FUNCIONAMENTO E DERROCADA DAS ARTICULAÇÕES OLIGÁRQUICAS DOMINANTES NA REPÚBLICA VELHA

October 16, 2017 | Autor: Rodrigo de Carvalho | Categoria: Democracia, História do brasil república
Share Embed


Descrição do Produto

VARES, Sidnei Ferreira de. A dominação da República Velha: uma análise sobre o s fundamentos políticos do sistema oligárquico e os impactos da Revolução de 1930. São Paulo, História: Debates e Tendências – v. 11, n. 1, jan./jun. 2011 – páginas 121-139, publicado no 1º semestre de 2012.

FUNCIONAMENTO E DERROCADA DAS ARTICULAÇÕES OLIGÁRQUICAS DOMINANTES NA REPÚBLICA VELHA Rodrigo de CARVALHO1 Consideramos o enunciado da Tarefa 1, que objetiva a construção de resenha crítica a respeito da República Velha, período político brasileiro compreendido entre 1889 e 1930, baseada na leitura do material impresso, disponibilizado pelo Pólo (Leite Júnior, p. 12-18, 2012) e no artigo disponibilizado no Ambiente Virtual (Vares, 2012). Alcides Domingues Leite Júnior é graduado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da USP, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental pela ENAP e mestre em Administração pela FEA-USP. Sidnei Ferreira de Vares é doutor e mestre em Educação pela USP. Possui graduação em História pelas Faculdades Associadas Ipiranga e em Pedagogia pelo Centro Universitário Assunção – UniFAI, onde também especializou-se em Psicopedagogia. Publicou artigos em revistas especializadas e realiza palestras no Brasil e exterior, além de lecionar nos cursos de História, Filosofia e Pedagogia no UniFAI. Optamos por focar na caracterização construída no texto de Vares, por possuir maior consistência e manter uma ordem cronológica clara e elucidativa. O artigo foi publicado na Revista História Debates e Tendências, que foi lançada em 1999, focada em pesquisas na área de História e Ciências Sociais. Relegamos à conclusão os comentários sobre o material de Leite Júnior. Vares esclarece na introdução sua intenção de tratar o sistema oligárquico vigente na República Velha de forma analítica, embora superficial e sem a pretensão de agregar novas informações. Afirma que o sistema oligárquico representou a exclusão política da maioria da população, embora estivesse teoricamente embasado no liberalismo clássico. Ao evoluir para a descrição das profundas e aceleradas transformações ocorridas no cenário político e econômico no decorrer das décadas de 1910 e 1920, articula o texto em três partes que, em resumo, caracterizarão o impasse em torno das oligarquias de São 1

Arquiteto e Urbanista (UFV-MG), atuante na Secretaria de Desenvolvimento da Prefeitura Municipal de Vitória; Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho (FIJ-RJ) e aluno do curso de Especialização em Gestão Pública pelo IFES – Pólo Pinheiros – ES.

Paulo e Minas Gerais nas eleições de 1930, o qual decretou o fim da dominação imposta por esses grupos. O autor pretende, com uma construção evolutiva do período, analisar “em que medida a derrocada da oligárquica paulista representou o fim da exclusão política, vigente durante a Primeira República” (p. 122). A primeira parte analisa a Constituição de 1891, elucidando ao leitor “de que forma seus artigos resguardaram os interesses das elites agroexportadoras”. Vares caracteriza o texto constituinte como a representação de um “liberalismo excludente”, modelo transplantado para o Brasil a partir de um espelhamento da Constituição dos Estados Unidos, “sem considerações sobre as diferenças políticas, econômicas ou mesmo culturais entre os dois países. (...) Problemas como a concentração de renda e a má distribuição das terras” (p.123) não foram considerados nos debates da Assembléia Constituinte, de modo a endossar os interesses dos grupos econômicos dominantes. O chamado “liberalismo oligárquico” perpetuou na República Velha o elitismo do sistema eleitoral do império e, mesmo a partir de 1894, no governo de Prudente de Morais, a massa de eleitores era “manobrada por meio de complexas articulações políticas, fundadas na realidade dos municípios e asseguradas pelas oligarquias estaduais” (p.124) tratadas na segunda parte como fator de dominação das elites agrárias, o ‘coronelismo’. Passando pela gestão de Campos Sales, a partir de 1898, e pelas tensões enfrentadas entre o Legislativo e o Executivo, o autor conclui na terceira parte tratando dos movimentos surgidos pelo desgaste da ‘política do café-com-leite’, como é tratada a alternância e manipulação da cena política entre os Estados produtores e detentores de grande força econômica. Leite Júnior aborda o tema de maneira objetiva, porém superficial, que julgamos adequada à formação básica proposta para a disciplina. Como exemplo, citamos a rápida caracterização que faz do ‘tenentismo’, ao explicitar o quadro de insatisfação militar, eclodindo em movimentos oposicionistas ao domínio político de Minas Gerais e São Paulo, com forte presença de tenentes, na década de 1920. “Entre outras reformas, os tenentistas defendiam o voto secreto, a independência do Poder Judiciário e um Estado mais forte.” Mas o texto se mostra confuso ao afirmar em seguida que “a República Oligárquica só se consolidou em 1898, com a posse do segundo presidente civil, Campos Salles.” A expressão nos parece fora do contexto cronológico, melhor construído por Vares.

Referências Bibliográficas 1. LEITE Júnior, Alcides Domingues. Desenvolvimento e mudanças no estado brasileiro. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC, 2012.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.