Filosofia da Educação

June 13, 2017 | Autor: Edson Siquara | Categoria: Philosophy of Education
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EDSON SIQUARA DE SOUZA Filosofia

A FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO DE JOHN DEWEY E A SUA RELEVÂNCIA PARA O CONTEXTO ATUAL DO ENSINO NO BRASIL CONSIDERANDO-SE UM MODELO HÍBRIDO, PRESENCIAL E À DISTÂNCIA

2015

A FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO DE JOHN DEWEY E A SUA RELEVÂNCIA PARA O CONTEXTO ATUAL DO ENSINO NO BRASIL CONSIDERANDOS-SE UM MODELO HÍBRIDO, PRESENCIAL E À DISTÂNCIA

Resumo: É senso comum no Brasil a ideia de que somente a educação pode melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. Este entendimento é, na verdade, compartilhado por praticamente todas as nações do planeta e cada uma delas vem buscando achar os caminhos para melhorar a educação do seu povo, principalmente de seus jovens, mas também dos adultos na chamada Educação Continuada. Este artigo pretende demonstrar que a educação à distância e a presencial combinadas podem ser a alavanca que o país precisa adotar para um salto de qualidade. A base teórica advém dos ensinamentos do americano filósofo da educação John Dewey e do educador brasileiro Paulo Freire.

Abstract: It is a common sense in Brazil the idea that education is the only way to improve the quality of life of the Brazilians. This understanding is shared among almost every nation in the planet and each one of them have been trying to find the best way to improve the education of its people, mainly within the youngers, but also for the adults in the so called Continuing Education. This article tries to demonstrate that distance learning combined with face-to-face can be a way powerful way to leverage the quality of education. The theoretical bases comes from the American Philosopher of Education John Dewey and the Brazilian Educator Paulo Freire.

Palavras chaves: John Dewey, modelo híbrido, educação, online, presencial Key words: John Dewey, blended, education, online, face-to-face

1 Introdução: Este artigo pretende inter-relacionar os pensamentos sobre ensino e aprendizagem do Filósofo John Dewey (1859 – 1952) e do Educador Paulo Freire (1921 – 1997) com uma proposta de educação utilizando-se um modelo híbrido, qual seja, educação à distância e presencial, elencando alguns dos seus principais benefícios. Os pontos específicos que iremos destacar de ambos os pensadores são aqueles relacionados a importância do aluno em se envolver com seu próprio desenvolvimento educativo e, para tornar este desejo realizável, demonstraremos a importância da tecnologia de internet com suas ferramentas para engajar os alunos e, simultaneamente, permitir o atendimento das necessidades, motivações, interesses e dificuldades de cada aluno para que cada um consiga atingir seu máximo potencial. O padrão de ensino, no Brasil e no mundo, é o mesmo há muitos anos: o professor em sala de aula com dezenas de alunos; as mesmas aulas expositivas para todos, com o intuito ilusório de que o discurso será suficiente para que o aluno com mais dificuldade e menos interesse e o com maior habilidade e muita vontade de aprender dominem o conteúdo. Este modelo comprovadamente resulta em alunos desestimulados, perdidos e não engajados no processo de aprendizagem, culminando em uma educação medíocre. Naturalmente existem sempre uma expectativa que se “atirando” no meio irá sensibilizar a maior parte dos alunos, aqueles considerados medianos. Esta expectativa apresenta duas dificuldades: a variabilidade dos alunos, o que faria com que possivelmente nenhum aluno tivesse uma boa educação neste modelo; e mesmo que um grupo mediano pudesse ser atendido em suas demandas educativas caberia a pergunta, como ficam aqueles que tem mais capacidade e potencial e os que não conseguem acompanhar o ritmo? A filosofia da educação de John Dewey e Paulo Freire, em suas propostas fundamentais, visam exatamente a questão do engajamento do aluno em seu processo educativo. Neste trabalho esta filosofia é usada como conceituação teórica necessária, mas iremos demonstrar também como na prática podemos implantá-la levando em consideração o ambiente que temos hoje nas escolas, a estrutura tecnológica disponível de forma quase gratuita na internet e o fato de os jovens de hoje estarem inseridos neste mundo que denominamos virtual e tecnológico.

Procuraremos mostrar que as ferramentas usadas na educação à distância, juntamente com aulas presenciais, aumentam e diversificam a relação do aluno com o conteúdo e, principalmente, trazem o ambiente de internet e das redes sociais para vida educativa, possibilitando assim o engajamento do aluno no processo de ensino e aprendizagem, orientação primeira dos filósofos mencionados. Para a demonstração desta interligação, utilizaremos textos de comentadores de John Dewey, os originais do filósofo, alguns textos de Paulo Freire e as experiências de algumas escolas americanas que já praticam este modelo, assim como trabalhos de autores que se envolvem com a educação à distância mesclada com o ensino presencial. Iremos indicar também uma falácia relacionada a quantidade de conteúdo, muito discutida nos meios educativos brasileiros, onde o professor é obrigado a cobrir um leque muito grande de conteúdo e os alunos devem todos absorver todo este material. Vamos demonstrar que um curriculum mínimo é desejável e que existe um erro de interpretação com relação a necessidade de imersão nesta totalidade de conteúdo. Na verdade, iremos demonstrar que é perfeitamente compatível e desejável uma ampla gama de assuntos, mas é também necessário que o aprofundamento seja individualizado de acordo com os interesses e necessidades de cada aluno. 2 A Educação no Brasil em comparação com outros países O PISA (Program for International Student Assessment) é um programa da OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que se preocupa em identificar e avaliar “O que é importante para os cidadãos saberem e estarem habilitados a fazerem? ”1nas sociedades modernas. Ele foi criado para estabelecer um padrão internacional que permite aos países membros verificarem se sua educação atende as medidas de qualidade, equidade e eficiência testando alunos de quinze anos de idade com relação a aquisição de conhecimentos chave e habilidades essenciais para participarem em sociedades modernas (ibid pg. 3). Basicamente o que o PISA testa é se os alunos desta idade escolar são capazes de pensar.i Um total de 65 países participaram do teste de 2012, o que equivale a 80% de toda economia mundial; um total de 510.000 estudantes entre 15 e 16 anos, representando um total de 28 milhões de alunos nesta faixa etária nos 65 países membros. O Brasil ficou 1

PISA 2012 Results in Focus; pg. 3 (http://www.oecd.org/pisa/keyfindings/pisa-2012-resultsoverview.pdf. Conforme acessado em 09/03/2015)

em 58º, na frente da Argentina, Qatar e Peru, mas atrás do Chile, Uruguai e Costa Rica (em 2009 o Brasil ficou em 53º). Se considerarmos que capacidade de interpretar textos, conhecimentos básicos de ciências e matemática para aplicação na vida real são relevantes para um cidadão, independente de que país ele se encontra, podemos concluir que a educação do Brasil está sim ruim. O PISA parece medir com qualidade um parâmetro relevante para a funcionalidade do cidadão em uma sociedade, ou seja, sua capacidade cognitiva e interpretativa, mas deixa de fora diversos outros aspectos relevantes para a formação do ser humano, tais como ética, artes, cultura, sustentabilidade socioambiental, entre outras. Mas se não estamos educando nossos alunos de maneira adequada nem nas disciplinas fundamentais ou básicas, não é de se esperar que tenhamos um desempenho melhor nas outras. Este artigo não versará sobre a importância de uma educação que não apenas forme profissionais para mercado de trabalho, mas cidadãos integrados em suas culturas e, principalmente as competências de ordem pessoal para uma vida plena, autossuficiente e que permita o indivíduo ficar bem. Não obstante, entendemos que com uma educação que enderece os interesses e motivações individuais dos alunos poderemos transformálos em agentes de autodesenvolvimento, o que implica na possibilidade de conseguirmos avançar até o ponto de um dia conseguirmos nos envolver objetivamente nos contextos educacionais mais subjetivos como os acima elencados.

3 Estrutura legal e infraestrutura tecnológica No Brasil temos uma regulamentação para educação moderna, abrangente e inclusiva; os alunos estão em salas de aula com professores, mas, no entanto, o desempenho da educação quando comparado ao de outros países fica muito aquém do potencial que temos. Metade da população brasileira já possui acesso à internet 2 e o Governo Federal tem um programa lançado desde 2008 para disponibilizar banda larga nas escolas3. O resultado da Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião dos Jovens

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Ver http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2014/09/ibge-metade-dos-brasileiros-teve-acesso-ainternet-em-2013 (acesso em 11-03-2015) 3 Ver http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=15808:programabanda-larga-nas-escolas&catid=193:seed-educacao-a-distancia (acesso em 11-03-2015)

Brasileiros 20134 indica que 80% dos jovens de 15 a 29 anos usam computador e/ou internet, sendo 75% usuários de computador e internet. E 9 entre cada 10 jovens desta faixa etária possuem celular. Mas independentemente do acesso do jovem a computador em casa com internet ou celular ou na escola, é esperado que tenhamos praticamente a totalidade dos alunos podendo acessar à internet em bibliotecas públicas, Lan Houses e em ambientes onde mesmo pequenas prefeituras podem disponibilizar recursos para isto. Apesar de uma infraestrutura de telecomunicações ainda insuficiente, é uma prioridade do governo federal do Brasil a ampliação de cobertura e melhora nos serviços. Informação do site do Ministério das Comunicações em fevereiro de 20145: "O Ministério das Comunicações tem trabalhado, em parceria com entidades nacionais e internacionais, para a ampliação, modernização e fortalecimento da infraestrutura de telecomunicações do Brasil e também de países vizinhos."; Em setembro de 2015 a OECD (Organization for Economic Cooperation and Development) divulgou um relatório denominado Students Computing and Learning – Making the Connection6 que em seu forward indica a importância do “letramento” em sistemas de informação e tecnologias de comunicação na sociedade que vivemos hoje e é natural a expectativa que isto só aumente e que aqueles que precisam ou desejam participar desta sociedade tecnológica devem dominar estas técnicas. Em uma de suas primeiras conclusões este relatório nos diz que a tecnologia não entregou o que se esperava dela como ferramenta de apoio a educação. Em 2012, 96% dos alunos de 15 anos nos países participantes disseram ter computador em casa, mas apenas 72% disseram que usam algum tipo de tecnologia na escola (desktop, laptop ou tablet) e em alguns países este número não passa de 50%. No Brasil 73,5% dos alunos de 15 anos disseram ter pelo menos um computador em casa e em relação a 2009 o crescimento foi de 20,2%. Em comparação com a média dos países participantes o Brasil está 22,3% abaixo. Dos 64 países participantes, o Brasil está na posição 54.

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Ver http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2014/02/agenda-juventude-brasil.epub/view (Acesso em 12-03-2015); documento em formato epub; pg.33 5 http://www.mc.gov.br/infraestrutura (acesso em 5 set 2015) 6 http://www.oecd.org/education/students-computers-and-learning-9789264239555-en.htm (acesso 16 set 2015)

Este relatório conclui também que, ...estudantes que usam computadores na escola de maneira muito frequente, se saem pior na maioria dos objetivos de aprendizagem, mesmo descontando os efeitos do histórico social do aluno e de sua distribuição demográfica. (OECD 2015, p. 3 - tradução nossa) Mas ele indica também que os dados mostram que quando computadores, internet, vídeo aulas e exercícios online são utilizados de forma moderada, o desempenho dos alunos supera aqueles que usam apenas raramente. Isto indica que há uma maneira de aplicar a tecnologia de forma efetiva e produtiva, melhorando o desempenho e atendendo as demandas e diferenças individuais. Assim este relatório chama a atenção que para desenvolver o entendimento conceitual de forma profunda, é absolutamente necessário a interação aluno-professor ou estar presente sistematicamente a relação ensino-aprendizagem. Sem o devido cuidado computadores podem ser na verdade uma ferramenta de distração e que utilizar tecnologia atual com um modelo mental de educação do século passado pode ser ainda pior do que não usar. Aqui apresentamos que o uso de tecnologia no Brasil é possível e desejável. Temos todos os recursos que precisamos para melhorarmos nossa educação, faltando apenas propostas exequíveis para que tenhamos nossos alunos motivados em aprender e terem condições de buscar o conhecimento de forma principalmente autônoma, mas com a necessária manutenção da relação aluno-professor ou do processo de ensinoaprendizagem. O que a tecnologia vai permitir é o engajamento do aluno com o conteúdo de forma a que ele mesmo seja o condutor do seu desenvolvimento de acordo com suas características, motivações e limitações. Simultaneamente o professo ganha flexibilidade para apoiar cada aluno de forma individual, motivando-o, direcionando-o e retirando eventuais barreiras. O que fica claro na leitura do relatório da OECD é que países que souberem utilizar efetivamente a tecnologia da informação e os sistemas disponíveis na internet poderão melhorar a formação dos seus alunos de forma consistente.

4. Envolvendo o aluno em seu próprio desenvolvimento educacional Segundo John Dewey7 (1859 – 1952) a educação é sinônimo de crescimento e crescimento no sentido biológico, já que esta é a metáfora que ele mais usava para descrever o objetivo da educação, qual seja, a educação tem um fim em si mesma que é mais educação. A visão de que educação tem um objetivo específico como preparar a pessoa para ter uma profissão, é, segundo ele, limitar a educação e assim limitar o sujeito.8 Uma maneira de interpretar a educação no sentido deweyano é vê-la como uma empreitada necessária para o desenvolvimento completo do ser humano para uma vida plena e significativa. Dewey acreditava que a única maneira de atingirmos estes objetivos da educação seria educar o aluno de acordo com suas necessidades e interesses individuais9, o que nos leva a duvidar da assertividade do modelo onde temos quarenta alunos em sala de aula com um único professor tentando ensinar a mesma matéria, da mesma forma, para todos. Segundo Paulo Freire10 (1921 – 1997) “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”11. Encontramos este conceito com o filósofo Sócrates (469 – 399 AC), onde usava na prática o método do diálogo com seu interlocutor sobre o que este pensava de determinado assunto, exigindo progressivamente um exercício intelectual, sendo este um processo que partia do estímulo do professor para o autodesenvolvimento do sujeito (NODDINGS, 2012, pg. 7). Platão (427 – 347 AC) acreditava que as crianças deveriam ser educadas de acordo com suas capacidades (ibid, pg.7) e Dewey, na mesma linha platônica e socrática, acreditava que a educação deveria ser dada para atender cada criança individualmente (ibid, pg. 8). A questão de incentivar os alunos a se engajarem em sua formação é extremamente complexa e realmente difícil de ser conduzida. Existem uma série de razões que hoje dificultam este envolvimento e dedicação. A primeira e mais importante é o senso comum entre os estudantes que estudar é um esforço significativo que não traz nenhum prazer. A natureza humana nos impele a desejar o que é fácil e prazeroso e relutamos a aceitar que o “investimento” em educação não apenas nos prepara para uma

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John Dewey, Filósofo e Pedagogo americano, considerado o expoente máximo da escola progressista americana 8 Ver NODDINGS, Nel; Philosophy of Education; 2012; pg. 26 9 Ibid, pg. 2 10 Paulo Freire, Educador, Pedagogo e Filósofo Brasileiro, considerado patrono da Educação Brasileira 11 FREIRE, Paulo; Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários para à prática educativa; pg.24

vida profissional e de inserção na sociedade, ela pode ser também prazerosa e nos apoiar por toda a vida no enfrentamento das dificuldades da existência. Segundo NODDINGS, Platão tinha ideias muito definidas sobre uma vida boa e o que chamamos hoje de “atualização autônoma”. Apenas aqueles possuem tempo para pensar longamente e profundamente, que estudem por toda a vida, podem participar da verdadeira vida boa. (2012; pg. 8) O Dr. Carl Rogers em seu livro Tornar-se Pessoa12, nos indica, Uma maneira breve de descrever a mudança que se efetuou em mim seria dizer que nos primeiros anos de minha carreira profissional eu fazia a pergunta: Como posso tratar ou curar, ou mudar essa pessoa? Agora eu enunciaria a questão desta maneira: Como posso proporcionar uma relação que essa pessoa possa utilizar para seu próprio crescimento pessoal?ii O Dr. Roger buscou em toda sua vida como psicoterapeuta esta abordagem, ou seja, encontrar uma relação com seu paciente de forma a conduzi-lo a uma descoberta dentro de si mesmo que, com o uso desta mesma relação, gerar mudança e desenvolvimento pessoal. O que a pesquisa e o método “centrado na pessoa” nos ensina, quando estamos preocupados com a educação, é que se o professor for empático com o aluno, entender os seus problemas, motivações, angústias e interesses, ele poderá ajustar esta educação de forma a atingir o máximo potencial de desenvolvimento deste aluno. O problema é como fazer isto com tanto material a ser coberto e com turma com mais de trinta alunos em sala de aula? Neste ponto é importante tentar apagar uma falácia na qual se defende a ideia de redução do conteúdo curricular tanto para o ensino fundamental quanto para o ensino médio. É de conhecimento comum o fato de que o conhecimento sobre as coisas do mundo, descobertas científicas, fatos históricos, atualidade, tecnologia, tudo cresce exponencialmente. O volume de conhecimento cresceu mais nos últimos 50 anos do que os 500 que o antecederam. É natural, portanto, que haja uma pressão para que os estudantes sejam expostos a estes conteúdos, o que não é um problema em si. A questão é o tratamento e o aprofundamento que é dado a cada tópico do currículo a ser estudado. A proposta deste trabalho permite exatamente a manipulação de um conteúdo que

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ROGER, Carl R.; Tornar-se pessoa; 2014; pg. 36

idealmente é abrangente, mas adaptável aos interesses, capacidade e motivação dos alunos. O problema é ensinar e cobrar da mesma forma todos os alunos com conteúdo que é sempre crescente. O que é necessário é a adaptação curricular que permite que todos aprendam obrigatoriamente um conteúdo mínimo, mas abrangente e adequado a necessidade de cada indivíduo, e isto se torna possível com a metodologia que aqui apresentamos. Albert Ellis (2011), criador e defensor da Terapia Racional, Emotiva e Comportamental (REBT) afirma que:13 Muitas pessoas não sabem que não são eventos externos ou circunstâncias que irá gerar felicidade; ao invés, é a nossa percepção dos eventos e de nós mesmos que irá criar, ou eliminar, emoções positivas. As pessoas que estão cientes que estão no controle de suas emoções e comportamentos são as que possuem as melhores chances de experimentar mais prazer, menos sofrimento e saúde estável. (Tradução nossa) O que estes profissionais da saúde mental nos colocam claramente é que o desenvolvimento cognitivo é a melhor ferramenta para a pessoa lidar com a vida, suas atribulações e vicissitudes. Um conteúdo abrangente e diversificado passa a ser condição sine qua non para que este desenvolvimento ocorra. O desenvolvimento cognitivo pode se dar em toda nossa vida, mas o desenvolvimento enquanto somos jovens é de extrema importância pois é nesta fase que temos o tempo e a oportunidade. Depois da fase escolar é natural que a pessoa passe a se dedicar ao sustento próprio e muitas vezes da família. Ter uma educação de qualidade não é só importante para o desenvolvimento sustentado de um país, é também importante para o bem-estar de cada indivíduo pertencente a esta sociedade. Não usarmos a melhor fase de aprendizado do indivíduo, dos 6 aos 18 anos, para entregar uma educação de alto nível é intolerável. 5. Professor e Tecnologia Em matéria publicada no dia 8 de maio de 2014 o jornal online da BBC Brasil14 informa que em um ranking “composto a partir de duas variáveis: capacidade

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ELLIS, Albert; ELLIS, Debbie; Rational Emotive Behavior Therapy; 2011; loc.199 – versão para Kindle http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/05/140508_brasil_educacao_ranking_dg (acesso em 9 out 2014) 14

cognitiva (medida por resultados de alunos nos testes internacionais PISA, TIMSS e PIRLSiii) e sucesso escolar (índices de alfabetização e aprovação escolar) ”, O Brasil se distanciou da média de 40 países em um ranking que compara resultados de provas de matemática, ciência e leitura, e também índices como taxas de alfabetização e aprovação escolar. Neste ranking o Brasil ficou em antepenúltimo lugar, ficando acima apenas de México e Indonésia. A matéria aponta alguns caminhos possíveis como tornar a carreira de professor mais atraente para diminuir a falta de profissionais na área e aumentar a qualidade do ensino. O problema é gigantesco e necessitará de várias frentes e forças para uma mudança efetiva, entre elas está o uso eficaz de tecnologia da informação e valorização da profissão de professor. A matéria indica ainda que, “é preciso questionar a habilidade dos sistemas educacionais destes países de suportar índices altos de crescimento econômico no longo prazo." Este relatório que serviu de fonte para a matéria informa que, Um dos capítulos do relatório discute "lições a serem aprendidas por países em desenvolvimento" e conta com contribuições de Maria Helena Guimarães de Castro, diretora da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), um centro de pesquisas do governo do Estado de São Paulo. Neste relatório Castro indica que o Brasil precisa aumentar em 30% o número de professores de ciência e matemática e, segundo ela, Nós não temos professores porque essa carreira não é atraente. Isso é um problema que não será resolvido a não ser que o governo e os governantes decidam mudar isso. Este relatório deixa claro que a melhora da educação no país passa necessariamente pela valorização da profissão do professor. A pesquisadora e jornalista americana Amanda Ripley fez uma pesquisa em países considerados de sucesso educacional, muitos dos quais passaram por importantes mudanças para chegar ao topo dos rankings mundiais, mas que não há muito anos se encontravam em estágio de desenvolvimento. Esta experiência e os resultados da pesquisa ela disponibilizou em seu livro “As Crianças mais Inteligentes do Mundo”, mas aqui destacamos o desempenho da Polônia, em muito um pais com características similares a do Brasil:

Apesar dos dois países apresentarem um crescimento em seu desempenho, claramente a Polônia se posiciona em outro patamar e apresentando uma melhora importante nos últimos anos. Uma pergunta natural seria: o que a Polônia fez? Não é uma resposta simples e não faz parte deste trabalho detalhar as mudanças que os países que apresentam bom desempenho em testes fizeram. Mas no caso da Polônia, em entrevista a autora, o principal coordenador das mudanças na educação deste país, o Ministro da Educação Miroslaw Handle, disse, “toda reforma dói. As pessoas querem paz. Quando você está acostumado com alguma coisa, é melhor quando nada acontece. ” (RIPLEY, 2013, p.229). E respondendo sobre o que ele faria se pudesse voltar no tempo e, apesar do sucesso das mudanças, se empenhar por uma derradeira, qual seria? Segunda a autora ele não hesitou em responder: “Professores. Tudo é baseado nos professores. Precisamos de bons professores – bem preparados, bem escolhidos. Eu não mudaria outra coisa. ” (ibid).

Naturalmente não é preciso incluir que bons professores que estejam sempre bem preparados são bem remunerados e possuem respeito e admiração no país que vivem, exemplos facilmente encontrados em países com alto desempenho educacional, como na Polônia, Finlândia, Japão, Coréia do Sul, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Reino Unido, etc. Com relação ao uso de tecnologia já é sabido que colocar computadores em escolas, nas salas de aula, e dar acesso à internet não garante nenhuma melhora, podendo inclusive ser prejudicial como já destacado no relatório da OECD. Algumas experiências que tivemos aqui com distribuição de computadores para alunos e professores, ou salas de laboratório de informática não apresentaram nenhum resultado mínimo que justificasse o investimento. Sem contratos de manutenção, treinamento e projetos objetivos para utilização das diversas ferramentas disponíveis os equipamentos acabam sem uso, encostados, muitas vezes danificados, ou são usados para outras atividades que não a educacional. Como tecnologia de internet na educação existem basicamente dois modelos que estão em uso e apresentando bons resultados com casos de sucesso em vários países. O modelo on-line, onde não há contato pessoal do aluno com a escola ou professores, todo o ensino é a distância; e o blended ou combinado ou ainda híbrido, onde o aluno vai à escola, mas boa parte de seu aprendizado é com o uso de computadores em rede, conectados à internet. Trataremos aqui apenas do modelo blended que julgamos mais apropriado para o Brasil, apesar do ensino à distância já está bem difundido por aqui, principalmente nos cursos superiores. O modelo blended possui como principal característica permitir que o aluno tenha mais responsabilidade e direção de sua própria educação. Segundo Michael B. Horn15, Existem diversas noções do que uma educação personalizada é, mas quando nos referimos a ela, queremos dizer que ela é adaptada as necessidades particulares de cada estudante – em outras palavras, é desenhada ou projetada para ajudar cada indivíduo a ter sucesso. A força da educação personalizada, entendida desta maneira, é intuitiva. Quando alunos recebem ajuda individual

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HORN, Michael B.; STAKER, Heather; Blended: Using Disruptive Innovation to improve Schools; 2015

de seu professor ao invés de ter esta atenção distribuída para muitos, os resultados são muito superiores. Mas como isto se dá? Neste momento precisamos recordar das contribuições de Dewey e Paulo Freire sobre a importância do engajamento do aluno em seu desenvolvimento e das posições dos psicanalistas Rogers e Ellis sobre a importância da relação terapeuta-cliente, no nosso caso professor-aluno, ser de tal forma que o primeiro seja um guia, uma referência, um apoio, um incentivador, para que o segundo possa ele mesmo se desenvolver. No modelo blended temos também um professor para vários alunos. Nos Estados Unidos uma recomendação geral, mas com flexibilidade, é a da relação 1 professor para 20 alunos, podendo chegar a 30. Em uma escola que usa o modelo blended, o aluno, antes da primeira aula de seu ano letivo já tem acesso, no mínimo, ao conteúdo da primeira aula. Algumas escolas americanas já disponibilizam on-line todo o conteúdo do ano letivo. Lembrando que cada aluno é diferente do outro, ou seja, alguns tem mais interesse em algumas matérias, alguns são mais eficientes, dedicados e esforçados que outros, podendo ir mais fundo em determinado conteúdo ou ir mais rápido, outros precisam de mais tempo, mais contato com o conteúdo, mais exercícios de fixação e precisam de mais atenção dos professores. Em um dia típico em uma escola que usa este modelo é possível que os alunos cheguem em aula já tendo tido contato com o conteúdo a ser estudado. Alguns já precisarão de auxílio do professor, outros continuaram o seu estudo usando os computadores da escola ou pessoais, e outros iniciarão seu envolvimento com o material. É normal nestas escolas, dependendo da decisão do corpo administrativo ou pedagógico, optar para que estes grupos fiquem na mesma sala de aula/estudo (o que nos parece mais interessante) ou divididos em sala de aula com o professor e em um laboratório acompanhado por outros tutores. Em qualquer dos casos o tempo de envolvimento direto com o professor e com os computadores é rigorosamente cronometrado de forma que todos os dias os alunos tenham contato tanto com o professor quanto com o material didático on-line. Uma outra característica muito importante que o modelo blended permite com mais facilidade, o que significa que deveria ser adotado tanto para o que é exclusivamente on-line ou exclusivamente presencial, é o dos objetivos acadêmicos do dia. Todas as

escolas americanas que estão trabalhando com este modelo possuem objetivos acadêmicos/didáticos para cada dia do ano letivo. Com isto e com as ferramentas on-line, os alunos podem ser avaliados todos os dias, no final de cada período ou etapa, se atingiram o objetivo mínimo estabelecido para todos os alunos. É esta avaliação diária, feita de forma automática e cujo resultado o próprio aluno sabe na hora, ficando disponível como relatório diário para os professores, coordenadores, supervisores de ensino e direção simultaneamente. Esta avalição é uma ferramenta que permite ao aluno três opções: não atingindo o mínimo necessário para progredir para a próxima etapa terá que rever o material (neste caso o professor já recebeu o relatório e sabe quais alunos e quais dificuldades que enfrentam, permitindo que ele as resolva o mais rapidamente possível), ou o aluno conseguiu a nota mínima, mas se sente ainda inseguro e pode por decisão própria ou orientado pelo professor rever o material ou fazer mais exercícios práticos, ou ainda, tendo atingido a meta e ficando satisfeito com seu resultado, avançar para a próxima etapa. Note que este conceito permite que um aluno possa concluir seu ano letivo antes mesmo de um ano. Alguns alunos talvez precisem de um pouco mais de um ano para absorver todo o conteúdo. Mas o importante é identificar a característica individualizada deste método e as oportunidades do engajamento com o conteúdo programático fora da escola. Com relação a tecnologia embarcada nas escolas que já utilizam o modelo blended, existem diversas opções. Algumas escolas compram sistemas fechados e integrados, outras junto com parcerias com empresas ou universidades desenvolvem suas próprias, mas a maioria tem tido resultados importantes usando o que está disponível de forma gratuita na internet. Para estes, o envolvimento do professor é absolutamente fundamental, pois é ele que constrói a sequência e as etapas que todos os alunos podem e devem passar. Por exemplo, o professor pode usar um site como o www.khanacademy.org para ali disponibilizar conteúdos desenvolvidos pelo próprio professor ou usar os que lá estão disponíveis. Ambientes como este estão evoluindo tremendamente, disponibilizando uma miríade de aulas com vídeos, material didático, exercícios e até testes. O professor pode saber o desempenho e em que módulo cada aluno está. Estas ferramentas facilitam tremendamente o trabalho didático-pedagógico do professor, pois no modelo presencial ele tinha que ano após ano dar o mesmo conteúdo com poucas oportunidades de mudança,

tudo é sempre muito rígido e inflexível. No modelo blended o aluno pode aprender o mesmo conteúdo de diversas formas usando ferramentas que estão disponíveis na internet e indicadas pelo professor. Com isto o professor ganha mais tempo para se dedicar a este tipo de planejamento, menos com aulas expositivas e mais com alunos que precisam de sua ajuda e em atividades de orientação e motivação. Não cabe aqui listar todas as ferramentas gratuitas disponíveis hoje, pois a cada dia mais e mais opções surgem, nem tampouco apresentar todos as diferentes possibilidades de modelos para aplicação no ensino-aprendizagem, daí a importância de o professor estar atualizado e com tempo e treinamento para ir aperfeiçoando o método. Mas como ilustração, descrevemos uma opção de método para um dia típico em um ambiente blended: 1 – O aluno tem acesso on-line ao conteúdo da primeira aula. Idealmente ele acessa este conteúdo antes de ir para a escola em qualquer lugar que lhe dê acesso à internet; 2 – Tipicamente o professor disponibiliza um vídeo gravado por ele mesmo introduzindo os assuntos, os objetivos, o material didático que compõem os objetivos como textos, parte de livros, conteúdo on-line, vídeos no youtube, textos elaborados pelo próprio professor, onde acessá-los, o que é esperado que seja feito antes e durante a presença deles na escola, avaliações, etc. É importante que cada micro etapa esteja planejada para que o aluno saiba exatamente o que fará logo depois. 3 – Cada aluno com sua disponibilidade e interesse irá se envolver com o material didático antes mesmo de chegar à escola. Neste envolvimento o aluno é guiado etapa por etapa, sendo que existe flexibilidade dentro do conteúdo que permite um maior ou menor engajamento do aluno, mais ou menos exercícios, mais ou menos leituras opcionais, etc. Se este envolvimento inicial não acontecer antes da aula, o aluno já sabe que a primeira coisa que fará assim que entrar na escola será de se envolver com o conteúdo. O professor ou professores, já que neste modelo é possível se ter mais que um professor em sala de aula, pode estar envolvido na explicação para um grupo enquanto o outro pode auxiliar os alunos que estão imersos no conteúdo on-line. 4 – No final do dia ou da aula o professor gera um relatório que pode ser automático ou semiautomático com a lista dos alunos que atingiram os objetivos e aqueles que precisarão de um maior investimento e dedicação naquele conteúdo. Este

envolvimento poderá ser feito a qualquer momento, mas ele só avança para a etapa seguinte depois de demonstrar competência mínima naquele conteúdo. 6. Conclusão Este trabalho procurou demonstrar a importância de um ensino que enderece os anseios, motivações e diferenças existentes em cada indivíduo e a importância do envolvimento pessoal quando se trada de educação, usando alguns conceitos de grandes pensadores como Dewey e Paulo Freire, mas também de nomes da Psicanálise como Rogers e Ellis. Indicamos também como o Brasil se encontra quando comparado com outras nações e demonstramos a relevância dos parâmetros desta comparação, pois são indicadores que medem o desenvolvimento cognitivo individual na fase escolar (15 e 16 anos) e a importância deste desenvolvimento não apenas para o crescimento da qualidade do ensino e da sociedade, mas para permitir uma vida onde a pessoa se sente mais segura de si e com competência para o autocontrole e administração das dificuldades que todos passam, independente em que sociedade estejam. Demostramos que este avanço na educação que permita atender cada aluno de forma individual para que ele possa atingir o máximo de seu potencial deve utilizar recursos tecnológicos de forma eficiente para que os sistemas de informação não sejam, na verdade, um problema. Dos modelos existentes, indicamos o híbrido ou blended como aquele que utiliza ferramentas on-line com todo o conteúdo curricular disponíveis em diferentes mídias e acessível a qualquer momento ao aluno de forma mais eficiente possibilitando diferentes aprofundamentos ao conteúdo e um ritmo que seja adequado para cada aluno. Terminamos a apresentação com alguns exemplos práticos de como um professor ou instituição de ensino pode pensar a aplicação deste modelo híbrido. Concluímos reforçando a ideia de que sem professores motivados, preparados e engajados em qualquer ambiente de ensino, mas principalmente no aqui apresentado, nenhuma tecnologia por mais sofisticada trará qualquer melhora no ensino. A tecnologia como aqui apresentada é apenas uma ferramenta nas mãos do profissional de ensino que visa a permitir-lhe fazer o que é mais importante, apoiar o aluno em seu desenvolvimento como pessoa.

7. Referências Bibliográficas NODDINGS, Nel; Education and Democracy in the 21st century; 2013 NODDINGS, Nel; Philosophy of Education; 3rd ed.; 2012 DEWEY, John; Democracy and Education, an introduction to the Philosophy of Education; 1916 DEWEY, John; Experience & Education; 1938 DEWEY, John; How to Think; 1910 DEWEY, John; Reconstruction in Philosophy; 1920 DEWEY, John; The School and Society – The child and the curriculum; 1902 FREIRE, Paulo; Pedagogia da autonomia – saberes necessários à prática educativa; 2014 LIBÂNEO, J.; SANTOS, A., orgs.; Educação na era do conhecimento em rede e transdisciplinaridade; 2010 ELLIS, Albert; ELLIS, D. Joffe; Rational Emotive Behavior Therapy; 2011 ROGERS, Carl; Tornar-se pessoa; 2014 HORN, Michael B.; STAKER, Heather; Blended: Using Disruptive Innovation to improve Schools; 2015 KAHNEMAN, Daniel; Thinking fast and slow; 2011 http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/05/140508_brasil_educacao_ranking_dg (acesso em 9 out 2014) http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2014/02/agenda-juventudebrasil.epub/view (Acesso em 12-03-2015) http://www.mc.gov.br/infraestrutura (acesso em 5 set 2015) http://www.oecd.org/education/students-computers-and-learning-9789264239555en.htm (acesso 16 set 2015) http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2014/09/ibge-metade-dos-brasileiros-teveacesso-a-internet-em-2013 (acesso em 11-03-2015)

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=15808:programabanda-larga-nas-escolas&catid=193:seed-educacao-a-distancia (acesso em 11-03-2015) http://www.oecd.org/pisa/keyfindings/pisa-2012-results-overview.pdf. (acesso em 09-032015)

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Saber pensar ou raciocinar é algo extremamente desejado, pois é exatamente isto que nos diferencia dos animais e, se aceitarmos que temos dois processamentos mentais (KAHNEMAN, 2011), um automático – nosso instinto, desejo, responsável por várias funções de manutenção do nosso corpo, mas também a fonte de nossa dor emocional e de prazer – e outro racional, intelectual, cognitivo, só que lento, fraco, que normalmente fica à mercê do outro mais primitivo, entenderíamos a importância de desenvolver este para controlar aquele. ii O Dr. Carl Roger foi o precursor da terapia centrada na pessoa. Ele como psiquiatra percebeu que o método tradicional utilizado para ajudar a pessoa que sofre não parecia ser o ideal e não estava aderente ao que ele achava que devia ser. Colocou em prática um método onde além da empatia e sentimento com relação ao outro, ele fazia a pessoa pensar sobre aquilo que estava fazendo ela sofrer. A combinação de empatia e razão pareciam ter um efeito multiplicador gerando efeitos profundos e duradouros e potencializando a pessoa a se auto curar. iii PISA: prova da OCDE feita com alunos de 15 anos de idade em matemática, ciência e leitura TIMSS: prova mundial de matemática, ciência e leitura PIRLS: outra prova da IEA, desta vez sobre leitura, feita com alunos da 4ª série ou equivalente.

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