Luís de Pina Guimarães (1901 – 1972)

May 31, 2017 | Autor: F. Araújo | Categoria: History of Medicine, Portuguese History, Historiography
Share Embed


Descrição do Produto

http://dichp.bnportugal.pt/projecto.htm

| HISTORIADORES | TEMÁTICAS O PROJECTO APRESENTAÇÃO ORGANIZAÇÃO

A EQUIPA CONTACTO

| INSTITUIÇÕES

| PERIÓDICOS

|

EN

O Dicionári o de Historiadores Portugueses, acessível nos sítios electrónicos da Biblioteca Nacional de Portugal e do Centro de História da Universidade de Lisboa, corresponde a uma necessidade há muito sentida nas ciências humanas em Portugal. Visa alargar o conhecimento sobre os historiadores que escreveram sobre o passado nacional, as suas perspectivas do conhecimento histórico, teorias e correntes historiográficas, instituições científicas, jornais e revistas a que estiveram ligados. Pretende ser uma obra de consulta, disponibilizando informação útil aos investigadores e interessados pela história da história, dar a conhecer o pensamento dos historiadores que se destacaram até ao início do decénio de 1970 (alguns deles esquecidos) e tr açar sínteses sobre a historiografia produzida em campos específicos do saber. O período escolhido tem em conta o papel decisivo que, a par da Universidade, a Academia Real das Ciências alcançou na dinamização dos estudos históricos e na afirmação de um conceito de história-ciência. 1974 constitui uma baliza marcante a partir da qual se acentuará a renovação em múltiplas direcções de uma historiografia que vinha dos anos 40, o alargamento significativo do campo de estudos e maior abertura ao ext erior da comunidade de historiadores.

APOIOS:

Considera-se historiografia num sentido amplo, envolvendo múltiplos conceitos de história e concepções da sua escrita, ultrapassando fronteiras não raro artificiais com outras ciências humanas: filosofia, geografia, antropologia, economia, linguística, estudos jurídicos, estudos literários, pedagogia. Ao longo dos dois séculos em causa (1779-1974) encontramos perfis muito diversos de historiadores, do erudito académico atento à autenticidade do documento ao autodidacta que cultiva larga variedade de géneros, passando pelo historiador profissional, formado já em instituições especializadas, sem esquecer ainda o contributo dos ensaístas. O Dicionário representará este tão diverso leque de autores, de formações e percursos intelectuais bem diferenciados, num país em que a profissionalização dos estudos históricos foi tardia, quando comparada com outras nações europeias (grandes historiadores portugueses do século XX foram autodidactas). Procurar-se-á estabelecer nexos contextuais com os problemas dos tempos em que viveram, o ambiente cultural e as polémicas em que se envolveram, a relação com o pensamento histórico internacional e a posteridade das suas obras. Incluir-se-á também uma selecção de historiadores de outras nacionalidades que estudaram a história de Portugal: alguns contribuiram decisivamente para a renovar e alargar o seu conhecimento no mundo. A história da história e a reflexão teórica sobre a disciplina foram-se desenvolvendo ao longo dos dois últimos séculos pela voz de alguns dos mais destacados historiadores e intérpretes da sociedade portuguesa e do seu devir, dos homens ligados à Academia das Ciências de Lisboa - entre eles Alexandre Herculano - aos nossos dias. Ser á possível escrever história de qualidade sem reflectir sobre um ofício que t ant o contribuiu para alargar a compreensão da experiência nacional, aprofundar a consciência que cada um de nós tem de si próprio e da comunidade em que lhe f oi dado viver? Parece evidente que não: o que aqui se convoca é uma irredutível pluralidade de pontos de vista, teorias e interpretações sobre o passado da sociedad e portuguesa, necessário ponto de partida para inventariações de problemas e construção de novos percursos de investigação e conhecimento. Com um conjunto muito variado de colaboradores, o dicionário pretende inscr ever-se nesta linhagem. Tem vindo a ser produzido e progressivamente dado a conhecer on-line em língua portuguesa e em língua inglesa. Será regularmente acr escentado com novas entradas, podendo beneficiar com sugestões críticas dos seus leitores. Posteriormente resultará na publicação de um livro. De momento já se encontram acessíveis cerca de 150 entradas nominais e temáticas. Sérgio Campos Mat os Maio de 2016. Um esclarecimento..., Fev. 2013, Sérgio Campos Matos (Pdf)

| HISTORIANS THE PROJECT INTRODUCTION ORGANIZATION

THE TEAM CONTACT

| THEMES

| INSTITUTIONS

| PERIODICALS |

PT

The Dictionary of Portuguese Historians, available online at the websites of the National Library of Portugal (BNP) and the History Centre at the University of Lisbon, meets a long-standing need within the social sciences in Portugal. It aims to broaden awareness of Portuguese historians and their perspectives on historical knowledge, of theories and currents within historiography, of historical and scientific associations and the journals and publications linked to them. It aims to be a reference work, making available information that will be of use to researchers and to those interested in the history of history, explaining the thinking of historians (some of them now forgotten) who wer e active up to the 1970s, and tracing general trends in historiography, as produced in different fields of knowledge. The period chosen takes into account the role that the Royal Academy of Sciences (founded 1779) played, alongside the University of Coimbra, in promoting the study of history, and establishing a conception of history as a science. In its turn, the year 1974 — with the restoration of democracy in Portugal — marks another milestone, after which a historiographical approach born in the 1940s was reinvigorated in many different ways, with a significant widening of the field of studies, and a greater openness to the broader international community of historians.

SPONSORS:

The Dictionary considers historiography in a broad sense, taking in varying concepts of history and ways of writing it, thereby crossing frontiers — more often than not artificial — with other social sciences: philosophy, geography, anthropology, economics, linguistics, law studies, literary studies and pedagogy. Over the two centuries under consideration we find many different kinds of historian, from the erudite academic, careful to establish the authenticity of documents, to the autodidact, who takes on a whole variety of approaches, not forgetting the professional historian, trained in specialized institutions, and the contribution of the essayist. The Dictionary will reflect this very wide range of authors, of backgrounds, and of very different intellectual careers, in a country in which the professionalization of historical studies came late, compared to other European nations such as Germany or France — many of the great historians of the first half of the twentieth century still being autodidacts. It will establish contextual connections with the problems of the times in which they lived, the cultural environment and the polemics in which they were engaged, the relationship with historical thinking internationally, as well as the afterlife of their works. It will also include a selection of historians of other nationalities who studied the history of Portugal, some of whom contributed decisively to renewing and broadening knowledge of this subject around the world. The history of history and theoretical considerations of the discipline have been developed over the last two centuries through the writings of some of the most distinguished historians and interpreters of Portuguese society and its outlook, from those, such as Alexandre Herculano, linked to the Royal Academy of Sciences (or the Lisbon Academy of Sciences, as it became known after the fall of the monarchy, in 1910) up to our times. Is it possible, even, to write high-quality history without reflecting on a craft that has contributed so much to broadening our understanding of the national experience, to deepening the awareness that each of us has of ourselves, and of the community in which we find ourselves living? The answer is clearly no: what is assembled here is an irreducible plurality of points of view, theories and interpretations of the past in Portuguese society, the essential point of departure for taking stock of problems and constructing new pathways of investigation and knowledge. Drawing on a very varied team of contributors, the Dictionary aims to take its place in this lineage. It has been under production since 2011, and will be progressively available online, in both Portuguese and English. New entries will be regularly added, enabling the Dictionary to benefit from suggestions and criticisms made by its readers. This will lead eventually to the production of a book. At the time of writing there are already some 150 entries available on the website of the National Library, of both a biographical and a thematic natur e.

PINA [GUIMARÃES], Luís José de (Luanda, 1901 – Porto, 1972) Filho do capitão Luís Augusto de Pina Guimarães e de Rita da Conceição Ferreira, nasceu a 24 de Agosto, em Luanda, cidade onde o pai desempenhava funções como oficial do exército e na qual Luís de Pina, nome que elegeu para a vida pública, passou a sua infância, embora a documentação oficial registe Lisboa como naturalidade. A exoneração do pai da vida militar, em 1909, motivou o regresso da família às suas raízes ancestrais em Vendas Novas e depois em Guimarães, tendo-se instalado nesta última e onde frequentou os estudos secundários entre os Liceus Centrais de Braga e de Guimarães e a Sociedade Martins Sarmento, nesta ilustrando o seu interesse pelos estudos históricos, arqueológicos e culturais em geral pela consulta da sua afamada Biblioteca e Arquivo. Do pai e demais família paterna herdou o gosto pela arte, o desenho, a caricatura e a modelagem cerâmica, que cultivaria até ao final da vida, partilhando a mesma paixão pela história vimaranense, temática recorrente nas suas primeiras investigações científicas. Almejando o curso de Medicina, depois de frequentados os preparatórios exigidos nas Faculdades de Ciências de Coimbra e do Porto, em 1922, Luís de Pina procedeu à matrícula na Universidade do Porto, destacando-se enquanto estudante na dinamização de inúmeras actividades académicas e culturais. Terminada a licenciatura em 1927 como aluno distinto, num curso de excelência que seria apelidado de “curso dos cinco lentes”, ainda nesse ano foi convidado para o corpo docente da Faculdade como 2.º assistente de Anatomia, após um estágio voluntário no respectivo Instituto de Anatomia com o Prof. Joaquim Pires de Lima, empregando as suas qualidades artísticas na produção de material iconográfico para o ensino das matérias médicas. Este mestre convocou-o depois para acumular funções como chefe de serviço da Repartição de Antropologia Criminal, Psicologia Experimental e Identificação Civil do Porto do Ministério da Justiça (1929), sendo responsável por importantes reformas orgânicas internas, integrando também a comissão estatal de avaliação da estação arqueológica da Citânia de Briteiros. Em 6 Março de 1930, incentivado pelo Conselho Escolar da Faculdade de Medicina do Porto, defendeu o seu doutoramento com a tese Vimaranes: materiais para a história da medicina portuguesa, um estudo com características antropológicas, arqueológicas, etnográficas e históricas sobre Guimarães e focado na sua história médica com o levantamento e análise de documentação inédita, recolhida nos arquivos da Câmara, da Misericórdia e das ordens religiosas e de particulares na posse da Sociedade Martins Sarmento. Na tradição do pioneirismo que a história da medicina portuguesa detivera nessa escola portuense, que o

próprio homenageia na sua dedicatória a figuras como Gouveia Osório, Maximiano de Lemos e João de Meira, elegia o seu principal domínio do saber numa obra em que se propunha a completar o capítulo da história médica local desde a pré-história até inícios de Oitocentos. Contudo, perante as exigências imediatas da carreira na docência universitária, os rumos da sua especialização científica encaminharam-no para as áreas da Anatomia e Antropologia, partindo em missão de estudo como bolseiro da Junta Nacional de Educação para França, Polónia e Itália (1930-1931); mantendo o vínculo com a Faculdade de Medicina do Porto foi nomeado, depois de provas públicas, professor auxiliar e fundando o Museu de História da Medicina Maximiano Lemos (1933). Acresce-se ainda o magistério no curso livre municipal “Estudos Portugueses” (1936) e na Escola Regional de Graduados da Mocidade Portuguesa do Porto (1937), acumulado com a direcção do Instituto de Criminologia do Porto, onde sucedeu ao mestre Pires de Lima (1937). Homem de arreigadas convicções católicas, recebeu com agrado conservador a implementação do Estado Novo em Portugal, não se escusando a filiar-se na União Nacional e a enveredar por uma carreira política, granjeando até a nomeação para vogal da Comissão Consultiva do partido político do regime no seu III Congresso (1951). O consenso em torno do seu prestígio académico e social no espaço portuense foram decisivos para a sua escolha como vereador municipal (1935), deputado pelo seu círculo à Assembleia Nacional em duas legislaturas (1938-1945), presidente da comissão administrativa da Câmara Municipal do Porto (1945-1949) e procurador à Câmara Corporativa (1945-1949), desenvolvendo uma particular acção parlamentar em assuntos como a higiene, medicina, educação, assistência social e cultura. Dois exemplos comprovam o seu alinhamento ideológico com o modelo político no poder: a participação em muitos dos programas das comemorações nacionais de exaltação da história nacional, principal organizador no Porto do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique (1960), e a defesa política e religiosa intransigente do Império Colonial Português, expressa nos múltiplos trabalhos científicos sobre o Ultramar e até no discurso de uma filosofia da história de tipo providencialista, inspirada em Jacques Maritain, para justificar a missão civilizadora de Portugal. No plano cívico, ao longo da vida, foi igualmente desempenhando diferentes cargos na Ordem dos Médicos, Santa Casa da Misericórdia do Porto, Cruz Vermelha e Associação Católica Portuense, bem como os de procurador-vogal do Centro de Estudos Demográficos do Instituto Nacional de Estatística e de vogal da Comissão Nacional de História das Ciências e da Junta das Missões Geográficas e de Investigações Coloniais. Esta vinculação político-ideológica espelhou-se também no alargamento dos enfoques das suas investigações históricas, sem qualquer desprimor pela sua idoneidade científica, através de convites para novos projectos e de acesso a novas fontes primárias. Em Portugal foi o escolhido pela L' Académie Internationale d'Histoire des Sciences para a elaboração das Tábuas Cronológicas da História das Ciências em Portugal no século XVI (1931), e decorridos seis anos, o Ministério das Colónias encarregava-o do levantamento e estudo da documentação sobre a presença portuguesa em Angola e no Brasil na época moderna, depositada no Arquivo Histórico Colonial. Em 1944, Luís de Pina ascendeu a professor

catedrático de História da Medicina e Deontologia Profissional na sua faculdade, o que garantiu um novo impulso aos seus estudos na história da medicina e deontologia profissional, em paralelo procurando reforçar o peso da disciplina na formação académica e a ligação pedagógica com o núcleo museológico que coordenava, desempenhando um papel proeminente na Universidade do Porto ao combater a lacuna dos estudos humanísticos. Destaque-se, neste sentido, a criação e direcção do Centro de Estudos Humanísticos, anexo à Universidade do Porto (1947), ao qual sucedeu a segunda Faculdade de Letras do Porto (1961), leccionando em acumulação na área das Ciências Filosóficas e Pedagógicas, na qual assumiu a direcção interina como delegado do reitor até 1966. Na qualidade de historiador o cerne da sua produção científica encontrava-se indubitavelmente associado à História da Medicina, não obstante um interesse por outras áreas do saber e os seus contributos para a evolução do pensamento científico humano, procurando integra-la na História da Ciência e, consequentemente, na própria História universal. Assim, Luís de Pina, inspirado pelo exemplo de Maximiano de Lemos, não só reviu, ampliou e incluiu novos factos históricos aos trabalhos que esse deixara publicado, como deu à estampa, em 1954, o primeiro volume da História Geral da Medicina como complemento à produção historiográfica desenvolvida no seio da Faculdade de Medicina do Porto. Na sua metodologia, os remanescentes traços da corrente positivista na sobrevalorização do documento escrito e dos livros de época como resposta às hipóteses formuladas eram confrontados com uma concepção moderna ao sustentar o carácter interdisciplinar e global da história médica e uma prática objectiva, num entrosamento entre os domínios das ciências exactas e o das ciências sociais na exploração das temáticas. Os seus estudos comportam uma fusão de apontamentos culturais, zoológicos, arqueológicos, etnográficos, botânicos, antropológicos ou médico-clínicos no tratamento de personalidades, instituições, correntes científicas, modelos de ensino ou vocabulário médico para a actualização da história da medicina, demonstrando na bibliografia consultada um profundo conhecimento em diálogo com o panorama das investigações internacionais. Quanto a outros temas históricos a que dedicou atenção, a sua objectividade científica era comprometida com o tratamento parcial de motes como a Expansão ou o Ultramar, capítulos gratos ao Estado Novo como fundamentos das posições políticas tomadas, analisados sob os princípios da Civilização, Cristianização e Cultura portuguesa no cenário mundial. Embora escrutinando os factores de decadência nacional como uma lição a reter para o presente e o futuro, eram antes os factos áureos da realidade histórica de Portugal os que mais sobressaíam, enquadrados numa visão cívica e espiritual da História, procurando-os transpor para a universalidade do passado humano. Por fim, jubilado em 1970 ao atingir o limite de idade legal, Luís de Pina faleceu na cidade do Porto, a 29 de Abril de 1972, agraciado com várias condecorações nacionais e internacionais de Espanha, Itália, Santa Sé e Cuba. O seu legado cultural e científico mereceu um extraordinário reconhecimento ainda em sua vida, quer pelos muitos prémios nacionais recebidos pelas suas publicações (“António Enes”, “Maximiano Lemos” ou “Alvarenga”), quer pelos inúmeros convites de grandes vultos estrangeiros para a criação de secções portuguesas ou associação a instituições científicas. Por exemplo, encontrava-se ligado a quase meia

centena de agremiações culturais e/ou científicas como sócio ou académico, com destaque para o Instituto Português de Arqueologia, História e Etnografia; Société Française d'Histoire de la Médecine; Istituto Nazionale di Studi sul Rinascimento; Sociedade Anatómica Luso-Hispano-Americana; Instituto de História da Medicina do Rio de Janeiro; Accademia del Mediterraneo e de académico titular da cadeira n.º 12 da Academia Portuguesa da História (1945). Homem multifacetado no que respeitava ao saber humano, «Luís de Pina, um humanista por convicção» (“Professor Dr. Luís de Pina”, 1998, p. 81) foi autor de um espólio bibliográfico que se cifra em mais de quatro centenas de publicações no seu índice pessoal, sem contar com os muitos inéditos que preferiu ou não teve oportunidade de publicar, que se estendem por domínios tão variados como a Antropologia, a Anatomia, a Medicina Legal, a Pedagogia, a História da Medicina ou a das Ciências. Saliente-se, por fim, a sua colaboração em algumas das mais marcantes obras nacionais do século XX: a História de Portugal de Damião Peres, a História da Expansão Portuguesa no Mundo e a Grande Enciclopédia Luso-Brasileira. Bibliografia activa: “O românico no Concelho de Guimarães”, Revista de Guimarães, Guimarães, vol. 36, fasc. 4, 1926, pp. 174-184; Vimaranes: materiais para a história da medicina portuguesa – arqueologia, antropologia, história, Porto, Araújo & Sobrinho, 1929; Histoire de la médecine portugaise, abrégé, Porto, Enciclopédia portuguesa, 1934; A medicina portuguesa de além-mar no século XVI, Coimbra, Biblioteca da Universidade, 1935; “Tábuas Cronológicas da História das Ciências em Portugal no século XVI”, Petrus Nonius: anuário da história das ciências, Lisboa, 1937, pp. 145-162; Portugal na história da cultura universitária hispânica, Porto, Marânus, 1945; “Evangelização e medicina Portuguesa no Japão quinhentista”, Estudos – Revista de Cultura e de Formação Católica, Coimbra, 1950, pp. 1-46; História Geral da Medicina, 1.º volume, Porto, Liv. Simões Lopes, 1954; Domínio filipino e Restauração, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1963; “Faculdade de Letras do Porto: breve história”, Cale – Revista da Faculdade de Letras do Porto, Porto, vol. 1, 1966, pp. 59-172. Bibliografia passiva: ARAÚJO, Francisco Miguel, Faculdade(s) de Letras do Porto: da (re)criação à revolução, Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2008; CARDOSO, Mário, “Necrologia: Prof. Doutor Luís de Pina”, Revista de Guimarães, Guimarães, vol. 82, fasc. 1-2, 1972, pp. 109-114; FERREIRA , João A. Pinto, Elogio do Prof. Doutor Luís de Pina, Lisboa, Academia Portuguesa da História, 1979 (inclui bibliografia); L ISBOA, Mário [coord.], Dicionário Cronológico de Autores Portugueses. Mem Martins, Publicações

Europa

América,

1997,

disponível

em

linha

em

WWW:

URL:http://www.iplb.pt/sites/DGLB/Portugues/autores/Paginas/PesquisaAutores1.aspx?AutorId=6240 [consult. 17 de Março de 2012],;RICON-FERRAZ, Amélia [dir.], Professor Doutor Luís de Pina: sessão de homenagem na Aula Magna da Faculdade de Medicina do Porto, Porto, Fundação Eng. António de Almeida, 1998; SILVA , Germano e D UARTE, Luís Miguel [coord.], Dicionário de Personalidades Portuenses do Século XX, Porto, Porto Editora, 2001; SOUSA, Fernando de [coord.], Os Presidentes da Câmara Municipal do Porto

(1822-2009), Porto, CEPESE, 2009. ARAÚJO, Francisco Miguel, “Luís de Pina”. AMARO DAS NEVES, António [coord.], Biografias Vimaranenses. Guimarães: Fundação Cidade de Guimarães, 2013. Francisco Miguel Araújo

APOIOS:

|

|

PINA [GUIMARÃES], Luís José de (Luanda, 1901 – Porto, 1972) Luís de Pina, the name he chose for his public life, was the son of Captain Luís Augusto de Pina Guimarães. He was born on 24 August in Luanda, the city where his father served as a army officer and where Luís spent his childhood. When his father retired from military life in 1910, the family returned to their ancestral roots in Guimarães. Here Luís received his secondary school education in the Liceu Central in Braga, the Liceu Central in Guimarães and the Martins Sarmento Society, a local cultural institution. Here his interest in historical, archaeological and cultural studies in general can be seen since he frequently consulted the Society’s famous Library and Archive. From his father he inherited a love of art and drawing which would continue till the end of his life as well as a love of caricature and sculpture. He also shared his father’s passion for the history of Guimarães, a recurring topic in his first academic research projects. Luís de Pina had a great desire to study medicine so, after he had attended the necessary preparatory courses in the Faculties of Science of both Coimbra and Porto Universities, he matriculated in the University of Porto in 1922, where as a student he stood out for his pro-active organisation of and involvement in numerous academic and cultural activities. He finished his degree in 1927 with distinction in a course of excellence that would come to be called the “course of the five lecturers”. In the same year he was invited to join the teaching body at the Faculty as a Second Assistant Lecturer in Anatomy after serving a voluntary internship in the Institute of Anatomy with Professor Joaquim Pires de Lima, where he used his artistic skills to produce iconographic material for the teaching of medical matters. This master later invited him to take on further duties as Head of Service of the Criminal Anthropology, Experimental Psychology and Civil Identification Office of Porto which came under the Ministry of Justice (1929), where he was responsible for important internal organisational reforms. He was also a member of the state committee set up to evaluate the archaeological site of Citânia de Briteiros (a pre-Roman fortified settlement). On 6 March 1930, encouraged by the Academic Board of the Faculty of Medicine of Porto, he defended his doctoral thesis Vimaranes: materiais para a história da medicina portuguesa, (Vimaranes: material for the history of Portuguese medicine), a study of an anthropological, archaeological, ethnographic and historical nature about Guimarães. He focused on its medical history through the inventory and analysis of unpublished documents collected from the archives of the Municipal Council, the Misericórdia and religious orders which were all in the possession of the Martins Sarmento Society. Following the pioneering tradition

that the history of Portuguese medicine enjoyed in this Porto school, to which he himself would pay homage by dedicating his work to such figures as Gouveia Osório, Maximiano de Lemos and João de Meira, he chose his main field of knowledge in a work in which he proposed to complete the chapter on local medical history from pre-history to the early 1800s. However, faced with the immediate demands of his teaching career at the University, the direction his scientific specialisation took led him to the areas of anatomy and anthropology, and he left to go on a study mission as a scholarship holder of the National Board of Education to France, Poland and Italy (1930-1931); he maintained his contractual relationship with the Faculty of Medicine of Porto where he was appointed, after public examination, Auxiliary Professor and where he founded the Maximiano Lemos Museum of the History of Medicine (1933). In addition to this, he was a teacher at the Regional School for Graduates [older boys] of the Mocidade Portuguesa in Porto (1937) and also taught a course offered by the city council that was open to the public called “Portuguese Studies” (1938), accumulating these activities with management of the Criminology Institute of Porto where he succeeded Pires de Lima as Director (1937). A man with deep-rooted Catholic convictions, he welcomed the implantation of the Estado Novo in Portugal with conservative pleasure. He did not hesitate to join the União Nacional (National Union) nor from starting out on a political career when he won the nomination to become a member of the Consultative Committee of the regime’s political party. The consensus surrounding his academic and social prestige in the Porto area were decisive in his being chosen as a city councillor (1935), a deputy to the National Assembly for his constituency in two different legislatures (1938-1945), president of the administrative committee of the Porto Municipal Council (1945-1949) and procurador (representative) to the Câmara Corporativa (Corporative Chamber) (1945-1949), where he undertook parliamentary activities particularly in such areas as hygiene, medicine, education, social welfare and culture. Two examples serve to demonstrate his ideological alignment with the political model in power: his participation in many of the national commemorative programmes celebrating events in Portuguese history - he was the key organiser in Porto of the 5th Centenary of the Death of Infante D. Henrique (1960) - and his intransigent defence both political and religious of the Portuguese Colonial Empire. This was expressed in his numerous academic works on the Overseas Provinces and even in his discourse of a providentialist type of philosophy of history, inspired by Jacques Maritain, to justify the civilising mission of Portugal. On the civic side, throughout his life he held various different positions in the Ordem dos Médicos (Professional Order of Medical Practitioners), the Santa Casa da Misericórdia of Porto, the Portuguese Red Cross and the Porto Catholic Association as well as becoming a representative member of the Centre for Demographic Studies of the National Institute of Statistics, a member of the National Commission for the History of the Sciences and a member of the Board of Geographical Missions and Colonial Research. This politico-ideological connection was also reflected in the wider scope of the objects of his historical research, but without any diminishing of his scientific reputation, and through invitations for new projects and access to new primary sources. In Portugal he was chosen by L' Académie Internationale d'Histoire des

Sciences to write the Tábuas Cronológicas da História das Ciências em Portugal no século XVI (Chronological Tables of the History of the Sciences in Portugal in the 16th century, 1931), and six years later the Ministry for the Colonies charged him with the task of studying and making an inventory of the documentation on the Portuguese presence in Angola and Brazil in the modern period that was housed in the Colonial Historical Archive. In 1944 Luís de Pina rose to become Full Professor of the History of Medicine and Professional Deontology in his Faculty. This provided a new impetus for his studies in the history of medicine and professional deontology while, in parallel, he sought to increase the importance given to the subject in the students’ academic training and to strengthen the pedagogic link to the museological centre he coordinated. He also took on a prominent role in the University of Porto, constantly battling against the lack of humanistic studies. With this in mind, it is important to mention the creation and management of the Centre for Humanistic Studies attached to the University of Porto (1947). Later, in the second Faculty of Letters of Porto (1961), he also lectured in the area of Philosophical and Pedagogical Sciences, assuming interim management of the course as the Rector’s delegate until 1966. As a historian, the core of his academic output was undoubtedly related to the history of medicine. He retained, however, an interest in other areas of knowledge and their contribution to the evolution of human scientific thought, seeking to integrate this within the history of science and, consequently, within universal history itself. Thus, Luís de Pina, inspired by the example of Maximiano de Lemos, not only revised, enlarged and included new historical facts in the works that the latter had published but also published in 1954 the first volume of História Geral da Medicina (General History of Medicine) as a complement to his historiographical production while at the Faculty of Medicine in Porto. In his methodology, the remaining traces of the positivist trend to overvalue the written documents and books of the period as an answer to the hypotheses formulated were confronted with a modern conception that upheld the interdisciplinary and global nature of medical history and critical and objective practice creating an interplay between the fields of the exact sciences and the social sciences when exploring themes. His studies are a fusion of cultural, zoological, archaeological, ethnographic, botanical, anthropological and medical-clinical notes when dealing with personalities, institutions, scientific currents, teaching models or medical vocabulary to update the history of medicine, demonstrating by the bibliography he consulted a deep font of knowledge that engaged in a dialogue with the international research panorama. As for other historical topics he gave his attention to, his scientific objectivity became compromised with his biased treatment of such topics as the Portuguese Expansion or the Overseas Territories, chapters that were agreeable to the Estado Novo as grounds for the political positions adopted, which were analysed according to the principles of Civilisation, Christianisation and Portuguese Culture on the world stage. Although he explored in great detail the factors of national decadence as a lesson to remember for the present and the future, what primarily stand out are the golden facts of the historical reality of Portugal in its heyday, but contextualised within a civic and spiritual view of History which he sought to transpose to the universality of

the human past. Luís de Pina received various national and international decorations from Spain, Italy, the Holy See and Cuba. He finally retired in 1970 when he reached the legal retirement age and died in the city of Porto on 29 April 1972. His cultural and scientific legacy merited extraordinary recognition during his lifetime as can be seen not only by the many national prizes he was awarded for his publications (António Enes, Maximiano Lemos and Alvarenga), but also from the numerous invitations he received from important foreign figures to set up Portuguese sections or to become associated to scientific institutions. For example, he was linked to almost fifty cultural and scientific groups and bodies either as a member or as an academic. Among these were the Instituto Português de Arqueologia, História e Etnografia, the Société Française d'Histoire de la Médecine, the Istituto Nazionale di Studi sul Rinascimento, the Sociedade Anatómica Luso-HispanoAmericana, the Instituto de História da Medicina do Rio de Janeiro and the Accademia del Mediterraneo, and he was also the academic holder of ‘Chair number 12’ of the Portuguese Academy of History (1945). A multifaceted man in terms of human knowledge, “Luís de Pina, a convinced humanist” (Professor Dr. Luís de Pina, 1998, p. 81) was the author of a bibliographic legacy that numbers over three hundred publications, without counting the many unpublished works he preferred not to publish or had no opportunity to do so, which cover a wide variety of fields ranging from Anthropology to Anatomy, Forensic Medicine, Pedagogy, the History of Medicine and the History of Science. Finally, mention should be made of the fact that he collaborated on some of the most important Portuguese works of the 20th century: Damião Peres’ História de Portugal (History of Portugal), the História da Expansão Portuguesa no Mundo (History of the Portuguese Expansion in the World) and the Grande Enciclopédia Luso-Brasileira (Great Luso-Brazilian Encyclopaedia). Works by the author: “O românico no Concelho de Guimarães”, Revista de Guimarães, Guimarães, vol. 36, fasc. 4, 1926, pp. 174-184; Vimaranes: materiais para a história da medicina portuguesa – arqueologia, antropologia, história, Porto, Araújo & Sobrinho, 1929; Histoire de la médecine portugaise, abrégé, Porto, Enciclopédia portuguesa, 1934; A medicina portuguesa de além-mar no século XVI, Coimbra, Biblioteca da Universidade, 1935; “Tábuas Cronológicas da História das Ciências em Portugal no século XVI”, Petrus Nonius: anuário da história das ciências, Lisboa, 1937, pp. 145-162; Portugal na história da cultura universitária hispânica, Porto, Marânus, 1945; “Evangelização e medicina Portuguesa no Japão quinhentista”, Estudos – Revista de Cultura e de Formação Católica, Coimbra, 1950, pp. 1-46; História Geral da Medicina, 1.º volume, Porto, Liv. Simões Lopes, 1954; Domínio filipino e Restauração, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1963; “Faculdade de Letras do Porto: breve história”, Cale – Revista da Faculdade de Letras do Porto, Porto, vol. 1, 1966, pp. 59-172. Works with references to the author: ARAÚJO, Francisco Miguel, Faculdade(s) de Letras do Porto: da (re)criação à revolução, Porto, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2008; CARDOSO, Mário, “Necrologia: Prof. Doutor Luís de Pina”, Revista de Guimarães, Guimarães, vol. 82, fasc. 1-2, 1972, pp. 109114; FERREIRA, João A. Pinto, Elogio do Prof. Doutor Luís de Pina, Lisboa, Academia Portuguesa da História, 1979 (inclui bibliografia); LISBOA, Mário [coord.], Dicionário Cronológico de Autores Portugueses.

Mem

Martins,

Publicações

Europa

América,

1997,

disponível

em

linha

em

http://www.iplb.pt/sites/DGLB/Portugues/autores/Paginas/PesquisaAutores1.aspx?AutorId=6240 [consult. 17 de Março de 2012],;RICON-FERRAZ, Amélia [dir.], Professor Doutor Luís de Pina: sessão de homenagem na Aula Magna da Faculdade de Medicina do Porto, Porto, Fundação Eng. António de Almeida, 1998; SILVA, Germano e DUARTE, Luís Miguel [coord.], Dicionário de Personalidades Portuenses do Século XX, Porto, Porto Editora, 2001; SOUSA, Fernando de [coord.], Os Presidentes da Câmara Municipal do Porto (1822-2009), Porto, CEPESE, 2009. Francisco Miguel Araújo

APOIOS:

|

|

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.