Hamas Propõe ao Hezbollah União Contra Israel

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Hamas propõe ao Hezbollah união contra Israel Author : Marli Barros Dias - Colaboradora Voluntária Categories : NOTAS ANALÍTICAS, ORIENTE MÉDIO, POLÍTICA INTERNACIONAL Date : 12 de fevereiro de 2015

Na última quarta-feira, 4 de fevereiro, Mahmoud al-Zahar, líder do Hamas na Faixa de Gaza, apelou à união com o Hezbollah na luta contra Israel. Esta proposta vem ao encontro de objetivos partilhados pelos dois grupos insurgentes, que têm Israel como inimigo comum . Há indícios de que o acordo proposto pelo Hamas poderá ser aceito pelo Hezbollah. Mahmoud al-Zahar não é o primeiro a acenar para uma proposta dessa natureza. Em julho de 2014, durante o conflito entre Hamas e Israel, o Secretário-geral do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, demonstrou apoio e afirmou estar ao lado do Hamas[1]. Em janeiro, através de carta enviada ao Hezbollah, Mohammed Deif, líder das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, o braço armado do Hamas, solicitou junto da resistência libanesa, a união contra Israel. O conteúdo da carta consiste em reafirmar que Israel é o inimigo comum para os dois grupos. Segundo o documento assinado por Deif, “o verdadeiro inimigo da nação é o inimigo sionista e todas as espingardas devem ser dirigidas contra ele. Todas as forças de resistência devem dirigir-se para a batalha vindoura como uma só”[2]. A declaração de Mahmoud al-Zahar reforça o pedido de Deif e demonstra uma certa coesão quanto à decisão tomada pelo partido islâmico da Palestina. Seguindo a mesma tendência de Deif, al-Zahar, ao falar para jornalistas, fez o seguinte apelo: “Pedimos a todas as frentes árabes, assim como da Síria e do Líbano que permitam [aos refugiados palestinos da Síria e do Líbano] estabelecer as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam em ordem a combater e resistir ao inimigo desde o norte da Palestina, e participar conosco na libertação da Palestina”[3].

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Atualmente, o Hamas está passando por algumas dificuldades dentro e fora da Palestina e necessita de apoio. Enquanto ramo da Irmandade Muçulmana, ele está a ser acusado de envolvimento com a insurgência terrorista no Egito, mais especificamente na Península do Sinai, onde estão baseados os militantes do Estado Islâmico na Província do Sinai [o antigo Ansar Bayt al-Maqdis][4], que têm, como propósito, tirar do poder o presidente Abdel Fattah el-Sisi. Esta situação levou o Egito a ser o primeiro país árabe a classificar uma organização palestina (Brigadas Izz ad-Din al-Qassan) como terrorista. Al-Zahar negou as acusações do Egito e afirmou que “nossas armas são sempre treinadas sobre o inimigo [Israel]”[5]. A união entre o Hamas e o Hezbollah supera as diferenças religiosas e o isolamento político e financeiro com parceiros tradicionais, como o Irã. O Hamas pretende reconquistar antigos laços, pois isto poderá fortalecê-lo no pós-conflito com Israel. Segundo informações, em dezembro de 2014, as relações com o Irã, principal fornecedor de apoio militar e financeiro do Hamas, foram restabelecidas[6]. Se a proposta do Hamas evoluir no sentido da união com o Hezbollah, o partido islâmico irá adquirir fôlego e Israel terá que enfrentar, simultaneamente, uma coalizão de forças insurgentes norte/sul mais fortalecida, o que levará a uma divisão das forças militares israelenses e exigirá novas estratégias, pois seu poderio aéreo não será eficaz nem sequer suficiente para deter a ofensiva radical que, de algum modo, agora se prefigura. --------------------------------------------------------------------------Imagem “Membros das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, Rafah, dezembro de 2011” (Fonte): http://cdn.timesofisrael.com/uploads/2013/06/F111214ARK02-e1370441072256.jpg --------------------------------------------------------------------------Fontes Consultadas: [1] Ver: http://www.jornal.ceiri.com.br/o-hezbollah-oferece-apoio-ao-hamas-e-jihad-islamica-palestinana-resistencia-contra-israel/ [2] Ver: http://www.reuters.com/article/2015/01/22/us-israel-palestinians-hezbollah-

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idUSKBN0KV1O920150122 [3] Ver: https://now.mmedia.me/lb/en/NewsReports/564790-hamas-official-wants-lebanon-front [4] Ver: http://www.jornal.ceiri.com.br/vaga-de-atentados-assola-a-peninsula-do-sinai/ [5] Ver: http://www.jpost.com/Opinion/Hamas-and-the-nexus-of-global-jihad-390182 [6] Ver: http://www.reuters.com/article/2015/01/22/us-israel-palestinians-hezbollahidUSKBN0KV1O920150122

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