Linguística Queer - a volta da performatividade aos estudos em língua(gem)

June 14, 2017 | Autor: I. Santos Filho | Categoria: Queer Theory, Teoría Queer, Queer Linguistics, Linguística Queer
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PROPOSTA DE OFICINA DE PESQUISA – XXVI FALE Título: LINGUÍSTICA QUEER – A VOLTA DA PERFORMATIVIDADE AOS ESTUDOS EM LÍNGUA(GEM) Professor: Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho (UFAL-Campus do Sertão; GELASAL) Carga horária: 06 (seis) horas Ementa Esta oficina se propõe a discutir o conceito de “mundo líquido moderno”, visando situar a vida contemporânea, situando, do mesmo modo, o conceito de identidade como performance. Sobre a liquidez na/da vida, objetivamos contextualizar a guerra sobre modos de ser atrelados à tradição, negando principalmente a “liberdade” como princípio proposto na era moderna. Dentro desse contexto, temos a ideia de discutir acerca do fato de que em relação aos gêneros sexuais há uma superdiversidade identitária, sobre a qual paira uma guerra, que perpassa por dogmas religiosos, fundamentalismos exacerbados e interincompreensões, mas também por maior visibilidade, acolhimentos, novos direitos civis etc. Compreendidas tais noções a partir da apresentação/discussão de diversos enunciados, passamos a focar a noção de que há um jogo de performances identitárias linguístico-discursivamente forjadas. Para tal entendimento, passamos a analisar diversas enunciações, de diferentes esferas discursiva, tendo como base os conceitos de atos de fala, de Austin, e os de gênero e sexualidade como performance, de Butler. As análises visam fazer compreender noções de língua(gem) e significados e a construção discursiva dos sujeitos – as performances forjadas para si e para o(s) outro(s). A partir de tais conceitos e procedimentos de análise aprendidos, comentaremos a respeito da emergência de uma linguística queer, na década de 1990, frente a outras noções de língua(gem), sujeitos e metodologia de estudos linguísticos. Da análise de um recorte de livro didático, discutiremos a necessidade de uma linguística queer como embasamento teórico-metodológico no ensino e aprendizagem de língua portuguesa.

Objetivo geral Possibilitar a compreensão conceitual e os procedimentos de análise em uma linguística queer.

Objetivos específicos Discutir o conceito de mundo líquido moderno, para situar a vida contemporânea, Conceituar identidade como performance, linguístico-discursivamente forjada, Refletir sobre a superdiversidade identitária e a guerra (discursiva) em torno dessa, Compreender os conceitos de atos de fala e de gêneros sexuais como performances, Comentar sobre a emergência de uma linguística queer e conceitos de língua(gem), sujeitos e metodologia de estudos linguísticos, Discutir a necessidade de uma linguística queer como embasamento teóricometodológico no ensino e aprendizagem de língua portuguesa, Construir o conceito de letramento social/para a diferença.

Metodologia A oficina se pautará em uma postura expositiva dialogada, com momentos de “mão na massa”, nos quais sob orientação do docente os participantes realizarão análises de textos pautadas no arcabouço teórico-metodológico da linguística queer.

Avaliação Na avaliação sendo compreendida como processual, visamos acompanhar a construção (ou não) de fatos, conceitos, procedimentos e atitudes, acerca da relação língua(gem) e identidades de gêneros e sexualidades, ao longo da oficina, no sentido de intervir com novos questionamentos, informações e orientações acerca do corpus analisado, dos procedimentos de análise e dos fundamentos que sustentam a linguística queer, de modo a garantir a aprendizagem. Para concluir a avaliação, grupos de participantes devem fazer e apresentar uma análise linguístico-discursiva em perspectiva queer.

Bibliografia AUSTIN, John Largshaw. Quando dizer é fazer. Porto Alegre: ArtesMédicas, 1990. BAUMAN, Zigmunt. Pós-modernidade e modernidade líquida. In. Zigmunt Bauman. Legisladores e intérpretes sobre modernidade, pós-modernidade e intelectuais. Rio de Janeiro: Zahar, 2010, p. 07-13. BAUMAN, Zigmunt. Sobre a vida num mundo líquido moderno. In. Zigmunt Bauman. Vida líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2007, p. 07-23. BORBA, Rodrigo. Linguística queer: uma perspectiva pós-identitária para os estudos da linguagem. Entrelinhas, Ano III, nº 2, jul/dez, 2006. BUTLER, Judith. Lenguaje, poder e identidad. Madrid: Editorial Sínteses S.A, 2004. BUTLER, Judith. Problemas de Gênero – feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileiro, 2003. LIVIA, Anna e HALL, Kira. “É uma menina!”: a volta da performatividade à linguística. In. Ana Cristina Ostermann e Beatriz Fontana (Org.). Linguagem, gênero e sexualidade – clássicos traduzidos. São Paulo: Parábola Editorial, 2010, p. 109-127. LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho – ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. MAINGUENEAU, Dominique. A polêmica como interincompreensão. In. Dominique Maingueneau. Gênese dos discursos. São Paulo: Parábola Editorial, 2008, p. 99-118. NATIVIDADE, Marcelo e OLIVEIRA, Leandro de. As novas guerras sexuais – diferença, poder religioso e identidades LGBT no Brasil. Rio de Janeiro: Garamond, 2013.

SANTOS FILHO, Ismar Inácio dos. A visibilidade do apagamento. Observatório da Imprensa, Ano 18, nº 841, 2015. SANTOS FILHO, Ismar Inácio dos. Linguística queer e performatividade: linguagem em performances de gênero e sexualidade. In. Ismar Inácio dos Santos Filho. A construção discursiva de masculinidades bissexuais: um estudo em linguística queer. Recife: O autor, 2012, p. 92-122. SANTOS FILHO, Ismar Inácio dos. O que é Linguística Queer? [Ensaio usado como material didático na disciplina “Linguística Queer” no curso de Letras/UFAL-Campus do Sertão], 2015. SANTOS FILHO, Ismar Inácio dos. Sexo, sexualidade e gênero na formação de professores. Observatório da Imprensa, Ano 18, nº 840, 2015. SPARGO, Tamsim. Foucault e a teoria queer. Rio de Janeiro: Pazulin; Juiz de Fora: Ed. UFJF, 2006.

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