GOVERNO TEMER: Céticos e Otimistas - Ihering Guedes Alcoforado
O economista Samuel Pessoa (SP) em artigo publicado na Folha de São Paulo em 20/03/2016 revela-se cético com relação a um provável governo Temer e, apresenta com uma dupla justificativa: a magnitude do desafio associado ao rombo fiscal, e do capital político necessário para seu enfrentamento.
O astronômico rombo fiscal deve-se ao fato que nossos problemas, segundo SP e. com o que concordo, não se resumem à corrupção, eles se devem, principalmente, a uma série de benefícios, regimes especiais, isenções e privilégios, com variados graus de legitimidade, que foram adicionados à legislação e, que de algum modo beneficia a quase todos os brasileiros. De forma que um provável Governo Temer, mesmo com o apoio de sólida base parlamentar, não terá, aina segundo SP. o capital político suficiente para redesenhar nosso Estado.
O capital político necessário para enfrentar o desafio aludido acima, só poderá ser construído, segundo SP, num processo eleitoral que trate deste tema de forma explícita, esquecendo-se que na última campanha presidencial, o Aécio Neves não perdeu a oportunidade de chamar atenção para este problema e a necessidade de equacioná-lo , enquanto a Dilma não só negava a existência do problema, por meio da manipulação de informações, fato amplamente denunciado durante a eleição; como atacava de forma odiosa as propostas de solução de forma subliminar com as imagens da comida sumindo do prato dos mais humildes.
Em função do exposto acima, concordo com SP que um provável Governo Temer, mesmo com o apoio de solida base parlamentar, não terá condições de resolver nossos problemas estruturais, e, duvido que o experiente e equilibrado Temer tenha esta pretensão. Mas discordo de SP e sou cético que eleições presidenciais com as atuais regras, assegurem o capital político necessário a implementação das reformas.
Enfim, não sou cérico com um Governo Temer, acredito que com sua experiência de constitucionalista e de parlamentar, lhe propicia as condições para comandar um processo de redesenho das nossas instituições, implementando mudanças nas "regras do jogo", inicialmente, no âmbito eleitoral, por meio de uma reforma que evite a repetição dos estelionato eleitorais forjado pelo marketing político, a exemplo do que levou Dilma a presidência.
A reforma eleitoral é uma condição necessária para que possamos transformar nossas eleições num processo educativo, de tomada de consciência dos problemas e suas soluções, criando-se as condições para que se possa eleger um parlamento e um presidente suficientemente forte e comprometido com as reformas estruturais. Reformas necessárias e e imprescindíveis para que possamos não só manter, mas ampliar o padrão de vida da nossa população. Com as regras atuais é só convocar um presidiário, tipo João Santana, para melar o jogo e termos no planalto um novo impostor.
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Enfim, acredito que o Governo Temer possa fazer para o jogo político o que o Governo Itamar fez para o jogo econômico: criar regras que permita um jogo limpo.
Ihering Guedes Alcoforado (
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