Historicidade de estilos e épocas em questão

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Épocas de estilo e historicidades em questão

Eduardo Rennó Gomes

Quando lidamos com o modernismo brasileiro, vemos que algo se inicia ainda com pensadores do estilo que vigorava anteriormente e que já não vigora para os construtores, porém, quando chega algo externo ao seu argumento e ainda sofre com o aperto do recado de críticas, fica disposto a que se refere ao seu predicado mais próximo e que seja tão logo quanto existente o seu alienado ou corruptor. Este, caso venha a fazer proposta singela, o recado estará dado e tão logo se tornem parceiros irão construir também um novo formato de aparelho ou objeto que possa ser identificado como a peça-chave do momento que ficará por um tempo adormecida ou tão logo será posta à mostra e levada a leilão.

Neste caso, o leilão não os incomoda no grupo, mas abaixo, ao lado, ou acima em escala sócio-cultural incomoda um pouco, desde que seja feito com alguma sela ou selo que seja protetor.

O Modernismo brasileiro, que para alguns se inicia em 1917, com a exposição de Anitta Malfatti, para outros em 1922 com o Festival da Semana de Arte Moderna no Theatro Municipal, e para outros com artistas brasileiros regressando da Europa após aprendizado, deixa alguns aspectos de aborrecimento na sociedade e, assim por dizer, uma sela/selo é necessária pelo grupo corruptor ou grupo de agregamento.

Nesta época, havia concorrência e necessidade de organização de academias, e, de certa forma, alguns eram correligionários, outros eram apenas retratados. Isto gerava uma discussão e alguns estilos imperavam e outros ficavam meio que adormecidos por determinado tempo ou espera até que solicitassem que fosse urgente reacender a vontade de criação.
Sendo assim, se compararmos no modernismo literário brasileiro, assim como em outros, como o surrealismo francês, ou o futurismo português, veremos que havia um ponto de promessa e outro de acerto, diferente de algo que acontecia com o Dadaísmo, ou o Cubismo. Este, por sua vez, não fascinava ao primeiro olhar, mas, posteriormente, provocava sensação de um acordo entre as partes, sendo assim primo equivalente ao impressionismo e expressionismo e, já o abstrato derivado um pouco de algo sem forma, a princípio.
Veríamos então, no modernismo brasileiro, algo que buscava unir o útil ao agradável, e trazer uma nova interposição. Assim, recordava de seu passado ancestral e seu século passadisso. Assim, literariamente, a arte poética e literária se referia, ora ao simbolismo, ora ao parnasianismo, sem se esquecer de que deveria seguir sua cultura ancestral e sua narratividade.
Se tratarmos de verificar alguns poetas que até hoje são verificados, reconhecidos e agraciados pelo público receptor atual, teremos, ainda na Semana de Arte de 22, Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Oswald de Andrade, e, após os efeitos da Semana, viria Carlos Drummond e, a partir da década de '30, Cecília Meireles.

Então teríamos um Drummond ainda interiorano e Cecília ainda com uma certa vontade e apego ao que se olha e se vê, e os antecessores com certa atitude revolucionária, ainda que cada um a seu aspecto. O estilo e as referências da população ainda viriam a se definir após o certo ar de desprezo, gosto ou reconhecimento do que lhes seria desprezível, diferente ou referenciador.

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