Gonçalo Afonso: mestre canteiro do Real Mosteiro de Alcobaça e das Reais Obras de Mafra no século XVIII

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Jornal da Golpilheira

. história .

Fevereiro de 2016

.história. Miguel Portela Investigador

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IMAGENS 1. Capela-mor do Mosteiro de Alcobaça. Postal ilustrado. 2. Claustro de D. Dinis. Postal ilustrado do Mosteiro de Alcobaça.

Gonçalo Afonso: mestre canteiro do Real Mosteiro de Alcobaça e das Reais Obras de Mafra no século XVIII No intenso circuito da atividade artística que se verificou nos Coutos de Alcobaça durante os séculos XVII e XVIII, salientamos o nome de Gonçalo Afonso, filho de Pedro Fernandes e de Domingas Gonçalves, que, no registo de seu casamento, asseverava ter nascido no sítio do Sobral e batizado na Igreja de Santa Maria de Sarraquinhos, concelho de Montalegre (doc. 1). As principais referências documentais a Gonçalo Afonso surgem em assentos de batismo da paróquia de Maiorga, onde figura como padrinho, como é o caso do batismo de Maria, filha de João de Figueiredo, oficial de carpinteiro, e de sua esposa Joana Vieira, celebrado a 8 de dezembro de 1714, sendo Gonçalo apontado como pedreiro assistente nessa vila (A.D.L., Livro de Batismos de Maiorga [1698-1720], Dep. IV-25-D-13, at. n.º 1, fl. 72-72v); também no batismo de Gonçalo, filho de Domingos de Almeida, almocreve, e de sua mulher Maria de Figueiredo, celebrado a 5 de janeiro de 1716, onde é citado como pedreiro (Ibidem, at. n.º 3, fl. 73); e no batismo de Josefa, filha de Manuel de Sousa e de sua consorte, Isabel Vieira, celebrado a 21 de maio de 1719, onde é também referenciado como pedreiro (ibidem, at. n.º 1, fl. 89v). Ficámos, assim, a saber que Gonçalo Afonso, no período de 1714 a 1719, residia e obrava em Maiorga, praticando o seu ofício de pedreiro presumivelmente nas obras de renovação da Igreja de S. Lourenço, que decorriam nessa< época. Gonçalo Afonso é mencionado enquanto testemunha na escritura pública da empreitada dessa obra, lavrada a 23 de julho de 1717, entre o «Reverendo vigario Manoel Ferreira e Souza vigario desta villa e João Lobo o moso reitor do Senhor e mais Jozeph Lobo escrivam da dita confraria e o tesoureiro Francisco Carvalho e os mais irmãos da mensa» e os oficiais de pedreiro António da Silva Coelho, morador nessa vila, e Manuel da Silva Coelho, morador na Quinta da Mata em Alcobaça, pelo valor de 100 000 réis. (A.D.L., Livro Notarial de Maiorga, Dep. V-2-C-23, fls. 15-18). Reavivamos o facto de António da Silva Coelho ter sido matrimoniado com Margarida Rodrigues, tendo perecido a 31 de outubro de 1719 e sepultado junto ao caixão do Senhor na Igreja de S. Lourenço de Maiorga (A.D.L., Livro de Óbitos de Maiorga, Dep. IV-25-D-57, at. n.º 2, fl. 11v). Alcançámos, ainda, que nesse período, justamente a 14 de maio de 1716, exercitava o cargo de mestre-de-obras de Alcobaça um freire de S. Bernardo de nome Fr. Bartolomeu de Figueiredo, que se achava, nessa data, em Maiorga, o que nos leva a crer numa proximidade estreita entre os oficiais das obras do Real Mosteiro de Alcobaça e os oficiais que exerciam a sua arte em Maiorga - identificámos diversos artistas que daqui partiram para obrar no Real Mosteiro de S. Bernardo, mormente Gonçalo Afonso e João de Figueiredo (A.D.L., Livro de Batismos de Maiorga [1698-1720], Dep. IV-25-D-13, at. n.º 1, fl. 75). Assim, registamos a presença de Gonçalo Afonso, a 15 de setembro de 1721, em Alcobaça, onde, na Igreja do Santíssimo Sacramento, desposou Josefa Maria, por vezes referida como Josefa de Faria, natural desta vila, filha legítima de Manuel Correia e de sua esposa Maria de Faria. Reconhecemos, por via deste registo que havia sido interposto impedimento por parte de Isabel Rodrigues, da Castanheira (Cós), para que ambos não casassem. Porém, o Vigário Geral dissolveu por sentença tal requerimento, autorizando essa celebração (doc. 1). Desse consórcio nascera a 28 de fevereiro de 1723 Maria, batizada a 19 de

março desse ano, comparecendo como padrinhos Luís da Silva da Fonseca (como procurador do Doutor Fr. Francisco Caetano, religioso de S. Bernardo) e Maria do Desterro, cônjuge de Francisco de Oliveira. Atestamos, ainda, o nascimento de dois outros filhos, nomeadamente uma menina, que foi batizada em casa pela parteira, a 29 de dezembro de 1724, e que logo faleceu, e um rapaz, a quem foi posto o nome de António, e que foi batizado a 6 de abril de 1726, assistindo como padrinhos Silvério da Silva Fonseca (como procurador de D. Francisco de Almeida) e Luís da Silva Fonseca (como procurador de Luísa Maria de Melo, residente em Évora de Alcobaça) (doc. 2, 3 e 5). A 27 de setembro de 1724, em Alcobaça, Gonçalo Afonso, enquanto padrinho de batismo de José, filho de Manuel de Brito, oficial de carpinteiro, e de sua esposa Mariana da Conceição, surge mencionado como lavrante de pedra (doc. 3). Asseveramos o facto de Josefa Maria, esposa de Gonçalo Afonso, moradora na Porta de Fora, ter expirado a 17 de agosto de 1727, tendo sido sepultada na Igreja Matriz de Alcobaça (doc. 6). Em Alcobaça, a 26 de março desse ano, Josefa havia sido madrinha de batismo de Manuel, filho de João de Matos e de sua cônjuge Luísa Maria, também chamada Luísa Marques (A.D.L., Livro de Batismos de Alcobaça [1703-1727], Dep. IV24-A-4, at. n.º 1, fl. 139v). Achamos Gonçalo Afonso, a 23 de outubro de 1729, como padrinho de batismo de Josefa, filha de João de Matos e de sua esposa Luísa Marques. Facto relevante, este, uma vez que Gonçalo Afonso veio anos mais tarde a casar com uma irmã de Josefa (doc. 7). Reconhecemos, uma vez mais, que a 15 de maio de 1731 foi lavrada na vila de Maiorga, em escritura pública, uma procuração de João de Figueiredo, carpinteiro, que outorgava ao seu amigo Gonçalo Afonso, oficial de canteiro, nessa data assistente nas Reais Obras de Mafra, poderes para que «no caso em que se fassa pagamento como se elle outorgante prezente fora possa cobrar e arrecadar tudo o que dereitamente lhes pertencer de servisso de seu oficio que se lhes está a dever nas ditas Reais Obras e de tudo dar recibo ou asignar em quaisquer termos que necessarios forem por elle» (doc. 8). Pela leitura desta procuração, confirmamos que ambos praticaram o seu ofício nas Reais Obras de Mafra. Sabemos, também, que a 6 de abril de 1732 fenecera Joana Vieira, consorte de João de Figueiredo, tendo sido enterrada no adro da Igreja de S. Lourenço em Maiorga (A.D.L., Livro de Óbitos de Maiorga [1712-1732], Dep. IV-25-D-57, at. n.º 2, fl. 48). Entre agosto de 1732 e fevereiro de 1733 temos conhecimento de que foram pagos ao «mestre Gonsallo Afonsso do feytio de tres frestas e meter pedraria e meyo moyo de cal e sette homens de servir como se vio por sertidam jurada do mesmo mestre treze mil e quinhenttos e noventa» (A.D.L., Confraria de Nossa Senhora do Rosário, Livro de Receita e Despesa da Irmandade do Rosário [1710-1739], Dep. VI-2-B-5, fl. 116v, publicado por PORTELA, Miguel - “As obras setecentistas na Igreja de Nossa Senhora do Rosário das Caldas da Rainha”, in Jornal da Golpilheira, Diretor: Luís Miguel Ferraz, Ano XIX, Edição 221, novembro de 2015, p. 17). A 28 de setembro de 1732, em Alcobaça, achamos Gonçalo Afonso e Josefa Maria, filha de João de Matos e de Luísa Marques, como padrinhos de batismo de Manuel, filho de Manuel Dias e de Josefa da Silva (A.D.L., Livro de Batismos de Alcobaça [1727-1744], Dep. IV24-A-5, at. n.º 1, fl. 34v). De igual modo,

sabemos que a 1 de dezembro de 1732 falecera Maria de Faria, viúva, mãe de Josefa de Faria, ou seja, sogra de Gonçalo Afonso, tendo sido sepultada na Igreja Matriz de Alcobaça (doc. 9). Voltamos a encontrar Gonçalo Afonso, viúvo, morador em Alcobaça, a contrair novo matrimónio, a 9 de agosto de 1733, com Maria Josefa, irmã de Josefa Maria, ambas filhas de João de Matos e de Luísa Marques (doc. 10). Neste contexto, relembramos que João de Matos, natural de Celas, freguesia da Sé de Coimbra, filho de Manuel João e Isabel Francisca, contraiu matrimónio na Igreja Matriz de Alcobaça a 1 de novembro de 1710 com Luísa Maria da Conceição, filha de Domingos João Raposo e de Catarina Maques, ambos de Alcobaça (A.D.L., Livro de Casamentos de Alcobaça [1673-1733], Dep. IV-24-A-41, at. n.º 1, fl. 79v). A 4 de outubro de 1733, Gonçalo Afonso e sua esposa surgem como padrinhos de batismo de Manuel, filho de João de Matos e de Luísa Maria, ou seja, cunhado e irmão do batizado, respetivamente (A.D.L., Livro de Batismos de Alcobaça [1727-1742], Dep. IV-24-A-5, at. n.º 2, fl. 42). Do consórcio entre Gonçalo Afonso e Maria Josefa nascera Luísa, que veio a perecer a 29 de julho de 1738, tendo sido sepultada na Igreja do Santíssimo Sacramento de Alcobaça (doc. 11). Será imprescindível, num futuro próximo, prosseguir a aprofundar o conhecimento das relações sociais deste grupo de artistas por forma a abarcarmos o modo como aprendiam e executavam a sua arte e assim alcançarmos como interagiam com outros mestres e oficiais de profissão. A presença de Gonçalo Afonso, oficial de canteiro, e de João de Figueiredo, oficial de carpinteiro, na região de Alcobaça, assim como de muitos outros artistas, revela a proliferação de empreitadas artísticas estimuladas pelo dinamismo estético da época levado a efeito pelas instituições religiosas nesse território, particularmente do Real Mosteiro de Alcobaça.

Apêndice documental Documento 1 1721, setembro, 15, Alcobaça - Registo de casamento de Gonçalo Afonso e de Josefa de Faria. Arquivo Distrital de Leiria (A.D.L.), Livro de Casamentos de Alcobaça [1673-1733], Dep. IV-24-A-41, at. n.º 1, fl. 108. [fl. 108] < Gonsalo Afonso com Jozepha de Faria > Em os quinse dias do mes de septembro de mil e setecentos vinte e hum annos por mandado do Doutor Jozeph Ferreira Pacheco vigario geral da nobre villa de Obidos e todo seu Arcediagado do Patriarchado de Lisboa Occidental se casarão por palavras de prezente in facie ecclésia em esta Parochial do Sanctissimo Sacramento da villa de Alcobaça e na minha prezença e das testemunhas abayxo asignadas e de outras mais pessoas que estavão prezentes precedendo as diligencias necessarias na forma da Constituição e Sagrado Consilio Tridentino Gonsalo Afonso que dis ser natural do lugar do Soberal termo da villa de Monte Alegre do Arcebispado da cidade de Braga, e de prezente morador nesta villa de Alcobaça filho legitimo de Pedro Fernandez e de Domingas Gonçalvez. Baptizado na Igreja de Santa Maria do lugar de Sarraquinhos e deu fiança os banhos com Jozepha de Faria filha legitima de Manoel Correa defunto e de Maria de Faria natural e moradora em a dita villa de Alcobaça freguezia do Sanctissimo Sacramento adonde a contrahente foy baptizada e nos banhos ouve impedimento que lhe pos Isabel Rodriguez da

Castanheira termo da villa de Cóz, e se deisolverão por sentença do Doutor Vigario Geral e por verdade fis este asento que asigney dia, mes, e anno ut supra. O vigario encommendado.O Padre Pedro Gonçalves Pereira.

Melo moradora na villa de Evora tocou em seu nome com procuração bastante Luis da Sylva de Afoncequa, de que fis o prezente acento, que asigney dia mes e anno ut supra o encomendado. O Padre Pedro Gonçalves Pereira.

Documento 2 1723, março, 19, Alcobaça - Registo de batismo de Maria filha de Gonçalo Afonso e de sua esposa Josefa de Faria A.D.L., Livro de Batismos de Alcobaça [1703-1727], Dep. IV-24-A-4, at. n.º 1, fl. 112v.

Documento 6 1727, agosto, 17, Alcobaça - Registo de óbito de Josefa Maria, esposa de Gonçalo Afonso. A.D.L., Livro de Óbitos de Alcobaça [1709-1735], Dep. IV-24-B-2, at. n.º 3, fl. 77v.

[fl. 112v] < Maria > Em os desanove dias do mes de março de mil setecentos e vinte e tres baptisey solemnemente e pus os Santos oleos a Maria que nasceo em vinte e outo de fevereiro da dita era filha legitima de Gonsalo Afonso e de sua molher Jozepha de Faria foy padrinho o Doutor Fr. Francisco Caetano Religiozo de S. Bernardo tocou em seu nome com procuração bastante Luis da Sylva de Afoncéqua. Madrinha Maria do Desterro molher de Francisco de Oliveira de que fis o prezente que asigney dia, mes, e anno ut supra. O vigario encomendado. O padre Pedro Gonçalves Pereira.

[fl. 77v] < Jozepha de Faria. Fes tres officios de 3 - liçoens e satisfes > Em os dezassete dias do mes de agosto de mil e setesentos e vinte e sete faleceo Jozepha de Faria com todos os sacramentos a qual era molher de Gonsallo Afonço que mora a Porta de Fora e foi sepultada na igreja matris desta villa de que fis este termo que asignei. Mes e anno ut supra. O vigario encomendado. O Padre Manoel Amado Coelho Declaro que a Santa unção foi dada a preça [sic].

Documento 3 1724, setembro, 27, Alcobaça - Registo de batismo de José filho de Manuel de Brito, carpinteiro, e de sua esposa Mariana da Conceição, onde surge como padrinho Gonçalo Afonso, lavrante de pedra. A.D.L., Livro de Batismos de Alcobaça [1703-1727], Dep. IV-24-A-4, at. n.º 1, fl. 121v. [fl. 121v] < Joseph > Em os vinte e sete de septembro de setecentos e vinte e quatro annos baptizey solemnemente, e pus os Santos Olios a Joseph que nasceo em trese do dito mes filho legitimo de Manoel de Brito carpinteiro e de Marianna da Conceição sua molher foy padrinho Gonçalo Afonso lavrante. Madrinha Maria Rodriguez molher de Antonio de Sousa todos fregueses de que fis o presente acento; que asigney dia mes e anno ut supra o encommendado. O Padre Pedro Gonçalves Pereira. Documento 4 1724, dezembro, 29, Alcobaça - Registo de óbito de uma filha de Gonçalo Afonso e de Josefa Maria. A.D.L., Livro de Óbitos de Alcobaça [1709-1735], Dep. IV-24-B-2, at. n.º 3, fl. 100v. [fl. 100v] < Huma menina de Gonsalo Afonso. Baptisada em casa pella parteira e logo faleçeo, foy sepultada na Igreja Matrix. > Em os vinte nove dias do mes de dezembro de mil e setecentos e vinte quatro annos faleceo huma menina de Gonçalo Afonso e de Jozepha de Faria depois de a baptizar a parteira a qual examiney: foy enterrada na Igreja Matris de que fis este acento que asigney dia mes e anno ut supra. O encommendado. O Padre Pedro Gonçalves Pereira. Documento 5 1726, abril, 6, Alcobaça - Registo de batismo de António filho de Gonçalo Afonso e de sua esposa Josefa de Faria. A.D.L., Livro de Batismos de Alcobaça [1703-1727], Dep. IV-24-A-4, at. n.º 1, fl. 132v. [fl. 132v] < Antonio > Em os seis dias do mes de abril de mil setecentos e vinte seis annos baptisey solemnemente e pus os Sanctos olios a Antonio filho legitimo de Gonçalo Afonso e de Jozepha de Faria sua molher. Foy padrinho D. Francisco de Almeyda tocou em seu nome seu sobrinho Silverio da Sylva de Afoncequa < com procuração bastante >; Madrinha Luiza Maria de

Documento 7 1729, outubro, 23, Alcobaça - Registo de batismo de Josefa, filha de João de Matos e de sua esposa Luísa Marques, de quem foi padrinho Gonçalo Afonso, viúvo. A.D.L., Livro de Batismos de Alcobaça [1727-1742], Dep. IV-24-A-5, at. n.º 1, fl. 14. [fl. 14] < Jozepha > Em os vinte e tres dias do mes de outubro de mil e setessentos e vinte e nove annos baptizei solenemente e pus os Santos oleos a Jozepha que nasceo em nove do dito mes filha de Joam de Matos e de Luiza Marques moradores na Porta de Fora. Foram padrinhos Gonsallo Afonsso veuvo e Ilena filha de Joam Pereira e de sua molher Tareza Rodrigues todos desta freguezia do Santissimo Sacramento de que fis este termo que asignei, dia mes e anno ut supra em abzencia do proprietario. Manoel Amado Coelho Documento 8 1731, maio, 15, Maiorga - Procuração feita por João de Figueiredo, carpinteiro, morador na vila de Maiorga a Gonçalo Afonso, canteiro, assistente nas Reais obras de Mafra. A.D.L., Livro Notarial de Maiorga, Dep. V-2-C-26, fls. 65v-66. [fl. 65v] Procuração que faz João de Figueiredo carpinteiro desta villa a Gonçallo Afonsso oficial de canteiro assistente nas Reais obras de Mafra. Em nome de Deos amem. Saybam quantos este publico instromento de procuração bastante ou como em dereito milhor lugar tiver e dizer se possa a fim de valer virem que no ano do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil e cetecentos e trinta e hum annos aos quinze dias do mes de mayo do dito anno nesta villa de Mayorgua e cazas de moradas de mim taballião donde estavão prezente João de Figueiredo oficial de carpinteiro e morador nesta villa o qual he pessoa conhecida de mim taballiam e das testemunhas abaixo nomeadas e no fim desta procuração asignadas e logo ahi por elle me foy dito perante as outras testemunhas que elle fazia ordenava e instituia por seu cargo e em todo bastante procurador a Gonssallo Afonsso oficial de Canteiro e assistente nas Reais obras de Mafra para que o dito seu procurador no caso em que se fassa pagamento como se elle outorgante prezente fora possa cobrar e arrecadar tudo o que dereitamente lhes pertencer de servisso de seu oficio que se lhes está a dever nas ditas Reais Obras e de tudo dar recibo ou asignar em quaisquer termos que necessarios forem por elle outorgantes como se a tudo elle estivera prezente para o que lhes dava e concedia todos os

poderes em dereyto necessarios e a tudo asim comprir obrigava sua pessoa e bens moveis e de rays em fee e testemunho de verdade asim o louvou e outhorgou e de tudo mandara ser feyto este publico instromento nesta nota e della dar hum treslado ao dito seu procurador e quantos nes // [fl. 66] necessario lhes forem desta nota e theor o quoal instromento eu tabaleão aceyto hem nome dos abzentes a quem deva e possa sendo a tudo por testemunhas prezentes Pedro Leão oficial de sapateiro e Manoel Ferreyra oficial de pedreiro anbos desta villa que aqui asignarão com o outorgante. E eu Manoel Ignacio de Macedo taballião que o escrevy. Manoel Ferreira João de Figueiredo Pedro Lião Documento 9 1732, dezembro, 1, Alcobaça - Registo de óbito de Maria de Faria, sogra de Gonçalo Afonso. A.D.L., Livro de Óbitos de Alcobaça [1709-1735], Dep. IV-24-B-2, at. n.º 2, fl. 120v. [fl. 120v] < Maria de Faria viuva. Fes hum officio de 3 liçoens. Satisfeito > Em o primeiro de dezembro de mil settecentos e trinta e dous faleceo da vida prezente com todos os sacramentos Maria de Faria da Porta de Fora sogra de Gonsallo Affonço e foi seo corpo sepultado na matriz desta villa de que fiz este assento deste dia mes e anno ut supra. O vigario Jozeph de Almeida Brandão. Documento 10 1733, agosto, 9, Alcobaça - Registo de casamento de Gonçalo Afonso e de Maria Josefa. A.D.L., Livro de Casamentos de Alcobaça [1673-1733], Dep. IV-24-A-41, at. n.º 2, fl. 143. (O documento encontra-se rasgado na margem superior direita, pelo que restituímos algumas palavras). [fl. 143] < Gonsallo Affonso com Maria Jozepha > Aos nove de agosto de mil settecentos e trinta e tres nesta Parochial do Sanctissimo Sacramento da villa de Alcobaça na minha prezença e das testemunhas Francisco de Oliveira e Bernardo de Almeida desta mesma villa e outras que prezentes estavão servata in omnibus Concilio Tridentino forma in facie ecclesie se receberão por marido e mulher Gonsallo Affonso official de pedreiro viuvo de sua primeira mulher Jozepha de Faria morador nesta freguezia filho de Pedro Fernandez e de // [fl. 143v.] [sua molher] Domingas Gonsalves ja defunctos todos, [moradores] na freguesia de Sancta Maria de Sarraquinhos [termo da] villa de Monte Alegre Arcebispado de Braga com Maria Jozepha baptizada e moradora nesta freguezia filha de João de Matos e de Luiza Marques sua molher seu pay natural de freguesia da Se de Coimbra e sua may desta mesma freguezia de que fiz este assento que asignei com as testemunhas asima declaradas, deste dia mes e anno ut supra. O vigario Jozeph de Almeida Brandão. Documento 11 1738, julho, 29, Alcobaça - Registo de óbito de Luísa, filha de Gonçalo Afonso e de Maria Josefa. A.D.L., Livro de Óbitos de Alcobaça [1735-1749], Dep. IV-24-B-3, at. n.º 2, fl. 21. [fl. 21] < Luiza innocente > < Paes Gonsallo Affonço e Maria Jozefa > Aos vinte e nove de julho de mil e settecentos e trinta e outo falleceo Luiza innoçente filha ligitima de Gonsallo Affonso e de Maria Jozepha da Porta de Fora. Foi seu corpo sepultado na Matris do Santissimo Sacramento de que fiz este assento que asiney. Joze de Almeida Brandão.

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