Leitura de \"Os Obedientes\" de Clarice Lispector a partir dos \"problemas de gênero\" de Judith Butler

June 5, 2017 | Autor: A. Quiangala | Categoria: Gender Studies, Feminist Epistemology, Judith Butler, Clarice Lispector
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Anne Caroline Quiangala

PreÂMBULO • [...]Ser mulher construiria um “fato natural” ou uma performance cultural, ou seria a “naturalidade” constituída mediante atos performativos discursivamente compelidos que produzem o corpo no interior das categorias de sexo e por meio delas? (BUTLER, 2003, p. 8-9) * (Laurentis, 1994)

Judith Butler  Judith

Butler é filósofa pósestruturalista, feminista e teórica da Teoria Queer. Suas reflexões contribuíram para renovar amplamente os estudos feministas e as teorias de gênero, assim como os estudos contemporâneos em filosofia e ética. Butler é atualmente professora na cátedra Maxine Elliot, do Departamento de Retórica e Literatura Comparada da University of California, em Berkeley; é igualmente professora visitante da Columbia University, no departamento de Inglês e Literatura. Em 2009, recebeu o Andrew W. Mellon Foundation’s Distinguished Achievement Award por sua contribuição ao legado das Humanidades. Desde 2006 Judith Butler atua como Hannah Arendt Professor de Filosofia no European Graduate School (EGS), Suíça..

 “Anarquista provisória”  Judia Não Sionista

• Wittig afirma que: Discursos têm poder de violentar as pessoas -> “matriz heterossexual” (Butler), medicina, mídia... • Acrescento a noção de violência Simbólica e Epistemológica (Barthes) que descrevem a força coercitiva dos sistemas ideológicos por meio do discurso.

*Laurentis, 1994.

Tecnologia de gênero*

• Em consonância com Foucault: Uma complexa tecnologia política origina efeitos produzidos em corpos, comportamentos e relações sociais * (Laurentis, 1994)

Conceitos chave*

• GENDERED = Gendramento = (tornar-se o gênero) é o corpo que adquire inteligibilidade no processo dinâmico e incessante. • GENDRADA/GENDRADO = produzir um gênero • GENERADO = ganhar qualidades naturais (?) que não são tão-naturais-assim • FALOGOCENTRISMO = diferente de falocentrismo, evidencia a relação íntima entre a razão e a centralidade do falo. *Gabriel, s/d

Ideias G Centrais

• FALOGOCENTRISMO: o poder de criar e naturalizar categorias de gênero a partir do Logos (discurso) centrado no falo. • Critica à GENEALOGIA (Nietzche/Foucault): gênero e análise relacional • Crítica à falta de compromisso da TEORIA FEMINISTA com a mudança radical: abolir o “feminino/mulher” como categoria política. • Crítica a ideia de IDENTIDADE COMO DENOMINADOR COMUM. • Crítica ao ESTRUTURALISMO PRESENTE NO FEMINISMO (impede uma investigação radical sobre as construções/normas políticas da identidade?)

Objetivos Gerais da obra • 1)Observar como as fábulas de gênero se estabelecem. • 2) Observar como circulam os discursos de naturalização • 3) Redimensionar a discussão sobre a centralidade da categoria “mulher” como sujeito (unívoco) do feminismo

Objetivos específicos (Butler, p. 12)

• 1)Facilitar a convergência política das perspectivas feministas, gays e lésbicas sobre o gênero com a da teoria pós estruturalista; • 2) Afirmar essas posições nos limites críticos da vida disciplinar. • 3) Resistir à domesticação acadêmica dos estudos sobre o gênero, estudo sobre as mulheres e radicalizar a noção de crítica feminista.

Metodologia MELHOR FORMA DE CRIAR PROBLEMAS: QUESTIONAMENTO EPISTEMOLÓGICO/ONTOLÓGICO • Crítica ao feminismo • Crítica à política de identidades = SUJEITO INSTÁVEL • Crítica à genealogia (Nietzche, Foucault) • Crítica ao construtivismo/estruturalismo

Representações (não corporificadas) (?) de mulheridades (?) na Arte Contemporânea Ser mulher é fato natural? Performance cultural? Naturalidade constituída por atos performativos descritos pelo discurso? Existe sexo verdadeiro/original/puro? Gays/Lésbicas parodiam as performances dos sexos originais? (BUTLER, p.8)

Problemas de gênero: capítulo I

• Como a linguagem constrói as categorias de sexo? • “O “feminino” resiste à representação no âmbito da linguagem?” • “A linguagem é compreendida como [....]?” • Linguagem produz = Feminino + Sexual • Heterossexualidade presumida e

• Sexo x Gênero x Desejo = ? • Práticas sociais que produzem descontinuidade e dissonâncias subversivas entre sexo, gênero e desejo?

Maria Anna Olga Luisa Bonomi é uma renomada artista plástica ítalo-brasileira. Gravadora, escultora, pintora, muralista, curadora, figurinista, cenógrafa e professora, Maria Bonomi emigrou para o Brasil em 1946, fixando-se em São Paulo.

*Gabriel, s/d. ** Laurentis, 1994

• Sappho I • Xilo • 1987

o Sappho X Antígona o Umberto Eco: Construção (discursiva) da imagem da mulher associada ao corpo = Sexo = Cavidade/Substâncias corporais o Sobreposição de matrizes ~ identidades em relação à androgenia

• Bharti Kher

Barthi Ker

Em sua ausência / In Your Absence, 2010 instalação: cadeira de madeira, sari, resina

Colostro / Colostrum, 2008-2011 instalação com materiais diversos / mixed media installation

Reena Kallat

Beauvoir Gênero se CONSTRÓI: Voluntariamente Socialmente A partir dum Monismo linguístico Produz disputa: margem/centro Fixidez • Biológico x Social

2ª ONDA ~ identidade

Gênero é Construído

( ...)Sexo x nacionalidade x idade x sexualidade x classe x raça (...) O sujeito do feminismo se identifica como MULHER Ação política motivada por identidade comum Descentramento do sujeito & Autodeclaração

Problematizações de Butler • Identidade: múltipla, processual e relacional • Mulher(es): categoria útil para a ação feminista. Política representacional excludente • Poder negativo: vigilancia, coação, regulamentação dxs individuxs. • Poder produtivo: convenciona/regulamenta as categorias que “podem” existir • Matriz Heterossexual (cultura) => cria o SEXO e exige COERÊNCIA e INTELIGIBILIDADE

• Linha de continuidade: aparelho reprodutor + postura corporal e ideológica no mundo • Corpo produzido a partir da regulação promovida (frustrada) de adequação: Sexo > Gênero > Desejo (s)> Prática sexual • Codificação/decodificação = inteligibilidade cultural • Ser sujeito (direto individual e individualidade: sujeição às normas)

O corpo é lido como chave de pertencimento gera 1)corporalidade legível e 2) substrato dos processos de identificação

• Gênero: repetição estilizada de atos que incidem nos corpos= operador de diferenças • Gênero se constrói diariamente (Não existe identidade fixa) a cada gesto/fala/performance RELACIONAL • Gênero e sexo são falácias discursivas (ilusões fantasmagóricas • O ato reiterado se materializa em (essencializa o)

Clarice Lispector • Clarice Lispector foi uma escritora e jornalista nascida na Ucrânia e naturalizada brasileira — e declarava, quanto à sua brasilidade, ser pernambucana —, autora de romances, contos e ensaios. • Nascimento: 10 de dezembro de 1920, Chechelnyk, Ucrânia • Falecimento: 9 de dezembro de 1977, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

ENREDO EIXO DRAMÁTICO 1) PREMISSA: Apresentação, localização. 2)PERIPÉCIA: implicitamente – a escolha/normatização foi feita previamente 3)DESMEDIDA: comer a maçã => dente => verdade 4)CLÍMAX: Angústia simultânea/ vontade de morrer 5)CATARSE: o marido cair em seguida, pois evidencia sua dependência radical.

Narradora • Feminino e Mulher são termos instáveis que se definem em termos relacionais (Butler, 2003) • A voz narrativa se define como mulher ??? Ela é marcada pelo estranhamento/alteridade/ “abjeção”. • Como gênero é relacional: as personagens performam/constroem seus gêneros de forma circunscrita à norma.

Personagens Marido e Mulher • Interior (forma o/a personagem) x Exterior (define o/a personagem) • Objetivo • Como vê o mundo • Atitude/comportamento

Espaço • Mente da Narradora • Residência do Casal

TEMPO • Psicológico



Referencias • •

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DIAZ, Elvira Burgos. Desconstrução e subversão: Judith Butler. Supere Aude: Belo horizonte, v.4. nº7 - p. 441- 464 - ! Sem. 2013. Disponível: < www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0CCIQFjAA&url=http%3 A%2F%2Fperiodicos.pucminas.br%2Findex.php%2FSapereAude%2Farticle%2FviewFile%2F5543%2F5507&ei=O0koV ayeLIzdsASg3oHACQ&usg=AFQjCNHhtLhVChvR6fbJLYJzJmvvbJo1fg&sig2=E8_js9902orxuqkRyhdBtg&bvm=bv.90491 159,d.cWc>. ESCOURA, Michele. Pessoas, indivíduos e ciborgues: conexões e alargamentos teórico-metodológicos no diálogo entre antropologia e feminismo. NETO, RESIGNO BARROS LIMA. Resenha comentada do livro: Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. BUTLER, Judith P. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2003. 236 p. GABRIEL, Alice de Barros. Translation trouble/Problemas de tradução: revendo a tradução para o português de Gender trouble de Judith Butler. (Folheto). S/d ______. Heterotopias: cartografia possível de uma heterossexualidade feminista. Disponível em: . Acesso em 9 abril 15. FIELD, Syd. Manual do roteiro. 3.ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

*vídeos* • Judith Butler. Filósofa en todo Género en español. Parte 1 . • Judith Butler. Filósofa en todo Género en español. Parte 2 . • Judith Butler. Filósofa en todo Género en español. Parte 3

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