Jornal Arcadas. Mulheres na Política Externa, uma Discussão Necessária

June 15, 2017 | Autor: Surrailly Youssef | Categoria: Gender Equality
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30/11/2015



Mulheres na política externa, uma discussão necessária - ARCADAS | Um jornal independente

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Mulheres na política externa, uma discussão necessária by C aio D uarte on 08/11/2015 in C olunas Tw eet Recom endar Você e mais 125 pessoas recomendam isso.

Caio Duarte cede o espaço de sua coluna para Surrailly Youssef por conta da campanha #AgoraÉqueSãoElas Nessa semana, ao ser perguntado sobre o porquê de metade de seu Gabinete ser composto por mulheres, o novo premiê  canadense respondeu: “por que estamos em 2015”. Antagonicamente, é o oposto do que vemos nas Cortes internacionais. Por isso, seguindo a campanha #AgoraÉqueSãoElas, cedo meu espaço dessa semana para Surrailly Youssef, que estudou em sua tese de láurea essa questão, crucial para entender como a Justiça Internacional lida com a representatividade e a paridade de gênero:

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oan Scott, ao analisar o gênero como uma categoria útil de análise das relações

sociais e de poder, afirmou que a história política é encenada no terreno do gênero. Temas como a guerra, a diplomacia e a política externa também foram construídos a partir de relações de poder entre o feminino e o masculino, estabelecendo a sua existência e autoridade a partir da exclusão de mulheres do seu funcionamento. A participação de mulheres na política externa e nos espaços de decisão transnacionais, assim como de outros grupos minoritários, precisa ser discutida. Em um mundo no qual as injustiças e lutas por igualdade não são mais formuladas apenas no âmbito doméstico, a participação paritária e representativa de mulheres nos espaços internacionais é uma exigência se queremos avançar na promoção da igualdade de gênero. Contudo, mulheres ainda são subrepresentadas em espaços de decisão no cenário internacional. Exemplo é a Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH), principal órgão regional de proteção dos direitos humanos nas Américas. Atualmente, a composição da Corte IDH não conta com nenhuma mulher entre os sete juízes. Em sua história, apenas quatro juízas integraram a Corte IDH desde o início de sua atuação. Isso pode ser uma das hipóteses para esse órgão ter demorado cerca de 28 http://www.jornalarcadas.com.br/mulheres-na-politica-externa-uma-discussao-necessaria/

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anos para se pronunciar, pela primeira vez, sobre a temática de gênero. Nas eleições de junho deste ano, em um contexto de questionamentos de organizações não governamentais sobre esse processo eleitoral, uma única mulher foi indicada como candidata. A peruana Elizabeth Odio Benito felizmente foi escolhida pelos Estados para compor a Corte no próximo mandato. O Brasil, nas eleições de 2012, indicou Roberto Caldas, atual juiz da Corte IDH, como candidato. Sendo a seleção das juízas diretamente resultado das candidaturas designadas pelos Estados-membros da OEA, esse cenário reflete uma cultura de discriminação que exclui mulheres da participação na política externa de países americanos. Nesse contexto, é de extrema importância posicionamentos como o de Margot Wallström, ministra das Relações Exteriores da Suécia, que ao assumir o cargo em 2014, definiu sua agenda de política externa dirigida por pautas feministas e pela promoção da igualdade de gênero. No mesmo sentido, no Brasil, um grupo de duzentas mulheres reivindicou no mesmo ano a criação de um comitê para combater a discriminação de gênero e raça dentro do Ministério das Relações Exteriores. É urgente que o Brasil cumpra com suas obrigações de promoção da igualdade de gênero em sua política externa. A Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) estabelece em seu artigo 8 que os Estados deverão tomar “medidas apropriadas para garantir à mulher, em igualdade de condições com o homem e sem discriminação alguma, a oportunidade de representar seu governo no plano internacional e de participar no trabalho das organizações internacionais”. No debate de alto nível do Conselho de Segurança, sobre os 15 anos da Resolução 1325 (2000), que criou a Agenda de Mulheres, Paz e Segurança, o Estado brasileiro reiterou o seu comprometimento em avançar na promoção da igualdade de gênero e no empoderamento de mulheres em todos os níveis e áreas de trabalho das Nações Unidas. Resta saber quais ações na prática o Estado brasileiro vai realmente implementar para que mulheres possam participar paritariamente nesses espaços de decisão e poder, influenciando na criação de políticas destinadas a promover a igualdade de gênero. Recom endar Você e mais 125 pessoas recomendam isso.

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About Caio Duarte Aficionado pela história da política mundial e suas curiosidades, sofre do mal endêmico às Arcadas de cobiçar a carreira diplomática. É filho dessa Academia. V iew all posts by Caio Duarte →

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Jornal Arcadas 19 h · São Paulo

Papa Francisco, Aiatolá Ali Khamenei e Abu Bakr al-Baghdadi (o "califa" do Estado Islâmico) estão entre as pessoas mais importantes do mundo na tradicional lista da revista Forbes. Em primeiro lugar da lista está Vladimir Putin, que defendeu que a Igreja Ortodoxa Russa deveria ter mais influência sobre a vida russa, e Ângela Merkel, que criticou à omissão às origens cristãs da Europa na Constituição Européia, está em segundo lugar. http://www.jornalarcadas.com.br/oolimpo-dos-mortais/

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