma das três candidaturas. A análise de dados a seguir descreve a categoria outlier em comparação ao restante dos comentadores, apresentando principalmente seu comportamento em relação à variável reflexividade e suas categorias persuasão, progresso e radicalização. Para um panorama geral do agendamento produzido em relação à campanha presidencial, o Gráfico 1 apresenta a distribuição de postagens classificadas como “campanha eleitoral”.

GRÁFICO 1 – Número de postagens do subtema “campanha eleitoral por semana FONTE - Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP-UFPR).

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O pico de visibilidade da campanha presidencial presente na semana7 7 pode ser explicado pelo acidente aéreo que resultou no falecimento do presidenciável Eduardo Campos. E a semana 10 indica o início dos debates eleitorais.

3.1. Dos comentadores

Para análise da primeira dimensão proposta por este trabalho, a dos comentadores, a variável binária “outlier” foi utilizada como grupo controle para descrever as características gerais do banco. Tab. 1 – Comparação entre Outliers e outros Comentadores

Outlier Não Média

Comentários 2,64

Sim

Mínimo

Desvio padrão

Comentários Total

Média

Comentadores

81825

51,00 1,00

4,50

215615

101,76

456

847,00 52,00 78,01

46402

Comentadores

Máximo

Máximo

Mínimo

Desvio padrão

Comentários Total

Dilma

1,34

81825

49,00 0,00

2,70

109288

51,34

456

584,00

0,00

55,48

23410

Aécio

,65

81825

45,00 0,00

1,95

53123

30,90

456

382,00

0,00

39,19

14089

Marina

,97

81825

49,00 0,00

2,34

79726

41,02

456

730,00

0,00

50,29

18704

Fonte: Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP-UFPR).

Como é possível observar pela Tabela 1, existe uma tendência mais dispersa dentre os comentadores considerados outliers no que diz respeito à produção no debate, possuindo uma média de 101,76 comentários por comentador, no entanto um desviopadrão de 78,01 comentários. Mesmo representando apenas 0,55% dos comentadores de postagens da campanha eleitoral, eles são responsáveis por 17,71% das entradas que fazem menção a algum candidato. Em relação a tais citações, observa-se o esperado. A presidente Dilma Rousseff recebe o maior número de citações, em grande parte devido ao exercício do mandato, seguida de Marina Silva e Aécio Neves. É interessante ressaltar que, após o falecimento do candidato Eduardo Campos e a substituição da campanha do PSB por Marina Silva, esta se manteve em segundo lugar em todas as pesquisas de intenção eleitoral, obtendo 7

A divisão das semanas para a pesquisa se deu da seguinte forma: (1) 01 a 07 de Julho, (2) 08 a 14 de Julho, (3) 15 a 21 de Julho, (4) 22 a 28 de Julho, (5) 29 de Julho a 04 de Agosto, (6) 05 a 11 de Agosto, (7) 12 a 18 de Agosto, (8) 10 a 25 de Agosto, (9) 26 de Agosto a 01º de Setembro, (10) 02 a 08 de Setembro, (11) 09 a 15 de Setembro, (12) 16 a 22 de Setembro, (13) 23 a 29 de Setembro, e (14) 30 de Setembro 6

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grande visibilidade na mídia. O quadro apenas se reverteu na quinta-feira prévia ao dia da eleição, quando Aécio Neves assumiu segundo lugar e garantiu seu lugar no segundo turno. Uma das principais característica dentre os outliers, no entanto, também na relação entre postagem e comentários, pode ser verificada pela variável “sobrevivência” que indica a diferença entre o dia que a postagem foi publicada pela página e o dia em que o comentário foi feito. Tab. 2 – Tempo (dias) entre Postagem e Comentário Outlier Não

Sim

Média

0,34

0,25

Máximo

7,00

1,17

Mínimo

0,00

0,00

Desvio padrão 0,58 81825 Contagem

0,20 456

Fonte: Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP-UFPR)

Como é possível observar na Tabela 2, enquanto comentadores em geral podem levar até uma semana para comentar a mesma postagem, o número máximo encontrado no estrato dos outliers não chega a dois dias. Para compreender como tal proporção de comentários de outliers se comportou ao longo do primeiro turno da eleição, o Gráfico 1 apresenta a média de comentários por semana. Fica evidente um pico na média de comentários pelos outliers na semana que vai de 12 a 18 de Agosto (semana 7), nas semanas que vão 26 de Agosto a 08 de Setembro (semanas 9 e 10) e, posteriormente, na semana de 16 a 22 de Setembro (semana 12). Uma das hipóteses explicativas para o ocorrido é a coincidência com os três primeiros debates presidenciais, que ocorreram, respectivamente, em 26 de Agosto, 1º e 16 de Setembro. Tornou-se uma tendência durante os dias de debate presidenciais que os comentadores utilizassem o espaço das postagens, mesmo que estas não tratassem do tema, para posicionar-se em relação à performance dos candidatos. Para a semana 7, assim como nas postagens, o aumento na média é atribuído ao falecimento de Eduardo Campos. 7

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GRÁFICO 2 – Média de comentários de comentadores outliers por semana FONTE - Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP-UFPR).

3.2 Dos comentários

Tal concentração na média de comentários nas semanas dos debates eleitorais destaca um primeiro aspecto dos comentadores de maior intensidade, mas ainda não elabora sobre a forma dos comentários. Para isso, a distribuição de médias controladas temporalmente foi aprofundada, agora ponderando a variável reflexividade. O gráfico 3 controla os comentários pela reflexividade de seus textos. Assim como já observado nas frequências agregadas, fica claro que os picos foram gerados pelos comentários da categoria “Outro”. No entanto, cabe uma ressalva: considera-se essa categoria válida, dado que a partir da observação dos dados, essa categoria, predominantemente, representa os comentadores que “falam sozinhos”, só buscam expor suas próprias opiniões, sem apontar participação no debate que não buscam persuadir, agregar com novas informações e nem radicalizar.

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GRÁFICO 3 – Média de comentários de comentadores outliers por semana controlados por Reflexividade FONTE - Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP-UFPR).

Os comentários incluídos na categoria “Outros” demonstram o padrão de maior disparidade. O maior pico, na nona semana, indica que a média de comentários por comentadores outliers ultrapassou os 60 sempre apresentando auge nas semanas dos debates. Estabelecido que os comentadores outliers tendem a apenas expor sua opinião, sem reciprocidade, cabe compreender o formato de suas exposições, mais especificamente, se elogiam ou criticam os candidatos. A Tabela 3 apresenta a distribuição de comentários de comentadores outliers controlando a sua reflexividade e forma.

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Tab. 3 – Relação entre Reflexividade e Forma para os Outliers

Reflexividade do Comentário Total Persuasão

Forma do Comentário

Elogio ao n Candidato RP Elogio Outros8

26070

Total

4690

3012

Outro 61020 94792

17,0

-46,2

-110,7

78,5

n

693

431

98

307

RP

16,2

23,5

-11,1

-15,3

26218

12433

34178

43243

-14,8

12,2

84,3

-48,0

n

5848

5270

7242

6948

RP

-5,3

57,6

36,3

-45,2

n

58829

22824

44530

111518

1529

Crítica ao n Candidato RP Crítica Outros

Progresso Radicalização

116072

25308 237701

(V de Cramer = 0,232, Qui-quadrado = 38.496,49) Fonte: Núcleo de Pesquisa em Comunicação Política e Opinião Pública (CPOP-UFPR)

É possível perceber que existe uma maior concentração de “elogio ao autor” na categoria “outros” de reflexividade, o que reforça que o posicionamento expositivo dos comentadores outliers tende a ser positivo.

4. Comentários Finais A partir do objetivo de analisar o comportamento outlier no debate online de mídias tradicionais nas eleições presidenciais de 2014, foi possível constatar que, primeiramente, existiram quatro momentos em que a participação deste estrato mostrou-se mais intensa: o falecimento do candidato Eduardo Campos e os três primeiros debates eleitorais presidenciais. 8

As categorias critica ou elogio “outros” são resultado do agrupamento de: autor, governo, internauta e portal. Aqui utilizados como controle, uma vez que seu n é muito reduzido. 10

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A categoria desviante apresentou altos níveis de produção no debate, no entanto, como hipótese do trabalho, foi possível verificar que tal participação não implicou na construção da arena de discussão, mas sim na exposição de seus posicionamentos. Com característica de participar do debate quase que imediatamente após a publicação das postagens, os outliers não buscaram recursos argumentativos, nos formatos de persuasão, progresso ou radicalização. Ainda, tiveram como forma predominante de seus comentários o elogio a um dos candidatos citados.

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Referências CERVI, E. U. Como os webleitores do “Portal Estadão” comentaram a eleição de Dilma Rousseff em 2010: uma discussão sobre os participantes do debate público em campanhas eleitorais nos novos meios de comunicação. Explanans, v. 2, n. 1, p. 75–99, 2013. MARQUES, F. P. J. A. Debates políticos na internet: a perspectiva da conversação civil. Opinião Pública, v. 12, n. 1, p. 164–187, 2006. NOELLE-NEUMAN, Elisabeth. La espiral del silencio: opinion publica, nuestra piel social. Barcelona: Ed. Paidós, 2003

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