Jornada del-rei D. João IV a Caldas da Rainha CEL 11.pdf

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Cadernos de Estudos Leirienses – 11 * Dezembro 2016

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LEIRIA DEZEMBRO DE 2016

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Cadernos de Estudos Leirienses – 11 * Dezembro 2016

Título: CADERNOS DE ESTUDOS LEIRIENSES – 11 Editor: Carlos Fernandes Coordenador Científico: Saul António Gomes (Professor Associado com Agregação do Departamento de História, Arqueologia e Artes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra)

Conselho Consultivo: Isabel Xavier, J. Pedro Tavares, Luciano Coelho Cristino, Mário Rui Simões Rodrigues, Miguel Portela, Pedro Redol e Ricardo Charters d’Azevedo Concepção e arranjo da capa: Gonçalo Fernandes Colecção: CADERNOS – 11 ©Textiverso Rua António Augusto da Costa, 4 Leiria Gare 2415-398 LEIRIA - PORTUGAL E-mail: [email protected] Site: www.textiverso.com Revisão e coordenação editorial: Textiverso Montagem e concepção gráfica: Textiverso Impressão: Artipol 1.ª edição: Dezembro 2016 Edição 1185/16 Depósito Legal: 384489/14 ISSN 2183-4350 Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor.

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Jornada do rei D. João IV às Caldas da Rainha, Peniche, Óbidos, Alcobaça e Nazaré em 1645 Saul António Gomes*

O rei D. João IV (1604-1656), 8.º duque de Bragança, 5.º duque de Guimarães e 3.º duque de Barcelos, era filho de D. Teodósio e de D. Ana Velasco. O futuro monarca recebeu uma educação esmerada no domínio do exercício das virtudes físicas e militares, das letras e dos estudos de música, em que foi seu professor o inglês Robert Tornar. Casou, em 1633, com a espanhola D. Luísa Francisca de Gusmão, da Casa de Medina Sidónia. Crescendo o descontentamento dos portugueses com a governação filipina, D. João apareceu no mapa político do tempo como a figura aglutinadora da restauração dos ideais pátrios, o que sucedeu com o ato aclamatório, proclamado em Lisboa, no dia 1 de Dezembro de 1640, tendo sido aclamado solenemente como novo monarca de Portugal a 15 desse mês. Os esforços militares e diplomáticos portugueses, na luta pelo reconhecimento da independência nacional, foram constantes nos anos imediatos. Urgia garantir a integridade territorial metropolitana mas também assegurar a continuidade das colónias ultramarinas, para além de se relançar uma política de recomposição e consolidação da administração pública mormente pela criação do Conselho da Guerra (1640), do Tribunal da Junta dos Três Estados, em 1643, e do Tribunal do Conselho Ultramarino, no mesmo ano. Regulamentou-se, de novo, a Secretaria de Estado e foram colocadas em lugareschave da administração pública pessoas da confiança do soberano, como sucedeu com o governo das Ordens Militares. * Professor Associado com Agregação do Departamento de História, Arqueologia e Artes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

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TRANSCRIÇÃO

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D. João IV manteve os títulos nobiliárquicos vindos do passado filipino e acrescentou-lhes novos protagonistas, criando o ducado de Cadaval e os marquesados de Aguiar e de Cascais, entre outros. Foi rigoroso no castigo dos que se revelaram desleais à nova dinastia, como sucedeu com os senhores de Leiria, os Marqueses de Vila Real e Duques de Caminha, cuja Casa foi extinta, passando o seu vasto património para a Casa do Infantado. Os acontecimentos que levaram à queda da Casa de Vila Real tiveram conO rei D. João IV, 1604-1656 (col. priv.) sequências históricas profundas na história da região leiriense1. Entre setembro e outubro de 1645, D. João IV estanciou por terras estremenhas. O rei deslocou-se, a banhos, ao Hospital das Caldas da Rainha, aproveitando a sua estadia para jornadear pelas terras vizinhas como Peniche, Óbidos, Alcobaça e Nazaré. É a descrição dessa jornada, fixada por um anónimo correspondente, cremos, do Chantre Manuel Severim de Faria, que aqui se publica. O manuscrito em causa encontra-se na Biblioteca Nacional de Espanha 2. Do relato apresentado, intui-se que o novo monarca lusitano não procurou apenas terapia médica para a sua saúde, fazendo da sua digressão uma 1

Vd. SERRÃO, Joaquim Veríssimo - D. João IV. In Dicionário de História de Portugal (Dir. Joel Serrão). Lisboa: Iniciativas Editoriais, 1966, Tomo III, pp. 396-399; CUNHA, Mafalda Soares da e FREIRE, Leonor - D. João IV. Lisboa: Temas e Debates, 2008; WAGNER, Mafalda de Noronha - A Casa de Vila real e a Conspiração de 1641 contra D. João IV. Lisboa: Ed. Colibri, 2007. Quadros da história local leiriense, especialmente na primeira metade de Seiscentos, são-nos amplamente desvelados na obra de POUSÃO-SMITH, Selma - Rodrigues Lobo, os Vila Real e a estratégia da dissimulatio, 2 vols., Lisboa, Ed. da Autora, 2008. Recolhe-se, ainda, informação muito relevante acerca das famílias aristocráticas de Leiria, nesse tempo, no livro publicado por QUEIROZ, Francisco - A Casa do Terreiro. História da Família Ataíde em Leiria. das Origens ao Século XVII. Vol. I. Leiria: ed. Jorlis, 2010. 2 Muito agradecemos, e fazemo-lo reiteradamente, ao Dr. Pedro Pinto, do Centro de Estudos Históricos, da Universidade Nova de Lisboa, o conhecimento desta informação documental.

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Jornada de D. João IV aCadernos Caldas, Peniche, Óbidos, Alcobaça em 1645 de Estudos Leirienses – 11e* Nazaré Dezembro 2016

oportunidade para melhor conhecer o país. Um país preparado para a guerra. Não estranha, nesse contexto, o interesse do soberano em visitar os fortes de Peniche e da Nazaré, onde foi saudado por disparos de artilharia, de mosquetearia e até de caravelas ancoradas ao largo da praia da Pederneira. Motivava-o, também e seguramente, uma intenção de peregrinação religiosa, especialmente ao Santuário do Sítio da Nazaré, assim como política bem revelada nas suas entradas nas vilas por onde passava, ocasião de festas públicas e de entusiásticas aclamações populares - e até cultural, afirmando-se esta dimensão da sua viagem, mais especialmente, na estadia real no Mosteiro de Alcobaça e na Nazaré, com os cortesãos, ministros e criados que o acompanhavam, ocasião em que os padres bernardos não se pouparam a esforços e gastos, em tempos de penúria e de dificuldades alimentares que o país atravessava, aliás, para bem servir e impressionar, com jogos, teatro, fogo-de-artifício e refeições opíparas, o monarca Restaurador. Documento 1645 Setembro, 5 - Outubro, 14 - Jornada do rei D. João IV a Caldas da Rainha, Peniche, Óbidos, Alcobaça e Nazaré. Biblioteca Nacional de España - Mss. 8187, fls. 33-35 e 44-45v. [Fl. 1] Relações Manuscriptas de Portugal desd’o anno de 1643 ate 1646. Volume 55. (...) [Fl. 33v]

Lembranças em 7bro de 645. Jornada de Sua Magestade as Caldas.

Partio Sua Magestade para as Caldas 3ª feira 5 de 7bro por mar na fragata. Levou consigo nella ao camareiro mor, estribeiro mor Pedro de Mendonça e o Senhor Gaspar de Faria. Sahirão as dez horas. O vento foi contrario, por isso não chegarão as embarcações em que hião as recamaras dos que acompanhavão mas a recamara del Rey tinha ido o dia antes por terra, e o estribeiro piqueno com 427

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dous coches, duas liteiras e huma carroça e tres azemolas de fato e quatro cavallos de destro. Aportou El Rey em Povos. Pouzou na Quinta do Framengo. Houve muitos presentes pera El Rey e ministros, e alguns tam grandiosos que os não quiserão aceitar. O Conde da Castanheira lhe mandou presentar seis carros, hum de vitellas, outro de doces, outro de fruta de espinho e outro de perus, etc. Partio El Rey as tres depois de mea noite. Assim na villa como em todo o caminho o sairão a receber com muitas festas e muita gente que o sahia a ver. Chegou as Caldas ainda com cedo. Levou consigo, alem dos nomeados, o Marquez de Gouvea, o Bisconde, o Conde da Torre, dous conselheiros de guerra e João Pinto do Paço. Deixou nomeados por veadores da Fazenda, o Conde de Cantanhede, e Dom Francisco de Faro, a quem fez tambem alcaide mor de Estremos. Conselheiros da Fazenda, Luiz Cesar e Antonio Cavide, conselheiro letrado, Fernão de Matos. Procurador da Fazenda, Pedro Fernandes Monteiro. Para // [Fl. 34] para conselheiro do Despacho, nomeou o Marquez de Montalvão, sem assistir na Fazenda, não aceitou. Dom Miguel de Almeida se despedio, e dizem não quis aceitar o titulo de Conde de Abrantes. Nomeou Mathias de Albuquerque para embaixador de Alemanha. Nomeou para vizorrei do Brasil, o Conde de Obidos. Para o Algarve, Pedro de Mendonça. Restituio o officio de capitão da guarda tudesca a Dom Lourenço de Sousa. Nomeou o Bisconde por mordomo mor da Raynha. No mesmo tempo, chegarão quatro galeões que se fizerão no Porto pera a armada. Em 24 de agosto chegarão duas naos da India, tomarão porto nas Ilhas, e com ellas veyo Manoel de Sousa Pacheco, que acabou o tempo de capitão da fortaleza do Brasil. Veyo juntamente hum navio de Nova Hespanha que os marinheiros portuguezes meterão na Ilha Terceira, prendendo os castelhanos. Nomeou pera assistirem no governo a Rainha, ao Bispo Inquisidor Geral, ao Bispo eleito do Porto, e ao Marques de Aguiar. Em 27 de 7bro, mandou Sua Magestade que não houvesse mais guarda da saude pera as terras do Algarve, a qual guarda durou quaise dous meses 428

Jornada de D. João IV aCadernos Caldas, Peniche, Óbidos, Alcobaça em 1645 de Estudos Leirienses – 11e* Nazaré Dezembro 2016

por occasião de humas febres agudas que matavão com muita brevidade e davão com nacidas no rosto, e nas coxas, começou-se o mal em Tavila, onde veyo de Tangere com uma fragata. Dalli a poucos se mandarão por guardas outra ves não somente por Tavira mas por Alcoutim, Cacella e Castromarim, onde o mal tornou aa repetir. Jornada de Sua Magestade as Caldas. Partio Sua Magestade, que deus guarde, da cidade de Lixboa em 3ª feira, 5 // [Fl. 34v] 5 do presente às dez horas da manhã, num bargantil de 16 remos, acompanhado de seus officiais da casa, e outros fidalgos mais ainda que poucos. E supposto que fazia grande vento e o mar andava alterado, chegou a Povos das 4 pera as 5 da tarde onde foi recebido daquelle povo com grande applauso, festejando-o com suas danças, charamelas e luminarias. Foi-lhe hum presente da Condeça da Castanheira que constava de algumas vitelas, carneiros, muitas galinhas, perus e alguns baus de doces. Este se repartio logo pellos que o acompanhavão, e só se reservarão as cousas de maior volume. Ao outro dia pellas tres da manhãa que forão 6 do seguinte, se pos a cavallo, fazendo grande luar, e marchou ate o Sercal (terra do Marques de Ferreira) onde chegou entre as onze e o meio dia; alli jantou, e deu mesa de Estado aos fidalgos, como havia feito em Povos. Não teve presente da Marquesa, mas mandou ella por nesta sua villa tres pipas de vinho ao torno pera todos os que quizessem; e ainda mal porque a tantos fez mal. Dalli partio pella huma hora e chegou a esta villa quasi às 5 onde o receberão na conformidade que a terra podia, que não foi muito por ser muito pequena e pobre. A quarta feira que se contarão sete, estivemos em bella paz como se fez no dia seguinte. Ao sabbado, 8, se purgou Sua Magestade, e dizem que lhe aproveitou muito. Domingo se celebrou aqui a procissão do Corpo de Deus, na qual Sua Magestade andou por estas ruas, e fez-se huma comedia na praça, que ainda que de campo, esteve galante e como essa a mandou El Rey representar a noite no Paço. Hoje, 11, foi o primeiro dia em que El Rey tomou banho. Tem-se entendido que tomará 12, queira Deus que lhe aproveitem. No discurso destes dias hão vindo varios presentes a Sua Magestade, como foi de Obidos, esta terra e Alco // [Fl. 35] Alcobaça, e este foi o mais avantejado, supposto que todos elles constavão quasi de huma mes429

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ma cousa que he o que fica referido na Condeça da Castanheira. Estes senhores passão com saude, ainda que o Marquez de Gouvea teve logo huma cesão e huma erisipola que o obrigou a partir hoje pera Lisboa. Não há de novo cousa que mais seja de contar, do que for succedendo irei servindo ao Senhor Chantre, como farei em tudo o mais que me mandar. Nosso senhor guarde a todos. Caldas, 11 de setembro de 645. Estando fazendo esta, chega hum frances que está dando novas do Senhor Dom Duarte. (...) [Fl. 44]

Jornada d’El Rey a Obidos.

Foi Sua Magestade a Lagoa de Obidos, onde foi banqueteado e servido por Pantalião de Saa na sua cabana. Fes Sua Magestade jornada a Peniche, onde foi recebido do Conde de Atouguia e servido com grande magnificencia. Vio Sua Magestade a fortaleza e foi recebido com grandes salvas de artelharia e mosquetaria da fortaleza e villa. Foi Sua Magestade a Obidos. Foi-se apear a igreja matriz onde o recebeo o Prior Dom Pedro de Menezes, bispo eleito de Miranda, que o hospedou com muita largueza. A villa lhe fez muitas festas correndo-lhe touros, a que sahio Coimbra que com muita destreza deixou alguns mortos; acabados elles se correrão canas. Jornada de Alcobaça. Depois que Sua Magestade que Deus guarde houve tomado treze banhos que se acabarão segunda feira, 25 de setembro, ao seguinte, 26, partio para Alcobaça acompanhado da corte que lhe assistia. A primeira villa por donde passou foi // [Fl. 44v] foi a Alfiserão que todo o povo della com grande alvoroço o esperava com muitas danças e chacotas, lançando-lhe no caminho o melhor que tinhão em casa. E era tal a alegria daquella gente, que com os joelhos no chão, lançando mil lagrimas dos olhos, punhão as mãos no ceo pedindo pela vida de Sua Magestade cujo esmoler mor, com grande largueza contentou a todos com suas esmolas. E seguindo-se a jornada, passou pella 430

Jornada de D. João IV aCadernos Caldas, Peniche, Óbidos, Alcobaça em 1645 de Estudos Leirienses – 11e* Nazaré Dezembro 2016

villa das Cellas onde não foi menos festejado com as companhias em ala, ruas armadas, e muitas danças. A gente desta villa levada do gosto de ver a Sua Magestade, o acompanhou atras do coche correndo mais de huma legua, dando quedas, saltando por matos e outeiros, sem perderem a vontade de o acompanhar, e alguns o fizerão até Alcobaça, donde chegou pellas dez da manhã. Ali esperavão sete companhias em ala governadas pello sargento mor, que chamão dos coutos. Gente luzida e bellicosa no que mostrava. Componhão-se as ruas de muitas armações, ramos verdes e flores, com que sendo a villa em si alegre a fazia mais formosa ao som de muitas charamelas, clarins e varias danças. Chegou Sua Magestade a porta da igreja do Convento, na qual estavão os padres delle que os esperavão com o palio na forma que se usa, e com perfeita musica o levarão à capella mor, onde esteve a missa do dia que se celebrou com notavel solennidade. Acabada ella foi pera a hospedaria que os padres tinhão custosamente ornada com ricos borcateis, perfeitas laminas e muy bons escritorios. Entrou Sua Magestade para ás casas que erão 4, e dipois de as haver visto se tornou ao Convento a ver algumas grandezas delle. Recolheo-se a jantar numa formosa sala donde por sua ordem estavão encostados todos os fidalgos e padres do Convento, com que se fazia maior ostentação. Acabada a mesa, se ajuntarão todos os fidalgos e officiaes na de Estado, que todos corrião por conta dos famozos Bernardos. E forão as iguarias em tanta abundancia, e com tanta diversidade, que maravilhou a todos. E nesta mesma forma se deu por suas presidencias a todos os que acompanhavão a El Rey, assi seus criados com os dos fidalgos e toda a mais gente desde // [Fl. 45] desde o maior ate o menor, no seu refeitorio, fazendo-se as mesas cada huma quando lhe tocava com as mesmas iguarias que se puserão na mesa de Estado. E com a mesma ostentação andando os padres servindo a todos. Acabado o jantar depois de Sua Magestade repousar pouco espacio, foi correr o Convento e ver as mais grandezas que lhe faltavão delle, que são muitas. E nisto se gastou a tarde com muitas festas ate que anoitecendo sahio huma dança de fogo de nove molheres vestidas era [sic], e sobre ella muitas invençoens de fogo, com suas cantarinhas na mão do mesmo. E no Rocio estava huma fonte que lançava huma grande boca de fogo onde as cantarinhas se hião encher. E isto se celebrou com muitas charamelas, danças e luminarias, que alegravão toda aquella villa e seus montes, que todos se revestião de verdes arvoredos. Acabada a dança, com muitos foguetes, rodas e montantes, se principiou huma comedia na sala em que Sua Magestade comia, a qual se não acabou por ser tarde mas 431

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fizerão engraçados entremeses ate que El Rey sahio a cear que se continuou na forma em que se havia feito o jantar. E do mesmo modo se fez aos fidalgos, seus criados e mais gente para toda a qual havia casas separadas com suas camaras mui perfeitas, e velas finas de meio arratel para os fidalgos se deitarem. No dia seguinte, que se contarão 27, partio Sua Magestade para a Nazaret onde os mesmos padres os esperavão com a mesma ostentação; alli ouvio missa e jantou pella mesma forma em que se havia feito em Alcobaça, tudo a conta dos religiosos daquele Mosteiro. Depois de comer foi abaixo ao forte que disparou des peças de artelharia com suas balas, e huma caravella que no rio restava, disparou cinco, que com com [sic] a mosquetaria fazia tudo hum grandissimo estrondo. Saindo do forte se pos a cavallo e partio para a villa das Caldas donde veio dormir. Estes padres allem de darem banquete em Alcobaça e Nazareth a toda esta gente na forma sobredita, tinhão nas mesmas partes cevada e palha para todo o que houvesse mister com grande abundancia e largueza. E affirmase que gastarão quatro para cinco mil cruzados. Chegou // [Fl. 45v] chegou Sua Magestade as Caldas e dormindo alli aquella noite, o dia seguinte que se contarão 28, partio para esta cidade, onde chegou com felicidade, saude e contente de ver aquelles povos, e o como foi recebido nelles. Deus no-lo conserve por muitos annos com as prosperidades e augmentos que hão mister estes seus Regnos. Lixboa, 14 de outubro de 645. Não foi a Batalha. (...) *

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