INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS MACEIÓ DIRETORIA DE ENSINO DEPARTAMENTO DE ENSINO SUPERIOR COORDENAÇÃO DE DESIGN CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE INTERIORES. O DESIGN DE INTERIORES NO ESPAÇO CRECHE: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA BRINQUEDOTECA

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INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS MACEIÓ DIRETORIA DE ENSINO DEPARTAMENTO DE ENSINO SUPERIOR COORDENAÇÃO DE DESIGN CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE INTERIORES

FRANCIS ABREU MACIEL CHAVES LORRAINE MARQUES MADEIRO

O DESIGN DE INTERIORES NO ESPAÇO CRECHE: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA BRINQUEDOTECA

Maceió- AL 2015

FRANCIS ABREU MACIEL CHAVES LORRAINE MARQUES MADEIRO

O DESIGN DE INTERIORES NO ESPAÇO CRECHE: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA BRINQUEDOTECA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Tecnólogo em Design de Interiores do Instituto Federal de Alagoas - IFAL. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Áurea Luiza Rapôso Coorientadora: Prof.ª Dr.ª Rossana Gaia

Maceió- AL 2015

Catalogação na fonte: (Biblioteca Benevides Monte – Campus Maceió-IFAL) C512d Chaves, Francis Abreu Maciel. O design de interiores no espaço creche : proposta de intervenção para brinquedoteca / Francis Abreu Maciel Chaves, Lorraine Marques Madeiro. – Maceió : IFAL, 2016. 55 p. : il. Orientadora: Profª Drª Áurea Luiza Q. R. E S. Rapôso. Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnólogo em Design de Interiores). IFAL, 2016. 1. Design de Interiores. 2. Creche – Imaculado Coração de Maria Maceió/AL. 3. Brinquedoteca – anteprojeto. I. Madeiro, Lorraine M. II. Título. CDD 745.2

FRANCIS ABREU MACIEL CHAVES LORRAINE MARQUES MADEIRO

O DESIGN DE INTERIORES NO ESPAÇO CRECHE: PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA BRINQUEDOTECA

Trabalho de Conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores do Instituto Federal de Alagoas – IFAL, apresentado em 20/10/2015, sob a avaliação da banca examinadora composta dos seguintes membros:

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Prof.ª Dr.ª Áurea Luiza Q. R. e S. Rapôso Orientadora / IFAL

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Prof.ª Dr.ª Rossana Viana Gaia Coorientadora IFAL

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Prof.ª MSc. Patrícia Soares Lins Avaliador interno IFAL

AGRADECIMENTOS DE FRANCIS ABREU MACIEL CHAVES Agradeço primeiramente ao Designer do universo que me deu força de vontade para concluir mais uma etapa em minha vida. Agradeço à minha mãe Rosa Maria, que com seu jeito puro de ser, é mãe e pai ao mesmo tempo, por me aconselhar e motivar diariamente a nunca desistir dos meus objetivos e sempre mostrar o quanto o conhecimento é importante. Agradeço ao meu pai Manoel Messias (in memorian), que infelizmente não está mais entre nós para eu poder compartilhar minhas vitórias. Agradeço também às minhas tias ―Lourdinha‖, Fátima e Nilza, por me assistirem, como também ao meu irmão, Deyvid Abreu, por me apoiar em alguns trabalhos e estar presente sempre. Agradeço pela cooperação das amigas de curso que desejo levar para a vida toda, Lorraine, que encerra esta pesquisa junto a mim, Alessandra e Taiane. Também agradeço as amigas Yasmin Alpino e Lettícia Vieira pelo incentivo e apoio. Agradeço ao corpo docente do curso de Design de Interiores do IFAL pelos ensinamentos, em especial à Miquelina Cavalcante, pelos detalhes minuciosos em suas aulas, ao Eduardo Bastos, por suas dicas de livros, filmes e de como podemos representar o mundo em desenhos e cores, ao Roberto Carlos, por sua exigência e conselhos para toda a vida, a Iolita Marques, por seu jeito meigo e precioso de instruir e motivar, a Juliana Aguiar por fazer de suas aulas um momento sempre descontraído e interessante, e ao João Luiz, por auxílio em projetos, e aos demais que contribuíram na conclusão do curso. A professora Denise Lages, por transmitir sua vasta experiência profissional em suas aulas e nos incentivar a realizar esta pesquisa. A orientadora Áurea Rapôso pelo suporte no pouco tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos primorosos. A coorientadora Rossana Gaia, por seu grandioso conhecimento acadêmico oferecido, por me auxiliar e se mostrar atenciosa todas as vezes que eu precisasse durante o curso e, por fim, neste trabalho. E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado.

AGRADECIMENTOS DE LORRAINE MARQUES MADEIRO

Agradeço a Deus pela vida e saúde, pelas oportunidades concedidas durante esse ciclo que está se encerrando. Agradeço a minha mãe Leonete Marques por todo apoio, carinho e paciência. Por não me deixar desistir nos meus momentos de fraqueza, por sempre estar presente em tudo. Ao meu irmão Jimy Madeiro por sempre me dar apoio e conselhos, por ser meu exemplo. E as minhas avós Luzinete Barbosa e Maria José (in memoria) por todo carinho e preocupação. Ao meu pai James Madeiro por me ensinar que o estudo é a base de tudo, e ensinar a mim e ao meu irmão a sermos pessoas honestas e com valores. O meu agradecimento a todos os meus professores desde a os primeiros anos na escola até a vida acadêmica, pois sem eles não seria possível estar vivendo este momento. Agradeço a professora Rossana Gaia por toda atenção e paciência, pelas conversas e conselhos. Pelos ensinamentos e conhecimentos passados, que não esquecerei mais. Agradeço a professora Áurea Raposo pela atenção e dedicação, que aceitou a orientar este trabalho já na sua etapa final. E a professora Denise Lages, pelos conhecimentos passados, por escutar nossas propostas e topar algumas sugestões, por ter nos proporcionado viver a experiência do projeto ao qual inspirou esse TCC. O meu agradecimento ao meu colega e amigo Francis pela parceria e paciência trocadas durante esse período de trabalho, e as amigas que fiz durante o curso Taiane Cristina e Alessandra Lins, pelo companheirismo construído durante esses três anos de curso. As minhas amigas eternas Dharlly Rose, Maria Clara, Paulynne, Carla Geovana, por sempre me apoiarem e se fazerem presentes na minha vida em todos os momentos. Aos demais amigos e familiares por todo apoio e carinho. Meu eterno carinho e agradecimentos a todos, por terem feito parte dessa etapa que se encerra.

RESUMO

Este trabalho apresenta uma proposta de intervenção na creche Imaculado Coração de Maria, localizada no bairro do Vergel do Lago, Maceió - AL. Ele aborda o processo de criação de anteprojeto de uma Brinquedoteca. Para o aporte teórico, foram realizadas pesquisas em livros, artigos e sítios virtuais. A metodologia foi fundamentada no levantamento de dados no local, na análise do programa de necessidades, na criação de conceito a partir de painel de referências e no desenvolvimento de plantas e perspectivas produzidas por softwares de computação gráfica. O objetivo foi registrar um trabalho de cunho social e voluntário, ressaltando a importância do Design de Interiores em ambientes infantis institucionais que promova estética e funcionalidade ao espaço. Palavras-chaves:

Design

institucional – voluntariado.

de

Interiores.

Creche



brinquedoteca.

Projeto

ABSTRACT

This study presents an intervention proposal in the daycare school Imaculado Coração de Maria, located in the district of Vergel do Lago, Maceio - AL. It discusses the preliminary project process of creating a toy library. For the theoretical support, research in books, articles and virtual sites were done. The methodology was based on the local data collection, needs assessment analysis, creation of concept from inspiration panel ideas, as well as the development of blueprint and perspectives produced by computer graphics software. The aim was to register a social nature and voluntary work, emphasizing the importance of interior design in institutional environments for children that provides aesthetics and functionality to the space. Keywords: Interior Design. Day care – playroom. Institutional design – volunteering.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................9 1 A história da creche no Brasil 1.1 Voluntariado e Filantropia..........................................................................12 1.2 Design como ferramenta de transformação socioambiental e espacial...13 1.3 A Creche Imaculado Coração de Maria.....................................................15 1.4 A Intervenção: uma experiência acadêmica de Design social..................17 2 O Estudo Preliminar 2.1 Perfil do Cliente e Público-alvo..................................................................21 2.2 Programa de Necessidades.......................................................................21 2.3 Painel Semântico.......................................................................................23 2.4 Conceito da proposta.................................................................................24 2.5 Levantamento de problemas e ações para a nova proposta.....................26 3 A proposta brincadeira de criança: anteprojeto da brinquedoteca 3.1 Plantas-baixas de leiautes faladas com especificações............................30 3.2 Cores.........................................................................................................35 3.3 O Mobiliário................................................................................................40 CONCLUSÃO ..................................................................................................43 REFERÊNCIAS ...............................................................................................45 APÊNDICE A- Planta-baixa – Levantamento Cadastral……………………….49 APÊNDICE B- Planta-baixa proposta Brincadeira de Criança……………....50 APÊNDICE C- Vistas 1, 2 e 3............……………………………………………..51 APÊNDICE D- Vista 4 e vista jardim vertical...………………………..………....52 APÊNDICE E- Planta de forro…………………………………..……….………...53 APÊNDICE F- Planta luminotécnica...……………………….…….……………..54 APÊNDICE G- Planta paginação de piso e indicação de paginação de parede...............................................................................................................55 APÊNDICE H- Perspectivas………………………………….….………………...56

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INTRODUÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desenvolveu uma proposta de projeto de interiores para o ambiente de uma creche, baseada nas referências estéticas e técnicas do Design de Interiores. O surgimento da ideia e concepção do projeto ocorreu em sala de aula, a partir de uma discussão sobre como demonstrar que o Design de Interiores pode ser usado para melhorar a vida da população e ser acessível para todas as classes sociais. Criou-se, nessa etapa inicial, uma opção de projeto com base nos princípios da sustentabilidade e reutilização. Os alunos do 5º período do Curso Superior de Tecnologia (CST) em Design de Interiores do Instituto Federal de Alagoas (IFAL) – Campus Maceió, no ano de 2014, coordenados pelas professoras Denise Lages e Andrea Moraes decidiram fazer uma intervenção acadêmica de Design de Interiores (na forma de trabalho voluntário supervisionado) em algum local onde pudessem viabilizar uma melhoria para o bem-estar de seus usuários. Sendo assim, o local escolhido foi a Creche Imaculado Coração de Maria, que atende crianças na faixa etária de 3 a 5 anos de idade e oferece serviços recreativos e educacionais. A entidade está localizada no bairro do Vergel do Lago, na cidade de Maceió, Alagoas. A intervenção acadêmica analisou as várias opções de leiaute e modificações em três ambientes da creche: sala de estar (para criação de uma brinquedoteca), cozinha e refeitório. No âmbito do Design de Interiores, foram aplicados os princípios de transformação, reuso e adaptação de objetos existentes no lugar. A intervenção objetivou também atender as necessidades e solicitações do cliente, adotando como procedimentos técnicos: visita ao local, levantamento dimensional, registros fotográficos e entrevistas. Neste TCC, decidiu-se pela reavaliação do projeto elaborado para o ambiente brinquedoteca e se desenvolveu uma nova proposta de projeto sem ater-se a limites financeiros, utilizando como procedimentos metodológicos: levantamento de dados no local; análise do programa de necessidades; criação de conceito, a partir de

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painel semântico (painel de referências); e desenvolvimento de plantas e perspectivas produzidas por softwares de computação gráfica. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo a idealização de uma proposta de projeto de Design de Interiores para o espaço da brinquedoteca da Creche Imaculado Coração de Maria, com o propósito de viabilizar que a realização das atividades para as crianças, nesse espaço, passasse a ter maior funcionalidade e conforto. O TCC apresenta-se subdividido em três seções. Na primeira seção, intitulada ―A HISTÓRIA DA CRECHE NO BRASIL‖ foi abordado um breve histórico das creches no Brasil, o voluntariado e a filantropia, o design como ferramenta de transformação socioambiental e espacial, e foi apresentada a Creche escolhida com fotos do antes e do depois da intervenção acadêmica. Na segunda seção, intitulada ―O ESTUDO PRELIMINAR‖ foram trabalhados o perfil do cliente e do público-alvo, o painel semântico, o conceito da proposta, o programa de necessidades e o levantamento dos problemas e ações que foram feitas na intervenção. Já na terceira seção que tem como título ―A PROPOSTA BRINCADEIRA DE CRIANÇA: ANTEPROJETO DA BRINQUEDOTECA‖ encontram-se as plantas de leiautes com as especificações do ambiente, as cores e o mobiliário utilizados na nova proposta.

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1. A HISTÓRIA DA CRECHE NO BRASIL

Segundo Ruiz (2011), as recentes transformações geradas pelo sistema capitalista trouxeram mudanças para a economia e resultaram em alterações significativas na estrutura familiar. Esses trabalhadores que antes se mantinham por meio de produção domiciliar e possuíam os meios de trabalho, após as Revoluções Industriais, passaram a vender sua força de trabalho. Isso fez com que a família se reorganizasse diante das novas exigências do mundo do trabalho, principalmente nos cuidados com os filhos. Devido ao processo de industrialização e urbanização no Brasil do final do século XIX, as mulheres começaram a trabalhar nas fábricas e indústrias que se instalaram nas cidades. Essa mudança gerou a necessidade de novos lugares onde pudessem deixar seus filhos menores durante os períodos de trabalho (RUIZ, 2011). Dessa forma, [...] durante muito tempo, a creche serviu à função de combate à pobreza e à mortalidade infantil. Nas creches desenvolvia-se um trabalho de cunho assistencial, pois a preocupação era apenas com a alimentação, higiene e segurança física (RUIZ, 2011, p. 5).

Ainda segundo Ruiz (2011), durante aquele período, o sujeito era visto pelo Estado como o culpado pela condição social que possuía e pela falta de capacidade para atender às necessidades de seus filhos, fazendo com que essa situação deixasse de ser uma questão social. Essa realidade se alterou com a ―primeira codificação exclusivamente voltada para tratar dos interesses das crianças e adolescente, qual seja o Código de menores, sancionado em 1927, o chamado ‗Código Mello Mattos‘, em homenagem ao autor do projeto‖ (PAES, 2013). O conceito de creche para Guimarães (2012, p. 1-2) é o seguinte: ―Uma instituição destinada ao atendimento de crianças de 0 a 3 anos [que] faz parte da Educação Infantil. Integra as funções de cuidar e educar, sendo um direito de toda e qualquer criança‖. Essas mudanças contribuíram para inserir diversos campos do conhecimento, como o Design de Interiores, nas discussões acerca do processo de organização do espaço de uma creche.

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1.1. Voluntariado e Filantropia

Existem diferenças entre filantropia e voluntariado. Segundo a professora Andrea Goldschmidt: A filantropia geralmente está associada à doação de bens. O voluntário pode contribuir com seu tempo, seu conhecimento, seus contatos e também com a doação de bens. Desta maneira, o trabalho voluntário pode ou não ter características filantrópicas (GOLDSCHMIDT, 2006, online).

Organizações voluntárias e até mesmo pessoas de maneira individualizada podem realizar algum trabalho de cunho voluntário e/ou filantrópico. O trabalho voluntário de acordo com a Lei Nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, presente na Constituição Brasileira, se caracteriza como: A atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade (BRASIL, 1988).

De acordo com as ideias do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2015), todo e qualquer trabalho voluntário visa a igualdade social, respeito e ética social. Ele é desenvolvido por diversas Organizações Não Governamentais (ONGs) e até pequenos grupos ou sujeitos individualmente que ajudam na promoção da igualdade social. Uma das principais metas do voluntariado é garantir melhor qualidade de vida às pessoas em maior situação de risco, física, psicológica ou financeiramente. A Organização das Nações Unidas (ONU) entende que trabalho voluntário é universal e inclusivo, além de enaltecer os valores que o envolvem: escolha própria, compromisso, engajamento e solidariedade (PNUD, 2015). Sendo assim, pode-se afirmar que o trabalho de intervenção acadêmica nos espaços da Creche Imaculado Coração de Maria foi voluntário, visto que, o designer de interiores tem a capacidade de utilizar seus conhecimentos técnicos para promover aspectos da sustentabilidade por meio do Design (PAPANEK, 2006), além de benefícios sociais. A intervenção acadêmica no espaço da Creche Imaculado Coração de Maria, idealizada pelos alunos do 5º período do Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores do Instituto Federal de Alagoas (IFAL), em 2014, levou em

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consideração alternativas de reuso de móveis e objetos presentes na creche, assim como a adoção de materiais de baixo custo e outros, conseguidos por meio de doações. Todo trabalho foi voluntário, realizado em grupo, e enfrentou restrições orçamentárias para ser apresentado, que estimularam o pensamento criativo em novas opções de materiais e reuso dos materiais existentes. A experiência nas visitas para levantamento fotográfico e medições estimulou a troca de conhecimento entre os administradores da creche e os alunos e promoveu a troca de saberes técnicos e humanistas.

1.2. Design como ferramenta de transformação socioambiental e espacial

Uma das funções do designer é promover a qualidade de vida das pessoas aliada à necessidade de segurança e sobrevivência. Vários ramos do Design (gráfico, produto, interiores, moda, dentre outros) se desenvolvem de acordo com os modos de produção vigentes e se aperfeiçoam ao longo dos anos (PARAGUAI et al., 2011). Segundo a ABD (2015, online), a função do Designer de Interiores é buscar soluções que unam técnica e estética resultando em ambientes que promovam qualidade de vida aos usuários. Também é de responsabilidade do Designer de Interiores, considerar a atmosfera que se deseja alcançar, como por exemplo: alegria, jovialidade, divertimento, tranquilidade, dentre outros. Segundo Cardoso, (2002) o processo de evolução do Design ao longo do tempo é diretamente ligado ao modo de produção econômico vigente. Desde o movimento Arts and Crafts (Artes e Ofícios) na Inglaterra, em meados do século XIX e posteriormente em várias partes do mundo, a Escola Bauhaus na Alemanha no início do século XX, e até mesmo no design pós-moderno, ocorreu um processo evolutivo na produção, com a utilização de diferentes tipos de materiais e mudanças na forma de consumo (GARONE, 2009; CARDOSO, 2004). Seguindo as ideias de Cardoso (2002), o processo de produção artesanal dominante nos primórdios da humanidade, ao longo do tempo foi substituído pelo maquinário advindo da Revolução Industrial que se desenvolveu entre os séculos

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XVIII e XIX. Porém, essa nova forma de produção desprezou os recursos estéticos e gerou produtos de má qualidade ou programados para quebra e substituição. A mesma abundância de mercadorias baratas que era percebida pela maioria como sinônimo de conforto, de luxo e de progresso, logo passou a ser condenada por alguns como indicativa do excesso e da decadência dos padrões de bom gosto e mesmo dos padrões morais (CARDOSO, 2002, p. 69).

Resulta desse processo a necessidade de produtos com design estético e funcionalidade. Nesse sentido, o designer de interiores tem como função principal executar projetos com base na análise das necessidades dos usuários do ambiente, planejando e pesquisando materiais que sejam indicados para diferentes tipos de ambientes. A estrutura física do local deve ser mantida, pois não compete ao designer de interiores intervir na estrutura arquitetônica de qualquer que seja o espaço, apenas na ambientação (ABD, 2015, online). Nesta perspectiva um projeto de interiores deve considerar: [...] a estrutura do edifício, a localização, o respeito ao meio ambiente, o contexto social e legal do uso do espaço. A concepção exige uma metodologia sistemática e coordenada que inclui pesquisa e levantamento das necessidades do cliente e sua adequação às soluções estruturais, de sistemas e produtos (ABD, 2015, online).

Dessa forma, o designer de interiores alia os conceitos estéticos de iluminação, revestimentos, formas e cores com conceitos técnicos e ergonômicos, que visam à promoção do bem-estar e acessibilidades para os usuários do ambiente (ABD, 2015, online). Cabe ao designer de interiores, adotar novos materiais e objetos como também o reuso dos existentes no ambiente. O reuso de materiais e objetos no Design são ideias de menor impacto socioambiental, espacial e econômico que foram e são abordadas mundialmente. Papanek (2006) explorou essa abordagem, já na década de 1960, o que o torna referência importante. A preocupação com a sustentabilidade em um mundo de consumo capitalista torna-se cada vez mais escassa e de difícil implementação, mas cabe ao profissional adotar medidas responsáveis que propiciem o bem-estar de seu público-alvo e, ao mesmo tempo, não gerem custos e nem descartes desnecessários de objetos e materiais presentes no ambiente (PAPANEK, 2006).

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1.3. A Creche Imaculado Coração de Maria

A Creche Imaculado Coração de Maria atende em torno de 35 crianças de 3 a 5 anos de idade, em horário integral. O espaço foi criado no começo do ano de 2013, com a motivação de acolher e levar oração para as crianças do bairro do Vergel na cidade de Maceió; e é coordenada pelo Frei José Marcolino, seu irmão Evelton dos Santos e amiga Daniela Ferreira. O espaço é mantido através de doações e mensalidades no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais) com contribuições irregulares. O cuidado com as crianças e a manutenção da limpeza da creche é feito por voluntários e a Igreja ajuda a divulgar o trabalho. A creche funciona em uma casa cedida por um doador e recebe crianças que, na maioria dos casos, se encontram em situação de vulnerabilidade social. Segundo Frei Marcolino, é um espaço onde as crianças têm aulas, brincam, desenvolvem atividades recreativas e religiosas, em período integral. Isso requer espaço e orçamento para que também se alimentem e tomem banho. No período da intervenção acadêmica, a creche possuía duas salas de aula; uma sala de estar vazia, logo na entrada, usada para o descanso das crianças; um refeitório e uma cozinha, além da parte externa. Para a intervenção, foram escolhidos o ambiente refeitório e o ambiente da sala de estar, o qual veio a se tornar uma brinquedoteca. Foram feitos levantamentos desses ambientes para o desenvolvimento de projeto, como pode ser visto na ilustração 1, a seguir, que exemplifica o levantamento do espaço da brinquedoteca. O ambiente da ilustração 1 era constituído por um ponto de luz centralizado e outro inutilizado em um pequeno corredor que dá acesso a uma das salas; duas tomadas médias; porta de correr em alumínio e vidro, que dá acesso a uma parte externa descoberta e sem saída; escada e vigas representadas com linhas tracejadas. É perceptível que esse ambiente não possuía praticamente nenhum mobiliário; o único apoio existente era uma prateleira que servia para guardar os colchonetes das crianças (vide item  na planta-baixa da ilustração 1; e ilustração 5, a seguir).

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Ilustração 1: Planta Baixa - Levantamento Cadastral - Sala de estar

Fonte: Acervo dos autores (2015)

Neste TCC foi escolhido pela equipe de projeto fazer uma nova proposta para o ambiente Brinquedoteca (antes, Sala de Estar), criado na intervenção. Essa sala não possuía móveis nem equipamentos, como mostram as ilustrações 2, 3, 4 e 5. Ilustração 2: Sala de estar

Ilustração 3: Sala de estar

Ilustração 4: Sala de estar

Ilustração 5: Sala de estar

Fonte: Acervo dos Autores (2015)

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Por ser uma creche onde os fundadores e responsáveis são pessoas religiosas, pode-se ver imagens e quadros de santos e anjos espalhados pelas paredes, como mostra a ilustração 2. Especificamente nas paredes deste ambiente, verifica-se uma faixa azul escuro (ilustração 2 e 3) que, segundo os responsáveis, a cor foi selecionada para evitar a aparência de ―sujo‖, já que as crianças riscam as paredes. Embora alguns cantos das paredes estivessem com a tinta descascada, no geral, a pintura ainda apresentava bom estado de conservação, bem como o teto, que se apresentava pintado e com roda-teto de gesso aplicado. A sala também apresentava uma porta de correr em alumínio e vidro transparente, que tornava a sala bem iluminada e ventilada, sempre que aberta (ilustração 4). Do lado de fora, há um corredor estreito e fechado que não era utilizado. O uso deste espaço pelas crianças, antes da intervenção acadêmica de Design de Interiores para transformação em Brinquedoteca, incluía brincar e aguardar os pais chegarem para buscá-los. Na parede onde fica a escada para o primeiro andar, existia um vão embaixo, onde ficava um móvel improvisado para guardar os colchonetes, pois ali também era o espaço onde as crianças dormiam na hora do descanso (vide ilustração 5).

1.4. A intervenção: uma experiência acadêmica de Design social

A intervenção feita pelos alunos do 5º período no ano de 2014 foi possível ser executada através de doações e ajuda de voluntários. No ambiente brinquedoteca a prateleira onde ficavam guardados os colchonetes foi retirada e o espaço foi aproveitado para a instalação de uma estante, feita a partir de portas de guardaroupa e pranchas doadas. Foram utilizados caixotes plásticos, também doados, usados como nichos nas prateleiras da estante, bem como ―gavetas‖ no chão para que as próprias crianças ajudassem na organização dos livros e brinquedos. Os colchonetes foram colocados numa prateleira com altura mais baixa para facilitar o alcance e a parede foi pintada em um tom de azul mais claro, como mostra a ilustração 6.

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Ilustração 6: Antes e depois do espaço em baixo da escada

Fonte: Acervo dos alunos do 5º período (2015)

Os pufes são feitos de garrafas pets e revestidos por uma capa de tecido grosso e colorido para alegrar o ambiente, o tapete emborrachado já existia na Creche e foi reaproveitado. As paredes da porta de correr e da televisão foram pintadas de verde claro. É possível observar essas mudanças na ilustração a seguir.

Ilustração 7: Antes e depois da intervenção dos alunos do 5º período

Fonte: Acervo dos alunos do 5º período (2015)

A televisão, as prateleiras e os brinquedos que estavam no refeitório foram trazidos para a brinquedoteca a fim de organizar os ambientes e proporcionar maior conforto as crianças. Também foram colados na parede adesivos de bolinhas para criar um efeito lúdico (ilustração 8).

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Ilustração 8: Detalhe parede da televisão

Fonte: Acervo dos alunos do 5º período (2015)

E foi desenhado na parede, pelos alunos do 5º período, um painel com imagens infantis e lúdicas. As luminárias são feitas de sisal pintado com tinta spray amarela (ilustração 9). Ilustração 9: Detalhe da parede com painel desenhado e luminárias de sisal

Fonte: Acervo dos alunos do 5º período (2015)

Todos os materiais utilizados na intervenção e vistos nas ilustrações foram conseguidos por meio de doações e de reutilização do que existia na Creche. Para executar esse projeto foi preciso que os alunos do 5º período utilizassem bastante a criatividade e colocassem a mão na massa, já que os recursos disponíveis eram poucos. Foi um grande desafio enfrentado e o resultado obtido foi satisfatório para todos os envolvidos. Esse projeto foi uma experiência ímpar durante o curso, onde foi possível ter contato com clientes reais e viver as dificuldades e os problemas que podem aparecer durante a execução do projeto.

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2. O ESTUDO PRELIMINAR

O estudo preliminar consiste na primeira etapa para a elaboração do projeto de Design de Interiores. Ele possibilita a criação de um cronograma de desenvolvimento, considerando os principais pedidos do cliente. Segundo Cartilha do Curso Técnico em Design de Interiores feito pela Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) do Estado do Ceará (EEEP, 2012, p.15), Nesta etapa é feita a entrevista com o cliente, para que seja possível conhecê-lo e saber seus gostos, seu estilo de vida, suas necessidades e desejos, pois só assim é possível fazer um projeto personalizado que fique de acordo com o que ele quer e precisa.

Ainda, de acordo com a Cartilha (EEEP, 2012), é no estudo preliminar que são definidos os ambientes que serão projetados a partir de visitas ao local, junto com as entrevistas realizadas com o cliente. Além disso, nas visitas ao local é feito o levantamento arquitetônico dos ambientes; e, em seguida, é feito o programa de necessidades. Assim inicia-se a proposta do projeto com layout de cada ambiente, desenhando em planta todos os móveis e elementos que foram solicitados no reconhecimento das necessidades do cliente, bem como sugestões e detalhes propostos pelo profissional (EEEP, 2012, p.16).

Gurgel (2011) acrescenta que as etapas de desenvolvimento do estudo preliminar são: 1. Definição do perfil do cliente; 2. Estudo do local; 3. Análise dos dados obtidos; 4. Processo criativo. Para o desenvolvimento dessa seção, apresentam-se as etapas do estudo preliminar, citadas por Gurgel (2011), a saber: definição do perfil do cliente e públicoalvo, programa de necessidades, criação do painel semântico, conceito da proposta, e levantamento de problemas e ações; que serão mais aprofundados nas subseções a seguir.

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2.1. Perfil do Cliente e Público-alvo

Segundo Gurgel (2011), não existe ―o que‖ se não houver ―para quem‖. Com essa afirmação entende-se que para dar início a um projeto de Design de Interiores, é preciso primeiro definir o cliente para quem o projeto irá ser feito. E a partir daí, identificar o público-alvo, ou seja, as pessoas que irão utilizar o ambiente a ser projetado. Como cliente e local para realização do projeto de TCC foi escolhida a Creche Imaculado Coração de Maria. Situada no bairro do Vergel na cidade de Maceió, é uma instituição que sobrevive de doações e oferece serviços médicos e odontológicos por meio de uma assistente social voluntária; e também conta com a ajuda da igreja para divulgação do projeto. Os responsáveis pela instituição foram os clientes. A creche recebe em torno de 35 crianças com faixa etária de 3 a 5 anos de idade, em sua maioria meninos, que estão em situação de vulnerabilidade social, como por exemplo, pais desempregados, que possuem algum vício com o álcool ou drogas, pais que trabalham o dia inteiro e não tem com quem deixar os filhos. Todas elas moram no bairro. Por isso, elas frequentam a creche para não ficarem o dia inteiro na rua, sujeitas à violência. Essas crianças que frequentam a creche e que utilizam a brinquedoteca constituem-se o público-alvo do projeto deste TCC, cujo objetivo foi abordar a proposta feita na intervenção acadêmica; e apresentar um novo projeto, sem limites de orçamento, por ser um dos espaços de maior relevância do local.

2.2. Programa de Necessidades

O programa de necessidades, de acordo com Mancuso (2012), é fundamental para o começo da ideia. Ele é resultado da obtenção de respostas para as perguntas: quais as necessidades a serem satisfeitas, qual a função do local, qual a possibilidade de adequação, qual o grau de liberdade de ação, quais são os fatores determinantes de caráter físico e psicológico. A partir dessas respostas podemos alertar o cliente sobre as dificuldades que possam surgir em função das relações espaço x necessidades práticas x necessidades subjetivas.

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Durante as visitas feitas ao local em 2014, notou-se que as crianças não possuíam ambientes adequados para desenvolverem as tarefas do cotidiano, como por exemplo, um espaço para as brincadeiras. Identificou-se a ausência de elementos infantis nos ambientes como imagens lúdicas, brinquedos expostos, já que se tratava de uma creche para crianças pequenas. Nesse sentido, foi solicitado pelos clientes um espaço adequado para que pudessem ser desenvolvidas as brincadeiras, atividades de leitura e que possibilitasse o uso da televisão, bem como um local organizado onde os colchonetes e brinquedos pudessem ser guardados. Segundo Maluf (2004), a brinquedoteca deve ser um espaço colorido, alegre onde as crianças devem ter oportunidades para desenvolver seu lado lúdico. É através do contato com diversos brinquedos (novos, usados, de plástico, de madeira, de pano, o da propaganda, etc.) que possibilita o desenvolvimento da imaginação. Por ser um espaço onde o principal é estimular a imaginação de quem o utiliza, ele precisa conter elementos lúdicos em seu ambiente. Cores e imagens também são importantes para estimular a criatividade dos pequenos usuários. A brinquedoteca

é

um lugar

onde a criança

pode

construir

seu

desenvolvimento em vários aspectos (sensorial, intelectual, etc.), pode interagir com outras crianças e com isso aprender atividades em grupo, socializar (MALUF, 2004). Especificar a faixa etária das crianças que utilizarão o ambiente, de 3 a 5 anos de idade, foi um dos primeiros passos dessa pesquisa. Pois a partir dessa definição foi possível estudar o mobiliário e materiais mais adequados para os usuários e para o ambiente. Com a intenção de proporcionar às crianças da creche Imaculado Coração de Maria um lugar onde elas pudessem viver essa experiência de se entregar ao mundo das brincadeiras sem nenhuma outra preocupação, foi pensado para a proposta deste TCC um mobiliário que se adequasse as necessidades do ambiente, como por exemplo, uma estante onde os livros possam ser expostos e guardados. Planejou-se um móvel feito sob medida para o vão embaixo da escada, com gavetões de fácil acesso para que as próprias crianças tenham condições de guardar os brinquedos depois das brincadeiras e que os colchonetes também pudessem ser guardados. Por tanto, o programa de necessidades para esta brinquedoteca baseou-se no desenvolvimento de um projeto lúdico, que oferecesse a interação entre as

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crianças por meio das brincadeiras e da leitura. Além de proporcionar um mobiliário adequado para espaços infantis e que atendesse aos pedidos dos clientes, incluindo um local expositor e organizador dos brinquedos e livros, assim como para guardar os colchonetes usados na hora do cochilo da tarde.

2.3. Painel semântico

O painel semântico é uma ferramenta importante para o designer de interiores porque indica suas percepções iniciais. Segundo Gusmão (2012), o painel semântico tem como objetivo traduzir a linguagem verbal em signos visuais, onde durante o projeto o designer associa conceitos metafóricos a imagens, dando significado a esses conceitos. Ainda de acordo com Gusmão (2012, p. 4-5), Pode-se extrair do painel semântico referências como cor, forma, texturas, tipografia e também conceitos subjetivos, figuras de linguagem, metáfora, o símbolo, assim como o estilo de vida ou emoções que dizem respeito especificamente ao público-alvo.

Antes da criação do painel semântico e do conceito deste projeto, foi realizada uma visita ao local para conhecer o espaço. Nesse contato inicial, foi possível realizar o levantamento métrico e fotográfico, conversar com os responsáveis e tomar nota de suas necessidades e desejos. O ambiente brinquedoteca foi escolhido, naquele momento, de forma consensual, pela equipe de projeto. O que levou a escolha desse ambiente foi a percepção de que as crianças não possuíam um lugar adequado para brincar e realizar suas atividades recreativas. A partir das percepções obtidas durante as visitas ao local e das informações citadas nas subseções ―Perfil do Cliente e Público-alvo‖ e ―Programa de Necessidades‖, foi criado o painel semântico a seguir:

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Ilustração 10: Painel Semântico

Fonte: Acervo dos Autores (2015)

E, com base no painel semântico criado, foi obtido o norte para as próximas etapas do projeto. O painel semântico possui alguns exemplos de brinquedotecas e de crianças brincando e interagindo entre si. Nele, buscam-se inspirações de cores (verde, azul, amarelo), de materiais (madeira, piso vinílico, MDF) e de organização do espaço (nichos expositores, cantinho para leitura e televisão, espaço para brincadeiras, ganchos para as mochilas). O painel semântico também inspirou o conceito da proposta deste TCC, no qual o maior objetivo foi o desenvolvimento de um espaço onde as crianças pudessem brincar e realizar as atividades recreativas de forma adequada e funcional.

2.4. Conceito da Proposta

O projeto da brinquedoteca foi fundamentado no conceito de brincadeiras infantis. ―Brincar, como a principal linguagem da infância, compreende práticas que envolvem jogos, brinquedos e brincadeiras que garantem o direito à criança de comunicar-se, de interagir, de aprender, de viver e conviver‖ (PINOTTI, 2006, p. 3).

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A representação das brincadeiras infantis na linguagem estética do projeto seria responsável por gerar uma intimidade das crianças com o espaço. E isso o tornaria mais agradável. Viabilizar um projeto a partir de um conceito é responsabilidade do designer de interiores. No seu trabalho, esse profissional reproduz simbologias através de formas, cores, texturas e materiais que se adequam sócio e culturalmente aos usuários dos ambientes; neste caso, as crianças (CAVALCANTE et al., 2010). No design interno, esse esquema técnico, a que o termo design se refere, deve suceder um diálogo entre cliente e profissional que possibilite o máximo de tradução do ser no espaço em metro quadrado. Numa lógica capitalista globalizada significa inserir no espaço interno objetos que simbolizem signos que auto-refratem os proprietários ou parte das ideologias às quais se vinculam — o que inclui da lógica sustentável ao luxo (CAVALCANTE et al., 2010, p.6).

A utilização de elementos que propiciassem a identificação do usuário com o espaço foi levada em consideração. Sendo assim, criou-se como conceito do projeto: Brincadeira de Criança. Diante de uma infância que é um reflexo da sociedade violenta e altamente consumidora de tecnologia, os pais privam as crianças de brincadeiras nas ruas, praças e parquinhos. As brincadeiras de infância em grupo acabaram entrando em desuso. O conceito instiga a reunião das crianças em uma brinquedoteca, que tem em sua ambientação, elementos que vislumbram brincadeiras como: amarelinha, subida na árvore, o jogo de bola e jogos de tabuleiro. De acordo com o Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem (2014), o atual convívio de crianças com a tecnologia causará futuros males a sua vida adulta. A tomada de decisões e a formação de opiniões das crianças são deixadas de lado quando elas utilizam apenas computadores, tabletes e vídeo games para o lazer. A convivência com outras crianças através de brincadeiras é de suma importância para a formação social do indivíduo. Outro viés a ser analisado do proveito das brincadeiras infantis é o uso da criatividade, ou melhor, ―O gesto criativo valorizado pelos pais dá às crianças a sensação de que há coisas boas dentro delas, de que suas ações são significativas, de que estar no mundo pode ser prazeroso e com sentido‖ (PAULINO, 2013).

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Sendo assim, o conceito: Brincadeira de Criança tem como objetivo o resgate de brincadeiras que são importantes para a formação psicossocial das crianças.

2.5. Levantamento de problemas e ações para a nova proposta do TCC

Analisando as ilustrações 2, 3, 4 e 5 da página 16 é perceptível a cor azul escuro da tinta óleo na metade das paredes. Ela, segundo os organizadores da creche, seria responsável por evitar riscos que as crianças faziam nas paredes e eventuais manchas causadas quando as crianças passavam as mãos sobre as paredes. Porém, essa atitude não foi muito adequada para o conforto no espaço e, pouco sustentável, já que, de acordo com pesquisas: Superfícies de cores claras ou pálidas, frias ou com padrões pequenos distanciam-se do observador, causando a sensação de um maior volume do ambiente. Por outro lado, superfícies com cores escuras, saturadas ou com padrões grandes, fecham o espaço, diminuindo o interior (FONSECA, 2004, p.8).

A diferença das sensações nos ambientes através das cores predominantes pode ser percebida nas ilustrações 11 e 12. Ilustração 11: Ambiente cores claras

Ilustração 12: Ambiente cores escuras

Fonte: SITE quick step (2015, online)

Fonte: SITE quick step (2015, online)

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A ilustração 11 representa o ambiente que tem como característica cores claras, que deixam o ambiente com uma perspectiva espacial maior. Por outro lado, a ilustração 12 (que se identifica com a cor escura presentes na parede da creche) apresenta um ambiente que tem como predominância cores escuras, que transmitem a sensação de que o espaço é amorfo. Na intervenção feita pelos alunos do 5º período, as paredes foram pintadas na cor azul claro (ilustração 6) e verde claro (ilustração7) com o objetivo de atribuir leveza e alegrar o ambiente de acordo com a proposta pensada. Um local para armazenamento de brinquedos e livros também foi um ponto a ser levado em consideração, já que eles ficavam espalhados em prateleiras e estantes por toda a creche, o que dificultava o acesso aos brinquedos por partes das crianças, para a intervenção foi pensado em reaproveitar as prateleiras que se encontravam em outro cômodo para guardar os brinquedos em um único ambiente, no caso a brinquedoteca, e também foi pensado em fazer uma estante para guardar os livros, brinquedos e colchonetes facilitando o seu acesso às crianças, para a proposta deste TCC essas sugestões foram readaptadas e melhoradas. O chão de cerâmica deveria ser substituído por outro de maior conforto térmico, já que as crianças iriam se dispor no chão para brincar e ler. Conforme o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Arquitetura (BOTANA, 2015), uma opção é o piso vinílico, que pode ser utilizado em espaços empresariais como escritórios comerciais, lojas, escolas e rede de hotéis. Além de disponibilizar um design diferenciado e diversificado, também é indicado para ambientes de tráfego intenso por ser um piso resistente, de fácil aplicação, antialérgico, térmico e absorver os sons. Sendo assim, a escolha de um piso vinílico ou laminado para substituir o piso cerâmico, foi considerado o mais adequado para a brinquedoteca nesta nova proposta. Outro problema a ser solucionado era o ofuscamento causado pela ausência de uma cortina na porta de correr de vidro (ilustração 4, p. 16). Segundo a produtora de cortinas – Uniflex (2015, online), cortinas e persianas vão além da estética, elas são responsáveis por impedir que os móveis, pisos e tapetes sejam queimados e danificados pelos raios ultravioleta (UV) e promovem conforto térmico. Antes da intervenção acadêmica, a televisão da Creche encontrava-se no refeitório, onde tanto na proposta da intervenção (ilustração 8, p. 19) quanto na proposta deste TCC foi optado pela equipe de projeto transferir a televisão para a

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brinquedoteca no intuito de que as crianças pudessem usá-la de maneira mais confortável. De acordo com Cisz (2015, online), a instrução para pais ou educadores seria que eles recorressem ―[...] a vídeos e DVDs para distrair as crianças pequenas. Nesta fase, sentem prazer na repetição e é importante para a sua aprendizagem. Desenhos lúdicos, vistos moderadamente, estimulam a criatividade e a fantasia‖. Por conseguinte, mostrou-se necessário projetar um espaço onde uma televisão fosse inserida e, assim, filmes e desenhos educativos fossem exibidos, a fim de contribuírem para a formação educacional das crianças. Finalmente, notou-se que deveria existir algum aparato que colaborasse com o desenvolvimento mental e motor das crianças, pois não existia nenhum equipamento

ou

mobiliário

para

facilitar

ou

mobilizar

habilidades

desse

desenvolvimento, por exemplo, a habilidade de desenhar. Fica evidente a importância do ato de desenhar para o desenvolvimento infantil. O quanto ele contribui para a formação não só motora, mas simbólica, expressiva e criativa da criança. Deixar a criança desenhar e se expressar. Falar enquanto desenha. Brincar enquanto desenha. É assim que a criança constrói seu pensamento e desenvolve-se para o mundo da escrita. Elas precisam do desenho para se desenvolver [...] (DE LIMA, 2014, p.16).

O desenho infantil é de suma importância para as crianças. Ele é uma alternativa simples. A equipe teve capacidade de solucionar essa questão apenas analisando o fato de que as crianças tinham o hábito de desenhar nas paredes da creche. Dessa forma, disponibilizar algum aparato na parede onde as crianças pudessem expressar sua criatividade foi também um item levado em consideração no novo projeto. Em conclusão, o desenvolvimento do projeto para este TCC se baseia na análise de todos os problemas do ambiente escolhido, antes e depois da intervenção acadêmica, viabilizando qualidade, funcionalidade e conforto ao espaço.

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3. A PROPOSTA BRINQUEDOTECA

BRINCADEIRA

DE

CRIANÇA:

ANTEPROJETO

DA

Com o objetivo de proporcionar as crianças um espaço adequado para as atividades recreativas e educativas, o projeto teve influência das brincadeiras infantis, onde elas pudessem usar e abusar da imaginação. Um ambiente confortável e alegre que, quando ali estiverem, estimule a criatividade e desenvolva a capacidade de conviver em grupo. De acordo com a EEEP (2012, p. 18) ―O Anteprojeto é desenvolvido com base no estudo preliminar e nas informações reunidas‖. Esta etapa é feita quantas vezes forem necessárias até ficar de acordo com o desejo do cliente. Nela também são discutidos todos os detalhes até chegar ao projeto final. Ainda segundo a EEEP (2012), as etapas do Anteprojeto são pesquisa de materiais adequados aos requisitos do projeto, planta-baixa de leiaute geral com especificações de materiais, revestimentos, acabamentos, elaboração de cortes e elevações (vistas), planta de iluminação, paginação de piso, paginação de paredes (elementos construtivos estruturais e elementos construtivos não estruturais), planta de gesso e detalhes, paginação elétrica (em caso de mudanças), paginação hidráulica (em caso de mudanças), paginação de ar condicionado, paginação lógica (telefone), planta de tonalidades e revestimentos, planta de mobiliário, planta de paisagismo interno e planta de marmoraria e vidraçaria, além das perspectivas e a apresentação de maquete eletrônica. Portanto, nessa seção será apresentada a proposta idealizada a partir dos processos citados anteriormente neste trabalho, onde pode ser observada a plantabaixa da proposta Brincadeira de Criança, com a disposição do mobiliário, a planta luminotécnica, planta de paginação de piso e indicação de paginação de paredes (revestimentos) e a planta de forro. Todas seguidas de explicações para suas composições. Tendo as cores e o mobiliário um papel de grande importância no Design de Interiores, foi criada uma subseção para cada um deles, abordando o processo de escolha para o projeto.

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3.1. Plantas-baixas de leiautes faladas com especificações

Segundo Mancuso (2012), a planta baixa é convencionada a partir de um corte que passa horizontalmente no ambiente com 1.80 metros de altura, ou como é entendido pelos estudantes de design de interiores a 1.50 metros de altura. ―É como se cortássemos uma fatia da peça‖ (MANCUSO, 2012, p. 211). Na planta-baixa da proposta Brincadeira de Criança, como é possível ver na ilustração 13, é representada à disposição de um mobiliário adequado, feito de acordo com o programa de necessidades e o conceito desenvolvido. Ilustração 13: Planta-baixa de leiaute proposta Brincadeira de Criança

Fonte: Acervo dos autores (2015)

Nela notam-se pufes em forma de bolas de basquete e futebol e em forma de dado remetendo as brincadeiras de bola e aos jogos de tabuleiro (1), para as crianças poderem descansar, assistir televisão, sentar para leitura de um livro; o piso vinílico (2) próprio para áreas de grande circulação e que reduz os impactos, além de ser um piso térmico que possibilita as brincadeiras no chão sem causar ou oferecer algum risco aos pequenos; uma estante com nichos, gavetas e televisão (3) que aproveita o vão abaixo da escada, onde anteriormente existia a prateleira que abrigava os colchonetes para organização dos brinquedos, livros e colchonetes; um painel em madeira MDF com ganchos com formato de uma árvore (4) para pendurar as mochilas dos pequenos usuários e que também remete as brincadeiras de subir

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em árvore; nichos expositores para brinquedos e livros (5) onde sua disposição na parede tem forma de uma amarelinha; e no corredor externo, foi locado um jardim vertical (6) no intuito de trazer ao ambiente mais vida. Logo em seguida, a planta luminotécnica foi idealizada. Nela foram adicionados pontos elétricos que não existiam, como por exemplo, as tomadas abaixo da escada para ligar a televisão e outros aparelhos. Como percebido na ilustração 1 (p. 16), só existia um ponto de luz central, que não era suficiente para a iluminação geral do ambiente, pois o deixava escuro. Mesmo durante o dia a luz natural vinda da porta de correr de vidro do corredor e da porta principal não era suficiente. A iluminação adequada é um fator fundamental para nossa percepção. Um bom projeto de iluminação deve dar ao ambiente identidade, valorizando os aspectos decorativos e proporcionando conforto visual para as atividades exercidas pelas pessoas que utilizam o espaço (MANCUSO, 2012, p. 79).

Com objetivo de promover o conforto visual1, foi necessário à adição de outros pontos de luz no local, como observado na ilustração 14: Ilustração 14: Planta Luminotécnica

Fonte: Acervo dos autores (2015)

1

Um determinado ambiente provido de luz natural e/ou artificial produz estímulos ambientais, ou seja, um certo resultado em termos de quantidade, qualidade da luz e sua distribuição, contrastes etc. Quanto menor for o esforço de adaptação do indivíduo, maior será sua sensação de conforto (OSRAM, 2015).

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Antes da definição do tipo de lâmpada mais adequado para o ambiente, é importante conhecer as características das lâmpadas existentes no mercado. Com base em Mancuso (2012), foram analisados alguns tipos: 

Lâmpadas incandescentes: Possui alto consumo de energia, vida curta, baixa eficiência luminosa e deixarão de ser produzidas;



Lâmpadas halógenas: Lâmpadas mais eficientes, alta durabilidade, luz branca que destaca e valoriza as cores, e disponíveis em várias versões;



Lâmpadas halógenas plus: Mais conhecidas como halógenas ―palito‖, utilizam soquetes especiais e voltagem normal de rede, utilizadas na iluminação geral, luminárias de coluna e arandelas;



Lâmpadas dicroicas: Por proporcionarem faixo de luz dirigido e uma boa dissipação de calor são ideais para destacar detalhes de decoração, quadros, esculturas e iluminar pequenos ambientes. Elas possuem três aberturas de faixo 12º, 24º e 36º;



Lâmpadas

fluorescentes:

Mais

eficientes

do

que

as

lâmpadas

incandescentes, no que se refere a consumo de energia e possuem maior distribuição de luz; 

Fluorescentes TLT super 80: Com 20% mais luz que as fluorescentes comuns, essas lâmpadas proporcionam uma reprodução de cor muito boa;



Fluorescente TLD: São eficientes e possuem um diâmetro menor, quando utilizados reatores eletrônicos, aumentam a economia e o conforto;



Sistema fluorescente circular: Substitui as lâmpadas incandescentes comuns quase em todas as suas aplicações, com a economia de energia e ganho na qualidade e na quantidade de luz;



Fluorescentes compactas PL-S: Ao contrário das incandescentes, as lâmpadas PL consomem até 80% menos e duram em média 10 vezes mais. Desenvolvidas para áreas onde a iluminação permanece acesa durante longos períodos;



Fluorescentes compactas PL eletrônica: Indicadas para iluminação residencial são muito eficientes e práticas, proporcionando economia, conforto e durabilidade;



Lampleds: Possui tamanho bastante reduzido e tem como vantagens tecnológicas longa durabilidade, alta eficiência luminosa com variedade de

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cores, alta resistência a choques e vibrações, luz dirigida sem radiação ultravioleta e infravermelha, baixo consumo de energia e pequena dissipação de calor.

Para

concepção

do

projeto

luminotécnico

(ilustração

14:

Planta

Luminotécnica) foram selecionadas as lâmpadas fluorescentes, por serem mais econômicas e possuírem maior distribuição de luz. Também possuem um bom Índice de Reprodução de Cores (IRC), proporcionando uma representação mais próxima da luz natural, que deixa as cores com um aspecto mais vivo (FERREIRA, 2010). As lâmpadas tubulares utilizadas na proposta são embutidas no rasgo de gesso que formam retângulos no teto, que vão diminuindo de tamanho, conforme se aproximam do centro, como mostrado na ilustração 14. A proposta de iluminação no espaço é bem distribuída; e, o desenho no teto, com a diminuição dos retângulos de maneira gradativa, causa um efeito de movimento e ludicidade, como uma ilusão de ótica. A seguir confere-se a planta-baixa de paginação de piso (ilustração 15), que indica o tipo de piso pensado e por onde começar a sua aplicação evitando os trinchos em locais muito visíveis. A planta-baixa da ilustração 15 também apresenta a indicação das cores e tintas a serem aplicadas em cada parede (vide números de 01 a 04). As cores e tintas escolhidas para a Brinquedoteca serão mais detalhadas adiante junto às perspectivas 3D, pois oferecem melhor possibilidade de visualização da ideia. Quanto ao piso, procurou-se um que possuísse boa absorção de impactos, que aguentasse o grande tráfego do ambiente e que também se adequasse esteticamente o leiaute proposto. O material que atende a todos os requisitos citados é o piso vinílico. Ele é de fácil aplicação, pode ser colocado em cima de outros pisos, é fixado com cola ou por meio de encaixe, não utiliza argamassa, possui fácil limpeza e manutenção e é muito resistente. De acordo a PersiPiso (2015, online) loja especializada em pisos e revestimentos, o piso vinílico: [...] é indicado para ambientes onde transitam pessoas alérgicas, pois não retém poeira e isola a umidade do piso original, sendo, ainda, indicado em

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locais para pessoas com maior risco de quedas, como idosos e crianças, por suas características aderentes.

Para essa proposta, foi especificado o piso vinílico com textura de madeira clara, com vistas a harmonizar com o mobiliário proposto e causar conforto visual aos usuários do ambiente. Ilustração 15: Planta-baixa de paginação de piso

Fonte: Acervo dos autores (2015)

Ao chegar ao ambiente constata-se que a iluminação era direta na laje. Foi proposto um forro de gesso acartonado com o objetivo de facilitar a instalação das novas luminárias e proporcionar conforto acústico no local onde as crianças irão utilizar para atividades que provocam diversas emissões de sons. De acordo com Mancuso (2012), o gesso é um material de alta densidade, o que garante tanto o conforto térmico como o isolamento acústico. Por ser um material muito versátil possibilita dar formas a forro, sancas, divisórias. O mesmo pode ser encontrado em placas, pó ou blocos e oferece um acabamento sem emendas ou encaixes; também aceita diversos tipos de acabamentos, como por exemplo, pintura, papéis, faixas, tecidos, laminados, melamínico. Apresenta-se a planta de forro na ilustração 16, a seguir:

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Ilustração 16: Planta de forro

Fonte: Acervo dos Autores (2015)

O uso do gesso permite que cada ambiente se torne único, pois ele pode ser moldado especialmente para cada situação, como foi o caso, onde o forro possui um desenho feito pela disposição das luminárias. 3.2. Cores Para Farina (2006), as cores estão totalmente relacionadas ao Design, porque têm a capacidade de gerar reações psicológicas nos seres humanos. Sua utilização nos espaços deve ser concebida de maneira consciente. Vale salientar que as cores se dividem em primárias, secundárias e terciárias. As primárias são cores que não são formadas por mistura, são elas: azul, vermelho e amarelo, como visto na ilustração 17:

Ilustração 17: Cores primárias

Fonte: CABRAL (2015, online)

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A mistura de duas cores primárias resulta nas cores secundárias (ilustração 18). Dessa forma, o azul misturado com o amarelo resulta a cor verde. Da mesma forma que o laranja é resultado da mistura do amarelo com vermelho e o roxo o resultado da junção do azul com o vermelho (FARINA, 2006). Ilustração 18: Cores secundárias

Fonte: CABRAL (2015, online)

A mistura das cores primárias com secundárias tem como resultado as cores terciárias. A exemplificação das cores é entendida no círculo cromático (ilustração 19), ferramenta muito utilizada por designers de todas as áreas. Nele as cores são combinadas entre si. Vale salientar que além do círculo cromático, as cores possuem tonalidades diferentes que podem ser determinadas pela adição da cor branca em sua mistura, o que faz com que ela tenha um aspecto mais claro; ou, a adição de preto, tornando assim, a cor mais escura (FARINA, 2006). Ilustração 19: Círculo cromático

Fonte: SITE Google imagens (2015, online)

No ramo de Design de Interiores, os fabricantes de tinta organizam as diferentes possibilidades de cores que produzem em um leque, disponível nas lojas.

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Essa ferramenta facilita o trabalho do profissional, por ela apresentar as várias cores disponíveis e suas diferentes opções de tonalidade. Em seu site, a produtora de tintas CORAL (2015, online), afirma ter 2016 possibilidades diferentes de cores e salienta as diferenças que os acabamentos (fosco, acetinado, semi-brilho, brilhante e alto brilho) podem causar. Além de disponibilizar dicas das cores que se harmonizam entre si e podem ser facilmente utilizadas no mesmo ambiente. A escolha da cor é tão relevante para os designers de interiores que as produtoras de tinta simulam, através de softwares, o aspecto final do ambiente a ser pintado. As cores geram sensações diferenciadas no ser humano e podem ser utilizadas de maneira positiva quando aplicada de forma correta. No entanto, reconhece-se por meio das pesquisas, que as cores são de suma relevância para o ser humano adulto e infantil – visto que, contribuem em diversos fatores, agindo positivamente, quando combinadas harmonicamente no desenvolvimento infantil (ZANG; CAMILOTI, 2012, p. 40).

Diversas são as sensações que as cores promovem quando ela predomina em um ambiente, vai desde incômodo até relaxamento. Elas devem ser utilizadas de maneira harmônica para que ambientes que têm como conceito promover relaxamento acabem atendendo esse propósito. É conhecendo a característica de cada cor que o designer de interiores pode usar as cores certas nos ambientes. Lacy (1996) aborda a utilização de cores no jardim de infância, deixando clara a ideia de que cores quentes transmitem segurança. As cores como: rosa, pêssego e damasco devem ser utilizadas nesses ambientes, já que crianças recémchegadas, terão contato com adultos e crianças desconhecidas. A autora salienta ainda que o uso do verde claro com aquelas cores quentes faz uma combinação harmônica; e, que se fora utilizado o azul, que esse seja vibrante, pois cores escuras podem perturbar as crianças. Outras cores quentes são interessantes de serem usadas nos ambientes infantis, como por exemplo: ―Vermelho e laranja são cores que as crianças adoram e das quais necessitam. A cor laranja é benéfica para as crianças tímidas, mas também para as extrovertidas, porque canaliza suas energias para a criatividade‖ (LACY, 1996, p. 41).

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Os objetos a serem utilizados em um ambiente infantil também contribuem para o conforto das crianças, pois ―As crianças pequenas geralmente não gostam de peças grandes, pois precisam relacionar-se com um espaço aconchegante, seguro e quente e agradável. Num ambiente seguro, elas se acomodam rapidamente para desfrutar da companhia de outras crianças‖ (LACY, 1996, p.42). Dessa forma, fica clara a importância das cores em ambientes infantis e cabe ao designer de interiores definir a utilização dessas informações em cores, formas e materiais diversos a fim de propor um ambiente esteticamente agradável e funcional. No primeiro momento do projeto sem custos reduzidos da creche, foi pensada a utilização das cores primárias, devido ao uso comum em projeto de ambientes infantis e por estimularem a mente das crianças. Como mostrado na ilustração 20, as cores primárias foram associadas ao verde claro, fazendo, uma composição harmônica. Ilustração 20: 1ª opção de mobiliário com cores primárias

Fonte: Acervo dos Autores (2015)

Por ser uma opção de leiaute típico, já que cores primárias são comumente utilizadas em projetos de ambientes infantis, foi logo descartada. Em seguida, foi iniciada uma pesquisa a fim de buscar diferentes alternativas de paleta de cores que melhor se encaixasse com a proposta projetual. Por meio dessa pesquisa, foi identificada a Tendência Caleidocolor da rede varejista

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Tok&Stok (2015, online), que é baseada no caleidoscópio, um instrumento feito com cacos de vidros coloridos e espelhos e tem como finalidade a criação de imagens coloridas em constante mutação. A paleta de cores da Tendência Caleidocolor é representada na Ilustração 21:

Ilustração 21: Paleta de cores Caleidocolor

Fonte: SITE Tok&Stok (2015)

Essa tendência possui como cores principais: fúccia, anis, laranja e roxo que combinam com verde kiwi, amarelo, turquesa, acqua e koral. Por conseguinte, são cores fortes e vibrantes e geram uma atmosfera lúdica, como apresentado na perspectiva do ambiente projetado (ilustração 22): Ilustração 22: Opção com a paleta de cores Caleidocolor

Fonte: Acervo dos Autores (2015)

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Desta maneira, o anis2 foi utilizado nas paredes, o amarelo no painel dos nichos expositores do lado esquerdo e em alguns detalhes da estante da televisão, assim como o coral, o laranja e o acqua. Já a parede oposta a parede da porta de correr de vidro (ilustração 23), é pintada com tinta lousa a fim de que as crianças possam aguçar sua criatividade e interagir com o ambiente por meio de desenhos feitos com giz. Também se encontra uma árvore feita com MDF laqueado e com ganchos para pendurar as mochilas. O lado lúdico da tendência de cores é apresentado nas paredes e no mobiliário. Ilustração 23: 2ª perspectiva brinquedoteca proposta Brincadeira de Criança

Fonte: Acervo dos Autores (2015)

3.3. O MOBILIÁRIO

O mobiliário da brinquedoteca foi pensado em função das necessidades e desejos dos pequenos usuários. Foram projetados nichos para parede com o intuito de disponibilizar um espaço para que os brinquedos e livros ficassem expostos e um painel para a televisão feito sob medida embaixo do vão da escada, com gavetões para guardar o restante dos brinquedos e os colchonetes; e com alguns nichos para expor livros. Também foi locada na parede oposta a porta de vidro de correr uma estrutura em MDF laqueado em forma de árvore (com ganchos para pendurar as mochilas 2

Cor semelhante a cor Martim-Pescador Site Suvinil (2015).

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das crianças), remetendo a ideia do conceito Brincadeira de Criança, pois subir em árvore é uma atividade comum na infância, aguçando assim o gosto pela exploração, como pode ser observado na ilustração 24. Ilustração 24: Detalhe estrutura de MDF laqueado em forma de árvore

Fonte: Acervo dos Autores (2015)

O material utilizado para a fabricação da marcenaria foi o emplacado de Fibras de Madeira de Média Densidade (MDF, Medium Density Fiberboard) e a madeira de Pinus. O MDF é um tipo de madeira de origem industrial comum em empresas que produzem móveis planejados. De acordo com a entidade TESIS (2013) o MDF é constituído por fibras de madeiras juntas com adesivo sintético e submetido a calor e pressão. Por conta das fibras seu uso é indicado para peças torneadas, entalhadas e usinadas. Já a madeira de Pinus, segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (ITP, 2015, online) é uma madeira de reflorestamento de cor clara, fácil de ser trabalhada e que permite bom acabamento. Seu uso é diverso e se aplica tanto na área da construção civil, como na confecção de mobiliário. No projeto essa característica é encontrada na estante planejada da televisão e no painel de MDF laqueado amarelo com os nichos feitos de madeira Pinus, cujos cantos foram arredondados por questão de segurança, já que quinas no mobiliário facilitam o acontecimento de acidentes, pode-se observar esse detalhe na ilustração 25, a seguir.

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Ilustração 25: Detalhe arredondado do mobiliário

Fonte: Acervo dos Autores (2015)

Também é apresentado como proposta algumas opções de pufes com formas de bolas de futebol, bolas de basquete e dados, porque eles remetem a base conceitual de brincadeiras infantis, como também oferecem as crianças uma opção de conforto para que elas possam assistir televisão, brincar e ler (ilustração 22). Ilustração 26: Detalhe jardim vertical

Fonte: Acervo dos Autores (2015)

Na parede em frente à porta de vidro de correr, foi projetado um jardim vertical, pois ―é uma forma de alegrar e aconchegar os ambientes com plantas, mesmo estando longe dos parques e campos‖ (CERELLO, 2015, online). Os vasos retangulares laranja são fixados na parede com revestimento de filetes de pedra, como visto na ilustração 26.

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CONCLUSÃO

O projeto apresentado nesse TCC teve como base um trabalho voluntário de intervenção acadêmica supervisionada realizada pelos docentes e alunos do quinto período (semestre 2014.2) do Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores do IFAL. A ideia inicial foi realizada de maneira voluntária e com custos reduzidos, incluindo vários patrocinadores que contribuíram com doações para que o projeto inicial fosse realizado. Este TCC resultou de um aprimoramento das ideias e adoção de novos materiais para elaboração de uma nova proposta sem limites orçamentários. A fim de facilitar o desenvolvimento do projeto, foi realizado um estudo sobre a história da creche no Brasil e a diferença de voluntariado e filantropia. Por meio dos conhecimentos adquiridos durante o curso, foi possível a realização deste trabalho. No qual foram mobilizadas as seguintes habilidades e competências estudadas: elaboração de planta baixa, levantamento arquitetônico do local, definição e elaboração do programa de necessidades, bem como o estudo do público-alvo, estudo do mobiliário, estudo das cores, uso de softwares para a elaboração das plantas-baixas como o AutoCad, estudo de maquete eletrônica, estudo dos materiais e conforto e o estudo da iluminação. Ao longo do processo foram feitas visitas e entrevistas no local com o objetivo de realizar o levantamento arquitetônico, definir e entender os anseios e necessidades do público-alvo e dos clientes. Esse contato foi de grande valia para a equipe de projeto, pois nele foi possível vivenciar a experiência de lidar com um cliente real. A partir disso, foram realizadas pesquisas sobre o universo infantil e o espaço brinquedoteca que resultaram na elaboração do Painel Semântico, bem como a criação do conceito Brincadeira de Criança. Esses estudos facilitaram o desenvolvimento do leiaute do ambiente, seleção da paleta de cores e distribuição de mobiliário adequado e nos possibilitou aprender que para desenvolver um ambiente para crianças é primordial se preocupar com a composição de cores, tipos de materiais, mobiliário e iluminação adequada.

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Por fim, o intuito deste trabalho foi registrar o processo criativo de um Anteprojeto de Designer de Interiores para crianças, descrevendo o seu processo de criação, por meio de pesquisas sobre o assunto, plantas-baixas com especificações e justificativas de materiais e ilustrações da maquete eletrônica.

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APÊNDICE A - Planta-baixa – Levantamento Cadastral

50

APÊNDICE B - Planta-baixa Proposta Brincadeira de Criança

51

APÊNDICE C - Vistas 1, 2 e 3

52

APÊNDICE D - Vista 4 e Vista Jardim Vertical

53

APÊNDICE E - Planta de Forro

54

APÊNDICE F - Planta Luminotécnica

55

APÊNDICE G - Planta-baixa de Paginação de Piso e Indicação de Paginação de Parede

56

APÊNDICE H - Perspectivas

1,27

3,79 2,46 0,15

0,64

LEGENDA 1,02

1

PRATELEIRA PARA APOIAR COLCHONETES

0,31

0,55

1,97

s1

0,15

1

1,63

1,69

s1

TELEFONE H=0.30M

0,51

5,21

0,86

0,14

1,6

s

PLANTA BAIXA - LEVANTAMENTO CADASTRAL 01 ESC.: 1/50

TCC 2015.2 ALUNOS: FRANCIS ABREU E LORRAINE MADEIRO

DATA: OUT/2015

DESENHO: PLANTA BAIXA - LEVANTAMENTO CADASTRAL

PRANCHA: 01/08

ESCALA: 1/50

6

05

0,15

3,79 0,64

1,27

2,46

1

1,02

LEGENDA 5

0,15

0,15

1,45

s

1

PUFES

2

PISO VINILICO

3

ESTANTE MDF COM GAVETAS E NICHOS

4

ESTRUTURA EM MDF EM FORMA DE ARVORE PRESA A PAREDE. COR = BRANCO.

5 COR = BRANCO E PINUS. JARDIM VERTICAL

7

TV 32''

1,97

0,15 0,86

02

03

2

3 0,31

0,4

01

1,63

1,69

0,15

04

0,51

5,21

6

4

02 ESC.: 1/50 TCC 2015.2 ALUNOS: FRANCIS ABREU E LORRAINE MADEIRO

DATA: OUT/2015 PRANCHA: 02/08

ESCALA: 1/50.

5

CORTINA COM BLACKOUT COR: BRANCO.

5

VISTA 1 03 ESC.: 1/50

VISTA 2 04 ESC.: 1/50

LEGENDA A

A

NICHOS EM MDF. CORES = AMARELO, LARANJA, AZUL CLARO E CORAL E COM

B COR = AMARELO. C

A

D

OBJETOS. COR= CORAL E AZUL CLARO. D

8 3 C

B

PAINEL EM MADEIRA PINUS

A A

C CIRC.

VISTA 3 05 ESC.: 1/50

TCC 2015.2 ALUNOS: FRANCIS ABREU E LORRAINE MADEIRO

DATA: OUT/2015

DESENHO: VISTA 1, 2, E 3.

PRANCHA: 03/08

ESCALA: 1/50.

F

G

LEGENDA

6

E

E

E

PAREDE REVESTIDA COM PEDRA. COR= CINZA CLARO

F

4

PINUS

G

VISTA 4 . 06 ESC.: 1/50

G COR= LARANJA

VISTA JARDIM VERTICAL 07 ESC.: 1/50

TCC 2015.2 ALUNOS: FRANCIS ABREU E LORRAINE MADEIRO

DATA: OUT/2015

DESENHO: VISTA 4 E VISTA JARDIM VERTICAL.

PRANCHA: 04/08

ESCALA: 1/50

0,1

FORRO SPOT DE LAMPADA

s 0,15

3,59

0,1

0,1

5,01

1,23

5,01

0,1

RASGO NO FORRO DE GESSO PARA LAMPADA FLUORESCENTE TUBULAR

PLANTA DE FORRO 08 ESC.: 1/50

0,1

0,17

0,15

0,66 0,1

0,15

0,1

TCC 2015.2 ALUNOS: FRANCIS ABREU E LORRAINE MADEIRO

DATA: OUT/2015

DESENHO: PLANTA DE FORRO

PRANCHA: 05/08

ESCALA: 1/50

TOMADA ALTA H=2.2 PARA LED DE NICHOS

TELEFONE

s

0,67

s1

0,2 0,2

0,5

0,1 0,1 0,1

0,97

2,6 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1

s1

0,2 0,2 0,1 0,1 0,1

1,1

0,92

0,92

1,7 0,1

0,6

0,59

0,34

0,43

0,43

0,47 0,33

0,2 0,2 0,6 0,1 0,1 0,1

SPOT DE LAMPADA

RASGO NO FORRO DE GESSO PARA LAMPADA FLUORESCENTE TUBULAR

0,97 0,1

09 ESC.: 1/50

TCC 2015.2 ALUNOS: FRANCIS ABREU E LORRAINE MADEIRO

DATA: OUT/2015 PRANCHA: 06/08

ESCALA: 1/50

01

PAREDE

02 01

s

02

03

03 04

PAREDE REVESTIDA COM PEDRA. COR = CINZA CLARO. TINTA ACRILICA. COR= ANIS PAREDE REVESTIDA COM PAINEL MDF LAQUEADO. COR= AMARELO. TINTA QUADRO NEGRO VERDE ESCURO

02

02 02 02

02

02 04

10 ESC.: 1/50

TCC 2015.2 ALUNOS: FRANCIS ABREU E LORRAINE MADEIRO

DATA: OUT/2015

DESENHO: P. BAIXA DE P. DE PISO E IND. DE P. DE PAREDE. PRANCHA: 07/08 ESCALA: 1/50

PERSPECTIVA 1 10 SEM ESC.

PERSPECTIVA 4 13 SEM ESC.

PERSPECTIVA 2 11 SEM ESC.

PERSPECTIVA 5 14 SEM ESC.

PERSPECTIVA 3 12 SEM ESC.

PERSPECTIVA 6 15 SEM ESC.

TCC 2015.2 ALUNOS: FRANCIS ABREU E LORRAINE MADEIRO

DATA: OUT/2015

DESENHO: PERSPECTVA 1, 2, 3, 4, 5 E 6.

PRANCHA: 08/08

ESCALA: SEM ESCALA.

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