Linguagem em monólogo: subjetividade e linguagem diante dos escritos tardios de Martin Heidegger

June 6, 2017 | Autor: Maurício Pitta | Categoria: Martin Heidegger, FILOSOFIA DA LINGUAGEM, Ontologia
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Esta monografia concentra-se na relação problemática entre subjetividade e linguagem; mais especificamente, na possibilidade ou impossibilidade de alguma forma de prioridade semântica do sujeito em sua relação com a linguagem, quando posta diante dos principais escritos sobre linguagem na filosofia tardia de Martin Heidegger, datados sobretudo da década de 50, com enfoque na conferência O caminho para a linguagem, de 1959. Propomo-nos aqui a apresentar o pano de fundo ontológico da ideia de determinação subjetiva da semântica, isto é, a metafísica da subjetividade moderna, utilizando-nos como expoente característico o interlocutor de Heidegger em sua conferência de 59, a saber, o estudioso, linguista e antropólogo alemão Wilhelm von Humboldt, autor de Sobre a linguagem: a diversidade da estrutura linguística humana e sua influência no desenvolvimento espiritual da humanidade, publicada em 1836, que serve de prolegômeno para sua obra magna, Sobre a língua Kawi na Ilha de Java. Para Humboldt, linguagem é expressão, enquanto articulação sonora, da atividade interior do espírito (energeia). Tal concepção é apontada e criticada por Heidegger em sua conferência, na qual afirma, em oposição a Humboldt, que a linguagem, mais do que expressão subjetiva, é o caminho no qual o homem, “ente dizente”, já sempre se encontra de início. Neste trabalho, introduziremos, primeiramente, alguns pressupostos heideggerianos de sua obra posterior à fase de Ser e tempo e conceitos característicos dessa etapa, tais como Ereignis, verdade e história do ser, a fim de articular, ao fim, sua concepção tardia de linguagem, compreendida aqui, de acordo com o referencial teórico de Jaakko Hintikka, Merrill B. Hintikka e Martin Kusch, como meio universal de significado, e contrapô-la àquela formulada por Humboldt, expondo com mais detalhes ao longo do trabalho as concepções linguísticas do interlocutor de Heidegger e discorrendo, com amparo na filosofia tardia heideggeriana, acerca de problemas de tal precedência semântica do sujeito com relação à linguagem e de possíveis implicações da concepção de linguagem oposta.
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