Keep it in the Ground: As perspectivas de mudança energética no Sistema Internacional

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Descrição do Produto


CENTRO CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS – CEJURPS
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI
LARI – LABORATÓRIO DE ANÁLISE DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
REGIÃO DE MONITORAMENTO:
Keep it in the Ground: As perspectivas de mudança energética no Sistema Internacional.
1. Objeto de Análise: Em março de 2016 o jornal britânico The Guardian lançou a Campanha "keep it in the ground". As recentes descobertas científicas mostram que uma mudança energética é necessária. Além disso, alguns dados econômicos mostram que o "desinvestimento" em combustíveis fósseis e a realocação para energias renováveis não só é possível como vem sendo facilitado.

2. Informações de Referência
2.1 Palavras Chave: Desinvestimento, Energias Renováveis, Combustível fóssil.

2.2Cronologia

1972: Conferência das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente em Estocolmo.

11 de novembro de 1997: Assinado o Protocolo de Kyoto.

Junho de 2012: Realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio +20.

10 de outubro de 2004: "No início do mês de outubro se realizou em Durban, África do Sul, uma reunião internacional na que participaram representantes de diferentes organizações do mundo. O objetivo da reunião foi discutir alternativas reais para a mudança climática".

31 de janeiro de 2006: "A civilização tal como a conhecemos está a aproximar-se rapidamente do fim. Isto não é a conclusão de qualquer seita religiosa, mas o resultado de uma análise criteriosa, suportada por informação credível e pelos cientistas que estudam o "Peak Oil" a nível global, e os eventos geo-políticos que com ele estão relacionados. "Peak Oil" é o termo da indústria para o topo da curva. Uma vez passado o pico, a produção de petróleo começa a decair enquanto os custos começam a subir" .

19 de dezembro de 2009: "Mesmo sem unanimidade, ONU "toma nota" do Acordo de Copenhague: Terminou oficialmente neste sábado, 19 de dezembro, a 15a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que teve como principal resultado o "Acordo de Copenhague", elaborado por um alguns países na noite de sexta-feira e formalmente aceito pela ONU"

11 de dezembro de 2009: "Banco é peça-chave na luta contra mudanças climáticas: relatório divulgado na COP-15 mostra que futuro do clima vai depender em grande parte da forma como instituições financeiras vão alocar seus investimentos" .

23 de agosto de 2010: "Greenpeace protesta contra financiamento de extração de petróleo no Ártico: ONG fecha sede do Royal Bank of Scotland alegando que o Banco é o último arrimo financeiro das petrolíferas dentre as instituições bancárias britânicas" .

30 de julho de 2012: "Pesquisadores brasileiros buscam novas fontes de energia renovável: Apesar de ter conquistado uma matriz energética equilibrada entre fontes de energia renováveis e tradicionais, o governo brasileiro tem se empenhado para manter essa relação diante de um cenário projetado pelo aumento do consumo de energia. Além de garantir a manutenção de sistemas, como o de produção de energia eólica e solar, os pesquisadores buscam novas fontes que poderiam complementar essa oferta para atender a crescente demanda do setor" .

17 de maio de 2013: "Por que não conseguimos parar de queimar combustíveis fósseis? Nós temos muito mais petróleo, carvão e gás do que podemos queimar com segurança. Para além de todos os milhões de palavras escritas sobre a mudança climática, o desafio realmente se resume a isto: o combustível fóssil é extremamente útil, maciçamente valioso e extremamente importante geopoliticamente, mas combater o aquecimento global significa deixar a maior parte dele no chão - por opção".

04 de outubro de 2013: "Novas fontes de energia são desafio para o Brasil: Evento apontou potenciais de ventos e biomassa para reduzir gastos"

07 de outubro de 2013: "Leia na Íntegra a entrevista com o climatologista Richard Lindzen: Richard não acredita que as emissões de combustíveis fósseis sejam a principal causa do aquecimento global. [...] Lindzen reconhece já ter recebido verba da indústria de petróleo para dar palestras, mas nega ter vínculo fixo com dinheiro do combustível fóssil" .

10 de novembro de 2013: "Empresa inaugura maior usina solar do Japão" .

12 de novembro de 2013: "Corrida pelo petróleo do Ártico alimenta disputa pela região: derretimento das calotas polares com o aquecimento global acirra o interesse pelo petróleo do Ártico. Países já discutem redefinição de fronteiras marinhas para garantir direito de exploração".

15 de fevereiro de 2014: "Novas fontes de energia renovável estão em desenvolvimento no Brasil: Hidrogênio e ondas do mar poderão mover veículos e gerar eletricidade" .

14 de maio de 2014: "IPCC: Retirar investimentos dos combustíveis fósseis para um futuro seguro: [...] Para evitar os piores impactos das mudanças climáticas ao menor preço possível, o relatório propõe uma revolução energética, acabando com séculos de dominação dos combustíveis fósseis".

15 de maio de 2014: "Esforços de preservação da camada de ozônio dão resultado, diz estudo: Pesquisa mostra que a destruição no Ártico é menor do que a da Antártida. Desde a descoberta do buraco na camada de ozônio na Antártida, ciência e políticas públicas se aliaram para tentar evitar que o mesmo acontecesse no Ártico. Um estudo do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), publicado nesta segunda-feira no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), indica que os esforços estão sendo recompensados: o ozônio no Ártico ainda não chegou a níveis tão baixos quanto os do outro extremo do planeta, e isso se deve, pelo menos parcialmente, aos esforços de redução na emissão de poluentes" .

21 de maio de 2014: "Grafeno e água salgada: a nova fonte de energia limpa? O grafeno é um material que não tem parado de nos fascinar e à medida que se vão conhecendo mais utilidades deste material mais fascínio desperta. Desta vez um grupo de investigadores descobriu que água salgada e grafeno conseguem gerar eletricidade!" .

10 de junho de 2014: "Fórum mineiro discute a importância da energia renovável na matriz energética alternativa: O I Fórum Mineiro de Energia Renovável, o Minas Meeting, realizado em Belo Horizonte nos dias 03 e 04 de junho e reuniu representantes de toda a sociedade para avaliar a crescente importância das matrizes energéticas alternativas. O evento contou com a participação de representantes de diversas instituições da sociedade e do governo, além de estudantes ligados à área de meio ambiente"

26 de junho de 2014: "Calor do esgoto pode ser nova fonte de energia limpa: A água da pia, da máquina de lavar ou do banheiro dissipa um calor valioso, que o serviço municipal de energia da cidade austríaca de Amstetten recupera 'in loco': no sistema de esgoto" .

16 de julho de 2014: "Blacklight Power promete transformar o mundo com uma nova fonte de energia: [...] A Blacklight clama ter conseguido desenvolver uma fonte barata e muito poderosa de energia, através de uma nova molécula batizada de hydrino, resultante da redução da distância de um elétron de seu núcleo" .

27 de agosto de 2014: "A tinta que «pinta» a energia da luz solar em energia elétrica: Desenvolver uma tinta com a capacidade de converter energia da luz solar em energia elétrica - que utilize a tecnologia de energia fotovoltaica (que usa a luz solar para gerar eletricidade) - era o objetivo de um projeto que a brasileira Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) desenvolveu nos últimos dois anos".

02 de setembro de 2014: "Meteorólogos de la ONU pronostican un 'infierno climático' para 2050"

18 de setembro de 2014: "Torre gigante movida a água gerará energia: ar mais denso movimenta turbinas em sua base".

22 de setembro de 2014: "Herdeiros de Rockefeller se comprometem a não investir mais em combustíveis fósseis: Fundação do magnata do petróleo se compromete com movimento liderado por universidades a favor de fontes renováveis de energia" .

23 de setembro de 2014: "Entidades e investidores tiram US$50 bi alocados em combustíveis fósseis" .

29 de setembro de 2014: "Capitalismo versus Clima: é possível conciliá-los?: [...]Segundo a autora e ativista ambiental Naomi Klein, o maior inimigo do aquecimento global é o nosso atual modelo econômico. Todavia, a crise também é uma oportunidade para reparações históricas, união de movimentos sociais e criação de uma economia sustentável".

30 de setembro de 2014:"National Geographic redesenha Ártico para refletir mudanças climáticas dos últimos 30 anos".

09 de outubro de 2014: "Em setembro, 64% da eletricidade consumida veio de fontes renováveis: Metade da eletricidade produzida a partir de fontes renováveis, em setembro, veio das barragens" .

22 de outubro de 2014: "Programa de Sustentação do Investimento tem linha de financiamento usinas produzirem etanol de 2ª geração: A estimativa de aumento nos custos de extração dos combustíveis fósseis foi o principal assunto entre as lideranças do setor sucroenergetico; a avaliação foi dada durante a 14° Conferência Internacional da Datagro. Neste contexto, o etanol de segunda geração e a produção a partir de cereais, como o milho, ganham destaque entre as discussões".

17 de novembro de 2014: "A equação da energia limpa: A era do petróleo não vai acabar porque ele se esgotará - mas sim porque seu preço será mais alto do que o das fontes renováveis, com nítidos benefícios para o planeta"

28 de novembro de 2014: "Peru reduz proteções ambientais para atrair mais investimentos em mineração e combustíveis fósseis" .

01 de dezembro de 2014: "Alemã E.ON anuncia que se dividirá em duas e ações disparam: maior concessionária de serviços públicos da Alemanha, a E.ON, anunciou no domingo planos para se dividir em duas e alienar a maior parte de seus negócios de geração de energia, negociação de energia e exploração e prospecção, respondendo a uma crise que debilitou o setor europeu de energia"

14 de dezembro de 2014: "Um novo acordo em 2015 sobre mudança climática, que irá aproveitar a ação de todas as nações, deu um passo importante para frente em Lima após duas semanas de negociações por mais de 190 países" .

15 de dezembro de 2014: "Brasil é 4º em produção de fontes renováveis de energia: O Brasil é o quarto País no mundo em produção de energia por fontes renováveis, atrás apenas da China, Índia e dos Estados Unidos, aponta o boletim 'Ranking Mundial de Energia e Socioeconomia', publicação anual da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético (SPE) do Ministério de Minas e Energia (MME)" .

07 de janeiro de 2015: "BNDES financiará primeira fábrica de equipamentos para energia solar: O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 26 milhões para a Pure Energy implantar a primeira fábrica de painéis fotovoltaicos do Brasil. O empreendimento será construído no município de Marechal Deodoro (Alagoas)" .

22 de janeiro de 2015: "Petrobras inicia a produção de biodiesel a partir de óleo de peixe"

22 de janeiro de 2015: "Um colapso no Preço do Petróleo causará um 'Stock Market Crash'" .

22 de janeiro de 2015: "Fontes renováveis de energia atraem fundos de investimentos: A grande demanda energética, apagões e crise hídrica estão fazendo com que os fundos de investimento se voltem para o setor de energia eólica e solar" .

04 de fevereiro de 2015: "Uma nova e mais ambiciosa política climática para a Noruega: O Governo Noruego irá apresentar um "White Paper" no Novo Comitê Noruego (New Norwegian Commitment, em inglês) para o período Pós-2020. O documento irá discutir o compromisso sugerido, o raciocínio por trás da meta de redução e como ela pode ser cumprida" .

11 de fevereiro de 2015: "Google investe em energia eólica para abastecer sua sede: O acordo foi firmado com a NextEra Energy Resources, que fornecerá a energia em troca de novas turbinas para seu parque eólico em Altamont Pass, também na Califórnia. A estimativa é que a energia renovável contribua com 43 megawatts"

14 de fevereiro de 2015: "Desinvestimento em fósseis tem apoio de cidades, universidades e instituições religiosas: [...] Segundo a (ONG) 350.org, nos últimos 6 meses, mais de 30 instituições retiraram seus investimentos de empresas de combustíveis fósseis" .

18 de fevereiro de 2015: "Petróleo vira investimento de alto risco: O risco de investir em novos projetos de produção de petróleo, carvão e gás é muito grande diante do compromisso dos governos de conter o aquecimento da temperatura em 2°C. O alerta é do geólogo britânico Jeremy Leggett, renomado especialista em energia renovável. Com o preço de energias alternativas em queda e os investimentos nessas fontes em alta, projetos em combustíveis fósseis se tornam menos atraentes e mais arriscados. Nesse contexto, explorar petróleo em novas fronteiras geológicas, como o Ártico ou o pré-sal, são obras ambientalmente temerárias e com forte probabilidade de resultar em perda de dinheiro" .

19 de fevereiro de 2015: "Dia Global do Desinvestimento Maldivas 2015: Sexta, 13 de fevereiro de 2015" .

23 de fevereiro de 2015: "Apple criará dois datacenters com fontes de energia 100% renováveis na Europa. Projetados para funcionar, sobretudo a partir de energia eólica, centros alimentarão serviços como App Store e iTunes. Segundo a Apple, as instalações serão implantadas na cidade agrícola de Athenry, no norte da Irlanda, e no município de Viborg, no noroeste da Dinamarca, e criarão "centenas de oportunidades de empregos".

27 de fevereiro de 2015: "Empresas de energia renovável atraem cientistas: Os projetos de geração eólica foram o grande destaque do último leilão de energia promovido pelo governo, em novembro de 2014, com mais de 700 inscrições" .

02 de março de 2015: "Oslo desinveste do carvão: a primeira cidade capital a fazer isso" .

02 de março de 2015: "MME reafirma crescimento de fontes renováveis de energia: Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, o Brasil já conta com o equivalente à capacidade da usina de Belo Monte de geração de energia de biomassa pelo bagaço de cana. O mesmo acontece com a energia eólica e solar, outras fontes renováveis de energia" .

03 de março de 2015: "Parque eólico em Areia Branca, RN, passa a atuar com capacidade total: Parque tem capacidade de produzir 400.000 MWh de energia elétrica por ano. A energia é suficiente para atender mais de 183 mil famílias".

03 de março de 2015: "Os estudantes que desafiam a universidade mais rica do mundo: grupo entra com ação e promove uma série de protestos pedindo que Harvard reconsidere política de investimentos em companhias de gás e petróleo".

06 de março de 2015: "Greenpeace quer que Japão substitua nuclear por renováveis: A Greenpeace pediu hoje ao Japão que abandone os seus planos para reativar as centrais nucleares e instou o país a promover as energias renováveis e a fixar metas concretas nesse sentido, como as da Alemanha"

06 de março de 2015: "Mudança climática: Por que o The Guardian está colocando a ameaça à Terra na frente e no centro" .

06 de março de 2015: "China promete reduzir consumo de carvão para combater poluição: O governo chinês anunciou nesta sexta-feira, 6 de março, que o país irá reduzir o consumo de carvão e impulsionar a eficiência energética como parte dos esforços para diminuir a poluição do ar"

10 de março de 2015: "Portugal em 6.º lugar na UE de energia de fontes renováveis: Um quarto da energia utilizada em Portugal vem de fontes renováveis, ainda que o país tenha a terceira pior prestação na utilização dessa energia nos transportes" .

10 de março de 2015: "Piauí tem potencial para ser autossuficiente em energia: Secretário de Mineração afirma que, com as múltiplas fontes energéticas, estado terá superávit de energia" .

11 de março de 2015: "Hackers de baterias estão construindo o futuro em uma garagem: Hackers de baterias estão construindo o futuro em uma garagem: Sua bateria soluciona o problema da intermitência, já que seu poder verde estará disponível quando quer que ele precise, noite ou dia, faça chuva ou faça sol" .

11 de março de 2015: "Chile adota fontes de energia mais limpas e lucra com campanha do governo: Investidores estrangeiros estão impulsionando um boom da energia renovável em um momento de crescimento acelerado de retornos" .

14 de março de 2015 : "Emissões de dióxido de carbono param de subir pela primeira vez em 44 anos. Com crescimento econômico global de 3%, o ano de 2014 foi o primeiro em que as emissões de CO2 ficaram estáveis desde 1971, excetuando anos de crise financeira como 1980, 1992 e 2009". Emissão de gás carbônico – Desafio é mitigar poluição e manter o crescimento econômico.

16 de março de 2015: "Tecnologia portuguesa já pode prever o sol e ganhar com isso: Investigadores portugueses da REN e chineses da State Grid criaram uma tecnologia que permite prever o comportamento a intensidade solar para sete dias e, com isso, gerir a rede elétrica de forma mais eficaz" .

16 de março de 2015: The Guardian lança a Campanha "Keep It in The Ground".

16 de março de2015: "Produção de energia com resíduos da agropecuária é alternativa sustentável: Geração de "briquete" e "péletes" a partir da biomassa residual é alternativa renovável à dependência de fontes não renováveis"

17 de março de 2015: "Falta de água coloca o setor elétrico brasileiro em alerta: Cerca de 70% da matriz energética do país vêm das hidrelétricas e, com a ausência de chuvas e os reservatórios secando, o risco de um apagão não é descartado".

18 de março de 2015: "Obama: republicanos são 'motivados, principalmente, pelo contrário do que eu proponho: Em uma entrevista com o fundador VICE Shane Smith, o presidente Obama chamou a mudança climática um exemplo de um dos problemas mais difíceis de resolver, alertando que finalmente chega um ponto onde não há retorno" .

19 de março de 2015: "'As energias renováveis despertam interesse econômico em segurar as mudanças climáticas': O economista francês Christian Stoffaës fala sobre as negociações para a COP-21, a ser realizada em Paris neste ano, e a importância das fontes sustentáveis para o comprometimento global de reduzir as emissões de gases de efeito estufa"

19 de março de 2015: "Italiana de energia Enel pretende investir R$ 7,5 bi no Brasil até 2019: A companhia anunciou nesta quinta-feira (19) que, até 2019, pretende investir aproximadamente R$ 30 bilhões para expandir seus negócios na América Latina, destino de praticamente metade de todos os novos investimentos em geração, distribuição e fontes renováveis de energia. O Brasil deve ficar com até 25% desse montante (R$ 7,5 bilhões)"

19 de março de 2015: "Obama assina decreto para reduzir 40% das emissões dos EUA até 2025: Decreto foi assinado após acordo com a China, no ano passado. Redução será equivalente às emissões de 5,5 milhões de carros em um ano"

23 de março de 2015: "Conheça o primeiro celular a apostar em recarga por energia solar: É impossível contar quantos celulares e smartphones a Samsung já lançou desde que começou a investir em telefonia. O fato de que a empresa lança tantos aparelhos obscurece alguns dos lançamentos mais interessantes de sua história, como é o caso do Guru E1107. O que ele tinha de especial? Foi o primeiro celular a incorporar um carregador solar, ao que tudo indica"

23 de março de 2015: "Brasil responde por mais de 50% da redução global de emissão de carbono entre 2001 e 2015, diz FAO" .

23 de março de 2015: "Costa Rica tem recorde de 75 dias com energia 100% renovável: A proeza foi alcançada graças às chuvas volumosas nos primeiros meses, que sustentaram a produção de suas quatro principais hidrelétricas. Outras fontes como eólica, solar, biomassa e energia geotérmica também ajudaram na oferta, conforme estudo do Instituto Costarricense de Energia (ICE)" .

23 de março de 2015: "Angola reduz emissão de gases na atmosfera e promove eficiência energética: O governo de Angola está a trabalhar para reduzir a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera e a promover a eficiência energética, segundo recomendação do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas, revelou hoje (segunda-feira), em Luanda, o meteorologista Gualberto de Honorato João"

23 de março de 2015: "Curitiba: plano diretor prepara a cidade para mudanças climáticas e economia sustentável" .

23 de março de 2015: "Biomassa pode ser alternativa para crise energética"

24 de março de 2015: "China desenvolve o primeiro trem movido a hidrogênio do mundo"

24 de março de 2015: Portugal "Com vento a ajudar, renováveis cobriram todo o consumo elétrico nacional: Foi num dia ventoso, com as energias limpas a cobrir 90% do consumo elétrico nacional, chegando a 100% de madrugada, que os líderes do maior consórcio eólico nacional fizeram o balanço do investimento feito desde 2006. E manifestaram ao Governo a sua vontade de continuar a investir" .

24 de março de 2015: Em Redes Sociais o Greenpeace relembra o acidente onde "Mais de 41 milhões de litros de petróleo foram despejados nas águas do Ártico, matando centenas de milhares de animais, como aves marinhas, lontras e focas.".

26 de março de 2015: "Aneel eleva taxa de retorno e deve atrair projetos de fontes alternativas: CPFL Renováveis, Tractebel, Copel e Renova aparecem entre os possíveis participantes do leilão marcado para abril"

26 de março de 2015: "Torre Eiffel soma energia eólica a seu leque de fontes renováveis: A re Eiffel anunciou nesta quinta-feira a instalação de dois novos aerogeradores com os quais quer reforçar seu compromisso sustentável, já acertado com a assinatura de um contrato para que toda a eletricidade que consome proceda de energias renováveis"

27 de março de 2015: "ONU: China "não precisa de 30 anos" para chegar ao nível ambiental da Noruega"

28 de março de 2015: "Times Square e Empire State apagam suas luzes: Times Square, Empire State Building e outros ícones de Nova York apagaram suas luzes nesta sábado na 'Hora do Planeta', a iniciativa global promovida pela Fundação Mundial para a Natureza (WWF) para pedir medidas contra a mudança climática e por um consumo energético sustentável"

28 de março de 2015: "Comissão de Mudanças Climáticas apresenta plano de trabalho: Entre as principais preocupações da comissão, estão a crise hídrica e energética, além da preparação do Brasil para conferência COP 21" .

30 de março de 2015: "Prazo para anunciar cortes de CO2 vence hoje e Brasil não se posiciona: as preocupações imediatas do governo -inflação, desemprego, corrupção e apagão- parecem fichinha perto do que as mudanças climáticas prometem a longo prazo: "acabar com qualquer caracterização de uma comunidade global civilizada", como alerta o editor-chefe do jornal The Guardian, Alan Rusbridger".

30 de março de 2015: "Prédios na França deverão ter telhado verde ou painel solar: A França quer tudo "verde e renovável no alto". O país aprovou uma lei que obriga todos os novos edifícios comerciais a instalarem telhados ecológicos ou painéis solares. A medida é parte da estratégia energética de reduzir a dependência das usinas nucleares que, atualmente, suprem cerca de 75% da demanda de energia do país, segundo dados da World Nuclear Association".

12 de março de 2015: Banco Mundial traça caminho para que mundo zere emissões de CO2

02 de abril de 2015: Investimentos em energia renovável cresceram 17% em 2014: China, Japão e EUA puxaram investimentos no setor no ano passado, segundo um novo relatório do PNUMA. Brasil investiu US$ 7,6 bilhões.

05 de junho de 2015: Em decisão histórica, Noruega diz não ao carvão: parlamento norueguês corta investimentos bilionários às indústrias de carvão do país; diretor-executivo do Greenpeace espera que decisão histórica influencie outros líderes.

16 de abril de 2015: "Relatório mundial sobre bioenergia lançado no Brasil fornece análise abrangente: cento e trinta e sete especialistas de 24 países e 82 instituições debruçaram-se por dois anos sobre as diversas questões relacionadas com a produção e o uso de bioenergia e sustentabilidade e produziram o relatório Bioenergy & Sustainability"

29 de abril 2015: "Alemães utilizam apenas água e ar para produzir diesel limpo"

05 de junho de 2015: "Em decisão histórica, Noruega diz não ao carvão: Parlamento norueguês corta investimentos bilionários às indústrias de carvão do país; diretor-executivo do Greenpeace espera que decisão histórica influencie outros líderes"

08 de junho de 2015: "G-7 decide banir uso de petróleo, gás natural e carvão até 2100"

10 de junho de 2015: "Líder no varejo de móveis anuncia US$ 1 bi para combater mudanças climáticas: [...] ao longo dos próximos cinco anos, a Ikea vai investir € 600 milhões em instalações eólicas e solares que abastecerão suas fábricas e lojas. A gigante sueca, que intensificou sua preocupação com a sustentabilidade a partir de 2009, tem a meta de consumir 100% de energia limpa até 2020"

3. Contextualização:
Dia 16 de março de 2015 foi lançada a Campanha "Keep It In The Ground" pelo jornal britânico "The Guardian". Seu objetivo: motivar duas instituições à retirar seus investimentos da exploração de combustíveis fósseis. Bill e Melinda Gates e Wellcome Trust são Instituições que investem em pesquisas para o desenvolvimento humano, mas que ao alocarem fundos para a exploração de petróleo, gás e carvão colocam em risco o futuro da Humanidade.
Há três números que fazem do objetivo dessa Campanha um passo fundamental no Século XXI: o número 2, o número 565.000.000.000 e o número 2795.000.000.000. O número 2, representa os 2ºC limites, de aumento da temperatura, que a Terra pode suportar sem mudanças climáticas drásticas. O número 565 Gt (milhão de toneladas) representa a quantidade máxima de CO² que pode ser liberado seguramente na atmosfera. E o terceiro, 2795 Gt é a quantidade de CO² que será liberado na atmosfera se usarmos todo o combustível fóssil já encontrado.
O objetivo desta pesquisa é compreender os acontecimentos, no cenário Internacional, que potencialmente representem uma mudança energética, tanto no desinvestimento em combustível fóssil, quanto no investimento em energias renováveis. Neste sentido, também interessa identificar as possíveis consequências que essa alteração traria ao Sistema Internacional.

O início do Debate

O escopo da nossa abordagem inicia na Conferência Mundial da ONU Sobre Homem e o Meio Ambiente em 1972 (ECO 72), que foi a primeira tentativa Internacional de discussão ambiental, seguidos da Conferência de Toronto (1988), Genebra (1990), Rio 92 (1992), Berlim (1995), Genebra (1996), Kyoto (1997), e diversas outras Conferências anuais em diferentes locais.
Foi, segundo Castro (2012), a assinatura do Protocolo de Kyoto em 1997 o Primeiro Tratado Internacional em relação às emissões de dióxido de carbono na atmosfera. A partir daí, surge a necessidade de rever a agenda Internacional, as ideias bases do capitalismo liberal e o conceito de economia verde. Surgiram debates sobre o possível aumento/diminuição do preço das commodities, e principalmente sobre as mudanças climáticas drásticas que estão por vir.
O Peak-Oil é um dos fatores que influenciam na decisão de optar por energias alternativas. Segundo o site "BiodieselBr" (2006) o Conselheiro para Energia de George W. Bush, Matthew Simmons, em entrevista afirmou que esse debate já deveria ter sido levado a público, já que a possível mudança de paradigma energético causaria uma grande transformação no modo de vida humano. A mesma fonte também cita um alerta do Secretário norte-americano de Energia, Spencer Abraham:

A América está perante uma grave crise de fornecimento energético a ter lugar durante as duas próximas décadas. Não estar à altura deste desafio ameaçará a prosperidade econômica da nossa nação, comprometerá a nossa segurança nacional, e alterará literalmente o nosso modo de vida. (ABRAHAM apud BIODIESELBR, 2006).

Nessa direção, um segundo passo importante foi a realização da 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que resultou no "Acordo de Copenhague", que definia principalmente a redução de até 20% das emissões de gases dos países até em 2020, apesar de não definir a forma como isso se daria. Steve Davis (2013) em pesquisa à Universidade da Califórnia afirma que para que a temperatura do Planeta não aumente seria necessário pausarmos toda a queima de combustível fóssil "hoje". Para o pesquisador, a teoria de estabilização de emissões de gás para o controle do efeito estufa, defendida pelos norte-americanos Robert Socolow e Stephen Pacala (2004), da Universidade de Princenton, ainda é insuficiente.
Em 2009, o relatório "A Challenging Climate 2.0; What Banks Must do to Combat Climate Change", que foi assinado pela rede internacional BankTrack, mostra que parte da responsabilidade pelo sucesso das políticas de proteção ao clima depende da forma como os bancos vão alocar seus investimentos agora e no futuro.
Mais tarde um relatório do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas) concluiu que para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas com menor custo possível é necessária uma revolução energética, no sentido de acabar com anos de dominação dos combustíveis fósseis. Outro relatório da ONU em 2014 prevê trágicas mudanças até o ano de 2050 do Arizona até a Zâmbia. Além disso, em setembro do mesmo ano a National Geographic redesenhou o Ártico no Atlas para refletir as mudanças climáticas das três últimas décadas.
Apesar disso, 2014 foi o primeiro ano em que as emissões de CO² não aumentaram . Em relatório Oficial o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) divulgou que no mesmo ano (2014) os investimentos em Energias Renováveis cresceram 17% no Mundo, com destaque para China, Japão e Europa. Nesse período algumas pesquisas demonstraram que as atitudes tomadas em relação ao Ártico, depois da descoberta de um buraco na Camada de Ozônio na Antártida, realmente deram resultados. Mais recentemente, o Banco Mundial propôs meta para que a Emissão de CO² chegue à zero em 2100.
Entretanto, alguns países tem aguardado o derretimento do Ártico com expectativas positivas, graças ao Petróleo e o gás natural que lá podem ser encontrados. A Agência Internacional de Energia também publicou relatório em que serão necessários 48 trilhões em investimentos até 2035 para cobrir as crescentes necessidades energéticas mundiais.
Após o desenvolvimento de pesquisas e de dados, o fenômeno do Desinvestimento em Combustível fóssil começou em 2011. Estamos vivendo em um processo de mudança energética necessária e o investimento em energias alternativas cresce cada vez mais, quantitativa e qualitativamente. Portanto, vivemos um período que fornece a possibilidade que nossos investimentos possam ser direcionados para opções mais saudáveis ao Planeta e à vida humana.

4. Repercussões:

No decorrer dos últimos anos, o desenvolvimento de novas tecnologias, descobertas de novos meios de energia e os resultados das pesquisas ambientais fizeram com que algumas medidas fossem tomadas em vários locais do Planeta: por Instituições, governos, empresas e indivíduos. Faremos agora uma breve apresentação dessas mudanças no âmbito global, regional (aqui entendido regionalmente a partir dos continentes) e local (tomaremos o Brasil para a análise local mais específica).

4.1 Global

Globalmente o movimento de desinvestimento em combustíveis fósseis é uma das opções que começou a ser explorada recentemente, principalmente depois que foram descobertas várias evidências de que a mudança climática estava e está a alterar as condições do Planeta. Em 2010 a NASA publicou que a década que acabara fora a mais quente já registrada, somada ao consenso de que uma mudança no consumo, produção e logística humanas é necessário, diferentes medidas nesse sentido foram criadas.
A Organização Global "Divest-Invest" anunciou (2014) uma lista de entidades filantrópicas que iriam retirar U$ 50 bilhões de investimentos em combustíveis fósseis. Entre essas entidades destacava-se a Rockefeller Brothers Fund. dos herdeiros da fortuna criada sobre o petróleo. Desde o inicio do movimento em 2011 até setembro de 2014 "cerca de 650 pessoas e 180 instituições [...] prometeram tirar seus investimentos de combustíveis fósseis num prazo de cinco anos, utilizando uma gama de abordagens" . Em dezembro de 2014, na 20ª COP (Conferencia das "Partes" ) em Lima - Peru, a discussão sobre atitudes mais eficazes para a redução das mudanças climáticas foi o foco principal, criando expectativa para a Conferência do Clima (juntamente com a COP-21) em Paris no fim de 2015.
Organizações Não Governamentais (ONGs) como o Greenpeace, a Avaaz, 350.org, Friends of the Earth e a Climate Action Network investem em várias formas de intervenções ativistas para alertar sobre as mudanças climáticas e em projetos de conscientização. Uma das principais campanhas do Greenpeace é pela conservação do Ártico que já rendeu protestos e movimentação para quebra de parcerias e para o desinvestimento em combustível fóssil.
Paralelamente algumas multinacionais tem tomado atitudes para conscientização que são um passo pequeno, mas que demonstram um início de preocupação com o ambiente. Destacamos a criação de dois datacenteres, movidos à energia eólica, criados pela Apple juntamente com a notícia de que a empresa pretende vender carros elétricos até 2020. O Google também divulgou o investimento em energia eólica para abastecimento da sua sede na Califórnia.
Acrescentamos que diferentes regiões através do globo têm lidado com as mudanças climáticas de inúmeras formas. Trataremos dessas regiões mais especificamente a seguir.

4.2 Regional

Como as alterações climáticas não tem delimitação geográfica, o mundo todo precisa se reposicionar. Uma das maiores, e mais significativas, mudanças é justamente no setor energético. Faremos uma breve apresentação das atitudes destacadas em cada continente do globo.
Na Ásia o principal destaque é a China no desenvolvimento de edifícios sustentáveis, bem como no de combustíveis alternativos. A enviada especial da ONU para alterações climáticas e ex-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, disse (março de 2015) que o nível tecnológico da China permite que o País alcance a Noruega em menos de 30 anos, em 2015 o país já se comprometeu a reduzir o uso de carvão. Uma pesquisa exposta recentemente pelo Carbon Disclosure Project (CDP) demonstra que os investimentos chineses, em energias renováveis, ainda é muito maior que os demais países do BRICS.
Um dos resultados chineses foi durante uma pesquisa divulgada em abril de 2014, pela Nature Nanotechnology, onde a água salgada ao atravessar o grafeno pode produzir energia elétrica, provando um alto nível de tecnologia na produção de energia. Na Índia, um acordo recente com os Estados Unidos representou um grande salto para o País. Em artigo publicado pela "Ambiente Energia" (RODRIGUES, 2015) Décio, físico e vice-presidente do Instituto Vitae Civilis, diz que no acordo os EUA se compromete a fornecer metade dos US$200 bilhões nos próximos 7 anos para que o País consiga aumentar consideravelmente seu parque de energia eólica e solar. As expectativas são que até 2030 a Índia abasteça 46% da energia com renováveis.
Enquanto isso, no Japão, apesar dos investimentos em energia solar, o Greenpeace em março desse ano (2015) solicitou formalmente que o governo japonês reestruture a sua política energética para uma mudança eficiente nas emissões de CO². Ao mesmo tempo, a Rússia tem níveis muito baixos de investimento em energias renováveis a nível mundial. Vale lembrar que o País é fonte do abastecimento de gás natural de toda a Europa e que tem muito interesse nos combustíveis fósseis presentes no Ártico. Em junho de 2014, estava previsto que US$4,2 bilhões fossem investidos em energia solar no País até 2020.
Na África alguns investimentos têm sido feito apesar das dificuldades do continente. O Banco Europeu de Investimento divulgou (2014) relatório sobre série de investimentos em energias na África. Além disso, no início de 2015, Angola foi destaque na redução de emissão de CO² . No Oriente Médio a situação é diferente já que cerca de três quintos das reservas mundiais de petróleo e quase metade das reservas de gás natural estão localizadas nessa região. Segundo pesquisa divulgada pelo site Público (2015) 38% desse petróleo e 61% do gás jamais deveriam ser retirados do solo para que seja possível manter o mínimo de segurança climática. Os Países da região fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) que tem ligações com alguns países, o principal deles os Estados Unidos da América, para o fornecimento de petróleo. Logo, essa é uma área estratégica para o abastecimento de combustíveis fósseis em todo o mundo, e onde há menor investimento em energias renováveis.
Na Europa, o desenvolvimento tecnológico da Alemanha é destaque, apesar de Portugal também ser referência no investimento contínuo em energias limpas. No fim de 2014, a maior concessionária alemã de serviços públicos, E.ON, anunciou que se dividiria em duas e que alienaria boa parte dos seus investimentos em energia, dirigindo-os para energias renováveis. A Noruega é outro destaque a nível mundial quanto a mudança energética, recentemente o parlamento votou por cortes bilionários no investimento à indústrias de carvão. A cidade de Amstetten, Áustria, também foi destaque ao desenvolver um sistema para utilizar o calor do esgoto como energia. Na França, recentemente foi aprovada lei que obriga que todos os novos edifícios comerciais tenham telhados ecológicos ou placas solares; no início desse ano (2015) a torre Eiffel anunciou a criação de dois aerogeradores no seu leque de energias renováveis.
Na América, no início desse ano (2015) o Presidente Obama assinou decreto se comprometendo na redução de 40% das emissões de gases dos EUA até 2025. O passo é importante já que o país é uma das poucas potências que não ratificou o Tratado de Kyoto, ao mesmo tempo em que é um dos mais poluentes do Mundo. Coincidentemente, ou não, esse decreto é assinado logo após o Presidente dar sinal verde para a Shell procurar por petróleo na costa do Alaska e alguns dias antes do início das Campanhas para eleição presidencial. Apesar de uns poucos passos positivos, os Estados Unidos, com grande força no Sistema Internacional, precisa se posicionar para que haja alguma mudança de fato. Essa mudança precisa sair do discurso pré-Campanha eleitoral, e transformar-se em um esforço contínuo de alteração das bases energéticas do País para fontes alternativas e limpas. Apesar da posição do Governo Federal, dúbia e controversa, várias pequenas ações têm sido tomadas no País.
Alguns estudantes da Universidade de Harvard já protestaram contra os fundos que a Instituição mantém em exploração de combustíveis fósseis. Após o Dia Global de Desinvestimento Fóssil (Global Divestment Day), onde cerca de 1000 pessoas saíram às ruas, Oslo foi a primeira cidade capital a anunciar a alienação dos investimentos em carvão. A empresa estaduniense Blacklight Power também arroga o desenvolvimento de uma fonte de energia poderosa e barata a partir de uma molécula nomeada hydrino. A empresa já fez demonstrações da energia que está desenvolvendo. Também é nas garagens de New Jersey que está sendo criada a bateria que solucionaria um dos maiores problemas das energias renováveis, o armazenamento para uso posterior.
Simultaneamente, no inicio de 2015, a Costa Rica bateu um recorde de 75 dias utilizando somente energias renováveis. Ainda nesse ano, o investimento estrangeiro impulsionou o uso de energias renováveis no Chile. Entretanto, o Peru, em novembro de 2014, deu um passo regressivo em relação a uma mudança energética, reduzindo proteções ambientais para atrair mais investimentos em mineração e combustíveis fósseis.
Ao chegarmos ao continente americano vamos analisar as principais medidas, inovações e o caminho que o Brasil tem escolhido em relação às alterações climáticas, os danos ao Planeta e uma possível mudança energética.

4.3 Local

No Brasil, a descoberta do pré-sal projetou o País estrategicamente a nível Mundial. Recentemente uma entrevista da Presidente da República mostrou o quão entusiasmado estão com o processo de exploração do Petróleo Brasileiro. No mesmo discurso a Presidente ressaltou que o Brasil é o único País que voluntariamente aprovou a lei de redução de 36% das emissões de CO² na atmosfera até 2020 (lei aprovada em 2005) .
O fato é que, apesar do desenvolvimento da Petrobrás, o Brasil tem desenvolvido grande número de energias alternativas. De acordo com o Balanço Energético Nacional de 2013, 85% da energia produzida no País vem de hidrelétricas, biomassa, energia solar e eólica. Até então o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação em Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desenvolvia pesquisas com dois tipos de energias renováveis: hidrogênio e ondas do mar. Em agosto de 2014 alunos da Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina (Unesc) também conseguiram desenvolver uma tinta que transforma a energia solar como energia elétrica, após dois anos de pesquisa.
Em outubro de 2014, durante a 14° Conferência Internacional da Datagro (Sobre açúcar e Etanol) em São Paulo, o aumento nos custos da extração de petróleo foi um dos focos principais já que a produção de etanol 2ª geração ganha espaço no País. Em dezembro de 2014, no Ranking Mundial de Energia e Socioeconomia, o Brasil ficou em 4º lugar em produção de energia renovável, atrás de China, Índia e Estados Unidos.
Em janeiro de 2015 o BNDES divulgou que irá financiar a primeira fábrica de painéis fotovoltaicos brasileira, da empresa Pure Energy, com sede no estado de Alagoas. Nesse mesmo mês, a usina de biodiesel da Petrobrás, no Ceará, anunciou que começará a produção de Biodiesel a partir de óleo de peixe. Nesse período, a crise hídrica e os diversos apagões fizeram com que energias alternativas ganhassem ainda mais espaço e atraíssem investimentos.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) publicou, no início desse ano (2015), relatório que indica que o Brasil é responsável por 50% da redução global das emissões de carbono entre 2001 e 2015. Ainda assim, as emissões de CO² são maiores que a absorção.
Entretanto, todos esses investimentos não serão o bastante. O Brasil precisa se posicionar melhor em relação a questões como desmatamento, e poluição. Além disso, a exploração do petróleo ainda é a atividade base do País e o que o confere poder estratégico. Rever o uso dessa energia requer muita estrutura econômica e política, e precisa de atenção e estudo. Visto que tantas atitudes têm sido tomadas em todo o Globo, ao mesmo tempo em que o combustível fóssil ainda é muito valorizado, cabe-nos procuramos ver, no cenário internacional, o que se pode desenhar nos próximos anos, e o que podemos ou não, esperar dos envolvidos.

5. Prospecção de Cenários

Após analisarmos panoramicamente o que tem sido feito no mundo em termos de pesquisa, políticas, e ações efetivas é hora de tentarmos analisar o que podemos ou não esperar para os próximos anos.
As pesquisas feitas até aqui não mostram um futuro promissor para o Clima. Quando se trata de Planeta, podemos esperar alguns eventos naturais acontecendo com maior frequência ou em locais inesperados. Aumento do nível do mar, descongelamento de geleiras (e possível desaparecimentos do Ártico como o conhecemos), aumento da temperatura do Planeta: que pode causar furacões, tremores, aumento ou diminuição do volume de chuvas em determinados lugares. A escassez de água potável também é um dos problemas mais graves que podemos enfrentar nas próximas décadas.
Alguns dados mais otimistas nos dão a esperança que uma constante mudança no meio de vida, no modo de produção global e uma maior conscientização da população pode fazer com que essa tendência desacelere. Também há fontes mais pessimistas que não esperam que pequenas ações façam efeitos, para esses uma verdadeira revolução precisa ser feita enquanto há tempo.
No Sistema Internacional hoje, tudo que podemos esperar são Conferências como a COP em Paris no fim desse ano. Conferências assim são importantes, pois trazem o debate e as ideias para que as mudanças possam ocorrer. Entretanto, não podemos esperar que os Estados abram mão de interesses estratégicos em nome do Meio Ambiente sem ganhos em troca. Essa visão parece ser racional, já que o clima ainda não é tomado como prioridade, mas deixar algo tão substancial quanto o Planeta em que vivemos se alterar por interesses materiais e momentâneos revela-se perigoso. De qualquer forma, há interesses não só Estatais como Organizacionais e Empresariais envolvidos.
Em âmbitos menores, internamente aos Estados, podemos notar uma mudança sutil na consciência da população e na economia de energia. Interessante registrar que no Brasil, no âmbito educacional, aLei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 e Decreto nº 4.281 de 25 de junho de 2002, exigem a integração da educação ambiental às disciplinas ofertadas tanto na educação básica quanto no ensino superior de todo o Brasil . Esta integração precisa ocorrer de modo transversal, contínuo e permanente. Essas mudanças apesar de pequenas são fundamentais para que políticas implementadas pelos Estados possam ser válidas e úteis. Com o passar do tempo, essas mudanças podem trazer uma maior cobrança da população em relação ao Estado, às empresas e aos produtos que utilizam.

6. Considerações Finais

Desde 2011 quando teve início,como uma das frentes de ativismo pela preservação do Planeta, o movimento de Desinvestimento fóssil tem dado passos pequenos em direção a uma mudança energética. A Campanha Keep it in theGround é um desses pequenos passos. Ela continua a fornecer dados sobre o clima e a pressionar as Instituições (Bill e Melinda Gates e WellcomeTrust) para que retirem seus investimentos dos combustíveis fósseis.
Conseguimos visualizar, uma parte dos muitos acontecimentos e atitudes que nos mostram uma caminhada em direção a um reposicionamento frente ao uso dos recursos do Planeta. Esse é um movimento contínuo e disperso por todo o globo.
Entretanto, apesar de pequenos passos que apontam para essa direção também é fácil observar a importância estratégica do uso dos combustíveis fósseis e a resistência ao investimento em outras formas de energia para setores chaves nos Estados. Ainda estamos muito longe de uma conscientização dos problemas envolvidos na queima do combustível fóssil.
Uma alteração futura nesse paradigma energético traria muitas consequências no cotidiano dos indivíduos internamente aos Estados e na dinâmica das Relações internacionais. Principalmente nesse campo, as relações entre os Estados, os intercâmbios e as intervenções Internacionais, que já aconteceram diversas vezes por conta da necessidade da compra de combustíveis fósseis de outros países, deixariam de existir. É claro que a troca de paradigma é lenta, o que não significa que ela não aconteça.
Apesar de todos os dados e notícias levantados por todo o globo ainda é difícil saber o que realmente é intenção dos Estados e o que é discurso voltado à opinião pública. Acompanhar esses passos é uma forma de ficar pronto para oportunidades, e de conquistar certa autonomia que confere segurança ao Estado no cenário Internacional. Quem investe em meios energéticos que proporcionem uma autossuficiência sempre sai na frente, pois garante segurança ao Estado frente à instabilidade Internacional. Sendo assim, investir em energias renováveis não é só recomendável como faz parte de um projeto que garante maior autonomia de ação.
























REFERÊNCIAS

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GARCIA, R. Salvar o clima implica desistir de um terço do petróleo e 80% do carvão. Público. Portugal, 08 jan. 2015. Disponível em: http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/temos-de-desistir-de-um-terco-do-petroleo-e-80-do-carvao-para-salvar-o-planeta-1681567. Acesso em: 20 jun. 2015.
KERDNA PRODUÇÃO EDITORIAL (Brasil) (Ed.). Conferências sobre Meio Ambiente.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL. Mesmo sem unanimidade, ONU "toma nota" do Acordo de Copenhague. Disponível em: http://www.cop15.gov.br/pt-BR/index225c.html?page=noticias/acordo-de-copenhague. Acesso em: 28 de março de 2015.
BIODIESELBR. Vida após a crise do petróleo. Disponível em: http://www.biodieselbr.com/destaques/2005/crise-petroleo-peak-oil.htm. Acesso em 27 mar. 2015.
RODRIGUES, D. O que o acordo Índia-EUA sobre energias renováveis tem a dizer para o Brasil?. Ambiente Energia. 3 fev. 2015. Disponível em: https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2015/02/o-que-o-acordo-india-eua-sobre-energias-renovaveis-tem-dizer-para-o-brasil/25420. Acesso em: 21 jun. de 2015.



























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