Guerra Aérea Remota: a revolução do Poder Aéreo e as oportunidades para Portugal. Fronteira do Caos, 2013.

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A revolução do Poder Aéreo e as oportunidades para Portugal

A Direção Editorial Revista de Ciências Militares Instituto de Estudos Superiores Militares Lisboa, Portugal [email protected]

Guerra Aérea Remota - SUGESTÃO DE LEITURA

Guerra Aérea Remota

O Instituto de Estudos Superiores Militares (IESM) realizou no dia 26 de setembro de 2013, pelas 17h30, no Anfiteatro General Ivens Ferraz, o lançamento do livro “A Guerra Aérea Remota – A revolução do Poder Aéreo e as oportunidades para Portugal” da autoria do Tenente-coronel Piloto Aviador João Vicente e publicado pela Editora Fronteira do Caos. Este livro resulta da investigação realizada pelo autor durante o programa de doutoramento em Relações Internacionais, concluído com a defesa pública dia 24 de julho último, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Para além da relevância natural que tem o lançamento de um livro científico, esta obra tem uma importância acrescida para o IESM porque é o primeiro livro que resulta da investigação conduzida no âmbito de um Projeto de Investigação, nascido e concretizado no Centro de Investigação de Segurança e Defesa do IESM (CISDI) ao longo dos últimos três anos, e numa área do conhecimento que a este Instituto é tão cara, as Ciências Militares. Este projeto subordinado ao tema “Unmanned Aircraft Systems (UAS): tendências internacionais e o caso nacional”, é um de quatro projetos que englobam um Programa de Investigação mais alargado acerca da “Transformação do Poder Aeroespacial”, que será concluído em dezembro próximo, com a divulgação dos resultados neste Instituto, numa edição em parceria do IESM com a Fronteira do Caos e a Força Aérea Portuguesa. A obra do Tenente-coronel João Vicente merece uma leitura aprofundada, numa ótica das Ciências Militares, uma vez que representa um contributo inovador para a análise da Guerra na sua vertente mais tecnófila: a Guerra Aérea. E num registo prospetivo: a Guerra conduzida à distância, hoje, ainda por homens, mas num futuro não tão longínquo, com contornos embrionários de Guerra Aérea Autónoma, conduzida por máquinas e ameaçando remeter o homem para funções acessórias no ciclo de decisão. O nível de ambição estabelecido para a investigação consistiu na avaliação da situação presente, de forma a formular sugestões de processos que conduzam ao futuro desejado. E para isso, foi empregue uma perspetiva pragmática que encara as problemáticas de Relações Internacionais como uma ferramenta de apoio à decisão política. Logo, como um instrumento

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prospetivo que através do conhecimento do passado, informa as decisões do presente, e ajuda a formular ações estratégicas futuras. Numa forma sintética, este nível de ambição foi concretizado através da análise em torno de quatro objetivos nucleares. Em primeiro lugar, registar o momento crítico da mudança e compreender quais as tendências futuras. Em segundo lugar, indagar acerca das implicações políticas, éticas, legais, da natureza e carácter da Guerra, resultantes do emprego de sistemas aéreos não tripulados. Em seguida, efetuar uma análise prospetiva de como estas alterações poderão alterar a forma de emprego e a eficácia do Poder Aéreo. Por fim, consubstanciar uma visão prospetiva e avançar recomendações holísticas que enformem a transformação do Poder Aéreo nacional, no sentido de aumentar a sua relevância enquanto instrumento da política. Este livro pretende por isso, retratar a situação presente e lançar um olhar crítico, mas devidamente sustentado, acerca de uma tendência que mais cedo ou mais tarde irá transfigurar a forma como se desenvolve e emprega o Poder Aéreo. Ao procurar resposta para quais os diferenciadores estratégicos que concorrem para a preeminência futura desta modalidade, o autor sustenta que a Guerra Aérea Remota se revela como um modelo operacional imprescindível, irresistível, inevitável e em última análise irreversível, ameaçando transfigurar, num futuro não tão distante, a natureza da própria Guerra. O valor destas sugestões não reside na precisão da previsão, mas sim na determinação das tendências que permitem melhor informar o processo de decisão político, assim como possibilitar uma transformação de mentalidades acerca de cenários plausíveis. Assim, ao abordar as inovações tecnológicas e sociais futuras, este livro contribui para aumentar a capacidade de antecipar e responder a possíveis desafios e ao mesmo tempo explorar as oportunidades existentes. E neste sentido, fornece uma perspetiva de informação e consciencialização acerca de possíveis implicações para as Relações Internacionais. A exploração destas tendências, contextos e suas implicações, permite sugerir modalidades de ação estratégica para eventos futuros, moldando desta forma o pensamento estratégico sobre a Guerra. Esta obra ajuda também a preencher um vazio aparente na bibliografia e discussão nacional acerca do desenvolvimento e emprego de sistemas aéreos não tripulados. Ao considerar as implicações da Guerra Aérea Remota, o autor consegue prospetivar oportunidades, assim como desafios, que podem confrontar uma pequena potência como Portugal. É precisamente no domínio da realidade nacional, que o autor procura ser mais incisivo, apresentando propostas para um modelo edificador da capacidade UAS, sustentado por uma visão otimista e uma análise cuidada do ambiente estratégico, dos requisitos operacionais e das potencialidades nacionais no que diz respeito aos esforços de Investigação e Desenvolvimento de sistemas aéreos não tripulados. Assim, em vez de se constituírem como um fim em si mesmo, essas propostas procuram incentivar e provocar o debate nacional alargado. Será esse debate que apontará novas ideias e com elas, uma melhoria dos esforços nacionais neste domínio, acrescentando algo de novo ao conhecimento na área das Ciências Militares e do Poder Aéreo. Ficará ao cuidado dos leitores o juízo final sobre o sucesso desta intenção.

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