Immanuel Kant e o criticismo como filosofia da liberdade

September 3, 2017 | Autor: Eustáquio Silva | Categoria: Kant, Kant's Practical Philosophy, Emmanuel Kant, Immanuel Kant, Filosofía, Liberdade
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Immanuel Kant e o criticismo como filosofia da liberdade. Poucos pensadores souberam conciliar limites com liberdade tão bem quanto Immanuel Kant. A sua filosofia crítica - que é iniciada com a publicação da Crítica da Razão Pura - costuma ser o marco inicial do pensamento que deixa para a liberdade o lugar do incondicionado, do ilimitado, junto com outras ideias como Deus, mundo, homem e a lei que é limitadora nela mesma, mas não limitada. De cara o pensador de Königsberg resolveu um problema sério entre empiristas e racionalistas de sua época que era o lugar da liberdade no sistema filosófico. Para Kant, a liberdade era a base do sistema. Era todo o alicerce. A liberdade enquanto autonomia, dava ao homem sua razão de ser e sua maior emancipação. Um homem que não possuísse tal liberdade, por si ou por influência nefasta de outros, era escravo e tinha a sua maioridade comprometida. Um homem, um ser humano, em linguagem corrigida, tinha que tomar as suas próprias decisões e seguir seus próprios princípios. A razão estaria justamente no modo como este cidadão ou cidadão seguiriam tais princípios. Se por tutela de outros, a razão seria deste outro e não haveria liberdade. Se por si mesmo ou mesma e com autonomia para saber que seria preciso seguir em conformidade com a lei do local, isto faria do cidadão ou da cidadã adeptos desta tal liberdade proposta pelo último dos iluministas, que foi Immanuel Kant. Logicamente a liberdade ocupa um espaço fora do bem determinado e sistemático espaço da razão crítica. Bifurca-se em liberdade transcendental, esta ligada ao criticismo, que é incompreensível porque tem sua razão de ser em meios fora da experiência, isto é, é uma liberdade concebida a priori. E a liberdade prática que é a que devemos buscar e que rege a ação humana (tal acalentada pela escola austríaca, em especial Ludwig Von Mises). Tal ação humana livre só se realiza e se concretiza caso todas as suas vicissitudes forem objeto circunscrito à razão. Não há outro caminho. Porém os limites, as fronteiras que Kant estabelece para que as coisas ocorram não diminuem os espaços para o inesperado, para o novo, para o recente. Não há aqui uma filosofia tal qual a de Malebranche que em seu bojo joga tudo para a vontade onipotente divina e o mundo seria apenas objeto direto dessa vontade sempre que esta funcionasse. O continuísmo da criação pressuposto na tese não atinge Kant. Para Kant as fronteiras também devem perpassar a religião. Tudo deve ser redesenhado e o poder da imaginação - tema que trataremos mais adiante é o único que parece ser ilimitável para o alemão. Pois com esse texto tento demonstrar duas coisas no pensamento de Kant:

1. A liberdade, enquanto prática, não destoa da crítica ou do criticismo como muitos pensavam e até tendiam a conceber. 2. O criticismo mesmo depende desses pontos de fuga, tal qual Deus, Mundo, Liberdade para que não se torne um círculo fechado e vicioso no qual nada mude e as coisas permaneçam iguais tal a filosofia de Malebranche em seu ocasionalismo radical. Proposto isso parece que chegamos à conclusão ilesos de falta de coesão. Chegamos à conclusão com a certeza que o pensador de Königsberg não cometera erros crassos em seu sistema e que construiu um pensamento forte no qual conseguiu adequar liberdade e limite. No qual consegui adequar opostos com um maestria ímpar. Seguirão a este texto outros textos de Kant, pois tanto ele quanto escritores que lhe vieram a mesma época foram escolhidos como marcos teóricos desse blogue, portanto, como extrema vazão de pensamento e de construção de pensamento. Por hora ficamos por aqui.

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