Feiras de Artesanato no Município de Natal/RN: Pesquisa A Partir das Políticas Públicas de Fomento da Economia Criativa

Share Embed


Descrição do Produto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

KEILA MONIQUE MARQUES COSTA

FEIRAS DE ARTESANATO NO MUNICIPIO DE NATAL/RN: PESQUISA A PARTIR DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE FOMENTO DA ECONOMIA CRIATIVA

NATAL/RN 2016

KEILA MONIQUE MARQUES COSTA

FEIRAS DE ARTESANATO NO MUNICIPIO DE NATAL/RN: PESQUISA A PARTIR DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE FOMENTO DA ECONOMIA CRIATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN como requisito parcial para obtenção do título de Graduação em Gestão de Políticas Públicas, sob a orientação do Prof. Dr. Fernando Manuel Rocha da Cruz.

NATAL/RN 2016

KEILA MONIQUE MARQUES COSTA

FEIRAS DE ARTESANATO NO MUNICIPIO DE NATAL/RN: PESQUISA A PARTIR DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE FOMENTO DA ECONOMIA CRIATIVA

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN como requisito para obtenção do título bacharel em Gestão de Políticas Públicas.

Natal, ______de _______________de ________

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________ Prof. Dr. Fernando Manuel Rocha da Cruz (Presidente – DPP/UFRN) _________________________________________ Profa. Dra. Patrícia Borba Vilar Guimaraes (Membro Externo – DPP-DEPRO/UFRN) _________________________________________ Msc. Gabriela Targino (Membro Externo – UFF)

AGRADECIMENTOS

Ao meu professor orientador Fernando Cruz, pela disponibilidade em me orientar e confiança, muitas vezes maior que a minha, de que esse trabalho seria realizado com sucesso.

RESUMO

Nossa pesquisa parte do questionamento sobre a relevância das feiras de artesanato. Discutimos em nosso trabalho sobre a maneira como as feiras dão visibilidade e estimulam a dinâmica econômica da cidade de Natal. Antes de qualquer coisa discutimos o que vem a ser economia criativa e como o Plano da Secretaria da Economia Criativa trabalha e apresenta os setores criativos. Em seguida, inserimos Natal nesse contexto e buscamos por meio de entrevistas com artesãos identificar em que aspectos as políticas públicas vêm atendendo ou não às demandas advindas do trabalho com artesanato. Por fim consideramos que Natal possui forte atrativo turístico, o que em grande parte pode ser um veículo importante para fortalecer a economia local e o artesanato enquanto produção vinculada ao setor cultural com grandes chances em estimular ainda mais o potencial da cidade. Procuramos com esse trabalho observar a importância das políticas públicas, bem como, pensar de que forma o produtor pode se tornar capaz de empreender a partir do seu produto criativo.

Palavras chave: Artesanato, Economia Criativa, Empreendedor, Natal/RN, Políticas públicas.

ABSTRACT

Our research of the questioning of the relevance of craft fairs. We discussed in our work on how the fairs provide visibility and stimulate economic dynamics of Natal. Before we discuss anything that comes to creative economy and how the plan of the Creative Economy Secretariat works and divides the creative sectors. Then we insert Christmas in this context and seek through interviews with craftsmen identify the public policy issues is in compliance or not the demands arising from working with crafts. Finally we believe that Christmas has a strong tourist attraction, which can largely be an important vehicle to strengthen the local economy and crafts as production linked to the cultural sector has great chances to further stimulate the potential of the city. We seek with this work to observe the importance of public policies as well, think how the producer can become capable of undertaking from its creative product.

Key words: Crafts, Creative Economy, Entrepreneur, Natal/RN, Public Policies.

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Escopo dos Setores ..............................................................................21 Figura 02 – Setores Criativos ..................................................................................22 Figura 03 – Mapa de Natal ......................................................................................25 Figura 04 – Boneca de pano.....................................................................................29 Figura 05 – Boneca de pano – Bruxa ......................................................................29 Figura 06 – Peças em papel machê .........................................................................30 Figura 07 –Fantoche de feltro .................................................................................30 Figura 08 – Oficina de bolsas ..................................................................................31

SUMÁRIO INTRODUÇAO ....................................................................................................... 9 1. ARTESANATO E ECONOMIA CRIATIVA.................................................... 13 1.1 Setores .............................................................................................................. 13 1.2 Entre o empreendedorismo e as políticas públicas ...........................................16 2. AS FEIRAS DE ARTESANATO NA CIDADE DE NATAL .......................... 24 2.1 Caracterização sociodemográfica da cidade de Natal ...................................... 24 2.2 Dialogando com artesãs ....................................................................................26 CONCLUSÃO........................................................................................................ 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 34 APÊNDICE ............................................................................................................39

.

9

INTRODUÇÃO O trabalho “Feiras de artesanato no Município de Natal”, busca compreender a organização das políticas culturais voltadas à promoção dessas feiras em Natal. Ao longo do nosso trabalho observamos um número elevado de centros de artesanato estruturados em alguns pontos da cidade, bem como em áreas metropolitanas. Esses centros são fixos e mantêm uma comercialização constante durante todo o ano de produtos artesanais, o que garante a alguns artesãos uma dinamicidade à venda de seus produtos. Entretanto, encontramos ainda artesãos e associações fora desses centros principalmente por não conseguirem pagar boxes ou lojas dentro dos centros de artesanato. Diante dessa realidade alguns artesãos procuram oferecer outros tipos de venda e negociação de seus objetos, peças e da sua produção. Nosso trabalho, tem como foco as feiras que ocorrem de forma periódica no município de Natal, concentrando especificamente na feira que ocorre nas proximidades do centro de artesanato de Mirassol, a qual recebe durante o mês de dezembro uma grande atenção por parte do poder público e dos próprios moradores e turistas, tendo em vista, o aniversário da cidade e suas comemorações. Essa área também realiza ao longo do ano outras feiras que visam manter a dinâmica do local e fazer com que o que se produz e vende tenha dinâmica econômica. Outra feira que tem relevância em nosso trabalho é a feira de artesanato de antiguidade e artes em geral que ocorre na Praça das Flores, de forma periódica. Observando as duas feiras citadas acima procuramos pensar se esse tipo de evento tem potencial que mereça uma atenção das políticas públicas, considerando a dinâmica econômica da cidade do Natal, bem como a constatação ou não se a atividade contribui de forma significativa para a economia e a sustentação das pessoas envolvidas nos eventos, no caso, os artesãos. Em diversos aspectos podemos apontar que as feiras são importantes e que precisam ser vistas, encaradas dentro do segmento cultural com possibilidade de apoio e elaboração de políticas públicas que atendam essa demanda. A cultura, e particularmente o artesanato, tem um significado muito forte para a pesquisadora. A formação inicial – anterior – e a vivência com o artesanato faz com que haja o interesse em discutir políticas públicas que atendam a essa demanda social. Em primeiro lugar por que é inevitável que sendo licenciada em História, o aspecto cultural e a observação de sua importância na elaboração e reelaboração de identidades não façam

10

parte desse olhar. A cultura e as relações que se estabelecem nas vivências em conjunto estão sempre presentes na maneira do historiador construir seu modo de compreender a sociedade e suas relações. Atrelado ao interesse pessoal em pensar esses espaços culturais, está o interesse em apontar tendências sociais, culturais e econômicas das feiras artesanais em Natal. Possivelmente esse estudo pode servir de orientação às políticas públicas que são desenvolvidas ou às que possam ser ainda aplicadas às feiras locais. Este breve trabalho busca pensar esses eventos e sugerir possibilidades de potencializar seus usos, a partir das políticas públicas. Desse modo, o presente trabalho será pautado nas políticas culturais e, em particular, na economia criativa, sendo as políticas culturais um conjunto de ações e iniciativas realizadas por parte do governo como fora de intervenção na sociedade através da cultura; já a economia criativa propõe modelos de negócios ou gestão com vistas à geração de trabalho e renda a partir do objeto cultural e artístico. A economia criativa difere de outros tipos de economia por ser originada a partir do conhecimento, do capital intelectual e da criatividade. Ainda de acordo com as Nações Unidas, as atividades da economia criativa focam essencialmente no indivíduo e no seu potencial. (UNCTAD, 2010) O fato é que hoje, de acordo com o Relatório de Economia Criativa, a economia criativa desponta em um poderoso potencial transformador da sociedade atual. É também um dos setores que mais cresce e se desenvolve na atualidade, não somente gerando renda, mas também com grande peso nas exportações e geração de emprego. (UNCTAD, 2010) Desse modo é objetivo da pesquisa compreender as políticas culturais na organização e promoção das feiras de artesanato no município de Natal. São ainda objetivos específicos deste trabalho conceituar as políticas culturais no Brasil, no RN e no município de Natal; fazer o levantamento das principais feiras de artesanato em Natal; levantar exemplos da integração das feiras de artesanato com outras atividades econômicas e culturais, em Natal; identificar potencialidades e dificuldades na organização e participação em feiras de artesanato, em Natal; e, avaliar a importância das feiras de artesanato, em Natal, para o desenvolvimento do setor artesanal. Assim, consideramos que todo projeto de pesquisa deva ter uma grande preocupação com a forma como a pesquisa irá ser desenvolvida. Definir os métodos e as técnicas que serão utilizadas em determinado estudo é decidir principalmente sobre o

11

olhar sobre nosso objeto de estudo e diante de tantas formas de análise não é simples definir o mais adequado para a nossa pesquisa. O método de pesquisa tem também grande importância no sentido de que é ele que valida a pesquisa. Ele não é meramente a forma ou a apresentação do seu passo a passo, sendo imprescindível um procedimento que norteie e organize todo o pensamento do pesquisador. O método pode ser considerado o caminho que será trilhado pelo pesquisador e a técnica seria o modo de caminhar. Esse modo, inclusive pode ser variado e o pesquisador pode utilizar-se em uma mesma pesquisa de diferentes técnicas para poder provar suas hipóteses.

Se o método pode ser entendido como o caminho, a técnica pode ser considerada o modo de caminhar. Técnica subentende o modo de proceder em seus menores detalhes, a operacionalização do método segundo normas padronizadas. É resultado da experiência e exige habilidade em sua execução. Um mesmo método pode comportar mais de uma técnica. A diferença semântica entre método e técnica pode ser comparada à existente entre gênero e espécie (KOTAIT, 1981).

O método da pesquisa cientifica pode ter a classificação a partir de alguns referenciais, como os objetivos da pesquisa, a natureza, a escala do objeto, técnica de coleta, análises de dados, etc. Obviamente, nesse momento, iremos nos concentrar na natureza da nossa pesquisa e teremos o método qualitativo como sendo aquele norteador para o desenvolvimento dos nossos estudos e análises. O método qualitativo é considerado por alguns autores como genérico, já outros dizem que o método procura a essência do objeto observando suas mudanças e tentando compreender desde sua origem até intuir suas possíveis consequências. Na pesquisa qualitativa também há uma forte preocupação com o processo, como também com a perspectiva dos participantes. Nesse tipo de pesquisa destaca-se a aproximação e o tempo necessário para obter as informações. No nosso caso, serão necessários vários momentos com os envolvidos para obtenção de informações e entrevistas com gestores. Essas entrevistas tanto podem ocorrer de maneira mais informal, como também estruturadas. (OLIVEIRA 2011) Utilizaremos entrevistas semiestruturadas que são aquelas em que o entrevistador não segue um roteiro rígido, é um tipo de entrevista em que o entrevistador deixa o entrevistado mais livre para falar de suas opiniões e impressões, sem, no entanto, perder

12

de vista o foco da entrevista. É um método vantajoso, pois deixa o entrevistado mais livre, porém requer grande conhecimento por parte do entrevistador para que o mesmo possa retomar a direção da entrevista quando o entrevistado porventura desvie do assunto, pois tem por base tópicos de perguntas. Requer, por conseguinte, muita agilidade do entrevistador. (GIL 1987) Ainda de acordo com Carlos Antônio Gil (1987), a observação é essencial para construção das hipóteses, porém o pesquisador não deve se valer exclusivamente de hipóteses construídas através da observação para propor soluções, pois ela por si só não seria suficiente. Outro ator importante na observação seria o tempo que o pesquisador precisa despender para realizá-las. No contexto do nosso trabalho, o espaço urbano de Natal é o local onde ocorrem as feiras de artesanato. Sendo assim pensar um pouco sobre esse espaço é importante na medida que ele faz parte das escolhas e das possibilidades de desenvolvimento desses eventos. As feiras de Natal ocorrem em lugares considerados centrais ou locais onde a concentração de pessoas pode ser mais intensa. A chamada Praça da Árvore de Mirassol é um desses espaços, localizado na zona sul da cidade, concentrando um grande fluxo de ônibus urbano que oferece possibilidade de ir e vir com mais facilidade. Este espaço concentra também uma estrutura física utilizada para guardar mercadorias dos artesãos, promover cursos de capacitação, além da venda diária desses produtos. O centro conta ainda com boxes de exposição de seus trabalhos. Como forma de registro dessa dinâmica que envolve as feiras de artesanato, consideramos que a fotografia é um importante instrumento. Dessa forma, utilizamos em nosso trabalho registros dessa natureza e fazemos esses registros a partir do seu aspecto documental, considerando as três funções da fotografia identificadas por Gutierrez (apud CRUZ, 2015). A fotografia é um importante elemento para complementação de uma pesquisa ou mesmo na substituição de alguns aspectos do que está sendo pesquisado, a fotografia mostra muitas vezes além do que está registrado, pois ela leva a reflexão e comparação tornando-se parte da produção acadêmica, por exemplo. A fotografia também pode assumir diferentes significados a depender do local, circunstancias e contextos. (CRUZ, 2015) No primeiro momento do nosso trabalho, o conceito de economia criativa e artesanato aparecem como primordiais. Estes conceitos nos dão condições de mais à frente analisarmos as feiras de artesanato que ocorrem na cidade de Natal e qualificar a

13

importância de políticas públicas voltadas para esse setor. Além disso, ainda no primeiro capítulo pontuamos que o artesanato possui três aspectos importantes a serem apresentados, são eles: o econômico, o cultural e o ambiental. Destacamos também no capítulo um, a possibilidade do artesão contar, além das políticas públicas para o setor, a capacidade de se tornar um empreendedor e não depender unicamente das políticas públicas para ter condições de manter-se realizando seu trabalho e vendendo suas produções. Já no capítulo dois, buscamos um diálogo com as artesãs que se encontram em um dos centros de artesanato mais conhecidos na cidade de Natal. Nesta oportunidade, observamos a diversidade de produtos que são produzidos no próprio centro e em algumas comunidades da região metropolitana de Natal e que são expostas no centro de artesanato de Mirassol. Identificamos, ainda, alguns problemas apontados pelas mesmas, além da importância que as artesãs veem na realização das feiras. 1. ARTESANATO E ECONOMIA CRIATIVA 1.1 Artesanato Natal possui um vasto trabalho no segmento do artesanato. São diversos os pontos de venda e exposição que envolvem um número significativo de produtores e artesãos que vão desde centros fixos – conhecidos como mercados de artesanato – até feiras temporárias, que periodicamente movimentam esse mercado dando visibilidade e oportunizando que o artesão mostre seu trabalho e possa obter renda com suas vendas. O trabalho do artesão é de suma importância por diversos aspectos e as feiras e eventos são responsáveis por dar vasão à criação e gerar circulação comercial em torno dos produtos artesanais. O artesanato é um setor da cultura que pode carregar em seus produtos muito da cultura local, carregando em seus trabalhos, predominantemente manuais, traços capazes de tornar cada peça única imbuída de significados que podem identificar uma região. As feiras são os lugares por excelência que vão dar visibilidade e permitir que tais produtos artesanais sejam comercializados gerando renda para artesãos e movimentando a economia local. Esse comércio, hoje em dia, chega a ultrapassar fronteiras, sendo levados a outros países. A exportação do artesanato brasileiro é uma realidade e recebe apoio de algumas instituições que buscam orientar as etapas que envolvem desde a produção até o seu destino final, ou seja, a sua mercantilização.

14

No âmbito governamental, o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), tem com sua principal função a elaboração de políticas públicas em parceria com Estados e outras instituições como SEBRAE, APEX e o Banco do Nordeste. Para discutirmos sobre as feiras de artesanato, consideramos ser importante também apresentarmos alguns conceitos básicos que envolvem esse universo. É considerado artesanato tudo que for produzido a partir do trabalho de uma única pessoa que se utilizando da criatividade e habilidade possa realizar todo o processo de fazer determinada peça, resultando em um produto que tenha um valor simbólico, além de uma carga de identidade cultural. Na produção do artesanato temos o uso do trabalho manual como o carro chefe dessa produção. No entanto, pode-se utilizar alguns equipamentos ou mesmo máquina na sua elaboração, mas não como parte essencial do processo e sim como forma auxiliar (BRASIL, 2013) Mas, e quem faz o artesanato? O artesão é figura central, primordial e essencial no fazer artesanal, ele é o sujeito que elabora, lapida, transforma matéria prima em objeto, de utilidade ou de decoração, o artesão possui o domínio de todas as técnicas de produção e realiza seu trabalho de forma manual ou, quando necessário, com utilização de algum equipamento que o auxilia a chegar a forma ideal de seu produto. Além do artesão, tem também a figura do mestre artesão, este se notabiliza no seu fazer artesanal e passa a ser reconhecido pelos demais como alguém que marcante pelo conhecimento e pela singularidade do que faz, destaca-se por ser alguém capaz de passar para futuras gerações o seu saber (BRASIL, 2013). Podemos destacar entre tantos outros pontos importantes das feiras que trabalham com produtos artesanais, três aspectos relevantes para manutenção dessa prática. O aspecto econômico, do qual já falamos de maneira geral acima, o cultural e o ambiental. O que se expõe ou se apresenta nas feiras para venda é fruto de um trabalho manual feito nos detalhes e na singularidade, o que deixa cada peça impregnada de significados subjetivos próprios da cultura e muito particulares, são impressões marcantes de traços regionais permeados pelas habilidades e criatividade de cada artesão. Mesmo quando a produção venha ser em uma quantidade maior, cada peça será única, pois essa é uma característica do trabalho manual ou artesanal, a sua condição de ser única. Ainda no aspecto cultural devemos ressaltar sua importância no que se refere às relações que se estabelecem no seu fazer, o envolvimento de uma comunidade ou mesmo de uma família na realização das tarefas promove uma teia de relações que se formam naturalmente nas

15

trocas de experiências e no convívio nos momentos de elaboração dos produtos. (MANIGLIA, 2011) A expressão sustentabilidade vem sendo utilizada em diversas áreas, como em ciências sociais, jornalismo, educação e política, entre outras. O termo, segundo Maniglia (2011) é muito ampla e vai além de questões como luta e movimentos diários em torno da preservação, defesa de animais em situação de extinção ou economia de energia. Certamente, hão importância real nos aspectos citados, porém no seu sentido mais amplo, sustentabilidade se constitui uma rede complexa que envolve Estado, empresas, normas jurídicas que se imbricam no sentido de garantir processos democráticos e participação do cidadão de forma efetiva na sociedade. A expressão desenvolvimento sustentável foi utilizada pela primeira vez em Estocolmo no ano de 1972, naquela oportunidade foi amplamente discutida a questão do equilíbrio entre desenvolvimento e sustentabilidade. Já no ano de 1974, uma equipe de cientistas elaborou e encaminhou um documento que repercutiu mundialmente, nele existia forte contradição entre desenvolvimento e sustentabilidade. Somente dez anos depois a ONU se reuniu em conferencia presidida pela primeira ministra da Noruega, e novas diretrizes foram tomadas resultando em um relatório, cujo objetivo foi propor estratégias ambientais a longo prazo contando com a cooperação entre todos os países. Esse relatório, que ficou conhecido como Brundtlad conseguiu estabelecer que o princípio do desenvolvimento sustentável é “aquele que atende as necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das futuras gerações de terem suas próprias necessidades atendidas “ Na convenção do Rio 92, esse relatório voltou a ser discutido e passou a integrar boa parte dos documentos produzidos a partir dali. Além disso, o termo sustentabilidade se tornou bem mais amplo, significando não somente ações primárias de preservação, mas também passou a ser introduzido nas pautas políticas. O grande entrave entre desenvolvimento e sustentabilidade não deixou de existir e nesse sentido os estudos se aprofundaram na intenção de equilibrar a importância dos dois conceitos postos em pratica. Sendo assim, alguns autores se propuseram a definir primeiramente o que seria de fato desenvolvimento. Utilizaremos aqui o conceito de Amartya Sen (2000), o qual conceitua desenvolvimento como algo muito maior que apenas o crescimento econômico em si. Sen (2000) ainda amplia esse conceito nos apresentando anos depois, três dimensões de direitos humanos: político, civil e cívico.

16

Para fecharmos a questão da sustentabilidade, citamos Ignacy Sachs (2002), que aponta 5 pilares para o desenvolvimento sustentável e que se relacionam com o nosso trabalho. Seria a dimensão social, a qual se fundamenta na condição de emprego, seja ele autônomo ou não, qualidade de vida e acesso aos recursos e serviços; a dimensão ambiental, nesse sentido a preocupação com resíduos, recursos renováveis e o controle do uso de recursos não renováveis; a dimensão territorial, que se preocupa com as questões regionais, melhoria do setor urbano, permanecia do trabalhador em seus locais de origem, dinamizando a economia em diversos espaços, além da segurança para áreas mais frágeis; por fim, a dimensão política, que deve estabelecer a governança democrática, promovendo parcerias, implementação de projetos nacionais que visem a coesão social. Em se tratando do nível internacional, a autora aponta a preocupação da ONU na garantia da paz e da cooperação entre os países e o favorecimento a parceiros mais fracos, além de um sistema de cooperação ambiental. Em relação à sustentabilidade, a atividade artesanal também oferece perspectivas de se trabalhar com materiais extraídos ou encontrados nos arredores de onde sua produção é realizada, isso por que é comum os artesãos usarem sua criatividade dando a materiais diferentes uma possibilidade de uso. Importante dizer que o artesanato em si não é capaz de sozinho modificar questões tão profundas como as que envolve o meio ambiente. Porém, pode trazer uma reflexão tanto para quem produz como para quem compra tais produtos no que se refere ao uso sustentável e à utilização de determinados materiais.

1.2 Entre o empreendedorismo e o financiamento público A nível mundial, a economia criativa deu um grande salto desde 2011, somando um recorde de US$ 654 bilhões. O aumento médio anual das exportações dos produtos ligados à economia criativa foi de 12,1%, conforme pode ser comprovado no Relatório de Economia Criativa. (UNCTAD, 2010) A economia criativa também tem contribuição no que se refere à qualidade de vida, prazer, autoestima e bem-estar, visto que, as atividades também oferecem esse retorno para quem a realiza. Sobre economia criativa muitas questões se encontram ainda por serem debatidas, discutidas, analisadas dentro do que pensamos poder fazer parte a economia criativa e o que pensamos é o quanto é importante levantar questões mesmo compreendendo que muita coisa já se pensou a respeito do assunto.

17

Segundo Paulo Miguez (2007) sobre um olhar para contemporaneidade. De fato, a cultura se encontra em tudo que vemos, na realidade e no meu ponto de vista não é somente esse século, mas em toda história da humanidade esses aspectos criativos dos quais a cultura não pode se ausentar este presente. O que de fato agora talvez esteja mais evidente é o fato de tais atividades criativas serem capazes de produzir economicamente uma dinâmica maior dentro das sociedades. Não podemos negar, entretanto, que hoje se aponta para uma ampliação da compreensão do que de fato é economia criativa. Várias atividades que foram surgindo no mundo moderno passam a fazer parte da ideia criativa e consequentemente serem introduzidos nos estudos da economia criativa. O que antes estava no campo das ciências sociais ou da antropologia, agora extrapola essas análises e ganha novas compreensões. A informática, a comunicação, as produções culturais entre outras atividades configuram um cenário que precisa ser estudado e compreendido na sua capacidade criativa e ao mesmo tempo na possibilidade de abrangência que as mesmas exercem na nossa sociedade. É considerando esses aspectos que o artigo de Miguez (2007), aponta para urgência em pensar a economia criativa. A economia criativa envolve tudo que se refere as imagens, símbolos e demais produções que estejam calcadas na produção criativa, talentosa ou na habilidade individual, as quais produzem do objeto artesanal as grandes produções industriais, demonstrando a intelectualidade e a complexidade no seu fazer (MIGUEZ, 2007) Diante de nossas afirmativas de que a economia criativa ultrapassa ou perpassa apenas pelo universo antropológico e social, temos como prova maior de que sua capacidade promove a dinâmica na economia global, os dados do Banco Mundial, o qual apresenta a economia criativa como 7% do PIB mundial e o seu possível crescimento, além de ter destaque no PIB de países desenvolvidos economicamente falando, como é o caso da Inglaterra e Estados Unidos. (MIGUEZ, 2007) Os termos economia criativa e indústria criativa, são bem recentes, apenas nos anos 2000 que começam a aparecer, embora na Austrália já nos anos 90 do século passado. O fato dessas discussões recentes, talvez seja ainda um entrave a ser ultrapassado pelos estudiosos e pesquisadores da área, perguntas como, o que é economia criativa? O que diferencia indústria criativa de cultural? O que são indústrias criativas? Ainda são muito comuns. Essas questões e as definições que cada termo carrega em si, diferenciamse em diversos países, alguns as utilizam de forma intensa enquanto outros há uma certa resistência, o autor do texto aponta a França como esse exemplo, porém aponta também que o uso dos termos pelo UNESCO, irá acelerar esse processo de aceitação e uso das

18

indústrias culturais como parte da economia criativa. Desta forma a definição mais utilizada é a formulada pelo Ministério inglês, a qual abrange um grande número de atividades como, artes, cênicas, design, filmes, software, jogos de computadores, arquitetura, antiguidades, artesanatos entre outros. As variações no uso dos termos se dá, além do aspecto conceitual ou que se considera economia criativa, como também por aspectos linguísticos. (MIGUEZ, 2007) Não são poucos os estudiosos que buscam definir e distinguir o que de fato significa economia criativa e indústria criativa. Richard Caves (apud MIGUEZ, 2007), escreveu um livro discutindo sobre indústria criativa e discutiu sobre os problemas que podem acontecer no campo do fazer artístico, mas sem se preocupar com o significado em si. Já Richard Florida (2011), busca em seu livro definir as profissões ou ocupações que fazem parte do agir criativo. Nesse sentido as contribuições mais relevantes às diferenciações que circundam os termos, vêm dos australianos, além do inglês Howkins (2013), que criou um esquema conceitual partindo do ponto de que criatividade é produzir algo novo, porém essas produções não necessariamente têm o aspecto econômico inserido nelas, apenas quando seu resultado tem esse sentido, o que ele passa a chamar de produção criativa. O mesmo autor, Howkins (2013), preocupado com os desdobramentos que as temáticas indústrias criativas e economia criativa pudessem receber no futuro, aponta algumas questões que precisam ser enfrentadas, como por exemplo, a revisão conceitual, aproximação entre criatividade e inovação, regulamentação no que diz respeito a produção intelectual e criação de políticas públicas capazes de abranger as demandas da economia criativa. Conceituar não é uma tarefa fácil e em se tratando de economia criativa as dificuldades são ampliadas na medida em que falamos de uma atividade que envolve a subjetividade e nos leva a considerar aspectos de um fazer que permeia a cultura e as artes. Economia criativa é uma expressão relativamente nova e por esse motivo sua definição não constitui ainda uma questão fechada em si, mas ainda passível de muitas opiniões e elaborações novas de acordo com a compressão de cada autor que se desdobra a pensar sobre o assunto. Optamos por apresentar dois conceitos baseados primeiramente em Caiado e depois Miguez, além do conceito revisado por Cruz. De acordo com Caiado, economia criativa, é o “o ciclo que engloba a criação, produção e distribuição de produtos e serviços que usam a criatividade, o ativo intelectual e o conhecimento como principais recursos produtivos”. Já Miguez (2007) propõe como economia criativa o “conjunto de

19

atividades assentadas na criatividade, no talento ou na habilidade individual, cujos produtos incorporam propriedade intelectual”. (MIGUEZ, 2007). Já o terceiro e último autor que tivemos oportunidade de observar a elaboração do conceito de economia criativa, Cruz, prefere se voltar para o conceito pondo no cerne da questão o elemento cultural em si. Cruz, mesmo entendendo que o conceito é muito passível de discussão propõe que

a economia criativa seja definida pelas atividades econômicas que têm objeto a cultura e a arte, ou que englobam elementos culturais ou artísticos de modo a alterar o valor do bem ou serviço prestado. Deste modo, compreendemos o ciclo econômico de criação, produção, distribuição, difusão, consumo, fruição de bens e serviços que têm por objeto a arte e a cultura ou que incorporam elementos culturais ou artísticos. Afastamos desta concepção as atividades culturais e artísticas que não têm intuito econômico. O elemento simbólico e intangível são elementos que importam às atividades econômicas e que quando incorporados nestas lhes altera o valor econômico. Trata-se por um lado da profissionalização de atividades culturais e artísticas, assim como o reconhecimento do valor econômico dos elementos culturais e artísticos incorporados em outras atividades econômicas como a gastronomia, a arquitetura ou os games. (CRUZ, 2014)

Diante dos conceitos que tivemos acesso, pensamos que o pensamento do autor Fernando Cruz, nos parece adequado no sentido que buscamos dialogar com as produções que tenham a subjetividade, cultura e artes com possibilidades econômicas para quem os produz e promoção de dinâmica econômica no local em que está inserido o produtor. No caso brasileiro, somente nos quatro últimos anos a economia criativa e indústria criativa começam a ser tocadas. De forma geral, de acordo com o texto, a maioria dos países em desenvolvimento exploram essa área, o que se explica pela falta de conhecimento do potencial ou pela ausência de políticas dedicadas ao setor. A XI Conferência Ministerial da United Nations Conferenceon Trade and Development (UNCTAD), que ocorreu em São Paulo, marca o processo de discussão da temática no país pelo fato de reunir técnicos da ONU, os quais apontavam para criação de instituições na perspectiva de desenvolver esse setor nos países do sul. (MIGUEZ, 2007) A Bahia especificamente falando, é um caso especial, pois na ocasião da (UNCTAD), a Bahia foi escolhida como sede do evento e as repercussões foram muitas e desde 2004 foram feitos estudos e contatos internacionais. Salvador foi palco de diversos eventos na área e seus reflexos são sentidos na formulação de políticas públicas

20

estaduais e municipais na área. Esses estudos envolvem além de instituições criadas especificamente para esse fim, conta também com estudos e produções acadêmicas, como exemplo podemos citar a iniciativa da Universidade Federal da Bahia com a criação do Centro de Estudos Multidisciplinar sobre Cultura (CULT), além da UNIFACS e de instituições privadas com grande estímulo nos seus programas de Pós-Graduação. (MIGUEZ, 2007) A Secretaria de Economia Criativa foi criada em 20121, ligada ao Ministério da Cultura, após uma conferência que discutiu política cultural, no Brasil. Nesse momento se definiu o uso do termo setores criativos por perceber-se uma diferença entre indústrias criativas e industrias culturais e considerando a inclusão das novas mídias também no seu aspecto criativo, mas não com uma ligação direta com a cultura, preferiu-se o uso de setores criativos por ser capaz de abraçar produções criativas de maneira geral. De acordo com a SEC, economia criativa é definido como “o ciclo de criação, produção, distribuição/circulação/difusão e consumo/fruição de bens e serviços oriundos dos setores criativos, caracterizados pela prevalência de sua dimensão simbólica” (BRASIL, 2012). A SEC também definiu os setores 5 categorias culturais, são elas: Patrimônio, Expressões Culturais, Artes de espetáculo, Audiovisual/do livro, da leitura e da literatura e Criações culturais e funcionais. Nesse sentido, de acordo com tabela descrita por Cruz (2014), o artesanato se insere na categoria de Expressões Culturais, como podemos ver na figura abaixo.

1

Extinta em 2015, pelo Ministro da Cultura Juca Ferreira.

21

Figura 01: Escopo dos Setores Criativos

Fonte: Brasil (2012) De acordo com o plano da secretaria de economia criativa “os setores criativos são aqueles cujas atividades produtivas têm como processo principal um ato criativo gerador de um produto, bem ou serviço, cuja dimensão simbólica é determinante do seu valor, resultando em produção de riqueza cultural, econômica e social.” Na divisão proposta pelo documento citado acima, quatro setores faziam parte da estrutura dos setores criativos, eram eles o patrimônio, as artes, a mídia e as criações funcionais, porém essa estrutura foi modificada e incorporou um quinto setor, que

22

engloba moda, design e arquitetura. Anteriormente, os setores criativos eram mais voltados para produções tipicamente culturais, essa ampliação trás o viés mais funcional dentro desse último setor. Ainda sobre economia criativa no Brasil, o documento que nos serviu de base (plano de economia criativa), observa que não temos ainda fontes suficientemente seguras sobre a produção que engloba todos os setores de economia criativa. Portanto, os dados não podem ser um fim em si, pois muitas produções não são contabilizadas dentro dos setores criativos. Porém mesmo sem a precisão dos dados é evidente a movimentação econômica que estes setores promovem e a riqueza de suas produções a partir dos princípios norteadores como: a diversidade, criatividade, criatividade e inclusão social. (BRASIL, 2012). Para ilustrar a dinâmica econômica trazida pela economia criativa usaremos a planilha de setores criativos no Brasil elaborada pelo plano da secretaria de economia criativa e exposto logo abaixo

Figura 02: Setores Criativos

23

Fonte: Brasil (2012)

Isaura Botelho (2001) é uma das pesquisadoras no Brasil que se debruça sobre o estudo de políticas culturais. De acordo com a mesma, se faz necessário se discutir e definir as dimensões da cultura que se produz de forma organizada da que ocorre no cotidiano, pois as articulações e estratégias serão diferentes e as responsabilidades de investimento para as mesmas podem ser mais eficaz e coerente.

24

De acordo com a autora as dimensões antropológica e sociológica, possuem sua importância dentro das políticas culturais. Entretanto, a distinção entre os dois termos e seus desdobramentos são muito importantes para as políticas culturais pois, cada uma das dimensões citadas exige uma estratégia para efetivação de uma política pública específica. Na dimensão antropológica, a cultura aparece a partir das vivências sociais dos indivíduos, suas interações e construção dos seus valores. Seria uma dimensão em que as identidades se relacionam e dão à vida em sociedade um certo equilíbrio, construindo um mundo em que o grupo se reconheça a partir de sua origem étnica ou mesmo interesses comuns. Sendo assim, criar uma política que atinja a cultura vista nessa dimensão, se faz necessário uma grande mudança na vida das pessoas do grupo, pois estaríamos lhe dando com hábitos e costumes de um determinado grupo social e o seu aspecto mais subjetivo, que é o simbólico. (BOTELHO 2001) Na dimensão sociológica, há um outro nível de interferência muito mais coletivo do que individual, muito mais voltado para demandas profissionais, institucionais, políticas e econômicas que gera um resultado prático e deixando a dimensão antropológica no campo do discurso. Seria de fato a organização e a produção de políticas que financiem programas e projetos que estimulam o consumo do que entendemos como cultura. Importante considerarmos que há uma necessidade de investimentos em diversas esferas do poder promovendo políticas públicas que extrapolam as atuais. As políticas públicas precisam ser planejadas se voltando para uma grande rede articulada de ações e não se voltando apenas para o financiamento público e/ou divulgação de editais. Há uma necessidade de investimentos constantes e na manutenção dos espaços. Além da política pública no âmbito dos financiamentos. São necessários também os investimentos na capacitação dos sujeitos envolvidos no ciclo criativo, talvez tais investimentos sejam até mais consistentes, visto que, investir na capacitação desses produtores é lhes oferecer uma condição própria de dominar além da elaboração de seus produtos, a capacidade de se manter economicamente com a divulgação e venda independente. Dessa forma pensamos que as políticas públicas de apoio aos setores criativos são essenciais e ampliam a oportunidade de venda dos produtores contar com o apoio governamental por meio do investimento real nesses setores, mas também apoio para que de maneira individual ou em grupos menores as pessoas possam manter suas atividades.

25

2. AS FEIRAS DE ARTESANATO NA CIDADE DE NATAL 2.1 Caracterização sociodemográfica da cidade de Natal

Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte está localizada no nordeste do Brasil, possui uma população de 803.739, de acordo com o censo de 2010, e uma estimativa de 869.954 em 2015. A área do município é de 167,264 e a densidade demográfica de 4.805,24. (IBGE, 2015)

Figura 03: Mapa de Natal

Fonte: IBGE (2015)

Natal foi fundada em 1599, às margens do rio Potengi, que corta a cidade, e é a segunda menor capital do Brasil. A população de Natal se divide em 377.947 homens e 425.792 mulheres residentes no município. A população alfabetizada é de 674.956 habitantes. Esta cidade antes de receber o nome de Natal havia recebido anteriormente o nome de Reis Magos. No início do seu povoamento, a principal construção era a fortaleza dos Reis Magos, erguida por portugueses que começaram essa edificação no dia 06 de

26

janeiro de 1598 e teve sua conclusão no dia 24 de junho do mesmo ano. Naturalmente no seu entorno foi se aglomerando pessoas e dando origem a um povoado, denominado de acordo com alguns historiadores de cidade dos Reis e depois cidade do Natal, como dissemos anteriormente. (IBGE, 2015) Natal foi cenário de importantes momentos na história do Brasil, apesar de seu lento crescimento nos primeiros séculos seu impulso de crescimento ocorreu já no século XX. Foi nessa época que Natal começa a se destacar na história da aviação, seguido de participação na intentona comunista e segunda guerra mundial, entre outros momentos importantes da história nacional. Geograficamente, Natal foi considerada um dos quatro pontos mais estratégicos do mundo no período de segunda guerra. Natal teve forte impulso de crescimento após a segunda guerra e depois dessa fase não parou mais de crescer. No ano de 1999, com 400 anos de fundada, a cidade apresentava uma população de 700 mil habitantes, desfrutando de um clima com temperatura média de 26º, podendo chegar a 30º no verão e descer pra 24º no inverno. O IDHM do município é de 0,763 de acordo com o censo de 2010. Ainda de acordo com o censo em 2012, o município teve 111.472 matrículas no ensino fundamental e 39.504 no ensino médio. (IBGE, 2015)

2.2 Dialogando com artesãs

Natal possui algumas feiras de artesanato periódicas, bem como alguns centros de artesanato fixos. Na nossa pesquisa nos concentramos no centro de artesanato localizado em Mirassol. Este sempre é aberto de segunda a sábado e concentra artesãos que expõem suas peças e interagem entre si e com os consumidores. Em alguns momentos, esse centro também recebe e realiza cursos, muitas vezes oferecidos pelas próprias artesãs que compartilham umas às outras, os seus conhecimentos em determinado fazer. Tivemos oportunidade de entrevistar algumas delas, visto que existe um sistema de revezamento para manter o centro aberto toda a semana. Uma das entrevistadas na oportunidade foi dona Teca, artesã desde os 9 anos de idade, que aprendeu a mexer com o artesanato com a mãe e na escola. Suas primeiras peças foram no segmento croché, porém ao longo do tempo foi se interessando por outros segmentos e em particular a costura. Antiga moradora do bairro das Rocas iniciou sua atividade com artesanato no próprio bairro em que morava. Depois de adulta mudou-se

27

para zona norte de Natal e lá formou uma associação na sua própria residência. A associação organizada por dona Teca, confeccionava roupas e adereços para uma quadrilha que a mesma articulou no bairro chamado Parque da Dunas. Paralelo a essa atividade fazia suas peças de artesanato e vendia em feiras e oportunidades que surgiam. Hoje, Dona Teca se dedica somente às feiras de artesanato, participando das duas maiores feiras promovidas pelo poder público estadual e de uma outra feira particular na Praça Augusto Leite. Dona Teca também participa de uma feirinha no Parque das Dunas, esta foi uma iniciativa das próprias artesãs que se reuniram e pediram autorização ao governo do Estado para expor seus trabalhos aos domingos no referido parque. Dona Teca aponta alguns problemas e afirma que o apoio ao artesão precisa melhorar muito. Cita primeiramente a situação do próprio centro de artesanato em que se encontra. Segundo ela, as próprias artesãs fazem a limpeza do local e colaboram mensalmente para sua manutenção. Não há funcionário de limpeza, apenas um guarda municipal que fica no prédio para manter a segurança. No que se refere às vendas Dona Teca diz que as feiras com toda certeza ajudam na dinâmica econômica de seus produtos, diz também que é durante as feiras que consegue divulgar e realizar algumas encomendas. Faz uma reclamação em relação à quantidade de feiras que, de acordo com ela, a cidade tem desenvolvido em feiras particulares e que é necessário pagar por barracas e bancas, o que torna inviável a participação de muitas delas, pois as vendas são pequenas e não compensa o trabalho e o gasto. De acordo com a entrevistada não é possível sobreviver do artesanato, é necessário ter uma renda extra. Ainda no mesmo centro, entrevistamos com Dona Juvana Feitosa de Souza, que pertence a uma associação no bairro de Nova Descoberta. Dona Juvana trabalha há 30 anos com o artesanato e trabalha principalmente com pintura, mas também faz produtos de outros segmentos. Sendo a presidente da associação, informa que concentra cerca de 20 pessoas na associação e que nem todas participam das feiras. Segundo Dona Juvana, algumas artesãs não querem fazer a carteirinha, se acomodam e participam pouco das feiras. Dona Juvana não gosta de ficar dentro do espaço fechado pois quando há feiras, de acordo com ela a movimentação das feiras ocorre mais na parte externa. Dona Juvana diz que “ ela me ofereceu, eu digo, quero não mulher, eu quero tá fora da feira, é o povão né? eu acho melhor, aqui o pessoal vem pouco, só vem olhar, lá fora é melhor”.

28

Sobre os investimentos Dona Juvana diz que tem investimento, mas não é muito, precisaria ter mais. Diz que o governo do Estado só ajuda mesmo com as duas feiras, A “Brasil mostra Brasil” e a FIART. De acordo com ela, a prefeitura ajuda mais promovendo cursos por meio da SEMTAS e o Estado ajuda somente com essas duas feiras. Dona Juvana, da mesma forma que a entrevistada anterior, diz que não consegue sobreviver do artesanato. A nossa terceira entrevistada foi Dona Vera. Vera que trabalha com artesanato há 13 anos. Já trabalhou no projeto conexão Felipe Camarão no setor de moda e seu forte é a confecção de roupas bolsas e bonecas. Seu produto envolve principalmente a chita. Dona Vera estava no momento da entrevista dando um curso no centro de artesanato de Mirassol, esse curso foi promovido pela prefeitura por meio de um edital. Dona Vera diz que o investimento do poder público é muito pequeno, mas diferente das outras entrevistas, diz ser é possível viver do artesanato. Essa artesã já realizou exposição fora do Brasil e exporta algumas peças. Na oportunidade, entrevistamos ainda Maria Emília, uma das coordenadoras do SEBRAE, que veio até o centro de artesanato de Mirassol fazer um convite às artesãs para participarem de dois cursos promovidos pelo SEBRAE tendo como público alvo, o artesão. O primeiro curso atinge o artesão de forma geral, este curso será ministrado por uma consultora do SEBRAE de Recife e tem o intuito de oferecer consultoria para melhora de produção e venda. O segundo curso é uma consultoria no segmento croché, de acordo com ela, as pessoas estão muito exigentes e o SEBRAE trabalha no sentido de melhorar os produtos do artesão para que eles tenham um produto de qualidade. O centro de artesanato de Mirassol é um espaço muito bem dividido e de peças variadas. As peças que se encontram em seu interior são de confecção de artesãs de diversos locais da grande Natal. Podemos observar sua variedade a partir das peças destacadas a seguir.

29

Fig. 04 – Boneca de pano. A boca de pano confeccionada por Vera Lúcia Bezerra está exposta no centro de artesanato de Mirassol. (31/05/2016) Fonte: Autoria própria.

Fig. 05 – Boneca de pano – Bruxa. Bonecas conhecidas com bruxa em feiras populares do Nordeste, também é uma produção de Vera Lúcia Bezerra. (31/05/2016) Fonte: Autoria própria

30

Figura 06 –Mosaico em cerâmica.. Produção de Aparecida Lima. São peças variadas de decoração e utilidade (31/05/2016). Fonte: Autoria própria.

Fig. 07 – Peças em papel machê. Peças produzidas por Maria Lelice Santos, as peças são variadas e de cores fortes, ocupam uma parte de destaque dentro do centro de artesanato (31/05/2016). Fonte: Autoria própria.

31

Fig. 08 – Fantoche de feltro. Fantoche produzido por Vera Lúcia Bezerra, boneco infantil utilizado em contação de histórias populares e cômicas (31/05/2016). Fonte: Autoria própria.

Fig. 09 – Oficina de bolsas. Oficina que presenciamos no dia de nossa visita ao centro de artesanato de Mirassol. 18 mulheres participaram da oficina que consistia em confeccionar a bolsa e fazer um trabalho de colagem que representasse algo da cultura popular(31/05/2016). Fonte: Autoria própria.

32

CONCLUSÃO O número de feiras de artesanato em Natal tem crescido e as pessoas que se interessam por produtos da cultura popular são muitas e isso tem estimulado bastante esse tipo de atividade na cidade de Natal. A grande Natal, ou seja, toda a região metropolitana conta com centros de artesanatos fixos ou feiras temporárias que têm servido de fonte para venda, negócios e têm promovido renda para muita gente. É certo que essa atividade não consegue ainda oferecer aos artesãos condições de manter-se e de fazê-los viver do artesanato como sua única renda. Os investimentos como vimos ao longo do trabalho ainda são insuficientes e os artesãos ainda não conseguem se articular a ponto de dar conta de todo processo desde a ideia, confecção e escoamento. A maioria deles carecem de subsídios para poder participar de eventos e quando não os têm, perdem as oportunidades de participar e divulgar seus produtos. Consideramos que Natal é uma cidade com grande potencial para desenvolver a economia criativa no setor de artesanato. A cidade é praiana e por isso mesmo atrai um grande número de visitantes em períodos de férias e também em outros períodos do ano, visto que, a cidade tem sol quase o ano todo. Entretanto, não se pode viver apenas esperando que o potencial turístico da cidade consiga de forma periódica suprir a necessidade de comercializar e de trabalhar com o artesanato. Dessa forma, a própria população de Natal e de toda região metropolitana também consome produtos artesanais. De acordo com nossa pesquisa, percebemos que as feiras são o grande momento em que os artesãos conseguem vender e realizar suas encomendas mais significativas. Percebemos também que uma necessidade de investir junto a esses artesãos sua capacidade empreender, muitos deles produzem sem uma preocupação maior com suas vendas. Realizam uma atividade, mas não conseguem produzir considerando o custo que a atividade lhes exige. Desta forma, constatamos que o SEBRAE tem tentado ser um parceiro no sentido de estruturar, organizar e prestar consultorias para que a produção melhore, para que o artesão saiba calcular os custos na sua produção e se torne o grande articulador dos seus próprios produtos. Consideramos que o aspecto empreendedor seja muito importante por que as políticas públicas são ainda insuficientes e o número de artesãos é bem considerável na cidade de Natal

33

A maioria das pessoas que trabalham com artesanato são cadastradas por dois órgãos públicos, a SEMTAS e a SETAS, e de posse de uma carteira de artesão podem participar de eventos e cursos promovidos pelo poder público. Diante do que pesquisamos, não resta dúvida que a atividade artesanato promove uma dinâmica de compra e venda para a cidade e que pode ser melhor aproveitada enquanto potencial econômico. Infelizmente também constatamos que as políticas públicas voltadas para o setor são muito precárias e não dialogam entre si, havendo uma falta de articulação do próprio poder público o que consequentemente não permite que o artesanato mostre todo seu potencial econômico. Pensamos que o artesanato se encontra na cidade de Natal ainda relegado a uma atividade de produção com menor valor. Muitas pessoas não o valorizam e consideram como apenas uma atividade usada para passar o tempo, aliviar o stress e ocupar a cabeça de quem o produz. Esse pensamento permeia não somente a cabeça de quem aprecia enquanto consumidor, mas também dos próprios artesãos. Nesse sentido consideramos que seja muito importante parcerias que possam capacitar o artesão e dar-lhe condições de se colocar diante do mercado como um empreendedor e uma visão verdadeiramente econômica da sua atividade e da sua arte.

34

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Programa do Artesanato Brasileiro: Base Conceitual do Artesanato Brasileiro. 2015. Disponível em: Acesso em: 20 ago. 2015 BRASIL. Plano da Secretaria da Economia Criativa: políticas, diretrizes e ações, 2011 a 2014. 1ª ed. Brasília: Ministério da Cultura. 2012. BOTELHO, I. . As dimensões da cultura e o lugar das políticas públicas. São Paulo em Perspectiva, SÃO PAULO, 01 abr. 2001. CAIADO, A. S. C. (Coord.). Economia Criativa na cidade de São Paulo: Diagnóstico e Potencialidade. São Paulo: FUNDAP, 2011.GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise CALEBRE. Lia. Políticas Culturais: teoria e práxis.. – São Paulo: Itaú Cultural; Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2011.145 p. _______. Políticas Culturais no Brasil: balanço e perspectivas. Trabalho apresentado no III ENECULT – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, realizado entre os dias 23 a 25 de maio de 2007, na Faculdade de Comunicação/UFBa, SalvadorBahia-Brasil. CHAUI, Marilena. Cultura e democracia. En: Crítica y emancipación : Revista latino americana de CienciasSociales. Año 1, no1 (jun. 2008- ). Buenos Aires: CLACSO, 2008. --ISSN 1999-8104 CRUZ, Fernando Manuel Rocha da. A relevância da fotografia na pesquisa e na escrita etnográficas: Os espaços públicos nas cidades de Natal/RN (Brasil) e Porto (Portugal). In:Anais da XIII Semana de Antropologia da UFRN. Natal, RN: UFRN. 2015.

CRUZ, Fernando Manuel Rocha da. Ambiente Criativo: Estudo de caso na cidade de Natal/RN. Natal: UFRN. 2014. ______. Políticas Públicas e Economia Criativa: subsídios da Música, Teatro e Museus na cidade de Natal/RN. . Natal: UFRN. 2014. CRUZ, Fernando Manuel Rocha. Políticas Públicas e Economia Criativa: subsídios da Música, Teatro e Museus na cidade de Natal/RN. In: LINHARES, B. F. (orgs). [Anais do] IV Encontro Internacional de Ciências Sociais espaços públicos, identidades e diferenças, de 18 a 21 de novembro de 2014. Pelotas, RS: UFPel. 2014 FLORIDA, Richard. A ascensão da classe criativa… e seu papel na transformação do trabalho, do lazer, da comunidade e do cotidiano. Porto Alegre, RS: L&PM Editores. 2011. GERHARDT, Tatiana et al TOLFO, Denise (org.) Métodos de pesquisa, coordenado pela Universidade Aberta do Brasil – UAB/UFRGS e pelo Curso de Graduação

35

Tecnológica – Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. GIL, Carlos Antônio. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 1987. IBGE. Diretoria de Pesquisas - DPE - Coordenação de População e Indicadores Socias- COPIS. HOWKINS, J. Economia Criativa – como ganhar dinheiro com ideias criativas. São Paulo: M. Books. 2013.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2003. 5 ed.

LIMA, Luciana; et al. O que são as Políticas Culturais? Uma revisão crítica das modalidades de atuação do Estado no campo da cultura. IV SEMINÁRIO INTERNACIONAL – POLÍTICAS CULTURAIS – 16 a 18 de outubro/2013 Setor de Políticas Culturais – Fundação Casa de Rui Barbosa – Rio de Janeiro – Brasil. MANIGLIA, Elisabete. Direito, políticas públicas e sustentabilidade (organizadora). –São Paulo : Cultura Acadêmica :Editora UNESP, 2011

MIGUEZ, Paulo. Economia criativa: uma discussão preliminar. In: NUSSBAUMER, Gisele Marchiori (Org.). Teorias & políticas da cultura: visões multidisciplinares. Salvador: EDUFBA, 2007.

OLIVEIRA, Maxwell Ferreira de. Metodologia científica: um manual para a realização de pesquisas em Administração / Maxwell Ferreira de Oliveira. -- Catalão: UFG, 2011. OLIVEIRA, J. M., ARAUJÓ, B. C. de; SI LVA, L. V. Panorama da Economia Criativa No Brasil. In: Texto para discussão / Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.Brasília: Rio de Janeiro : Ipea , Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada –IPEA: 2013.

SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). O que é Economia Criativa?. Disponível em: < http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/O-que-%C3%A9-EconomiaCriativa>. Acesso em 28 de Novembro de 2015.

SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro, Garamond, 2002

SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade, S. Paulo: Cia. das Letras, 2000

36

UNCTAD. Relatório de Economia Criativa 2010. Economia Criativa: uma opção de desenvolvimento viável. Genebra: Nações Unidas. 2010. VIVANT, Elsa. O que é uma cidade criativa? São Paulo: Editora SENAC São Paulo. 2013.

37

APÊNDICE

ROTEIROS DE ENTREVISTAS

Entrevista com gestor público local. (Coordenador da feira de artesanato de Mirassol)

1. A qual setor da administração pública está ligada a feira de artesanato do bairro Mirassol?

2. De que forma esse centro de artesanato mantem as feiras que ocorrem periodicamente?

3. Existe algum investimento financeiro da esfera pública nessa feira especificamente?

4. Há uma prestação de contas a algum órgão central que controla o balanço financeiro a cada feira?

5. Diante desse balanço, é real o retorno para dinâmica econômica para a cidade

38

ROTEIRO DE ENTREVISTA COM ARTESÃO

01. Trabalha há quanto tempo no segmento artesanato e quais feiras participa vendendo seus produtos?

02. É ligada/vincula a alguma associação? Como funciona?

03. Percebe alguma diferença nas procura e venda de seus produtos nas feiras em comparação com a procura fora delas?

04. Consegue se manter com o lucro de seus produtos? Que outro tipo de atividade desenvolve?

05. Está satisfeito com as ações que são propostas pela prefeitura em relação a apoio ao artesão? Do que sente falta?

39

ROTEIRO DE ENTREVISTA COM GESTOR

01. Quais políticas são desenvolvidas em Natal no sentido de estimular feiras de artesanato?

02. Há algum órgão que concentra, cadastra e/ou seleciona a participação dos artesãos nas feiras? Como é feita a seleção?

03. Há entre secretarias do município articulação para realização de eventos que promovam os setores de economia local? Quais e como é feito?

04. Qual o investimento feito para esses eventos, considera suficiente?

05. Qual o retorno para o município das feiras de artesanato?

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.