Fichamento: O Mundo de Homero

October 8, 2017 | Autor: Tarcísio Queiroga | Categoria: Historia Antiga, História, Homero, Pierre-Vidal Naquet
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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
HISTÓRIA



TARCÍSIO MOREIRA DE QUEIROGA JÚNIOR




FICHAMENTO
O MUNDO DE HOMERO










SÃO PAULO
2013
Referência Bibliográfica:
NAQUET, Pierre Vidal. O mundo de Homero. São Paulo, Companhia das Letras, 2002, pp. 23-49

As obras de Homero, Ilíada e Odisséia do séc. VII a.C., narram a suposta guerra de Tróia, que teria acontecido no séc. XII a.C. Se essa guerra realmente aconteceu, não foi como realmente Homero a narrou.

"Nós a conhecemos por descrições, inscrições, testemunhos arqueológicos e moedas" (pág. 23).
A partir das obras de Homero, busca-se o lugar que aparentemente era a localização de Tróia, porém esses sítios arqueológicos, não nos trazem nada sobre o que foi essa guerra.
"É impossível fazer coincidir uma epopéia com uma escavação." (pág. 25).
Como Pierre Vidal cita "É melhor ler a Ilíada ou contemplar uma coleção de vasos gregos nos quais se representam diversos episódios da guerra legendária." (pág. 25).
Basear-se nesses sítios, não é conhecer o que poderia ter sido a cidade de Tróia. Supõe-se que essas obras tão importantes para o mundo helênico, não tenham sido escritas somente por Homero.
"O termo Hélade na Odisséia já está próximo de seu sentido clássico, o que é uma prova suplementar do seu caráter tardio e de que, na sua elaboração, há mão de um outro poeta." (pág. 38).

Homero nunca presenciou a Guerra de Tróia.

"Sem dúvida Homero, autor dos dois poemas épicos, quisera pintar uma sociedade muito antiga" (pág. 28).

"O que é notável constatar é que a Grécia asiática, de onde Homero era originário, está praticamente ausente na Ilíada" (pág. 28).
"Contudo, o autor não poderia ter sido fiel aos "fatos" da guerra "Outra explicação, é que ele soubesse de sua existência por tradição oral" (pág.30).

Existem passagens na epopéia de Homero que fazem referências à objetos que nem mesmo existiam na época do autor "Segundo os arqueólogos, alguns objetos descritos por Homero já haviam desaparecido completamente na época em que ele compôs seus poemas." (pág. 30).

"E o que se pensa hoje? Esforços enormes foram realizados por inúmeros estudiosos para identificar até mesmo o menor rochedo encontrado por Ulisses entre Tróia e Ítaca, na sua viagem de retorno (...). O resultado mais concreto dessa pesquisa foi uma coleção de fotos que nos dão a conhecer numerosos sítios do Mediterrâneo dignos de serem admirados, mas que nem Ulisses, nem Homero, o poeta da Odisséia, jamais visitaram." (pág. 31).

Vê-se que a epopéia de Homero é "uma narrativa que se situa fora de seu tempo." (pág. 30)

Como o mito auxilia na construção literária, a Guerra de Tróia se constituiu no imaginário helênico como uma guerra de deuses lutada por homens, por isso o recorrente uso de personagens e passagens além do humano, presentes nas obras de Homero.

"As etapas das viagens de Ulisses nos permitem verificar que ele encontra ora personagens superiores à humanidade viva e mortal, ora próximo da humanidade, ora finalmente além dela." (pág. 34).

"Ulisses recusa, preferindo permanecer humano e reencontrar Penélope. É essa opção pela humanidade que dá significado ao poema." (pág. 34).

"Entre os deuses, os monstros, os mortos e a terra dos homens 'comedores de pão', há personagens intermediários" (pág. 36).

O mundo helênico só pôde se construir sobre a mesma perspectiva cultural, a partir das obras de Homero. E a partir dessa cultura é que se legitima um cidadão grego

"Muitos gregos escreveram: torna-se grego pela educação, a paidéia, e não pelo nascimento. A Grécia se faz Grécia." (pág. 36).

Encontra-se na epopéia, a oposição entre os que são helênicos e os que são bárbaros, que balbuciam, não falam a mesma língua, "O bárbaro é sempre o vizinho que não fala a nossa língua" (pág. 39)

"Portanto, para ele, os troianos são bárbaros, e o mesmo ocorre com relação aos grandes poetas trágicos do século V: Ésquile, Sófocles e Eurípedes." (pág.38).

Constatamos isso no canto IV da Ilíada, sobre uma passagem a respeito do exército de Tróia: "Nem todos têm o mesmo sotaque ou idioma semelhante: as línguas se misturam; é gente vinda de países diversos." (pág. 39).

O impacto dessas obras na cultura ocidental é enorme. Não existiu na cultura ocidental um herói que não fosse construído na perspectiva de Aquiles; um herói que mesmo sabendo que morrerá irá enfrentar a batalha:

"Todos os homens são mortais, inclusive os filhos de divindade, por exemplo, Enéias, filho de Afrodite, e Sarpédon, filho de Zeus; e do lado grego Aquiles, filho de Tétis" (pág. 43).

"Tantos os aqueus como os troianos são, igualmente, heróis mortais, heróis que sabem que são destinados à morte." (pág. 42).

"Todo grego, ouvinte ou leitor do poema homérico, sabe que Tróia estava destinada à morte, assim como nós sabemos, quando lemos um relato da batalha de Waterloo, que Napoleão será vencido." (pág. 48)

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