Fundamentos metodológicos qualitativos e conceituais na elaboração do questionário

July 18, 2017 | Autor: Carla Diéguez | Categoria: Sociology, Research Methodology, Qualitative methodology, Quantitative Methods
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XVI Congresso Brasileiro de Sociologia 10 a 13 de setembro de 2013, Salvador (BA)

Grupo de Trabalho 29: Sociologia do conhecimento e metodologias qualitativas

Fundamentos metodológicos qualitativos e conceituais na elaboração do questionário

Carla Regina Mota Alonso Diéguez (FESPSP/ UNICAMP) Rodrigo Estramanho de Almeida (FESPSP/ PUC-SP)

Resumo

A proposta apresenta um argumento contrário à clássica separação entre métodos qualitativos e quantitativos em Sociologia e propõe que os aspectos mais importantes a serem desenvolvidos pelo sociólogo que empreende pesquisa de survey, tido comumente como o método de tipo quantitativo, são os fundamentos teóricos, bem como as etapas cognitivas de formulação do questionário pré-codificado. Partimos, assim, da ideia de que há aspectos eminentemente qualitativos na pesquisa de survey e, portanto, esta deve ser vista sobre o prisma dos conceitos de opinião e comportamento. Deste modo, propomos que a produção de enunciados e alternativas de resposta devem partir de uma elaboração qualitativa que envolva a compreensão do fenômeno social a ser estudado, bem como a interpretação dos dados da pesquisa anterior à definição dos instrumentos definitivos de coleta de dados. A proposta parte do acúmulo de experiência dos autores na realização de pesquisas sociais, bem como na docência em métodos e técnicas de pesquisa em Ciências Sociais.

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Introdução

Os manuais de metodologia e pesquisa em Ciências Sociais em geral, para não dizer quase todos, esforçam-se em discernir os métodos e técnicas do tipo qualitativo dos métodos e técnicas do tipo quantitativo. Historicamente arrolados nestas tipologias o escopo didático gera duas grandes áreas de técnicas de pesquisa nas Ciências Sociais que dividem corações e mentes no momento de transmissão do saber e na realização de pesquisas. Os professores preocupam-se em deixar claro aos alunos a diferença destes dois tipos de técnicas: agrupam o questionário estruturado ou semi-estruturado, comumente denominado ‘aberto’, realização de grupos focais, etnografia, estudos de caso e análise de conteúdo nos métodos e técnicas de tipo qualitativo e a pesquisa de opinião (survey) feita por meio da aplicação do denominado ‘questionário fechado’ com listas e alternativas de respostas précodificadas, no diapasão dos métodos e técnicas de pesquisa quantitativa. 1 Esta distinção clássica que acompanhou todo o desenvolvimento metodológico das Ciências Sociais acabou gerando – de um lado e de outro, tanto dos pesquisadores adeptos dos métodos quantitativos, quanto dos pesquisadores adeptos dos métodos qualitativos – defensores, cada qual da sua seara metodológica, que parecem, quando discutem as técnicas que empregam em suas pesquisas, participar e defender áreas diferentes do saber. Na Ciência Política contemporânea, por exemplo, culturalistas e neoinstitucionalistas divergem muito metodologicamente, pois os primeiros em geral lançam mão, sobretudo, dos métodos qualitativos enquanto os últimos empregam bancos de dados, modelos matemáticos e estatísticas descritivas e inferenciais

em

suas

análises.

A

corrente

institucionalista

ou

neo-

institucionalista, predominante na atualidade dos centros de estudos de Ciência Política, apresenta-se com uma faceta aparentemente mais empirista e pouca propriedade resta para os divergentes desacostumados com modelos matemáticos e estatísticas2. Lembremos, neste ponto, que é justamente a

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De fato os bons manuais de metodologia em Ciências Sociais tratam mais das especificidades das técnicas e menos da distinção metodológica o que vai ao encontro de nossos argumentos. Este é o caso, por exemplo, de MANN, 1970. 2 Sobre esta discussão ver: LEITE, Fernando Baptista. Posições e divisões na Ciência Política brasileira contemporânea: explicando sua produção acadêmica. Revista Sociologia e

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divergência, e isso em todas as áreas do conhecimento científico, das ciências experimentais às indutivas, que permite o avanço das formas de conhecer e porque não dizer do próprio conhecimento. Assim, se não está facultado a todos os participantes da área, por diferenças metodológicas, divergir é porque algo de mais fundamental e teórico e não meramente metodológico não está avançando no sentido do conhecimento, mas sim tão simplesmente no sentido da especialização. O problema é de ensino. Em sala de aula a expressão, sobremaneira conhecida e comumente utilizada pelos docentes para distinguir os dois tipos de abordagem é a seguinte: “utilizamos métodos e técnicas de pesquisa qualitativa quando queremos saber muito sobre pouco e utilizamos métodos e técnicas quantitativas quando queremos saber pouco sobre muito”. Didática e elucidativa a expressão, no entanto, não resolve um problema importante, pois o objeto em Ciências Sociais - excetuando as pesquisas de tipo bibliográfico e/ou de análise de conteúdo cujos resultados independem da assim chamada pesquisa de campo e são apresentados, via de regra, em ensaios independentes de relatórios de pesquisa - é feito da mesma substância: atitudes e comportamentos de seres humanos3. Independentemente de se gravar em áudio para posterior transcrição o que diz o entrevistado objeto da pesquisa, ou coletar suas opiniões por meio de listas pré-codificadas assinaladas em um formulário de pesquisa, o que se está coletando são as atitudes e comportamentos de outrem, público-alvo do estudo, que são entrevistados ou observados selecionados intencional ou aleatoriamente para arrecadar material empírico que possa ser posteriormente analisado a guisa de fomentar análises, considerações e argumentos elaborados anteriormente nos objetivos

e

problemas

da

pesquisa.

Se

há,

portanto,

divergências

metodológicas entre os alhures exemplos citados - de culturalistas e neoinstitucionalistas

-

estas

divergências

não

passam

de

discordâncias

Política, v.18, n.39, Curitiba, 2010, p.149-82. E também: PERES, Paulo Sérgio. Comportamento ou instituições? A evolução histórica do neo-institucionalismo da ciência política. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v.23, n.68, out., 2008, p. 53-71. 3 Não obstante, podemos argumentar que mesmo pesquisas eminentemente bibliográficas e/ou de análise de conteúdo tem por objeto, de certo modo, a atitude e o comportamento, na medida em que analisa algo – texto, imagem, objeto e etc. – que é resultado do comportamento e, portanto, também da atitude de outrem.

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superficiais, pois em ambos os casos o objeto só ganha concretude no registro daquilo que as pessoas estudadas falam e/ou pretendem fazer ou fazem. Daí que nossa proposição vai ao encontro não da contínua distinção entre os métodos ou, como preferimos chamar, técnicas de pesquisa, mas sim de um alinhamento que precede a escolha da técnica a ser empregada na coleta dos dados. Consideramos fundamental o fato de que em todos os casos de pesquisa de campo as ciências sociais estão frente ao desafio de registrar atitudes e comportamentos de indivíduos sejam elas resultadas de padrões ou desvios da coletividade e, em todos os casos, é a pergunta que se faz ao entrevistado que ativa a resposta seja esta para ser registrada em um gravador ou em uma lista de respostas. Mesmo no caso em que a pergunta nem sempre é revelada ao observado – como no caso da etnografia, por exemplo – consideramos de fundamental importância que esta esteja sendo elaborada no consciente do pesquisador com os parâmetros indutivos que a objetividade do conhecimento em ciências sociais requer. Esta objetividade é senão outra a de reconhecer que as lentes de nossos microscópios estão sempre demasiado sujas por nossas próprias atitudes e comportamentos, mas que nossos esforços devem corresponder a uma “ordenação conceitual da realidade empírica” (WEBER, 2001, p.110) e seja empregando técnicas qualitativas ou quantitativas, pois este não é de fato o problema, devemos aspirar que a pergunta que se faz para obter um dado empírico seja, do ponto de vista lógico, porque é de lógica que é feita a objetividade, correta. E “é certo que – e continuará a sê-lo – se uma demonstração científica, metodologicamente correta no setor das ciências sociais, pretende ter alcançado o seu fim, tem de ser aceita como sendo correta também por um chinês” (WEBER, 2001, p.113-14). Daí que a tarefa que primeiro se impõe é fazer os conceitos e a teoria dialogar na consciência do pesquisador com as atitudes e comportamentos que coleta em campo de modo que suas expressões últimas de análise possam ser compreendidas por quem quer que seja, mesmo que o leitor último seja de cultura diversa a do objeto estudado. Em outras palavras toda e qualquer pergunta em Ciências Sociais, seja na feitura e realização de pesquisas do tipo qualitativo ou quantitativo devem se preocupar antes de tudo com ‘o que se

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quer saber’ e ‘como deve ser feita a pergunta para se saber o que se pretende saber’. De todo modo, devemos sempre “levar em conta as dificuldades peculiares de uma ciência que lida com os objetos familiares da experiência diária que carregam consigo um amontoado de ambiguidades e premissas inconscientes enraizadas na linguagem do homem da rua” (MARSHALL, 1967, p.25) e que só a efetivação da pesquisa e prática da pergunta, pedra de toque da objetividade em Ciências Sociais, pode resultar em avanços na pesquisa, pois é sabido que “os métodos, como os conceitos, só podem ser aperfeiçoados pelo uso, e devem ser constantemente revistos à luz da experiência” (MARSHALL, 1967, p.27) e isto vale para abordagem de todo e qualquer objeto e para qualquer que seja a técnica de pesquisa empregada. Ainda para que se reitere o que aqui estamos afirmando vale citar que “o pretendido conflito entre os métodos qualitativos e quantitativos precisa, pois, ser abandonado, em favor da concepção de que estes termos meramente representam estágios diferentes de refinamento e de objetividade em nossa técnica de descrição.” (LUNDBERG, 1939, p.21 apud FERNANDES, 1970, p.144) Neste ponto se ficar claro que boa parte do problema de pesquisa está, em todos os casos, diretamente vinculado à pergunta, então as questões de objetividade e lógica nas ciências sociais estão facultadas a todos, sejam estes, para ficar no nosso exemplo, culturalistas ou neo-institucionalistas e, assim, alarga-se o campo de divergência e inflaciona-se, no sentido da evolução, o conhecimento na área. Em nossa perspectiva é a clareza sobre o significado dos conceitos de atitude e comportamento, bem como o reconhecimento do caráter indutivo da sociologia que permite o alargamento do campo de discussão sobre a coleta de dados empíricos em ciências sociais.

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Atitude, comportamento e o caráter indutivo da sociologia

De certo que os conceitos de atitude e comportamento que elegemos para nossa discussão são largamente utilizados na psicologia4 e que o fazer sociológico orientado por perspectivas que valorizam a ‘representação’ ou o ‘conflito’ em detrimento da ‘ação’ social poderá de saída discordar de nossas proposições. De todo modo é assumida aqui uma visão mais compreensiva que tende, além de reconhecer, relevar o pesquisador como parte da pesquisa e esmiuçar, mesmo quando o objetivo é conhecer algo da coletividade dado que é indiscutível que é justamente dela que a sociologia se ocupa, se preocupar com o sentido da ação de cada indivíduo que compõe a coletividade. Em todos os casos seja qual for a linha de ‘fazer sociólogico’ não é dado aos sociólogos as benesses da pesquisa experimental (mas também nos livramos das vicissitudes assépticas dos laboratórios) ou simplesmente do pensamento sintético despregado de dados empíricos (mesmo que não possamos abrir mão de toda filosofia) que possam dar substância a suas interpretações ou resultados de pesquisa. Somente a análise sistemática dos dados empíricos de uma pesquisa organizados conceitualmente podem realizar pesquisas em sociologia com objetividade. Seja em perspectiva comparativa ou histórica instrumentalizada qualitativa ou quantitativamente a indução, isto é a análise realizada por meio de classificações, é por natureza o método típico das ciências sociais. E, nesse sentido, “pode-se afirmar, com segurança, que o pouco que existe de sólido na indução sociológica diz respeito ao tratamento indutivo de fenômenos qualitativos” (FERNANDES, 1970, p.139). Ressalva-se que a citação não é incongruente com nossos argumentos, pois são os fenômenos que são qualitativos e não os métodos para conhecê-los, daí o reconhecimento que frente à ‘fenômenos qualitativos’, pois assim são sempre os fenômenos sociais, só há possibilidade para a indução5. 4

Para não dizer que são apenas utilizadas na psicologia vale citar algumas abordagens sociológicas que valorizam as noções de atitude e comportamento, são elas: BERELSON; STEINER, 1971; BICUDO, 2010; FERNANDES, 1978; NOGUERIA, 1985 e; NOGUEIRA, 2009. Ainda sobre este aspecto convém citar trecho que Maria Laura Viveiros de Castro achou em um exame de Oracy Nogueira de 3 de julho de 1945 onde registra “A Sociologia está interessada, sobretudo, nas ideias, atitudes e comportamento recíproco de tais grupos (...) [raciais no caso]” (CAVALCANTI, 2009, p.21) 5 Grosso modo pode-se afirmar que os ‘fenômenos qualitativos’ só são passíveis de serem conhecidos por meio da indução e os ‘fenômenos quantitativos’ pelo experimento. Daí a

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Neste sentido, mesmo que se lance mão de técnicas assim chamadas quantitativas como a pesquisa de survey não se está distanciando do caráter indutivo das ciências sociais, pois em qualquer análise de dados e frequências numéricas de um fenômeno social “as coerências estão distribuídas no espaço e no tempo” e assim o tratamento estatístico dos fenômenos qualitativos “não pode ser considerado um método distinto” (FERNANDES, 1970, 140), pois estará de um modo ou de outro baseado na comparação e/ou na história e estará sempre se remetendo a um conjunto de ações – atitudes ou comportamentos – de indivíduos. O mesmo vale para um relatório resultado da aplicação de entrevistas abertas ou grupos focais. Isto nos leva a considerar que em todos os casos o “emprego frutífero e construtivo” dos métodos sejam os assim chamados qualitativos ou quantitativos em sociologia “depende[m], em grande parte, do conhecimento positivo que se tiver obtido anteriormente, em setores especiais da investigação sociológica” (FERNANDES, 1970, p.141) e, sobretudo, da definição lógica dos conceitos fundamentais onde estarão preservados não o sentido do que é coletado em campo, mas o sentido da organização do que será coletado. Em todos os casos, uma vez alinhados os conceitos lógicos com o que se coletará em campo, em outras palavras, fazendo conversar a teoria e a pesquisa, é que a indução se torna possível. E “um argumento indutivo afirma, não que certo objeto de fato é assim, mas que relativamente a certa evidencia existe uma probabilidade a seu favor” (FERNANDES, 1970, 145). Dado o caráter indutivo da sociologia frente ao fato de que os ‘casos’ em ciências sociais são sempre fenômenos qualitativos seja lá qual for o método que os estude, pois dentro de uma estatística, seja ela descritiva ou inferencial há casos e dentro de uma transcrição de entrevistas abertas há também casos, então “não pode haver nenhuma antítese ou exclusividade mútua entre os dois métodos” (LUNDBERG, 1939, p.49 apud FERNANDES, 1970, p.148). Em todo caso haverá sempre “uma tendência acentuada a confundir o que deve ser estudado com o conjunto de métodos sugeridos para seu estudo” (MILLS,

distinção clássica entre as ciências humanas que estudam os fenômenos do primeiro tipo e as físico-químicas-naturais que estudam os fenômenos do segundo tipo. Ainda sobre o aspecto eminentemente qualitativo do objeto nas ciências sociais ver QUEIROZ, 1992.

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1972, p. 60) e a isso, pois o microscópio não é parte daquilo que nele se analisa, não podemos olvidar. Nosso argumento é que para atenuar os efeitos da tendência apontada por Mills os conceitos de atitude e comportamento uma vez definidos podem contribuir para a produção de enunciados em pesquisas de campo, sejam elas tecnicamente qualitativas ou quantitativas, e realizar integração objetiva nas formas de conhecer indutivamente os fenômenos qualitativos da sociedade. A definição que propomos é deveras simples e objetiva, distinguir o que é pensado do que pode ser ou foi realizado por um indivíduo. Isto porque no que diz respeito à ação social dos indivíduos, a despeito do sentido que possa ter, ou ela está no nível cognitivo e do estritamente pensado isto é aquilo que diz respeito tão somente à opinião, mas não necessariamente foi de fato e concretamente realizado ou ela é passível de realização ou já configurou algum tipo de comportamento. Assim, propomos as seguintes definições: Atitude - ação social de tipo cognitiva que se realiza no nível do pensado sobre algum evento do passado, da conjuntura ou do futuro e se concretiza em uma significação semântica. Pode ser entendida, por assim dizer, por um propósito ou a significação de um propósito passível ou não de realização concreta. Como exemplo, poderíamos em uma pesquisa sobre relações étnicas checar a atitude dos entrevistados perguntando: você votaria em um candidato negro para a presidência da república? Estaríamos, neste caso, levantando a opinião do entrevistado independentemente de ele já ter ou não votado para um candidato negro para presidente. Assim, a atitude não é necessariamente uma ação social consumada de fato, mas nem por isso deixa de ser social, pois revela uma definição de certo objeto por parte do entrevistado que concernente ou desviante da opinião da maioria demonstra relativamente as tendências gerais sobre um fenômeno coletivo. Como registrou Virgínia Leone Bicudo em trabalho da década de 1940 intitulado Atitudes Raciais de Pretos e Mulatos em São Paulo “as mudanças sociais começam com as mudanças nas atitudes condicionadas pelos indivíduos, operando-se posteriormente mudanças nas instituições e nos mores” (BICUDO, 2011, p.64). Comportamento – ação social que independentemente do sentido se realizou concretamente. Diz respeito há algo que o indivíduo fez interferindo direta ou indiretamente em um processo ou instituição. Para ficar no exemplo 9

supracitado perguntar-se-ia ao entrevistado: você votou em um candidato negro na última eleição para presidente da república? Neste caso independentemente do que pensa o indivíduo sobre o assunto em questão está sendo levantada não uma expectativa ou opinião sobre um fenômeno, mas sim sua ação concreta que, evidentemente, revela algo sobre sua atitude.6 Evidentemente que nos dois exemplos citados as questões são bastante simples e nem sempre nos é facultado a simplicidade de enunciados frente aos objetivos e problemas da pesquisa, mas em qualquer caso, por mais complexo que possa ser o enunciado – embora devamos sempre tentar simplifica-lo ao máximo – as duas lógicas são imperativas e se estabelecem ou no nível atitudinal ou comportamental nos termos que definimos. Estas definições se aproximam em parte de muitas definições registradas nos dicionários de psicologia e sociologia, mas aqui tentamos algo um pouco menos abrangente e mais objetivo que poderia ser definido na tentativa de sempre distanciar a ‘intenção’ do ‘gesto’7. Uma vez definidos esses dois diapasões a partir dos quais os enunciados de inquérito podem ser desenvolvidos, seja ele aplicado por meio de técnicas qualitativas ou quantitativas, ainda não está finalizada a tarefa de fazer conversar a teoria com a pesquisa. Os níveis de discurso, a elaboração das questões, os termos da pesquisa deverão corresponder e ponderar o que se está coletando em campo com aquilo que se quer ordenar conceitualmente de acordo com a linha teórica e as especificidades do objeto. De todo modo a principal fragilidade na apresentação dos resultados de uma pesquisa “encontra correspondência na elaboração dos métodos e no cuidado empregado” (MILLS, 1972, p.62) e pensamos, portanto, que as ponderações

6 Sobre as noções de atitude e comportamento ver: MESQUITA; DUARTE, 1996; SILVA, 1987; PIERSON, 1967; BERELSON; STEINER, 1971 e FERNANDES, 1978. 7 Esta tentativa aproxima-se da proposta de Bourdieu para a compreensão do habitus do indivíduo. Em sua definição mais simples, o habitus é a “interiorização da exterioridade e a exteriorização da interioridade”, é a compreensão dos indivíduos de como o mundo social é construído, qual a sua posição nele e a sua tradução em palavras e ações. A análise da prática (do gesto) torna-se elemento fundamental, pois reúne a intenção e o gesto. O gesto é o objetivo, a intenção, o subjetivo, e ambos, devem ser apreendidos pelo pesquisador. Por isso, o uso de instrumentos qualitativos e quantitativos de pesquisa foram recorrentemente utilizados por Bourdieu como forma de compreender a ação, a intenção da ação e os motivos desta intenção. Cf. BOURDIEU, Pierre. Esboço de uma teoria da prática. In: ORTIZ, Renato (org.). Pierre Bourdieu. São Paulo: Editora Ática, 1983. p. 46-81; BOURDIEU, Pierre. A Distinção: crítica social do julgamento. São Paulo; Porto Alegre, RS: Edusp; RS: Zouk, 2007.

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feitas até aqui se levadas a cabo estarão sempre voltadas ao necessário cuidado e serão evitadas as fragilidades. Assim se “havia uma persuasão coercitiva no famoso grito, ‘dê-nos os instrumentos e acabaremos a tarefa”. Alguém pode ser perdoado por responder menos ansiosamente a um intelectual, seja ele um sociólogo ou outra coisa qualquer, que diz: “dê-nos uma tarefa e passarei o resto da vida polindo os instrumentos.” (MARSHALL, 1967, p.26) Leia-se: dê-nos uma pesquisa de campo em sociologia e passaremos o resto da vida pensando na pergunta que faremos aos nossos entrevistados.

A construção do questionário

A elaboração do questionário fechado a partir de uma perspectiva cognitiva permite a codificação das categorias analíticas, escolhidas dentro do problema e do quadro de referência teórico da pesquisa, com o objetivo de captar atitudes e comportamentos. Para isso, deve-se ter em mente que será necessário o uso de técnicas e lógicas específicas, no sentido de validar as questões previamente construídas. Simões e Pereira (2007, p. 253) sugerem a adoção de quatro tarefas cognitivas - “[...] interpretar a questão; buscar na memória informação sobre um comportamento ou uma opinião; formatar a resposta, e editá-la (STRACK; MARTIN, 1987)” - as quais possibilitarão ao pesquisador compreender como se opera o “[...] o processo de entendimento da pergunta e produção da resposta” pelo entrevistado. (SIMÕES; PEREIRA, 2007, p. 253). Estas tarefas configuram um exercício de vigilância epistemológica (BOURDIEU; CHAMBOREDON; PASSERON, 1999) visto que colocam o pesquisador em constante questionamento do seu problema de pesquisa, dos conceitos que a fundamentam e da produção do instrumento de coleta. Afinal, para que seja possível construir um questionário com base nestas tarefas é preciso i) conhecer qual o público alvo da pesquisa e o repertório cultural deste; ii) ter a consciência de que o instrumento e as instruções para sua aplicação são claras quanto ao tema da pesquisa; iii) se este tem referências temporais que auxiliem a seleção precisa da memória no processo de construção da resposta pelo entrevistado, e iv) se este questionário 11

corresponde ao enquadramento teórico da pesquisa (SIMÕES;PEREIRA, 2007).8 Todavia, apenas em um processo de avaliação do instrumento de pesquisa, feito antes da realização do trabalho de campo, será possível elucidar se estes recursos foram utilizados de forma a permitir que o respondente entenda a pergunta e ao mesmo tempo possa atribuir uma resposta objetiva e não enviesada. Para isso, faz-se uso da realização do pré-teste, que, na concepção de Simões e Pereira (2007), não é feito apenas para testar a validade das perguntas, mas para verificar o entendimento destas por parte dos entrevistados. O uso da barra de probes9 - onde são marcadas a quantidade e os motivos pelos quais a pergunta teve de ser repetida pelo pesquisador e se houve a necessidade de mobilização de outros recursos pelo entrevistador para possibilitar o entendimento da pergunta - é fundamental para que a terceira e a quarta tarefas cognitivas possam ser efetivadas, promovendo o aperfeiçoamento do questionário para aplicação na amostra selecionada. Este processo todo só é possível se considerar, em um primeiro momento, recursos de ordem qualitativa, como o conhecimento do universo de referências que compõe a vida do entrevistado, fundamental para a escolha de palavras que possam ser entendidas no momento da entrevista, assim como o perfil deste entrevistado, em termos de gênero, idade, orientação sexual e religiosa, possibilitando a compreensão da aceitação de determinadas perguntas, originalmente pensadas para compor o questionário fechado e que podem ser modificadas para que a pergunta seja entendida, de forma que não constranja e atinja o seu objetivo: conseguir uma resposta objetiva e condizente com as atitudes e comportamentos do entrevistado. (BICUDO, 2010) Queiroz (1999) diz que este processo só é captado pelo uso da pesquisa qualitativa em etapa anterior a preparação do questionário e do campo da pesquisa, colocando novamente a necessidade de pensarmos as técnicas de pesquisa

menos

como

excludentes

e

fundamentalmente

como

8

Há, também, textos elucidativos sobre ‘como fazer perguntas’ em ciências sociais em MANN, 1970; BAQUERO, [s.d.]; BABBIE, 2003. 9 No texto de Simões e Pereira (2007) há explicação mais detalhada, bem como modelo de uma barra de probes.

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complementares. O que o pesquisador deve ter em mente é que a técnica é apenas o meio para se resolver o problema de pesquisa, validar a hipótese, alcançando os objetivos propostos. Essa “associação das duas abordagens possibilita um aprofundamento cada vez maior das facetas do objeto de estudo” (QUEIROZ, 1992, p. 18). Todo este processo faz com que o pesquisador se questione constantemente e reavalie os caminhos da sua pesquisa, em termos teóricos e práticos; avaliando sua posição em relação ao objeto, as questões de pesquisa, ao referencial teórico escolhido, a técnica empregada, podendo, desta forma, buscar a sua objetivação no processo de pesquisa, garantindo maior objetividade. A escolha e emprego das técnicas de pesquisa são, portanto, um exercício dialético, que confronta os valores do pesquisador com os do entrevistado, com a sua posição na sociedade, refletindo sobre o que ele espera de e para si, da e para a pesquisa, da e para a sociedade. Tomamos como exemplo prático as pesquisas realizadas por alunos da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo nos anos 1940 e na segunda década dos anos 2000. Com a chegada de Donald Pierson a esta instituição em 1939, as técnicas de pesquisa em voga nos Estados Unidos passaram a ser ensinadas e praticadas nos estudos desenvolvidos por um grupo de estudantes que, posteriormente, tornaram-se referências em seus campos de pesquisa. Na época, os estudos feitos por Virginia Leone Bicudo (1945) e Oracy Nogueira (1942) já traziam em seus títulos a atitude como foco de análise10. Em seu estudo, Bicudo utilizou técnicas qualitativas, com o emprego da entrevista semi-estruturada aplicadas em homens e mulheres negros e mulatos de duas classes sociais distintas procurando verificar a atitude destes em relação a negros, mulatos e brancos. Já o estudo de Nogueira partiu da análise dos anúncios de empregos publicados no jornal Diário Popular durante o mês de dezembro de 1941, que resultou na identificação dos anunciantes e aplicação a estes de questionário fechado. Todavia, é no questionário utilizado por Oracy Nogueira no seu inovador estudo

10

Cf. BICUDO, Virginia Leone. Atitudes raciais de pretos e mulatos em São Paulo. São Paulo: Editora Sociologia e Política, 2010; NOGUEIRA, Oracy. Atitude desfavorável de alguns anunciantes de São Paulo em relação aos empregados de cor. Sociologia, v. IV, n. 1, 1942.

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sobre os tuberculosos, Vozes de Campos de Jordão, que podemos verificar o emprego do que Simões e Pereira (2007) chamaram de tarefas cognitivas. Neste estudo, Nogueira utilizou diversas técnicas de pesquisa, que incluíram

desde

a

observação

participante

e

histórias

de

vida

ao

“preenchimento de questionários/formulários em que se combinavam questões fechadas e abertas”, mobilizando “recursos metodológicos e teóricos das ciências sociais – na confluência da sociologia, da psicologia social e da antropologia social” (NOGUEIRA, 2009, p. 29). O objeto de Nogueira “foi o comportamento dos doentes declarados” (NOGUEIRA, 2009, p. 29) e como tal, os instrumentos de coleta elaborados por ele correspondiam a este objeto. Em um primeiro momento, Nogueira procura avaliar o comportamento dos indivíduos antes da doença, como expressa a pergunta “Antes de ficar doente, V.S. acreditava na cura da tuberculose”. Neste caso vê-se que a pergunta fornece referências temporais ao entrevistado – período anterior a doença - que lhe permite localizar em sua memória tal comportamento e elaborar a resposta esperada pelo entrevistador, em um esforço cognitivo. Esta pergunta é repetida mais a frente, com a diferença de que objetiva saber se o entrevistado, já doente, acredita na cura da tuberculose. Desta forma, Nogueira coloca as referências temporais e reafirma o seu problema de pesquisa, as experiências

sociais

e

psíquicas

do

tuberculoso,

verificando

se

os

comportamentos dos entrevistados se mantêm quando confrontados com diferentes situações de vida que impõe, naturalmente, novo contexto para o comportamento. Adiante, o autor volta-se para o comportamento do entrevistado no período em que já está doente. A pergunta “Depois que V.S. ficou doente, algum amigo ou conhecido evitou a sua companhia por esse motivo?”, busca verificar como o entrevistado percebe o comportamento das pessoas próximas a ele após a doença, em uma análise afinada com as teorias do interacionismo simbólico11, colocando o entrevistado na posição de observador e promovendo 11

Nogueira deixa claro na Nota para a Segunda Edição que a “inspiração teórica incluía o interacionismo de George Herbert Mead e da chamada Escola Sociológica de Chicago, cujo principal expoente era Robert Park” (NOGUEIRA, 2009, p. 29). Ainda sobre este aspecto vale citar: “A análise de Nogueira articula, assim, as dimensões sociais e subjetivas da doença; desvenda as regras e hierarquias dos diferentes contextos de sua experiência; expõe os valores e conflitos, os modos próprios de pensar, sentir e agir característicos desse mundo segregado. O livro [Vozes de Campos do Jordão] nos faz antever a elaboração sociológica da

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um exercício de reflexão sobre os seus valores passados e presentes dentro de um conflito que os indivíduos estigmatizados vivem em uma sociedade estigmatizante. Apesar de ter um número grande de questões abertas, o que dificulta a codificação das respostas e faz com que o questionário de Nogueira esteja mais próximo de um questionário estruturado de entrevista, é possível avaliá-lo como um instrumento padronizado, visto que as perguntas não são modificadas conforme o entrevistado e, em muitos casos, foi auto-aplicado, não permitindo ao pesquisador intervir no decorrer da pesquisa. Em todo caso, as perguntas elaboradas responderam aos critérios da perspectiva cognitiva: linguagem acessível; recursos temporais que facilitassem o entendimento do contexto da pergunta; alternativas cabíveis com o propósito da pergunta; o que foi realizado com perspicácia pelo autor, que conseguiu apreender o universo do entrevistado (conhecimento específico do tema) e traduzi-lo em perguntas objetivas. Problemas de tipo enfrentado por Nogueira nos anos 1940 continuam a se colocar na atualidade. Há pouco tempo os autores deste ensaio foram confrontados com o desafio de propor um questionário para uma pesquisa realizada para o Governo do Estado de São Paulo12. Utilizando-nos da perspectiva cognitiva, procuramos verificar se as dimensões temáticas previamente elaboradas consideravam o repertório cultural dos entrevistados, fornecendo os marcos temporais específicos, auxiliando os entrevistados na recuperação da memória e na elaboração de respostas pertinentes e condizentes com o enunciado da questão. A pesquisa tratava de levantar a opinião do entrevistado, isto é, a atitude sobre eventos futuros. Uma dimensão a ser mensurada, nos termos do Estado, era “medidas para aumento da disponibilidade hídrica e da proteção e recuperação de mananciais”. Agregava-se a isto a necessidade de dizer, na opinião do entrevistado, qual a probabilidade de melhora dos serviços desta dimensão em 30 anos e o quanto ele achava esta questão pertinente. noção de estigma, feita mais tarde por Erving Goffman para dar conta dessas formas peculiares da distância e do preconceito social.” (CAVALCANTI, 2009, p.13-14). 12 A pesquisa foi realizada no contexto de um projeto sobre perspectivas futuras de desenvolvimento da região macrometropolitana de São Paulo em 2012 pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo por meio de contratação pela Secretaria do Desenvolvimento Metropolitano do Governo do Estado de São Paulo.

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É importante ressaltar que o público desta pesquisa consistia em moradores da Região Macrometropolitana de São Paulo a serem entrevistados em pontos de fluxo. Desta forma, todo e qualquer morador da região, independente de seu nível de escolaridade, tinha alguma chance de ser entrevistado. Eram dois os desafios, portanto: transformar os termos do Estado em termos cognitivamente apreensíveis aos entrevistados e fazê-los compreender que queríamos a sua opinião sobre a probabilidade de melhora nos serviços nos próximos 30 anos, bem como que importância ele dava a este serviço. O desafio de transformar os termos do Estado em um enunciado amplamente

cognoscível

nos

fez

novamente

utilizar

da

vigilância

epistemológica, colocando-nos em contato com o universo do entrevistado, procurando palavras cabíveis tanto para um analfabeto quanto para um doutor. Este esforço gerou um enunciado explicativo que traduziu “medidas para aumento da disponibilidade hídrica e da proteção e recuperação de mananciais” na seguinte proposição “daqui há 30 anos, é (muito provável, provável, razoavelmente provável, pouco provável e improvável) que os rios, lagos e represas de sua região (do lugar que você mora) estarão mais limpos e protegidos da poluição?”. Com esta questão, registramos a probabilidade, na opinião do entrevistado, sobre a melhoria deste recurso. Daí, para medir o grau de importância que o entrevistado atribuía a esta variável, bastava perguntar: de 0 a 10 o quanto ele achava importante que estas transformações ocorressem. Era reforçado ao entrevistado que, nesta escala, 0 significava ‘nada importante’ e 10, ‘muito importante’. Este resultado só foi possível quando os pesquisadores colocaram-se na posição de entrevistados, verificando até que ponto as perguntas previamente elaboradas poderiam ou não ser entendidas pelo público alvo da pesquisa. Ressaltamos, assim, que independente da nossa posição em relação ao público alvo (conhecidos ou desconhecidos), do nosso conhecimento sobre o tema, da inserção que temos no campo a ser pesquisado, é preciso um esforço contínuo de vigilância epistemológica, evitando que as perguntas de nossos instrumentos de coleta sejam enviesadas ou incompreensíveis àqueles quais se destina a pesquisa.

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Considerações finais Em nossa visão os argumentos desenvolvidos até aqui devem servir de guias importantes no momento de lecionar disciplinas metodológicas e de pesquisa em cursos superiores de ciências sociais ou áreas afins. Resumimos estas guias didáticas, que podem nortear o trabalho docente, em quatro pontos: i) desmistificar a contraposição que ainda persiste entre os métodos qualitativos e quantitativos; ii) possibilitar aos alunos um constante exercício de vigilância epistemológica, ao questionar a sua posição na sociedade, em relação ao objeto e aos procedimentos de pesquisa; iii) mobilizar técnicas de pesquisa que auxiliem na operacionalização dos objetivos de pesquisa, permitindo a resolução dos problemas de pesquisa e a validação das hipóteses; e iv) refletir sobre a objetividade do conhecimento nas ciências sociais, no sentido de entender que a valoração faz parte tanto do nosso, mas principalmente, do universo do entrevistado, que deve ser compreendido como alguém com vontades, paixões, quereres e, que por tal, precisa ter estes considerados na concepção de cada um dos passos da pesquisa. Ou seja, independente da técnica de pesquisa empregada, a sensibilidade e a criatividade são imprescindíveis.

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