Inserção da Educação Ambiental na formação inicial docente: levantamento de publicações

August 13, 2017 | Autor: Laísa Freire | Categoria: Environmental Education, Curriculum Studies
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Revista Tecné, Episteme y Didaxis: TED. Año 2014, Número Extraordinario. ISSN Impreso: 0121-3814, ISSN web: 2323-0126 Memorias, Sexto Congreso Internacional sobre Formación de Profesores de Ciencias. 08 al 10 de octubre de 2014, Bogotá

 

Inserção da Educação Ambiental na formação inicial docente: levantamento de publicações Juliani, S.F1; Freire, L.2; Garcia, E3.; Rezende-Filho, L. A. C4 Categoria: Trabalhos de investigação Resumo Este trabalho tem o objetivo de apresentar uma revisão de literatura das pesquisas no ensino de ciências que discutem como a Educação ambiental (EA) vem sendo inserida nos currículos dos cursos de formação de professores de ciências. Para isso, foi feito um levantamento de trabalhos nas revistas brasileiras da área de Ensino com conceito A1, A2, B1 e B2 segundo a classificação de periódicos Qualis da Capes, usando os descritores "formação de professores/docente/inicial", "ensino superior" e "educação ambiental". Foram encontrados 14 artigos que são unânimes ao afirmar a importância da inserção da EA nos cursos de formação de professores para que esta tenha êxito. Mas tais trabalhos discutem formas diferentes para essa inclusão, mostrando uma riqueza de possibilidades, seja por meio da criação de disciplinas, inclusão do tema em disciplinas afins ou de mudanças estruturais nos cursos de formação de professores. Palavras Chave educação ambiental, formação docente, conhecimento científico. Objetivos O presente trabalho é parte do projeto “Relações entre conhecimento científico e educação ambiental na formação inicial de professores de ciências: um estudo entre Brasil e Colômbia”, de colaboração internacional                                                                                                                         Laboratório de Limnologia, Departamento de Ecologia, Instituto de Biologia / Programa de Pós - graduação em Educação em Ciências e Saúde – NUTES/UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro/ [email protected]. 2 Laboratório de Limnologia, Departamento de Ecologia, Instituto de Biologia / Programa de Pós - graduação em Educação em Ciências e Saúde – NUTES/UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro / [email protected]. 3 Universidad del Valle/ [email protected]. 4 Programa de Pós - graduação em Educação em Ciências e Saúde – NUTES/UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro / [email protected].   1

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Revista Tecné, Episteme y Didaxis: TED. Año 2014, Número Extraordinario. ISSN Impreso: 0121-3814, ISSN web: 2323-0126 Memorias, Sexto Congreso Internacional sobre Formación de Profesores de Ciencias. 08 al 10 de octubre de 2014, Bogotá

  entre a Universidade del Valle e a Universidade Federal do Rio de Janeiro com apoio da CAPES/Colciências. O projeto pretende investigar as relações entre o conhecimento científico e a Educação Ambiental (EA) em espaços de formação inicial de professores de ciências. Em um estudo preliminar realizado por Meija, et al, (2013) refletiu-se sobre a abordagem de EA do curso colombiano. Assim, o objetivo desse trabalho é apresentar uma revisão de literatura das pesquisas que discutam como a EA vem sendo inserida nos currículos dos cursos de formação de professores de ciências. Marco teórico A formação inicial dos professores de ciências é atravessada por disputas curriculares e ideológicas entre os conteúdos da área de referência em que o licenciando está se formando e os conteúdos pedagógicos que informam a sua prática. Essas disputas têm origem na criação dos primeiros cursos de formação docente no Brasil, na década de 1930, que estruturaram seus currículos privilegiando e valorizando as disciplinas “científicas” em detrimento das “pedagógicas” (Andrade, Ferreira, Vilela, Ayres, & Selles 2004). Esses cursos nascem, portanto, sob a influência da “racionalidade técnica” que vê o professor como um mero aplicador do conhecimento científico produzido (Pereira, 1999). Assim, os docentes devem lidar com as questões do cotidiano escolar utilizando os conhecimentos produzidos em sua área de referência (Andrade et al., 2004). Essa racionalidade continua influenciando as estruturas curriculares dos cursos de formação de professores, já que muitas mantêm características desse modelo formativo (Terreri, 2008). Na década de 1960 emergem novas concepções entre elas a racionalidade prática, que entende o professor como um sujeito reflexivo, que dialoga com a própria prática e, nesse processo, produz os conhecimentos necessários ao exercício da profissão (Andrade et al., 2004). Entendemos que a racionalidade prática não aboliu a existência das ideologias preconizadas pela racionalidade técnica, mas sim que ambas habitam os espaços de formação de professores e vivem em constante disputa. A formação do professor de ciências é, portanto, um “palco” de disputas ideológicas e curriculares, onde a EA vem se inserindo (Boton, Costan, Kurzmann, & Terrazzan, 2010).

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  Diante da disputa anunciada anteriormente nos interessa o processo de inserção da EA que, em geral, é permeado por conflitos ideológicos com a racionalidade técnica, já que a EA traz uma visão do humano-natureza integrada, diferente desta racionalidade que vê a natureza como algo a ser estudado e explorado pela espécie humana (Marin, Silveira, Limont, Daniel, & Filvock, 2008). Leff (2009) ancora a EA à racionalidade ambiental, afirmando que esta “produz novas significações sociais, novas formas de subjetividade e posicionamentos políticos ante o mundo”. Nesse sentido, essa racionalidade contribui para a desconstrução da disciplinarização dos saberes, levando a uma visão mais holística dos conhecimentos (Leff, 2009). É importante destacar que a EA é permeada por racionalidades diferentes, já que é constituída por saberes de diferentes áreas do conhecimento, como a ecologia, a sociologia, a economia, a filosofia (Leff, 2001) e elementos culturais. A identificação dessas racionalidades na constituição da EA é central para entender e relacionar estes conhecimentos, estas linguagens plurais de significação do mundo dentro da EA, uma vez que tais conhecimentos são expressos por linguagens próprias (Leff, 2001). Assim, diversos documentos oficiais vêm incorporando essas teorizações trazendo orientações e políticas para a implementação da EA na educação (Lima & Ferreira, 2010). É o caso da Política Nacional de Educação Ambiental que em pelo menos três artigos regulamenta a questão da inserção da EA e da questão ambiental na universidade (Lei n. 9.795, 1999). Metodologia Para levantar as publicações que discutem a inserção da EA na formação de professores de ciências, consideramos as revistas brasileiras na área de Ensino com conceitos A1, A2, B1 e B2 segundo a classificação de periódicos Qualis da Capes relacionadas à área de ensino de ciências e EA. A busca foi feita nos meses de março e abril de 2014 utilizando as palavras chave: "educação ambiental" e/ou "formação de professores/docente/inicial" e "ensino superior". Com isso pretendeu-se abarcar o maior número possível de trabalhos relacionados ao tema nas revistas de maior impacto. Resultados Após a busca, foram encontrados 14 trabalhos que relacionam formação inicial de professores e EA (Quadro1).   Temática 8. Educación en ciencias y Educación Ambiental

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Quadro1. Quantidade de artigos encontrados por revista. Qualis A1

Revistas

Quantidade de artigos por revista

Ciência e Educação

2

Educar em Revista

1

Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências

1

Interface - Comunicação, Saúde, Educação

1

Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências

1

B1

Ambiente e Educação

1

B2

Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental

7

A2

Os 14 trabalhos argumentam a favor da inserção da EA nos cursos de formação de professores. Sobre isso Tozzoni-Reis (2001, pág. 45) indica três caminhos possíveis: tratamento de temas ambientais nas disciplinas afins, disciplinas optativas de Educação Ambiental e formação educativo pedagógica - nas diferentes especialidades - oferecida pelas disciplinas da área de Educação nas licenciaturas. A inserção da EA nos cursos de formação de professores de ciências, através da criação de uma disciplina específica, parece ser uma modalidade pouco presente no ensino superior, já que dentre os trabalhos encontrados Araujo e França (2013), Boton et al. (2010) e Lopes e Zancul (2012) relatam apenas três universidades brasileiras realizando essa prática. Schulz, Araújo, Bianchi e Boff (2012) destacam em seu trabalho a necessidade levantada por licenciandos em ter um componente curricular específico de EA. Porém, para Marcomin (2010) oferecer disciplinas específicas para a temática deixa a EA refém das barreiras e limites da estrutura disciplinar. A modalidade mais frequente é a inserção da EA em disciplinas que tratam do tema, mas não o abordam de forma central, como citado nos trabalhos de Araujo e França (2013); Guimarães e Inforsato (2012); Lopes e Zancul (2012); Souza e Salvi (2012); Schulz et al. (2012); Araujo e Oliveira (2008); Thomaz e Camargo (2007); Verdi e Pereira (2006).

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  Outra questão, para além da forma de inserção, refere-se ao conteúdo trabalhado. Sob tal perspectiva, os trabalhos apontam que as iniciativas de inserção de EA na formação inicial docente ocorrem majoritariamente sob um viés conservacionista, “o que pode representar empecilhos e equívocos ao se trabalhar com a EA” (Araujo & França, 2013) reforçando a ideologia hegemônica que impede um entendimento mais crítico e contextualizado da questão ambiental (Souza & Salvi, 2012). Em três trabalhos (Thomaz & Camargo, 2007; Moraes, Shuvartz & Paranhos, 2008; Guimarães & Tomazello, 2003), os autores sugerem como forma de “superar” esse impasse uma quebra de paradigma com a implementação de uma nova racionalidade. Moraes, et al. (2008) defendem que a EA ao ser praticada nas universidades não deve se restringir a mudanças de comportamentos individuais e sim considerar toda complexidade das questões ambientais. Para tanto, esses autores indicam que: muitas barreiras conceituais deverão ser quebradas e construídos novos alicerces, com um caráter emancipatório que implique em mudanças na forma de pensar e em transformações no conhecimento e nas práticas educativas (Moraes et al., 2008 pág. 74). Para Thomaz e Camargo (2007) a ambientalização curricular é uma possibilidade para a criação “de novos costumes, hábitos e atitudes ambientais”, pois este é um modelo curricular que inclui a dimensão ambiental no “fazer acadêmico/universitário”. Somado a isso, essa operacionalização da EA “favorece a situação na qual os sujeitos possam ser protagonistas da transformação da realidade concreta que vem sendo imposta de forma unilateral”. Conclusões Este trabalho como parte de uma dissertação de mestrado possui limitações temporais intrínsecas. A partir dos artigos encontrados, nota-se nos trabalhos discussões sobre os limites para se estruturar ações de EA na formação inicial de professores de ciências. Os cursos de formação em ciências ainda carregam muitos elementos da racionalidade técnica, o que torna difícil a inserção da EA, já que esta privilegia a dialética, está interessada nas conjunturas sócio-históricas, e vem se constituindo como um campo atravessado por vários campos de conhecimento. Em suma, os trabalhos discutem a inserção curricular por diferentes modalidades e apontam limites   Temática 8. Educación en ciencias y Educación Ambiental

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  relacionados à polissemia da EA. Consideram que os cursos de formação docente, ao privilegiarem determinados conteúdos, podem gerar práticas para a manutenção da ideologia dominante e não para a construção de uma EA pautada em diferente racionalidade que não a técnica. Referências Bibliográficas Andrade, E.P., Ferreira, M.S., Vilela, M.L., Ayres, A.C.B.M., Selles, S.E. (2004). A dimensão prática na formação inicial docente em ciências biológicas e em história: modelos formativos em disputa. Ensino em Re-Vista, v.12, n.1, 7-21. Araujo, M. L. F., & Oliveira, M. M. (2008). Formação de professores de biologia e educação ambiental: contribuições, deficiências e estratégias, Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental. 20, 1517-1256. Araujo, M. L. F., & França, T. L. (2013). Concepções de Educação Ambiental de professores de biologia em formação nas universidades públicas federais do Recife. Educar em Revista, 50, 237-252. Boton, J. M., Costa, R. G. A., Kurzmann, S. M., Terrazzan, E. A. (2010). O meio ambiente como conformação curricular na formação docente. Revista Ensaio. v.12 n.03, 41-50. Brasil (1999). Política Nacional de Educação Ambiental. Lei no 9.795, de 27 de abril de 1999. Diário Oficial da União. Brasília. Distrito Federal. Guimarães, S. S. M., & Inforsato, E. C. (2012). A percepção do professor de biologia e a sua formação: a educação ambiental em questão. Ciência & Educação, v. 18, n. 3, 737-754. Guimarães, S. S. M., & Tomazello, M. G. C. (2003). A formação universitária para o ambiente: educação para a sustentabilidade. Ambiente e Educação, 55-71. Leff, E. (2001). Epistemologia Ambiental. São Paulo: editora Cortez. ______. (2009). Complexidade, Racionalidade Ambiental e Diálogo de Saberes. Educação e Realidade. 34(3), 17-24.

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  Lima, M. J. G. S. L., & Ferreira, M. S. (2010). Educação Ambiental na escola: investigando sentidos sobre interdisciplinaridade e disciplinarização nas políticas de currículo. In Curso de Formação de Educadores Ambientais: a experiência do Projeto Pólen (pp. 227-247). Macaé: NUPEM/UFRJ. Lopes, T. M., & Zancul, M. C. S. (2012). A inclusão de temas ambientais nos cursos de ciências biológicas de universidades públicas paulistas. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. 29, 1-16. Marcomin, F. E. (2010). Discutindo a formação em educação ambiental na universidade: o debate e a reflexão continuam. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. especial, 172-187. Marin, A. A., Silveira, E., Limont, M., Daniel, Mi. H., Filvock, S. F. (2008). Os desafios da educação ambiental diante da racionalidade técnica: diálogos com o pensamento crítico de Habermas. ANPED SUL, pp.1-16. Itajaí, Santa Catarina. Meija, M. A., Garcia E., Freire L., Castillo M., Campo D., Grajales Y., Solarte M. C. (2013). La Educación Ambiental en la Formación Inicial de profesores de Ciencias: Un estudio de caso en la Universidad del Valle, Colombia. IX ENPEC, pp. 1-8. Águas de Lindóia, SP. Moraes, F. A., Shuvartz, M., Paranhos, R. D. (2008). A educação ambiental em busca do saber ambiental nas instituições de ensino superior. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 20, 63-77. Pereira, J.E.D. (1999). As licenciaturas e as novas políticas educacionais para a formação docente. Educação & Sociedade, nº 68, 109 – 125. Souza, D. C., & Salvi, R. F. (2012). Cartografia da pesquisa sobre formação de professores em educação ambiental nas áreas de Educação e de Ensino de Ciências e Matemática. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v 12, n°2, 45-69. Schulz, M. S., Araújo, M. C. P., Bianchi V., Boff E. T. O. (2012). Educação ambiental na educação básica e superior segundo licenciandos de ciências biológicas e professores em exercício. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 29, 1-12.

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  Terreri, L. S. L. (2008). Políticas curriculares para a formação de professores em Ciências Biológicas: investigando sentidos de prática. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Thomaz, C. E., & Camargo, D. M. P. (2007). Educação ambiental no ensino superior: múltiplos olhares. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v.18, 303-318. Tozzoni-Reis, M. F. C. (2001). Educação Ambiental: referências teóricas no ensino superior. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v.5, n.9, 3350. __________. (2002). Formação dos educadores ambientais e paradigmas em transição. Ciência & Educação, v.8, nº1, 83 – 96. Verdi, M., Pereira, G. R. (2006). A educação ambiental na formação de educadores – o caso da Universidade Regional de Blumenau – FURB. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v.17, 375-391.

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