Hostels a nova tendência do turismo urbano. O caso de estudo do centro histórico de Lisboa de 2005 a 2014

HOSTELS A NOVA TENDÊNCIA DO TURISMO URBANO O CASO DE ESTUDO DA BAIXA POMBALINA ENTRE 2005 E 2014 Sessão temática: Turismo e desenvolvimento regional Palavras-chave: Hostels; Baixa Pombalina; Turismo; Património; O turismo é um meio decisivo para o desenvolvimento económico de vários países. Porém, face a uma crise económica instalada na Europa, o sector hoteleiro tem sido obrigado a desenvolver diversas estratégias políticas e económicas de modo a adaptar os seus serviços aos estilos de vida actuais. Com o advento das companhias aéreas low cost, o acto de viajar tornou-se acessível para todas as idades. Como tal, as indústrias hoteleiras têm vindo a acompanhar este boom. Em Portugal, a influência de ideias oriundas de outros países europeus e o facto das companhias aéreas promoverem voos low cost originou a abertura de um novo modelo de alojamento: os hostels. A abertura de hostels é um fenómeno relativamente recente na capital, mas apesar disso tem contribuído para a regeneração da cidade de Lisboa. Desde a abertura do primeiro hostel (2005) até 2014 existem mais de 70 hostels distribuídos pela capital. O hostel é um tipo de alojamento procurado principalmente pelo segmento turístico jovem. Mas tem tido tal aceitação que já é notória a sua procura por turistas de todas as idades. Sendo que o património é um elemento de competitividade, um testemunho e um símbolo cultural da imagem que cada país exporta, a reabilitação urbana acaba tendo um papel importante no desenvolvimento urbano e na competitividade das cidades. As intervenções no

património destinadas ao mercado hoteleiro podem apresentar vantagens e desvantagens. Por um lado, a criação de hostels permite dar continuidade a estruturas edificadas e valoriza a sua memória histórica, evitando que os edifícios abandonados ou degradados, entregues somente às forças da natureza, acabem em ruína. Por outro lado, a alteração dos usos dos edifícios, poderá levar a intervenções mal executadas. Contudo, se o processo de reabilitação urbana tem como principal objectivo conservar o património, de forma a preservar a herança cultural para as gerações futuras, cabe às entidades responsáveis elaborar planos de intervenção tendo consciência e preocupação com o património. Procura-se neste estudo analisar o fenómeno dos hostels no contexto de Lisboa, mais especificamente no território da Baixa Pombalina. Para tal, pretende-se explorar a questão da reconversão dos usos na Baixa Pombalina actual, dado o contexto histórico, a memória urbana, a realidade social e económica, o aspecto ambiental e a identidade urbana que a caracteriza, incidindo no estudo sobre os casos de adaptação de edifícios a hostels e perceber como é que esta ocupação interfere no território da Baixa Pombalina. Neste sentido, os objectivos da investigação são a) identificar as características de um hostel na Baixa Pombalina; b) identificar quais os motivos e preferências de um individuo que fica alojado num hostel na Baixa Pombalina; c) identificar se a escolha do lugar a visitar se faz pela existência de hostels, d) Identificar se é possível aumentar a

atractividade da Baixa Pombalina adequando estratégias de reabilitação e revitalização urbana aos novos modos de vida contemporâneos sem lhe destruir a identidade. A metodologia utilizada para realizar esta investigação resulta a) da pesquisa bibliográfica, que compreende a revisão de literatura e revisão dos conceitos, através do recurso a um conjunto de fontes escritas, b) do trabalho de campo, que permite a recolha de informação in loco, através de observação participante em espaços de interconhecimento na Baixa Pombalina, a identificação e avaliação de hostels na zona da Baixa de Lisboa, através da visita aos mesmos, do uso de fotografias, da criação de fichas técnicas e da aplicação de entrevistas aos hóspedes dos hostels, aos residentes e trabalhadores na Baixa Pombalina, c) da organização dos dados e análise dos mesmos com recurso a tabelas e gráficos. Conclui-se que através da abertura de hostels, construindo sobre o construído, tem sido possível inverter a ideia de desertificação e de envelhecimento de algumas infra-estruturas e dinamizar a vida urbana na Baixa Pombalina.