Interatividade e Interação

Interatividade e interação: Friccção em projetos de arte e tecnologia digital. Nara Cristina Santos – UFSM

O artigo trata das relações de interatividade e interação, a partir da obra “tecendo tempo ou sendo tecida pelo espaço” de Anna Barros, a autora faz suas considerações pelas similaridades e diferenças, as fricções entre arte e tecnologia digital na arte contemporânea. A proposta da obra de Anna Barros, tem caráter interdisciplicar, e e relaciona áreas distintas do conhecimento compartilhado para um fim comum: a exposição cujo tema foi “a cidade de pedra que virou madeira”. Através disso, grandes considerações puderam ser feitas atraves das relações entre as disciplinas envolvidas, considerando suas semelhanças e diferenças, mas não sem alguma fricção, como diz Nara. Tais disciplinas, inclusas na exposição Museu interativo, como a arte, sociologia, ciência, informática, o patrimônio cultural, foram organizadas de modo a sentir-se interrelacionadas. E o que diz respeito da arte, Anna Barros entra com sua obra “Tecendo o Tempo ou Sendo Tecida pelo Espaço” . Esta instalação, como outra que integrou a exposição, decorre de um projeto artístico que resgatou pequenas amostras de árvore petrificada, na cidade de Mata/RS, no ano de 2009. E apartir de amostras varridas em um microscópio de força atômica, possibilitou dentro de um universo poético, gerar três animações digitais em 3D e adentrar a nanotecnologia. Através da topografia gerada, foi enfatizada a percepção tátil e háptica, proprias do mundo nano. Estas animações são projetadas num tapete branco texturizado, cuja alteração das imaginas é acionada pela movimentação dos interatores. A proposta entre arte e tecnologia digital, da-se pelo momento em que percebemos a primeira fricção na obra, que ao interator se aproximar da imagem projetada na parede, pode pisar no tapete branco sobre o qual a imagem está projetada, e ativar o proceso interativo ocorricada com a tomada de movimento através de uma pequena câmera. Nesta instalação interativa, há uma interferência mais direta do visitante, ao inserir-se no espaço, percebe-se a projeção alternada das imagens sobre seu corpo

enquanto interage com a obra, fazendo do corpo uma interface direta com a obra provocada pela presença. Porém, a autora destaca que o conceito de interatividade e recente, e surge no campo da informática e da comunicação, enquanto a concepção de interação é mais antiga e ampla, e neste contexto que surge a fricção entre interatividade e interação, que não trata apenas de diferençãs, mas de similaridades e proximidades em uma mesma disciplina, que no caso das artes, se complementam. Para gerar sentido ao interator, o entorno e o contexto entrecruzam-se constantemente, a partir de uma realidade vivenciada e experienciada, através da ação incorporada sugerida pela obra. Na arte contemporânea contextualizada, a produção interdisciplinar em arte e tecnologia, solicita uma presença, gerando um processo interativo o qual não é mais externo ao processo, mas integrado, um observador interator, a obra não existe sem a ação do outro. Por Cauan Vieira

Fonte: http://www.anpap.org.br/anais/2012/pdf/simposio2/nara_cristina_santos.pdf